Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
domingo, novembro 04, 2012
A vida pregressa de alguns figurões do alto clero do jornalismo brasileiro e das empresas para as quais trabalham
por Paulo Jonas de Lima Piva
Eles ganham muito bem, são estrelas, parte orgânica de nossa elite
preconceituosa e com mania de aristocratismo; dizem o que os seus
patrões, patrocinadores e políticos da preferência dos seus patrões e
dos seus patrocinadores esperam que eles digam. São implacáveis com o
PT, com o MST e o Bolsa Família; odeiam Lula, Chávez, Evo, as cotas, o
ENEM e mais ainda a regulamentação da mídia. Em contrapartida, temem e
bajulam Serra, votam no DEM, no PSDB e acham FHC, Gabeira, Marcelo
Freixo e Caetano Veloso o máximo. Desconversam quando o assunto é a
privataria tucana e os índices sociais de antes da ascensão de Lula ao
Planalto. São neoliberais, acreditam nas privatizações e no "Criança
Esperança" como soluções para os problemas do país e, certamente, depois
de passarem o dia manipulando e distorcendo os fatos, oram toda noite
antes de dormir. Refiro-me aqui aos figurões do alto clero do jornalismo
brasileiro, pitbulls conservadores que abusam em hipocrisia e cinismo
ao se colocarem como paladinos da democracia, da ética e da liberdade.
Abaixo, a vida pregressa de alguns desses ideólogos do alto clero do
jornalismo brasileiro e das empresas para as quais trabalham:
O global Alexandre Garcia quando era porta-voz do governo do general Figueiredo
Roberto Marinho, dono da Globo, de braços dados com o general Figueiredo
Boris Casoy, âncora do telejornalismo da Band e que despreza garis, quando era membro, nos anos 60, do Comando de Caça aos Comunistas (CCC).
Augusto Nunes, comentarista da Veja, e Roberto Civita, dono da Veja, ao fundo, atrás do general Figueiredo. Na frente, em destaque, Paulo Maluf em pleno vigor político.
Trecho de editorial da Folha de São Paulo defendendo o governo sanguinário do general Garrastazu Médici. Lembrando, segundo editorial recente da Folha, a ditadura militar brasileira foi na verdade uma "ditabranda" (sic!)
Entrevistado por Amy Goodman, da Democracy Now!, Mike Tidwell,
diretor da Chesapeake Climate Action Network, diz que um furacão como o
Sandy que chega tão a norte é tão anormal como nevar na Arábia Saudita. A
causa desta anormalidade é a subida da temperatura da superfície do
Atlântico. AMY GOODMAN: Pode falar-nos sobre os novos perigos que vivem as cidades costeiras do Leste dos EUA? MIKE TIDWELL: Penso que o furacão Sandy deixou claro
que atingimos uma nova normalidade no que se refere a tempestades
atlânticas tão poderosas que as nossas comunidades costeiras não poderão
suportá-las. O espantoso volume de água que vimos em Nova York –
novaiorquinos que viveram na cidade toda a vida nunca tinham visto a
água atingir o metropolitano como aconteceu agora. Nunca tinham visto
carros completamente submersos no East Village e a energia elétrica
desligada pela ConEd. Estas são as novas fronteiras de impacto, e
claramente as impressões digitais das alterações climáticas estão em
toda esta tempestade. O resultado é que agora somos todos cidadãos de
New Orleans, em toda a Costa Leste. O nível dos oceanos está a subir. As
tempestades são maiores.
Teremos de fazer duas coisas para avançar: uma, deixar de usar
combustíveis fósseis que estão a provocar as alterações climáticas. Mas,
além disso, vamos ter de começar a construir diques. A menos que
queiramos abandonar Nova York, abandonar Baltimore, Washington, Miami,
teremos de construir diques e aterros. Nas próximas décadas, mais cedo
do que jamais pensamos, a Costa Leste vai ter de estar protegida por
diques e aterros tal como New Orleans.
AMY GOODMAN: No seu livro, “The Ravaging Tide: Strange
Weather, Future Katrinas, and the Coming Death of America’s Coastal
Cities” [“A Maré Devastadora: Tempo Estranho, Futuros Katrinas e a Morte
Próxima das Cidades Costeiras da América"], o Mike escreve: “A cidade
de Nova York é o grande gigante adormecido dos cenários de desastre dos
furacões. Tantos fatores que mutuamente se reforçam apontam para uma
catástrofe na maior cidade do país que, de muitas formas, é ainda mais
assustadora que New Orleans”. Pode falar-nos sobre o que estamos a ver
agora, sobre o efeito em toda a costa e as mudanças políticas que
considera terem de ser feitas? MIKE TIDWELL: Nenhum de nós tinha visto um furacão como
este, tão maciço. Eu vivo em Takoma Park, Maryland, nos subúrbios
internos de Washington, D.C. E o vento tem vindo a soprar e a fazer um
barulho semelhante a um comboio nas últimas 24 horas sem parar. Tivemos
faltas de energia na região. Tivemos cheias. O metrô, o comboio e os
serviços de autocarros foram cancelados pelo segundo dia. O governo
federal deixou de funcionar pelo segundo dia. A vida na capital da nação
foi totalmente interrompida. Cenas semelhantes repetem-se em toda a
Costa Leste. E Nova York, devido à sua situação geográfica, é o caso
pior quando há a elevação das águas que tivemos na noite passada. Os
mais de quatro metros de subida das águas superaram em muito a marca
mais alta de 1821 – simplesmente espantoso.
E o que é também espantoso, Amy, é que não costuma haver furacões na
Flórida no final de outubro. Ora, a apenas dois dias de novembro, este
furacão atingiu os Estados Unidos. Mais raro ainda é ter um furacão tão
tarde e tão a norte. É o equivalente a ter neve na Arábia Saudita. É
completamente anômalo.
Por que está isto a acontecer? Quer dizer, o presidente recusou-se a
falar sobre as alterações climáticas, mas claramente as alterações
climáticas decidiram falar com ele, poucos dias antes das eleições, com
esta tempestade maciça que nasceu das temperaturas elevadas na
superfície do mar, a nível recorde, no Atlântico, cinco graus acima do
normal, e muitos milhares de milhas de diâmetro em termos da sua área de
influência. Este tem de ser o evento que finalmente chame a atenção dos
nossos líderes para a política, porque temos tão pouco tempo para
deixar de usar combustíveis fósseis que estão a provocar
supertempestades como esta, e começar a transição para um mundo que use
energia limpa e renovável.
AMY GOODMAN: Explique as causas desta subida das águas.
Em Nova York os problemas não foram causados tanto pelas chuvas
torrenciais, mas as marés subiram, e o sistema subterrâneo em muitas
áreas foi inundado, como em lugares como Red Hook no Brooklyn, em Lower
East Side, também, ao longo de Battery Park. O que causou esta subida
das águas, mesmo sem chuvas torrenciais? MIKE TIDWELL: Normalmente chuvas e vento são fatores
menores em termos de danos causados por furacões. Os piores danos, como
vimos no Katrina e no Wilma, e agora no Sandy, vem das marés altas. Um
furacão é um sistema de vento, fortemente compacto, que gira e que está
em movimento. E esse vento em rotação e movimento empurra uma gigantesca
abóbada de água à sua frente. Literalmente empurra um enorme volume de
água, à frente dos ventos em rotação. E quando os ventos atingem a
costa, empurram para a terra toda essa água.
O problema de Nova York é que fica numa parte muito rasa da plataforma
continental. À medida que o furacão se aproximava, a água foi ficando
mais rasa, o que faz com que a abóbada de água na frente do furacão se
eleve. Não tem para onde ir senão para cima. E quando se aproxima de
Long Island Sound e do Porto de Nova York, afunila-se para o East River.
Fica afunilada no rio Hudson. E mais uma vez não tem para onde ir senão
para cima. Vemos então as partes da cidade que mal estão acima do nível
do mar – são as que ficam inundadas: Battery Park, East Village, ao
longo do Hudson. Nova York é extremamente vulnerável por estar ao nível
do mar. Mas historicamente este tipo de tempestade não chegava tão a
norte. A cidade sobreviveu, mas, infelizmente, penso que à medida que o
oceano Atlântico aquece cada vez mais, e cada vez mais a norte, vai
haver furacões como este com mais frequência. (Fonte: aqui). *Dodómacedo
Num
telefonema , dia 31/10, foi claro o aviso da presidente Dilma através
da ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, para o líder do
PT, Jilmar Tatto, e o relator do projeto dos Royalties do petróleo,
Carlos Zarattini (PT-SP): o fundo do pré-sal será destinado todo para
educação. Dilma quer investir pesado no ensino superior e pesquisa científica. O
relator vai invalidar assim qualquer emenda que propõe destinação para
outras áreas. O projeto que redistribui os bilionários royalties será
votado na terça-feira. *Mariadapenhaneles
PIG 10 X 0 PT: VITORIOSO NAS URNAS, PT PERDE DE LAVADA PARA O OLIGOPÓGIO DA MÍDIA NO CONGRESSO NACIONAL
Cristina enfrentou o monopólio da mídia e venceu eleições
O Partido dos
Trabalhadores saiu-se bem nas recentes eleições para prefeitura e câmara
de vereadores, mesmo diante da atuação canina do PIG em cima do
Mensalão. Talvez a maior cobertura jornalística de todos os tempos.
Mas é no Congresso Nacional que o PT está apanhando feio. O PIG fez
um circo com o Mensalão e deve mandar o José Dirceu para a cadeia. De
sobra, atacar e tentar anular Lula, mesmo fora do governo. E está
conseguindo. Talvez a luz acenda quando mandarem o José Dirceu para
atrás das grades e abrirem uma ação contra Lula. O PIG já entendeu que
precisa destruir Lula mesmo fora do governo, senão não chega ao pote de
outro do povo brasileiro.
Mesmo com todo masoquismo petista, como alertou o deputado Fernando
Ferro, a insatisfação da elite é grande. O PT ainda é um partido que
deixa a elite insegura. A democracia da elite brasileira só existe se
ela ou seus representantes estiverem no comando. Os outros, mesmo
seguindo a cartilha, não são confiáveis. Palocci que o diga. Bateu
continência e foi defenestrado.
Enquanto o Jornal Nacional dava 10 horas de Mensalão em horário
nobre, o PT não conseguia nem sequer ouvir um editor de revista, o
Policarpo Jr, da Veja, na CPI do Cachoeira. Quiçá ouvir o
procurador-geral, Roberto Gurgel, que precisa explicar porque não
investigou a quadrilha do Carlinhos Cachoeira. No Congresso Nacional, o
PT leva de 10 a 0.
VEJA ASSOCIA LULA A ASSASSINATO E "ESTUPRA" O JORNALISMO
"O pasquim de extrema
direita não tem limites e nem senso do que é real e irreal; justo e
injusto, porque as autoridades políticas, inclusive as do PT, não
efetivam o marco regulatório das mídias"
Veja — a revista porcaria — continua a pavimentar, com denodo e
dedicação, sua trilha de sujeira, a chafurdar em seu próprio esgoto e a
injuriar, a caluniar e a difamar aqueles que ela considera seus inimigos
ideológicos, políticos e comerciais, ainda mais que a Editora Abril
certamente não vai ter um aliado na Prefeitura paulistana a partir de
2013, com a vitória do petista Fernando Haddad e a derrota de seu aliado
tucano, José Serra, nas últimas eleições.
Tal semanário continua, incessantemente, a praticar o verdadeiro e o
autêntico jornalismo de esgoto. É sua marca, índole e essência, e não
importa para o capo Roberto Civita e seus capitães do mato, travestidos
de jornalistas, se a credibilidade da Veja, conhecida também como a
Última Flor do Fáscio, vá para o espaço ou para a lixeira, lugar
apropriado à publicação e que eu sempre a coloco quando a tenho em mãos.
Asco!
DAVIS SENA FILHO
A verdade é que apenas interessa a tal pasquim de péssima qualidade
editorial macular o nome dos políticos e autoridades que não se submetem
aos ditames políticos e empresariais do dono de uma empresa que vive
comercialmente à sombra do poder público controlado há 20 anos pelos
tucanos do PSDB, em São Paulo, bem como sustentada pela publicidade
oficial do Governo Federal.
É a ditadura da imprensa de negócios privados a agir por meio do
pensamento único e a querer submeter seus leitores e as pessoas
desavisadas ou incautas a seus interesses mercantis e políticos, por
intermédio de matérias criminosas, pérfidas e maliciosas, com
características declaratórias, sempre em off e de conotação golpista. É a
Veja, à la Murdoch,que publica um jornalismo bandido e se associa,
durante anos, ao seu principal pauteiro e editor — o bicheiro preso
Carlinhos Cachoeira.
A Veja bandida, mafiosa e desditosa. O pasquim de extrema direita não
tem limites e nem senso do que é real e irreal; justo e injusto, porque
as autoridades políticas, inclusive as do PT, não efetivam o marco
regulatório das mídias, bem como o Judiciário é complacente com o
jornalismo declaratório, cujos advogados aproveitam a ausência de regras
para os meios de comunicação, bem como usam as brechas da lei para
impedir que seus clientes jornalistas, bem como seus chefes, os donos de
propriedades cruzadas dos meios de comunicação, não sejam punidos pela
Lei, além de evitarem que eles paguem multas e os custos dos processos
daqueles que os processaram.
Enquanto países vizinhos do Brasil estão a regulamentar os negócios dos
barões midiáticos, os brasileiros ficam à mercê de empresários e
jornalistas compromissados com os interesses mercantis das elites
econômicas brasileiras e internacionais, a boicotar governantes
trabalhistas e a derrubar autoridades constituídas sem acusações
formalizadas e culpas comprovadas, como ocorreu com os ministros Carlos
Lupi e Orlando Silva, somente para citar esses, além de terem quase
conseguido derrubar o governador do PT do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz.
É a ditadura da imprensa e do pensamento único cujo produto — a notícia —
é consumido e repercutido por parte de uma classe média retrógada,
preconceituosa e reacionária, pois age como um vetor do conservadorismo,
porque seus princípios e valores são os mesmos das classes dominantes
controladoras de terras e dos meios de produção, que geram poder
econômico e político e, consequentemente, causam a tolerância e a
impunidade por parte do Judiciário (STF, STJ, TJ, PGR e MP) com os
jornalistas e seus patrões.
A imprensa oligarca que publica e veicula matérias nitidamente
oposicionistas aos governos trabalhistas, do jeito e da forma que quer,
sem se preocupar, todavia, com a veracidade dos fatos e dos
acontecimentos. A mídia de profissionais que não temem serem punidos, ao
menos questionados sobre suas ilações, acusações e agressões, porque
sabem que não existe lei de imprensa (não confundir com censura),
regulamentação do setor midiático, conforme a Constituição, além do
enfraquecimento da classe trabalhadora dos jornalistas cujos diplomas
ainda existem, mas não são mais exigidos para que as empresas que
pertencem basicamente a dez famílias possam ter um maior controle do
sistema de trabalho, das políticas de contratações e salariais e dessa
forma diminuir o poder de reivindicação dos trabalhadores.
Com isso, os empresários conseguiram enfraquecer o papel dos sindicatos e
da Fenaj, federação de jornalistas que se aproximou da ANJ (associação
patronal), na primeira década deste século. Consequentemente, a Fenaj
levou uma punhalada pelas costas. Até hoje, a entidade laboral,
envergonhada e desmoralizada, corre atrás do diploma no Congresso, a fim
de restabelecê-lo, pois perdeu a credibilidade perante a categoria. Bem
feito, quem mandou representante de classe trabalhadora puxar o saco de
patrão. E logo dos barões da imprensa, os patrões mais atrasados e
reacionários de toda a classe empresarial, que foi atendida nesse caso
pela maioria dos juízes burgueses do STF. Deu nisso: a Fenaj foi
humilhada. Um fiasco.
Por sua vez, a Veja, a revista da marginal, resolve, em prazo máximo de
um mês e por intermédio de duas publicações, incluir o presidente mais
popular e respeitado no exterior da história do Brasil no episódio da
morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, bem como envolvê-lo
no caso do “mensalão”, que, apesar dos juízes oposicionistas e de
direita do STF, está ainda para ser provado. As duas matérias
emporcalhadas da revista porcariacitam o presidente Lula, mas o acusador
ou denunciante não tem nome, as frases (aspas) são em off e
evidentemente o material jornalístico não foi gravado (é a praxe),
porque aVeja pode ser um detrito sólido de vaso sanitário, mas a
rapaziada que trabalha lá não dá ponto sem nó e procede assim porque
sabe que ser jornalista de empresa de comunicação grande e rica no
Brasil é a mesma coisa do que estar livre de punições, multas, processos
ou cadeia. É como se a cidadania dessas pessoas fosse à parte do
conjunto da população brasileira.
Por isto e por causa disto, o presidente Lula, o maior líder popular das
Américas e que saiu do poder com 83% de aprovação (índice maior do que o
do mito Nelson Mandela) tem de aguentar ofensas, ignomínias e acusações
desabonadoras de uma corja de sacripantas movidos pelo ódio de classe,
interesses econômicos e pelo preconceito ideológico, combustíveis da
intolerância e da violência. São esses golpistas que detestam afirmações
do líder trabalhista, como esta: “Optamos pelo desenvolvimento aliado à
distribuição de renda. Nos últimos anos, o meu País integrou a agenda
social à agenda econômica, numa equação em que toda a sociedade ganha.
Nos últimos anos, 28 milhões de brasileiros saíram da pobreza e quase 40
milhões entraram na classe média” — comentou. Por fim, Luiz Inácio Lula
da Silva alertou os gestores públicos que a opção pelo desenvolvimento e
pelos investimentos tem um custo político, mas é recompensadora, e
envolve “muito mais do que dar comida a famintos”. E concluiu: “O
dinheiro na mão dos pobres transforma-se rapidamente em comida, roupa e
material escolar, e dinamiza o conjunto da economia, num círculo
virtuoso”.
Precisou um operário, intelectual orgânico, migrante de Pernambuco, que
conhece o povo, sem curso superior, mas sabedor da dor da fome, da
pobreza e da ausência de condições de vida dignas para viver, ensinar os
“doutores” compromissados com o status quo e com oestablishment sobre
economia, sociologia, direito, psicologia, engenharia, finanças,
filosofia e, principalmente, sobre solidariedade, respeito e
consideração pelo povo brasileiro e pela autonomia, independência e
autodeterminação do Brasil. Lula foi um presidente republicano,
democrata e justo, pois defensor do estado democrático de direito.
Enquanto isso, os “doutores” venderam o País, submeteram-se ao FMI, não
criaram condições de emprego e renda e mostraram, de forma subalterna, o
imenso complexo de vira-lata que toma conta das almas e das mentes
colonizadas das classes dominantes brasileiras de princípios
alienígenas.
O mandatário Lula, ao contrário dos governantes “doutores”, jamais
reprimiu qualquer classe trabalhadora, movimento social ou sindical,
recebeu no Palácio do Planalto os catadores de lixo, respeitou a
Constituição e as regras do jogo democrático. E mesmo assim foi acusado
por uma mídia mentirosa e corrupta até de ditador e censor. Absurdo
incomensurável e má-fé na veia da imprensa comercial e privada (privada
nos dois sentidos, tá?), de alguns juízes do STF nomeados por ele e do
procurador geral Roberto Gurgel, o prevaricador da República do
Cachoeira, do Demóstenes Torres e dos empregados da Veja e da Época,
Policarpo Jr. e Eumano Silva. O procurador midiático, de direita e
aliado da Veja, autora de reporcagens fascistas. A minha desconfiança me
leva a pensar que quem está por trás das matérias em off de tal pasquim
é o tal procurador, que para mim e para o senador Fernando Collor
deveria sofrer um impeachment por parte do Senado. Nada mais emblemático
e sintomático do que o Collor questioná-lo duramente, por ter
renunciado a Presidência e por isso ter também conhecimento o suficiente
quando afirma que Gurgel prevaricou e “protege os bandidos da Veja”.
São essas coisas que acontecem ainda no Brasil. Bem feito! Quem manda
não criar o marco regulatório para as mídias. Quem manda não existir lei
específica com o objetivo de garantir o direito de resposta de forma
rápida e com espaço igual à vítima de acusações levianas e mentirosas.
Os contrários afirmam que já existe a lei penal etc. e tal. Mas não
adianta, porque os juízes tendem dar causa ganha ao agressor, à máquina
midiática. Tem de ter lei específica e que acelere a punição ao
caluniador e difamador e assegure o direito de defesa de quem foi
injustiçado. O que esses barões de imprensa fazem com o Lula é
hediondo. É a covardia que remonta o que eles fizeram, através das
décadas, com o Getúlio, com o Jango e com o Brizola. A direita conhece
os trabalhistas de longe, bem como sabe quem é o líder político
carismático e o “dono” dos votos. Lula é mais do que a Dilma e o Haddad.
Foi ele que os elegeu. A direita política e empresarial não reconhece a
realidade ao tempo que sim, pois, do contrário, não se incomodariam e
não perseguiriam tanto o operário, fundador da CUT e do PT, além de
algoz dos conservadores. A Veja e seus coirmãos tem seu lugar na
história: a lixeira. É isso aí.
Por Ricardo Kotscho Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2006, o sujeito viu a manchete do jornal na banca e não se conformou. "Esse aí, só matando!", disse ao dono da banca, apontando o resultado
da última pesquisa Datafolha que apontava a reeleição de Lula. Passados seis anos desta cena nos Jardins, tradicional reduto tucano
na capital paulista, o ódio de uma parcela da sociedade _ cada vez
menor, é verdade _ contra Lula e tudo o que ele representa só fez
aumentar. Nem se trata mais de questão ideológica ou de simples preconceito de
classe. Ao perder o poder em 2002, e não conseguir mais resgatá-lo nas
sucessivas eleições seguintes, os antigos donos da opinião pública e dos
destinos do país parecem já não acreditar mais na redenção pelas urnas. Montados nos canhões do Instituto Millenium, os artilheiros do
esquadrão Globo-Veja-Estadão miraram no julgamento do chamado mensalão,
na esperança de "acabar com esta raça", como queria, já em 2005, o
grande estadista nativo Jorge Bornhausen, que sumiu de cena, mas deixou
alguns seguidores fanáticos para consumar a vingança. A batalha final se daria no domingo passado, como consequência da
"blitzkrieg" desfechada nos últimos três meses, que levou à condenação
pelo STF de José Dirceu e José Genóino, duas lideranças históricas do
PT. Faltou combinar com os eleitores e o resultado acabou sendo o oposto
do planejado: o PT de Lula e seus aliados saíram das urnas como os
grandes vencedores em mais de 80% dos municípios brasileiros. E as
oposições continuaram definhando. Ato contínuo, os derrotados de domingo passado esqueceram-se de
Dirceu e Genoíno, e mudaram o alvo diretamente para Lula, o inimigo
principal a ser abatido, como queriam aquele personagem da banca de
jornal e o antigo líder dos demo-tucanos. Não passa um dia sem que qualquer declaração de qualquer cidadão
contra Lula vá para a capa de jornal ou de revista, na tentativa de
desconstruir o legado deixado por seu governo, ao final aprovado
por mais de 80% da população _ o mesmo contingente de eleitores que
votou agora nos candidatos dos partidos por ele apoiados. Enganei-me ao prever que teríamos alguns dias de trégua neste
feriadão. Esta é uma guerra sem fim. Quanto mais perdem, mais furiosos
ficam, inconformados com a realidade que não se dobra mais aos seus
canhões midiáticos movidos a intolerância e manipulação dos fatos. O país em que eles mandavam não existe mais. *Nassif
A democracia só é boa se a 'elite' estiver no comando, com o povo no poder é melhor a tirania da imprensa corrupta brasileira e seus aliados da mesma laia, PSDB, DEM e PPS. Esses partidos estão atolados em corrupção, mas são vendidos pelo braço armado da aristocracia brasileira como honestos. Para eles não tem o peso da denúncia, escondem as acusações do livro A Privataria Tucana,
deixam prescrever os crimes de Raul Jungmann, do PPS, esquecem do
deputado Leréia, do PSDB, amigo pessoal de Cachoeira e fingem que não
vêem a corrupção de Marconi Perillo, do PSDB. E, assim, de esquecimento em esquecimento, fazem o jogo do poder para voltar a nos escravizar. São
os descendentes dos donos das Capitanias Hereditárias, que não querem
dividir a riqueza do país com todos, se acham no direito heriditário de
nos aprisionar na pobreza. O país que o jornal Estadão quer para os brasileiros
é aquele antigo, cheio de empregadas domésticas, onde a 'elite' se
lambuzava, onde dois aeroportos e três aviões davam conta de todos os
viajantes, é aquele onde se comia arroz e feijão, é aquele que falava em
'caristia' e que tinha 80% de analfabetos e que não votavam. É
aquele em que favela era favela e não comunidade, onde moravam os negros
e os pobres e que viviam de cabeça baixa e não olhavam nos olhos da
'elite'. É aquele onde carro era para muito poucos. É aquele que era escravo. do blog do APOSENTADO INVOCADO
Se estivesse vivo, no último dia 26
de outubro, Darcy Ribeiro teria completado 90 anos e estaria possesso
com a forma como hoje se trata a questão indígena no Brasil. Dos maiores antropólogos do País, após passar a vida dedicando-se a
pensar a educação e os índios brasileiros, o mineiro de Montes Claros
morreu, em 1997, na Brasília que viu dele nascer a UNB, uma universidade
criada à frente de seu tempo. Prezada leitora escreve estranhando não ter visto aqui comentado o episódio com os índios Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. Fosse apenas uma confusão na titulação de terras, como querem
fazer-nos crer, seria apenas mais uma bobagem de órgãos governamentais
mal geridos. Não é. Explico: assim como o retrocesso na preservação ambiental, que trouxe
o novo Código Florestal, também as terras indígenas logo servirão
interesses financeiros que cobrem o país de cabo a rabo. O cabo no setor de mineração e o rabo na expansão estatal e privada do setor energético. Entre os dois, a falácia de sempre: o uso de folhas e telas
cotidianas para nos convencer de que o crescimento da produção
agropecuária se faz ao custo da destruição da vida. Nesta, entendidos
fauna, flora, índios, valores culturais e paremos por aí, para não
excitar a repressão comentarista. Em discussão, 170 índios que não querem sair de uma área de 10.000
m². Ou um hectare, sabem os leitores. Vamos repetir: um hectare. Se procurarmos áreas particulares de lazer com essa dimensão, apenas ao redor da capital paulista, as encontraremos em milhares. O último Censo Agropecuário (IBGE 2006) revelou utilizarmos 250
milhões de hectares em lavouras e pastagens. Pelo menos, outros 150
milhões ainda poderão ser usados para alimentar, fibrilar e energizar o
planeta no futuro. Poder-se-ia, pois, recomendar paciência com os Guarani-Kaiowá. Também do IBGE, é uma pesquisa divulgada neste ano, com dados de
2010, mostrando que 817.963 pessoas se autodeclararam indígenas, o
equivalente a 0,4% dos residentes no Brasil. http://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf Deles, quase 40% vivem em áreas urbanas. Já quase eram. Os demais 500
mil são os que se irritam quando autoridades, como o governador do Mato
Grosso do Sul, Antônio Puccinelli (PMDB), impedem-nos de viverem onde
sempre viveram. A taxa de crescimento populacional entre indígenas diminuiu 10 vezes
na última década se comparada ao período 1991/2000. Deu para perceber o
que está rolando, certo? Mais: a maior concentração deles localiza-se na Região Norte,
ambiente amazônico onde predominam seus meios de cultura e vivência. No resto do País, com o nome de etnogênese, repete-se com os índios o
mesmo êxodo que trouxe massas rurais para o convívio urbano, com
resultados conhecidos. Taí, dirão os de sempre, se são tão poucos, pra que tanta terra? Taí, direi eu, travestido da crueldade que se costuma dedicar às minorias, se eles estão acabando, não dá para esperar? *Nassif