Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Num
telefonema , dia 31/10, foi claro o aviso da presidente Dilma através
da ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, para o líder do
PT, Jilmar Tatto, e o relator do projeto dos Royalties do petróleo,
Carlos Zarattini (PT-SP): o fundo do pré-sal será destinado todo para
educação. Dilma quer investir pesado no ensino superior e pesquisa científica. O
relator vai invalidar assim qualquer emenda que propõe destinação para
outras áreas. O projeto que redistribui os bilionários royalties será
votado na terça-feira. *Mariadapenhaneles
PIG 10 X 0 PT: VITORIOSO NAS URNAS, PT PERDE DE LAVADA PARA O OLIGOPÓGIO DA MÍDIA NO CONGRESSO NACIONAL
Cristina enfrentou o monopólio da mídia e venceu eleições
O Partido dos
Trabalhadores saiu-se bem nas recentes eleições para prefeitura e câmara
de vereadores, mesmo diante da atuação canina do PIG em cima do
Mensalão. Talvez a maior cobertura jornalística de todos os tempos.
Mas é no Congresso Nacional que o PT está apanhando feio. O PIG fez
um circo com o Mensalão e deve mandar o José Dirceu para a cadeia. De
sobra, atacar e tentar anular Lula, mesmo fora do governo. E está
conseguindo. Talvez a luz acenda quando mandarem o José Dirceu para
atrás das grades e abrirem uma ação contra Lula. O PIG já entendeu que
precisa destruir Lula mesmo fora do governo, senão não chega ao pote de
outro do povo brasileiro.
Mesmo com todo masoquismo petista, como alertou o deputado Fernando
Ferro, a insatisfação da elite é grande. O PT ainda é um partido que
deixa a elite insegura. A democracia da elite brasileira só existe se
ela ou seus representantes estiverem no comando. Os outros, mesmo
seguindo a cartilha, não são confiáveis. Palocci que o diga. Bateu
continência e foi defenestrado.
Enquanto o Jornal Nacional dava 10 horas de Mensalão em horário
nobre, o PT não conseguia nem sequer ouvir um editor de revista, o
Policarpo Jr, da Veja, na CPI do Cachoeira. Quiçá ouvir o
procurador-geral, Roberto Gurgel, que precisa explicar porque não
investigou a quadrilha do Carlinhos Cachoeira. No Congresso Nacional, o
PT leva de 10 a 0.
VEJA ASSOCIA LULA A ASSASSINATO E "ESTUPRA" O JORNALISMO
"O pasquim de extrema
direita não tem limites e nem senso do que é real e irreal; justo e
injusto, porque as autoridades políticas, inclusive as do PT, não
efetivam o marco regulatório das mídias"
Veja — a revista porcaria — continua a pavimentar, com denodo e
dedicação, sua trilha de sujeira, a chafurdar em seu próprio esgoto e a
injuriar, a caluniar e a difamar aqueles que ela considera seus inimigos
ideológicos, políticos e comerciais, ainda mais que a Editora Abril
certamente não vai ter um aliado na Prefeitura paulistana a partir de
2013, com a vitória do petista Fernando Haddad e a derrota de seu aliado
tucano, José Serra, nas últimas eleições.
Tal semanário continua, incessantemente, a praticar o verdadeiro e o
autêntico jornalismo de esgoto. É sua marca, índole e essência, e não
importa para o capo Roberto Civita e seus capitães do mato, travestidos
de jornalistas, se a credibilidade da Veja, conhecida também como a
Última Flor do Fáscio, vá para o espaço ou para a lixeira, lugar
apropriado à publicação e que eu sempre a coloco quando a tenho em mãos.
Asco!
DAVIS SENA FILHO
A verdade é que apenas interessa a tal pasquim de péssima qualidade
editorial macular o nome dos políticos e autoridades que não se submetem
aos ditames políticos e empresariais do dono de uma empresa que vive
comercialmente à sombra do poder público controlado há 20 anos pelos
tucanos do PSDB, em São Paulo, bem como sustentada pela publicidade
oficial do Governo Federal.
É a ditadura da imprensa de negócios privados a agir por meio do
pensamento único e a querer submeter seus leitores e as pessoas
desavisadas ou incautas a seus interesses mercantis e políticos, por
intermédio de matérias criminosas, pérfidas e maliciosas, com
características declaratórias, sempre em off e de conotação golpista. É a
Veja, à la Murdoch,que publica um jornalismo bandido e se associa,
durante anos, ao seu principal pauteiro e editor — o bicheiro preso
Carlinhos Cachoeira.
A Veja bandida, mafiosa e desditosa. O pasquim de extrema direita não
tem limites e nem senso do que é real e irreal; justo e injusto, porque
as autoridades políticas, inclusive as do PT, não efetivam o marco
regulatório das mídias, bem como o Judiciário é complacente com o
jornalismo declaratório, cujos advogados aproveitam a ausência de regras
para os meios de comunicação, bem como usam as brechas da lei para
impedir que seus clientes jornalistas, bem como seus chefes, os donos de
propriedades cruzadas dos meios de comunicação, não sejam punidos pela
Lei, além de evitarem que eles paguem multas e os custos dos processos
daqueles que os processaram.
Enquanto países vizinhos do Brasil estão a regulamentar os negócios dos
barões midiáticos, os brasileiros ficam à mercê de empresários e
jornalistas compromissados com os interesses mercantis das elites
econômicas brasileiras e internacionais, a boicotar governantes
trabalhistas e a derrubar autoridades constituídas sem acusações
formalizadas e culpas comprovadas, como ocorreu com os ministros Carlos
Lupi e Orlando Silva, somente para citar esses, além de terem quase
conseguido derrubar o governador do PT do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz.
É a ditadura da imprensa e do pensamento único cujo produto — a notícia —
é consumido e repercutido por parte de uma classe média retrógada,
preconceituosa e reacionária, pois age como um vetor do conservadorismo,
porque seus princípios e valores são os mesmos das classes dominantes
controladoras de terras e dos meios de produção, que geram poder
econômico e político e, consequentemente, causam a tolerância e a
impunidade por parte do Judiciário (STF, STJ, TJ, PGR e MP) com os
jornalistas e seus patrões.
A imprensa oligarca que publica e veicula matérias nitidamente
oposicionistas aos governos trabalhistas, do jeito e da forma que quer,
sem se preocupar, todavia, com a veracidade dos fatos e dos
acontecimentos. A mídia de profissionais que não temem serem punidos, ao
menos questionados sobre suas ilações, acusações e agressões, porque
sabem que não existe lei de imprensa (não confundir com censura),
regulamentação do setor midiático, conforme a Constituição, além do
enfraquecimento da classe trabalhadora dos jornalistas cujos diplomas
ainda existem, mas não são mais exigidos para que as empresas que
pertencem basicamente a dez famílias possam ter um maior controle do
sistema de trabalho, das políticas de contratações e salariais e dessa
forma diminuir o poder de reivindicação dos trabalhadores.
Com isso, os empresários conseguiram enfraquecer o papel dos sindicatos e
da Fenaj, federação de jornalistas que se aproximou da ANJ (associação
patronal), na primeira década deste século. Consequentemente, a Fenaj
levou uma punhalada pelas costas. Até hoje, a entidade laboral,
envergonhada e desmoralizada, corre atrás do diploma no Congresso, a fim
de restabelecê-lo, pois perdeu a credibilidade perante a categoria. Bem
feito, quem mandou representante de classe trabalhadora puxar o saco de
patrão. E logo dos barões da imprensa, os patrões mais atrasados e
reacionários de toda a classe empresarial, que foi atendida nesse caso
pela maioria dos juízes burgueses do STF. Deu nisso: a Fenaj foi
humilhada. Um fiasco.
Por sua vez, a Veja, a revista da marginal, resolve, em prazo máximo de
um mês e por intermédio de duas publicações, incluir o presidente mais
popular e respeitado no exterior da história do Brasil no episódio da
morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, bem como envolvê-lo
no caso do “mensalão”, que, apesar dos juízes oposicionistas e de
direita do STF, está ainda para ser provado. As duas matérias
emporcalhadas da revista porcariacitam o presidente Lula, mas o acusador
ou denunciante não tem nome, as frases (aspas) são em off e
evidentemente o material jornalístico não foi gravado (é a praxe),
porque aVeja pode ser um detrito sólido de vaso sanitário, mas a
rapaziada que trabalha lá não dá ponto sem nó e procede assim porque
sabe que ser jornalista de empresa de comunicação grande e rica no
Brasil é a mesma coisa do que estar livre de punições, multas, processos
ou cadeia. É como se a cidadania dessas pessoas fosse à parte do
conjunto da população brasileira.
Por isto e por causa disto, o presidente Lula, o maior líder popular das
Américas e que saiu do poder com 83% de aprovação (índice maior do que o
do mito Nelson Mandela) tem de aguentar ofensas, ignomínias e acusações
desabonadoras de uma corja de sacripantas movidos pelo ódio de classe,
interesses econômicos e pelo preconceito ideológico, combustíveis da
intolerância e da violência. São esses golpistas que detestam afirmações
do líder trabalhista, como esta: “Optamos pelo desenvolvimento aliado à
distribuição de renda. Nos últimos anos, o meu País integrou a agenda
social à agenda econômica, numa equação em que toda a sociedade ganha.
Nos últimos anos, 28 milhões de brasileiros saíram da pobreza e quase 40
milhões entraram na classe média” — comentou. Por fim, Luiz Inácio Lula
da Silva alertou os gestores públicos que a opção pelo desenvolvimento e
pelos investimentos tem um custo político, mas é recompensadora, e
envolve “muito mais do que dar comida a famintos”. E concluiu: “O
dinheiro na mão dos pobres transforma-se rapidamente em comida, roupa e
material escolar, e dinamiza o conjunto da economia, num círculo
virtuoso”.
Precisou um operário, intelectual orgânico, migrante de Pernambuco, que
conhece o povo, sem curso superior, mas sabedor da dor da fome, da
pobreza e da ausência de condições de vida dignas para viver, ensinar os
“doutores” compromissados com o status quo e com oestablishment sobre
economia, sociologia, direito, psicologia, engenharia, finanças,
filosofia e, principalmente, sobre solidariedade, respeito e
consideração pelo povo brasileiro e pela autonomia, independência e
autodeterminação do Brasil. Lula foi um presidente republicano,
democrata e justo, pois defensor do estado democrático de direito.
Enquanto isso, os “doutores” venderam o País, submeteram-se ao FMI, não
criaram condições de emprego e renda e mostraram, de forma subalterna, o
imenso complexo de vira-lata que toma conta das almas e das mentes
colonizadas das classes dominantes brasileiras de princípios
alienígenas.
O mandatário Lula, ao contrário dos governantes “doutores”, jamais
reprimiu qualquer classe trabalhadora, movimento social ou sindical,
recebeu no Palácio do Planalto os catadores de lixo, respeitou a
Constituição e as regras do jogo democrático. E mesmo assim foi acusado
por uma mídia mentirosa e corrupta até de ditador e censor. Absurdo
incomensurável e má-fé na veia da imprensa comercial e privada (privada
nos dois sentidos, tá?), de alguns juízes do STF nomeados por ele e do
procurador geral Roberto Gurgel, o prevaricador da República do
Cachoeira, do Demóstenes Torres e dos empregados da Veja e da Época,
Policarpo Jr. e Eumano Silva. O procurador midiático, de direita e
aliado da Veja, autora de reporcagens fascistas. A minha desconfiança me
leva a pensar que quem está por trás das matérias em off de tal pasquim
é o tal procurador, que para mim e para o senador Fernando Collor
deveria sofrer um impeachment por parte do Senado. Nada mais emblemático
e sintomático do que o Collor questioná-lo duramente, por ter
renunciado a Presidência e por isso ter também conhecimento o suficiente
quando afirma que Gurgel prevaricou e “protege os bandidos da Veja”.
São essas coisas que acontecem ainda no Brasil. Bem feito! Quem manda
não criar o marco regulatório para as mídias. Quem manda não existir lei
específica com o objetivo de garantir o direito de resposta de forma
rápida e com espaço igual à vítima de acusações levianas e mentirosas.
Os contrários afirmam que já existe a lei penal etc. e tal. Mas não
adianta, porque os juízes tendem dar causa ganha ao agressor, à máquina
midiática. Tem de ter lei específica e que acelere a punição ao
caluniador e difamador e assegure o direito de defesa de quem foi
injustiçado. O que esses barões de imprensa fazem com o Lula é
hediondo. É a covardia que remonta o que eles fizeram, através das
décadas, com o Getúlio, com o Jango e com o Brizola. A direita conhece
os trabalhistas de longe, bem como sabe quem é o líder político
carismático e o “dono” dos votos. Lula é mais do que a Dilma e o Haddad.
Foi ele que os elegeu. A direita política e empresarial não reconhece a
realidade ao tempo que sim, pois, do contrário, não se incomodariam e
não perseguiriam tanto o operário, fundador da CUT e do PT, além de
algoz dos conservadores. A Veja e seus coirmãos tem seu lugar na
história: a lixeira. É isso aí.
Por Ricardo Kotscho Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2006, o sujeito viu a manchete do jornal na banca e não se conformou. "Esse aí, só matando!", disse ao dono da banca, apontando o resultado
da última pesquisa Datafolha que apontava a reeleição de Lula. Passados seis anos desta cena nos Jardins, tradicional reduto tucano
na capital paulista, o ódio de uma parcela da sociedade _ cada vez
menor, é verdade _ contra Lula e tudo o que ele representa só fez
aumentar. Nem se trata mais de questão ideológica ou de simples preconceito de
classe. Ao perder o poder em 2002, e não conseguir mais resgatá-lo nas
sucessivas eleições seguintes, os antigos donos da opinião pública e dos
destinos do país parecem já não acreditar mais na redenção pelas urnas. Montados nos canhões do Instituto Millenium, os artilheiros do
esquadrão Globo-Veja-Estadão miraram no julgamento do chamado mensalão,
na esperança de "acabar com esta raça", como queria, já em 2005, o
grande estadista nativo Jorge Bornhausen, que sumiu de cena, mas deixou
alguns seguidores fanáticos para consumar a vingança. A batalha final se daria no domingo passado, como consequência da
"blitzkrieg" desfechada nos últimos três meses, que levou à condenação
pelo STF de José Dirceu e José Genóino, duas lideranças históricas do
PT. Faltou combinar com os eleitores e o resultado acabou sendo o oposto
do planejado: o PT de Lula e seus aliados saíram das urnas como os
grandes vencedores em mais de 80% dos municípios brasileiros. E as
oposições continuaram definhando. Ato contínuo, os derrotados de domingo passado esqueceram-se de
Dirceu e Genoíno, e mudaram o alvo diretamente para Lula, o inimigo
principal a ser abatido, como queriam aquele personagem da banca de
jornal e o antigo líder dos demo-tucanos. Não passa um dia sem que qualquer declaração de qualquer cidadão
contra Lula vá para a capa de jornal ou de revista, na tentativa de
desconstruir o legado deixado por seu governo, ao final aprovado
por mais de 80% da população _ o mesmo contingente de eleitores que
votou agora nos candidatos dos partidos por ele apoiados. Enganei-me ao prever que teríamos alguns dias de trégua neste
feriadão. Esta é uma guerra sem fim. Quanto mais perdem, mais furiosos
ficam, inconformados com a realidade que não se dobra mais aos seus
canhões midiáticos movidos a intolerância e manipulação dos fatos. O país em que eles mandavam não existe mais. *Nassif
A democracia só é boa se a 'elite' estiver no comando, com o povo no poder é melhor a tirania da imprensa corrupta brasileira e seus aliados da mesma laia, PSDB, DEM e PPS. Esses partidos estão atolados em corrupção, mas são vendidos pelo braço armado da aristocracia brasileira como honestos. Para eles não tem o peso da denúncia, escondem as acusações do livro A Privataria Tucana,
deixam prescrever os crimes de Raul Jungmann, do PPS, esquecem do
deputado Leréia, do PSDB, amigo pessoal de Cachoeira e fingem que não
vêem a corrupção de Marconi Perillo, do PSDB. E, assim, de esquecimento em esquecimento, fazem o jogo do poder para voltar a nos escravizar. São
os descendentes dos donos das Capitanias Hereditárias, que não querem
dividir a riqueza do país com todos, se acham no direito heriditário de
nos aprisionar na pobreza. O país que o jornal Estadão quer para os brasileiros
é aquele antigo, cheio de empregadas domésticas, onde a 'elite' se
lambuzava, onde dois aeroportos e três aviões davam conta de todos os
viajantes, é aquele onde se comia arroz e feijão, é aquele que falava em
'caristia' e que tinha 80% de analfabetos e que não votavam. É
aquele em que favela era favela e não comunidade, onde moravam os negros
e os pobres e que viviam de cabeça baixa e não olhavam nos olhos da
'elite'. É aquele onde carro era para muito poucos. É aquele que era escravo. do blog do APOSENTADO INVOCADO
Se estivesse vivo, no último dia 26
de outubro, Darcy Ribeiro teria completado 90 anos e estaria possesso
com a forma como hoje se trata a questão indígena no Brasil. Dos maiores antropólogos do País, após passar a vida dedicando-se a
pensar a educação e os índios brasileiros, o mineiro de Montes Claros
morreu, em 1997, na Brasília que viu dele nascer a UNB, uma universidade
criada à frente de seu tempo. Prezada leitora escreve estranhando não ter visto aqui comentado o episódio com os índios Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. Fosse apenas uma confusão na titulação de terras, como querem
fazer-nos crer, seria apenas mais uma bobagem de órgãos governamentais
mal geridos. Não é. Explico: assim como o retrocesso na preservação ambiental, que trouxe
o novo Código Florestal, também as terras indígenas logo servirão
interesses financeiros que cobrem o país de cabo a rabo. O cabo no setor de mineração e o rabo na expansão estatal e privada do setor energético. Entre os dois, a falácia de sempre: o uso de folhas e telas
cotidianas para nos convencer de que o crescimento da produção
agropecuária se faz ao custo da destruição da vida. Nesta, entendidos
fauna, flora, índios, valores culturais e paremos por aí, para não
excitar a repressão comentarista. Em discussão, 170 índios que não querem sair de uma área de 10.000
m². Ou um hectare, sabem os leitores. Vamos repetir: um hectare. Se procurarmos áreas particulares de lazer com essa dimensão, apenas ao redor da capital paulista, as encontraremos em milhares. O último Censo Agropecuário (IBGE 2006) revelou utilizarmos 250
milhões de hectares em lavouras e pastagens. Pelo menos, outros 150
milhões ainda poderão ser usados para alimentar, fibrilar e energizar o
planeta no futuro. Poder-se-ia, pois, recomendar paciência com os Guarani-Kaiowá. Também do IBGE, é uma pesquisa divulgada neste ano, com dados de
2010, mostrando que 817.963 pessoas se autodeclararam indígenas, o
equivalente a 0,4% dos residentes no Brasil. http://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf Deles, quase 40% vivem em áreas urbanas. Já quase eram. Os demais 500
mil são os que se irritam quando autoridades, como o governador do Mato
Grosso do Sul, Antônio Puccinelli (PMDB), impedem-nos de viverem onde
sempre viveram. A taxa de crescimento populacional entre indígenas diminuiu 10 vezes
na última década se comparada ao período 1991/2000. Deu para perceber o
que está rolando, certo? Mais: a maior concentração deles localiza-se na Região Norte,
ambiente amazônico onde predominam seus meios de cultura e vivência. No resto do País, com o nome de etnogênese, repete-se com os índios o
mesmo êxodo que trouxe massas rurais para o convívio urbano, com
resultados conhecidos. Taí, dirão os de sempre, se são tão poucos, pra que tanta terra? Taí, direi eu, travestido da crueldade que se costuma dedicar às minorias, se eles estão acabando, não dá para esperar? *Nassif
Dilma tem pela frente nomear outros
dois ministros do Supremo. Faça como os tucanos, Presidenta. Escolha
ministros “imparciais”. Como o Gilmar.
O julgamento do mensalão,
que se encaminha para seu término com a definição das penas dos
condenados depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido que
houve, sim, desvio de verba pública para a compra de apoios políticos,
clareou o cenário para a discussão sobre se o ex-presidente Lula sabia
ou não do que acontecia “entre quatro paredes” no Palácio do Planalto, o
aspecto mais delicado politicamente desse processo.
(…)
O
tema saiu da redoma que o protegia há sete anos e está colocado
publicamente. Seria bom se o ex-presidente Lula viesse a público dar a
sua versão dos fatos, em vez de querer negá-los. Mas teria que ser uma
versão definitiva, com começo, meio e fim, e não as versões
desencontradas que vem dando ao longo desse tempo, quando já vestiu a
roupa de traído, já pediu desculpas “pelos graves erros cometidos”, já
disse que se tratava de Caixa 2 e, por fim, prometeu provar que tudo não
passara de uma “farsa” cujo objetivo final teria sido a sua deposição.
A única prova do mensalão (o do PT) foi o depoimento do Guardião da Moral da Elite, Thomas Jefferson.
O Conversa Afiada tinha previsto que, condenado Dirceu, o PiG (*) partiria para o pescoço do Lula e, na sequência, da Dilma. Seria a evolução natural do Golpe paraguaio. Que se concretizará no Supremo. O Supremo do Ministro Celso de Mello, que não teve nenhum constrangimento em apoiar o mensalão do Sarney. Do Ministro Marco Aurélio de Mello, que solta o Cacciola, diz que o Lula é “safo”e que o Golpe de 1964 foi “um mal necessário”. O Supremo do “meu presidente !”, do que “mandou subir”, do que deu dois HCs Canguru ao imaculado banqueiro, mesmo depois de reportagem do jornal nacional, que foi chantageado e não denunciou o chantagista à Polícia, esse Supremo é que vai algemar o Dirceu, o Lula e depor a Dilma. Ataulfo Merval de Paiva se porta como o porta-voz do Golpe paraguaio. Ninguém expressa com mais contundência e “perfume de veracidade” as informações que emanam de certa facção Suprema. O Golpe paraguaio se acelerou com a acachapante derrota dos tucanos em São Paulo. (Como se sabe, o Lula, porém, perdeu a eleição numa certa banca da GloboNews.) E a Dilma deveria se inspirar no Farol de Alexandria. Ela tem pela frente nomear outros dois ministros do Supremo. Faça como os tucanos, Presidenta. Escolha ministros “imparciais”. Como o Gilmar Dantas (**).
Paulo Henrique Amorim
(*) Em
nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa
qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão
têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido
político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Os Estados Unidos advertiram o governo de Israel contra seu projeto de
ataque preemptivo às instalações nucleares do Irã, conforme noticiou The Guardian,
em sua edição de quarta-feira. O aviso não foi das autoridades civis de
Washington e, sim, dos comandantes das tropas militares
norte-americanas em operação na região do Golfo — o que, ao contrário do
que se pode pensar, é ainda mais sério. O argumento dos militares é o
de que esse ataque, além de não produzir os efeitos desejados — porque o
Irã teria como retomar o seu programa nuclear — traria dificuldades
políticas graves aos aliados ocidentais na região, sobretudo a Arábia
Saudita e os Emirados Árabes — de cujo abastecimento direto depende a 5ª
Frota e as bases das forças terrestres e aéreas que ali operam.
Embora as dinastias árabes pró-ocidentais temam o poderio militar do
Irã, temem mais a insurreição de seus súditos, no caso de que se façam
cúmplices de novo ataque a outro país muçulmano. Nunca é demais lembrar
que os Estados Unidos e a Europa dependem também do petróleo que passa
pelo golfo e atravessa o Canal de Suez, controlado pelo Egito.
Há, nos Estados Unidos — e, entre eles, alguns estrategistas do
Pentágono — os que pensam ser hora de ver em Israel um país como os
outros, sem a aura mitológica que o envolve, pelo fato de servir como
lar a um povo milenarmente perseguido e trucidado pela brutalidade do
nacional-socialismo. Uma coisa é o povo — e todos os povos têm, em sua
história, tempos de sacrifício e de heroísmo, embora poucos com tanta
intensidade quanto o judeu e, hoje, o palestino — e outra o Estado, com
as elites e os interesses que o controlam.
Nenhum outro governo — nem mesmo o dos Estados Unidos — é tão dominado
pelos seus militares quanto o de Israel. Eminente pensador judeu resumiu
o problema com a frase forte: todos os Estados têm um exército; em
Israel é o exército que tem um Estado.
O Pentágono acredita que uma guerra total contra o Irã seria apoiada
pelos seus aliados da região, mas os observadores europeus mais sensatos
não compartilham do mesmo otimismo. A ofensiva diplomática de Israel na
Europa, em busca de apoio para — em seguida às eleições
norte-americanas — uma ação imediata contra Teerã, não tem surtido
efeito. Londres avisou que não só é contrária a qualquer ação armada
mas, também, se nega a permitir o uso das ilhas de Diego Garcia e
Ascensão (cedidas pela Inglaterra para as bases ianques no Oceano
Índico), como plataforma para qualquer hostilidade contra o país
muçulmano.
Negativa da mesma natureza foi feita pela França, que, conforme disse
François Hollande a Netanyahu, não participará, nem apoiará, qualquer
iniciativa nesse sentido. É possível, embora não muito provável, que
Israel conte com Ângela Merkel. Israel tem esperança na vitória de
Romney, e a comunidade israelita dos Estados Unidos se encontra
dividida. Os banqueiros e grandes industriais de armamento, de origem
judaica, trabalham com afã para a derrota de Obama. E há o temor de que,
no caso da vitória republicana, os israelitas venham a aproveitar o
esvaziamento do poder democrata para o ataque planejado.
Além disso, Netanyahu não tem o apoio unânime entre os militares de seu
país para esse projeto. Amy Ayalon, antigo comandante da Marinha, e dos
serviços internos de segurança, o Shin Bet, disse que Israel não pode
negar a nova realidade nos países islâmicos: “Nós vivemos — avisa — em
novo Meio Oriente, onde as ruas se fortalecem e os governantes se
debilitam”. E vai ao problema fundamental: se Israel quer a ajuda dos
governos pragmáticos da região, terá que encontrar uma saída para a
questão palestina. É esta também a opinião, embora não manifestada com
clareza, do governo de Obama, de altos chefes militares americanos, e
dos círculos mais sensatos da comunidade judaica naquele país.
O fato é que os Estados Unidos se encontram em uma situação complicada.
Eles não têm condições militares objetivas para entrar em nova guerra na
região, sem resolver antes o problema do Iraque e do Afeganistão. Seus
pensadores mais lúcidos sabem que invadir o Irã poderá significar a
Terceira Guerra Mundial, com o envolvimento do Paquistão no conflito e,
em movimento posterior, da China e da Rússia. Washington, na defesa de
seus interesses geopolíticos, deu autonomia demasiada a Israel, armando
seu exército e o ajudando a desenvolver armas atômicas. Já não conseguem
controlar Tel Aviv.
Estarão dispostos, mesmo com o insensato Romney, a partir para uma
terceira guerra mundial? No tabuleiro de xadrez, se trata de “xeque ao
rei”; na mesa de bilhar, de sinuca de bico.