Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, novembro 05, 2012
Ley de Medios. Eu sou argentino!
Por Altamiro Borges
A mídia hegemônica não descansa e vive em permanente estado de guerra.
Passadas as eleições municipais, em que ela apostou tudo no “show do mensalão” para evitar o desastre completo da oposição demotucana nas urnas, ela agora afia as suas armas para duas novas batalhas.
Uma no front interno, com a tentativa de criminalizar o ex-presidente Lula.
E outra no front externo, com a aproximação da data do fim do monopólio do Clarín na Argentina.
A máfia midiática do planeta se une para derrotar a presidenta Cristina Kirchner.
Uma guerra aberta, frontal
No país vizinho, a situação já é de guerra aberta, frontal. Manifestações favoráveis e contrárias à “Ley de Medios”, que democratiza os meios de comunicação, são diárias e agitam até os estádios de futebol.
A guerra também já está sendo travada nas emissoras de tevê.
Os dois canais do Grupo Clarín – TN (Todo Notícia), no cabo, e El Trece, na TV aberta – promovem ataques raivosos ao governo.
Jorge Lanata, âncora de um programa no El Trece, faz imitações grosseiras contra a presidenta Cristina Kirchner.
Já o governo responde através da TV Pública.
Ele procura esclarecer que a Ley de Medios, que entrará em vigor no dia 7 de dezembro, visa garantir maior pluralidade e diversidade na radiodifusão.
Aprovada em 2009, ela limita as licenças dos grupos midiáticos.
Para o Clarín, que controla vários veículos desde a época da ditadura militar, ela será fatal.
O império terá que se desfazer de várias emissoras de rádio e tevê.
O seu espaço será ocupado por canais comunitários.
O governo abrirá concurso para definir os futuros donos.
Com a proximidade do 7 de dezembro – o 7D da Democracia –, a guerra entre os dois campos se acirra.
O Grupo Clarín já foi derrotado no Congresso, no Judiciário e nas ruas, com massivos atos de apoio à lei. Mas ele resiste.
Para o sociólogo Martín Becerra, “o cenário mais provável é que o Clarín tente ganhar tempo, apresentando um plano de adequação indicando empresários aliados como testas de ferro, algo que o governo não aceitará.
Haverá outra batalha judicial que daria ao grupo tempo para desenhar outras estratégias”.
A falta de coragem política no Brasil
É neste cenário de confronto que os barões da mídia da América Latina – reunidos no antro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – e do mundo inteiro se unem para salvar o império do Clarín.
Na semana passada, o Jornal Nacional da TV Globo divulgou longa matéria contra o “atentado à liberdade de expressão” na Argentina.
Os jornalões também já publicaram vários editorais e artigos sobre o tema.
Esta será a principal batalha, no front externo, dos donos da mídia nativa.
Eles temem uma “epidemia” na região.
Nesta guerra aberta não há espaço para vacilações.
Diante da fúria monopolista dos barões da mídia, eu sou argentino!
Na verdade, só lamento que o governo Dilma não tenha a mesma coragem da presidenta Cristina Kirchner para estimular um debate democrático sobre este tema tão estratégico na atualidade.
Talvez a entrada em vigor da Ley de Medios ajude a espalhar esta “epidemia” democratizante em nosso país. A conferir!
do blog Ficha Corrida
*cuttucandodeleve
domingo, novembro 04, 2012
FHC está com
Cerra e não abre
Ou seja, Aécio, lixe-se. São Paulo não vai entregar a rapadura a Minas.
Saiu no Estadão o gorduroso artigo do Farol de Alexandria, cujo estilo reflete a ambiguidade e a hipocrisia de suas posições políticas:
Hora de balanço
É um conjunto de obviedades sobre a derrota do PT nas eleições municipais, a retumbante vitória do PSDB em Manaus e Belém, e a agenda “progressista” que o PSDB deve assumir, agora movido pelo excelente resultado em São Paulo.
A certa altura, o Máximo-Guru tucano sai-se com essa:
Ser jovem não assegura ser portador de mensagem renovadora e tê-la é a questão estratégica central. Carlos Mello, em artigo publicado neste jornal, afirmou que o PSDB era originariamente “liberal na economia, social-democrata nas políticas públicas e progressista nos costumes”.
Ou seja, Aécio, lixe-se.
São Paulo não vai entregar a rapadura a Minas.
E, quanto ao “progressista nos costumes”, essa é a parte do programa do partido que vai ser escrita pelo Silas Malafaia.
Em tempo: por que o FHC não fala mal do Cerra (em público) ? Será que só o Sergio Motta seria capaz de desvendar esse mistério ?
Paulo Henrique Amorim
Violência: a forma como os policiais se auto-destroem
A vida de policial é muito difícil. Uma grande parcela deles desenvolve
problemas psicológicos graves. Alcoolismo, consumo de drogas,
depressão, problemas sérios com esposa e filhos, etc.
Comparado com o resto da sociedade, os policiais tem mais problemas
psicológicos. Já tratei de vários deles, e aprendi muito sobre alguns
comportamentos que os destroem.
Antes, porém, sugiro que leiam o texto abaixo:
"Na madrugada do dia 31 de outubro, centenas de policiais militares com
cavalaria, cachorros e viaturas da Rota invadiram a comunidade São Remo
- vizinha à USP, que existe há mais de 40 anos e, onde moram mais de
13 mil pessoas - arrombando casas de trabalhadores muitos dos quais
funcionários efetivos e terceirizados da USP.
Uma companheira, funcionária da USP, que teve sua porta arrombada,
pelos coturnos dos soldados, pediu o mandado judicial e recebeu dois
tapas, no rosto, de um policial que gritava: - está aqui!. Em várias
outras casas, os policiais quebraram móveis, eletrodomésticos e, quando
os moradores protestaram dizendo que eram trabalhadores, ouviram dos
policiais que quem mora na favela e não paga IPTU é bandido". Continue lendo
Quero discutir esta triste situação sob a ótica da saúde mental dos policiais.
Qual a origem social destes policiais: a mesma das pessoas que eles
agrediam livremente. Eles desqualificam estas pessoas, que poderiam ser
seus parentes, amigos ou filhos. Cria-se um condicionamento mental: a
agressividade deve ser direcionada para aqueles que são como eu - um
"lixo".
Agressividade mais auto-desqualificação atua na mente destes profissionais gerando alta dose de ansiedade e angústia.
Quem treina para usar a agressividade em um momento da vida, aprende a gerar a agressividade em todos os momentos. É como diz uma frase atribuída a Nietzsche: "a pessoa belicosa em momentos de paz briga com ela mesma".
Atribuo grande parte do sucesso dos tratamentos que fiz com policiais ao descondicionamento da agressividade dirigida às pessoas mais humildes. É a melhor forma deles aprenderem a não cultivar as várias formas de agressividade na vida cotidiana.
Policial deve ter autoridade. Sem isso, não há como trabalhar. Outra coisa é o autoritarismo, que é o primeiro incentivo para a perda de controle na hora do trabalho e em outros momentos.
Todo policial deve ser treinado para ser educado, firme e delicado. É a melhor forma de controle do stress e a melhor forma de gerar um vínculo positivo com as pessoas (o que facilita seu trabalho).
Não existe contradição entre ter autoridade e ser educado, firme e delicado. O primeira passo é se defender.
O policial de índole agressiva, que se auto-desvaloriza, costuma se colocar em risco. Vou
dar um exemplo: o policial para um carro. Vai até a porta e manda o
sujeito sair do carro, intimida, etc. Se o sujeito tiver uma arma nem dá
tempo dele reagir. Ele acha que sua postura agressiva o protege, mas é
o oposto.
O policial que gosta de si faz assim: para o carro e, se
protegendo, manda o sujeito sair do carro. Ao ter certeza que não há
risco para si, manda delicadamente o sujeito virar de costas, para ser
revistado educadamente. São várias proteções anti-stress: se defender, ser delicado, ser educado, etc. A autoridade deve ser preservada, sem ela não há serviço bem feito.
Este mecanismo de PROTEÇÃO MENTAL é extremamente importante para toda a
sociedade. Principalmente para os mais pobres, que sofrem mais abusos e
para a polícia e seus familiares.
Seria muito mais fácil capturar bandidos se a população tivesse um laço
mais profundo com a polícia. Haveria uma rede de informação muito mais
eficiente. Seria mais fácil capturar estes assassinos que tem matado
policiais, aqui no estado de SP. Todos sairiam ganhando, pois onde a
educação, a delicadeza e o respeito prevalecem é mais fácil de trabalhar
- justamente porque o stress diminui muito e a racionalidade/eficiência aumenta.
Esta filosofia tem sido vitoriosa em vários casos que atendi. Uma vida
melhor para os policiais, suas famílias e mais eficiência no combate ao
crime.
Todos somos seres humanos e todos merecemos viver bem, felizes e
satisfeitos. O respeito e o controle da agressividade é parte
fundamental desta conquista.
O que você acha? Comente, sua opinião é muito bem vinda.
Regis MesquitaNo Psicologia Racional
McDonald´s: A propaganda que encobre a exploração
Para fugir de uma multa milionária por não oferecer condições básicas de trabalho a seus funcionários, McDonald’s firma acordo com o Ministério Público para financiar propaganda contra o trabalho infantil |
Por Michelle Amaral
“Uma vez eu estava com uma bandeja cheia de lanches prontos para serem entregues e escorreguei. Quando ia caindo no chão, meu coordenador viu, segurou a bandeja, me deixou cair e disse: ‘primeiro o rendimento, depois o funcionário’”, conta Kelly, que trabalhou na rede de restaurantes fast food McDonald´s por cinco meses.
“Lá você não pode ficar parado, se sentar leva bronca”, relata Lúcio, de 16 anos, que há 4 meses trabalha em uma das lojas da rede na cidade de São Paulo.
“Você não tem tempo nem para beber água direito”, completa José, de 17 anos.
“Uma vez eu queimei a mão, falei para a fiscal e ela disse para eu continuar trabalhando”, lembra o adolescente.
Maria, de 16 anos, ainda afirma que, apesar da intensa jornada de trabalho nos restaurantes, recebe apenas R$ 2,38 por hora trabalhada.
Os relatos acima retratam o dia-a-dia dos funcionários do McDonald´s.
Assédio moral, falta de comunicação de acidentes de trabalho, ausência de condições mínimas de conforto para os trabalhadores, extensão da jornada de trabalho além do permitido por lei e fornecimento de alimentação inadequada são algumas das irregularidades apontadas por trabalhadores da maior rede de fast food do mundo.
Somente no Brasil, o McDonald´s tem mais de 600 lojas e emprega 34 mil funcionários, em sua maioria jovens de 16 a 24 anos.
“Quando se é adolescente, você vê as coisas acontecerem, mas não vê como assédio moral, nem nada do tipo. Mas humilhações são constantes. Já fui puxada pela orelha por uma gerente por demorar em um atendimento”, completa Kelly.
As relações de trabalho impostas pelo McDonald´s são objetos de estudo de muitos pesquisadores.
Do mesmo modo, pelas irregularidades recorrentes, a rede de fast food é alvo de diversas denúncias na Justiça do Trabalho.
Em São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis e Restaurantes de São Paulo (Sinthoresp), ao longo dos anos, tem denunciado as más condições a que são submetidos os funcionários do McDonald´s.
Recentemente, resultou em uma punição ao McDonald´s uma denúncia feita há quinze anos pelo sindicato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) da 2ª Região, em São Paulo.
Trata-se de um acordo que, além de exigir o cumprimento de adequações trabalhistas, estabelece o pagamento de uma multa de R$ 13,2 milhões.
Desse valor, a rede de fast food deve destinar R$ 11,7 milhões ao financiamento de publicidade contra o trabalho infantil e à divulgação dos direitos da criança e do adolescente durante os próximos nove anos.
Além disso, a rede deve doar R$ 1,5 milhão para o Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O compromisso foi firmado em outubro de 2010 e passou a valer em janeiro deste ano.
As investigações realizadas pelo MPT a partir da denúncia do Sinthoresp confirmaram as seguintes irregularidades: não emissão dos Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT); falta de efetividade na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; licenças sanitárias e de funcionamento vencidas ou sem prazo de validade, prorrogação da jornada de trabalho além das duas horas extras diárias permitidas por lei, ausência do período mínimo de 11 horas de descanso entre duas jornadas e o cumprimento de toda a jornada de trabalho em pé, sem um local para repouso.
O MPT também apontou irregularidades na alimentação fornecida aos trabalhadores: apesar de oferecer um cardápio com variadas opções, o laudo da prefeitura de São Paulo reprovou as refeições baseadas exclusivamente em produtos da própria empresa por não atender às necessidades nutricionais diárias.
Em relação à alimentação, o McDonald´s chegou a ser condenado, em outubro de 2010, pela Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em R$ 30 mil um ex-gerente que, após trabalhar 12 anos e se alimentar diariamente com os lanches fornecidos pela rede de fast food, engordou 30 quilos.
Processo
Segundo o advogado do Sinthoresp, Rodrigo Rodrigues, a denúncia feita em 1995 referia-se “aos maus tratos que sofriam os funcionários do McDonald’s devido às várias reclamações deles aqui no nosso sindicato”.
O advogado do Sinthoresp relata que o MPT chegou a realizar uma consulta pública com todos os envolvidos no caso.
Após isso, ajuizou uma ação civil pública em março de 2007.
Em 2008, houve a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que estipulava prazos para o cumprimento das adequações.
Ao comprovar que as exigências não estavam sendo cumpridas, o MPT ameaçou aplicar uma multa milionária à rede.
Para fugir da punição, o McDonald’s firmou esse novo acordo em outubro de 2010.
De acordo com a procuradora do trabalho Adélia Augusto Domingues, o MPT está em processo de tratativas com a rede de fast food para a implementação de todas as adequações necessárias.
“O processo terá o acompanhamento do Ministério Público do Trabalho em todas as etapas, até que as adequações sejam completamente realizadas”, afirma Domingues.
A procuradora acredita que o acordo firmado com a rede beneficiará os funcionários.
“Esses ajustes são positivos e importantíssimos para os empregados da empresa, que na maioria são adolescentes que requerem, sem dúvida, cuidados especiais, em razão de encontrarem-se na fase do processo de desenvolvimento físico, mental e social”, defende.
A reportagem procurou o McDonald’s que, através de sua assessoria de imprensa, encaminhou um comunicado no qual afirma que os termos do acordo se alinham com a cultura da empresa de respeitar as leis do país e contribuir ativamente nas comunidades onde atua.
“Acreditamos também que campanhas educativas e a doação do equipamento médico, como consta do acordo, poderão beneficiar a sociedade como um todo”, diz o informe.
A rede
De acordo com dados do site do McDonald’s, no ano de 2009 a rede estava presente em 118 países e possuía 31 mil lojas onde trabalhavam 1,6 milhão de funcionários.
A sede mundial da McDonald’s Corporation fica nos Estados Unidos e, nos demais países do mundo, a rede opera por meio de franquias.
O McDonald’s chegou ao Brasil em 1979 e, desde 2007, a Arcos Dourados é a franqueadora do McDonald’s no país e na América Latina.
A Arcos Dourados tem como sócios os fundos Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o DLJ South America Partners, fundo ligado ao Credit Suisse, e o Capital International, do The Capital Group Companies.
O lucro da rede de fast foods no Brasil em 2009, conforme informações do site, foi de R$ 3,45 bilhões.
Já em 2010, em todo o mundo, o McDonald´s obteve lucro de 4,95 bilhões de dólares.
*Os nomes dos funcionários citados na matéria são fictícios.
Outros processos contra o McDonald’s
Discriminação em processo seletivo
Em janeiro de 2010, o Ministério Público do Trabalho da Paraíba iniciou uma investigação contra a rede de fast food por discriminação em um processo seletivo.
O McDonald´s publicou um anúncio de vagas de emprego em que determinava que os candidatos deveriam ter entre 18 e 22 anos.
De acordo com o artigo 7º da Constituição Federal de 1988, é proibido utilizar como critério de admissão sexo, idade, cor ou estado civil.
Esses critérios são considerados discriminatórios, pois ferem o princípio de igualdade nas relações de trabalho.
Não garantia de alimentação saudável a seus funcionários
O McDonald´s foi condenado, em outubro de 2010, pela Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em R$ 30 mil um ex-gerente que, após trabalhar 12 anos e se alimentar diariamente com os lanches fornecidos pela rede de fast food, engordou 30kg.
Já em 2009, em Riberão Preto (SP), o 15º Tribunal Regional do Trabalho condenou o McDonald’s a pagar ao ex-funcionário Rafael Luiz uma indenização de R$ 2 mil, correspondentes ao valor de cestas básicas durante cerca de dois anos – período em que ele trabalhou na rede de fast food.
O juiz Ricardo de Plato, que emitiu a sentença, afirmou que é de “conhecimento público e notório” que a ingestão diária dos lanches da rede, “ em substituição a uma das principais refeições do dia, por um longo período de tempo, é prejudicial” à saúde.
Falta de higiene e cuidados no preparo dos alimentos
Em 2006, no Texas (EUA), uma família abriu um processo contra uma das lojas franqueadas da rede de restaurantes fast food por ter encontrado um rato morto em uma salada comprada no local.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/mcdonald%C2%B4s-a-propaganda-que-encobre-a-exploracao/
Fonte: CartaCapital
*cutucandodeleve
A DIREITONA REPETE - Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário
"As raízes do golpismo da direita brasileira"
Até
1930 a direita brasileira dispunha a seu bel prazer do Estado,
colocava-o totalmente a serviço dos interesses primário-exportadores,
desconhecendo as necessidades das classes populares. Getúlio fez a
brusca transição de um presidente – Washington Luiz, carioca adotado
pela elite paulista, como FHC – que afirmava que “Questão social é questão de polícia”, para o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores pelo Estado.
Com o surgimento da primeira grande corrente de caráter popular, a direita passou a ficar acuada. A democratização econômica e social foi seguida da democratização politica, com o processo eleitoral consagrando as candidaturas com apoio popular, Sucessivamente, em 1945, 1950, 1955, a direita foi derrotada e acostumou-se a bater na porta dos quarteis, pedindo golpe militar.
Sentido-se esmagada pelas derrotas, a direita chegou a pregar o voto qualitativo, em que, segundo eles, o voto de um médico ou de um engenheiro valeria 10, enquanto o de um trabalhador (“marmiteiro”, diziam eles, zombando dos trabalhadores que levavam marmitas pro trabalho) devia valer 1. Só assim poderiam ganhar.
A efêmera vitória de 1960, com a renúncia do Jânio, foi sucedida pela nova tentativa e golpe militar de 1961 e, logo depois, pelo golpe efetivamente realizado em 1964. Só pela força e pelo regime de terror a direita conseguiu triunfar e colocou em prática sua revanche contra o povo, pela repressão e pela expropriação dos direitos da grande maioria.
Foi no final da ditadura, com uma votação indireta, pelo Colégio Eleitoral, passando pela morte de Tancredo, que a direita deu continuidade a seus governos, agora com um híbrido de ditadura e de democracia, mas que favoreceu a eleição de Collor, outra versão da direita. Tal como Jânio, teve presidência efêmera.
O governo FHC foi a melhor expressão da direita, renovada, reciclada para a era neoliberal. Naqueles 8 anos a direita brasileira pode realizar seu programa, que terminou numa profunda e prolongada recessão e a derrota sucessiva da direita, por três vezes.
A direita repete, na Era Lula, os mesmos mecanismos da Era Getúlio. Enquanto os governos desenvolvem políticas econômicas e sociais que favorecem à grande maioria, recebem dela o apoio majoritário e derrotam sistematicamente a direita, resta a esta atividades golpistas. Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário.
São partidos e mídias cada vez mais minoritários, derrotados em 2002, em 2006, em 2010, voltaram a ser derrotadas agora em 2012. São governos que os derrotam com o apoio das grandes maiorias beneficiárias das suas políticas sociais. Quem não tem povo, apela para métodos golpistas, ontem com os militares e a mídia, hoje com a mídia e o Judiciário.
Com o surgimento da primeira grande corrente de caráter popular, a direita passou a ficar acuada. A democratização econômica e social foi seguida da democratização politica, com o processo eleitoral consagrando as candidaturas com apoio popular, Sucessivamente, em 1945, 1950, 1955, a direita foi derrotada e acostumou-se a bater na porta dos quarteis, pedindo golpe militar.
Sentido-se esmagada pelas derrotas, a direita chegou a pregar o voto qualitativo, em que, segundo eles, o voto de um médico ou de um engenheiro valeria 10, enquanto o de um trabalhador (“marmiteiro”, diziam eles, zombando dos trabalhadores que levavam marmitas pro trabalho) devia valer 1. Só assim poderiam ganhar.
A efêmera vitória de 1960, com a renúncia do Jânio, foi sucedida pela nova tentativa e golpe militar de 1961 e, logo depois, pelo golpe efetivamente realizado em 1964. Só pela força e pelo regime de terror a direita conseguiu triunfar e colocou em prática sua revanche contra o povo, pela repressão e pela expropriação dos direitos da grande maioria.
Foi no final da ditadura, com uma votação indireta, pelo Colégio Eleitoral, passando pela morte de Tancredo, que a direita deu continuidade a seus governos, agora com um híbrido de ditadura e de democracia, mas que favoreceu a eleição de Collor, outra versão da direita. Tal como Jânio, teve presidência efêmera.
O governo FHC foi a melhor expressão da direita, renovada, reciclada para a era neoliberal. Naqueles 8 anos a direita brasileira pode realizar seu programa, que terminou numa profunda e prolongada recessão e a derrota sucessiva da direita, por três vezes.
A direita repete, na Era Lula, os mesmos mecanismos da Era Getúlio. Enquanto os governos desenvolvem políticas econômicas e sociais que favorecem à grande maioria, recebem dela o apoio majoritário e derrotam sistematicamente a direita, resta a esta atividades golpistas. Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário.
São partidos e mídias cada vez mais minoritários, derrotados em 2002, em 2006, em 2010, voltaram a ser derrotadas agora em 2012. São governos que os derrotam com o apoio das grandes maiorias beneficiárias das suas políticas sociais. Quem não tem povo, apela para métodos golpistas, ontem com os militares e a mídia, hoje com a mídia e o Judiciário.
Emir Sader. Sociólogo e cientista político
do blog ContrapontoPIG
*cutucandodeleve
A vida pregressa de alguns figurões do alto clero do jornalismo brasileiro e das empresas para as quais trabalham
por Paulo Jonas de Lima Piva
Eles ganham muito bem, são estrelas, parte orgânica de nossa elite
preconceituosa e com mania de aristocratismo; dizem o que os seus
patrões, patrocinadores e políticos da preferência dos seus patrões e
dos seus patrocinadores esperam que eles digam. São implacáveis com o
PT, com o MST e o Bolsa Família; odeiam Lula, Chávez, Evo, as cotas, o
ENEM e mais ainda a regulamentação da mídia. Em contrapartida, temem e
bajulam Serra, votam no DEM, no PSDB e acham FHC, Gabeira, Marcelo
Freixo e Caetano Veloso o máximo. Desconversam quando o assunto é a
privataria tucana e os índices sociais de antes da ascensão de Lula ao
Planalto. São neoliberais, acreditam nas privatizações e no "Criança
Esperança" como soluções para os problemas do país e, certamente, depois
de passarem o dia manipulando e distorcendo os fatos, oram toda noite
antes de dormir. Refiro-me aqui aos figurões do alto clero do jornalismo
brasileiro, pitbulls conservadores que abusam em hipocrisia e cinismo
ao se colocarem como paladinos da democracia, da ética e da liberdade.
Abaixo, a vida pregressa de alguns desses ideólogos do alto clero do
jornalismo brasileiro e das empresas para as quais trabalham:
Boris Casoy, âncora do telejornalismo da Band e que despreza garis, quando era membro, nos anos 60, do Comando de Caça aos Comunistas (CCC).
Augusto Nunes, comentarista da Veja, e Roberto Civita, dono da Veja, ao fundo, atrás do general Figueiredo. Na frente, em destaque, Paulo Maluf em pleno vigor político.
*Opensadordaaldeia
sábado, novembro 03, 2012
MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO OLHO DO FURACÃO
O furacão Sandy e as alterações climáticas
Entrevistado por Amy Goodman, da Democracy Now!, Mike Tidwell, diretor da Chesapeake Climate Action Network, diz que um furacão como o Sandy que chega tão a norte é tão anormal como nevar na Arábia Saudita. A causa desta anormalidade é a subida da temperatura da superfície do Atlântico.
AMY GOODMAN: Pode falar-nos sobre os novos perigos que vivem as cidades costeiras do Leste dos EUA?
MIKE TIDWELL: Penso que o furacão Sandy deixou claro que atingimos uma nova normalidade no que se refere a tempestades atlânticas tão poderosas que as nossas comunidades costeiras não poderão suportá-las. O espantoso volume de água que vimos em Nova York – novaiorquinos que viveram na cidade toda a vida nunca tinham visto a água atingir o metropolitano como aconteceu agora. Nunca tinham visto carros completamente submersos no East Village e a energia elétrica desligada pela ConEd. Estas são as novas fronteiras de impacto, e claramente as impressões digitais das alterações climáticas estão em toda esta tempestade. O resultado é que agora somos todos cidadãos de New Orleans, em toda a Costa Leste. O nível dos oceanos está a subir. As tempestades são maiores.
Teremos de fazer duas coisas para avançar: uma, deixar de usar combustíveis fósseis que estão a provocar as alterações climáticas. Mas, além disso, vamos ter de começar a construir diques. A menos que queiramos abandonar Nova York, abandonar Baltimore, Washington, Miami, teremos de construir diques e aterros. Nas próximas décadas, mais cedo do que jamais pensamos, a Costa Leste vai ter de estar protegida por diques e aterros tal como New Orleans.
AMY GOODMAN: No seu livro, “The Ravaging Tide: Strange Weather, Future Katrinas, and the Coming Death of America’s Coastal Cities” [“A Maré Devastadora: Tempo Estranho, Futuros Katrinas e a Morte Próxima das Cidades Costeiras da América"], o Mike escreve: “A cidade de Nova York é o grande gigante adormecido dos cenários de desastre dos furacões. Tantos fatores que mutuamente se reforçam apontam para uma catástrofe na maior cidade do país que, de muitas formas, é ainda mais assustadora que New Orleans”. Pode falar-nos sobre o que estamos a ver agora, sobre o efeito em toda a costa e as mudanças políticas que considera terem de ser feitas?
MIKE TIDWELL: Nenhum de nós tinha visto um furacão como este, tão maciço. Eu vivo em Takoma Park, Maryland, nos subúrbios internos de Washington, D.C. E o vento tem vindo a soprar e a fazer um barulho semelhante a um comboio nas últimas 24 horas sem parar. Tivemos faltas de energia na região. Tivemos cheias. O metrô, o comboio e os serviços de autocarros foram cancelados pelo segundo dia. O governo federal deixou de funcionar pelo segundo dia. A vida na capital da nação foi totalmente interrompida. Cenas semelhantes repetem-se em toda a Costa Leste. E Nova York, devido à sua situação geográfica, é o caso pior quando há a elevação das águas que tivemos na noite passada. Os mais de quatro metros de subida das águas superaram em muito a marca mais alta de 1821 – simplesmente espantoso.
E o que é também espantoso, Amy, é que não costuma haver furacões na Flórida no final de outubro. Ora, a apenas dois dias de novembro, este furacão atingiu os Estados Unidos. Mais raro ainda é ter um furacão tão tarde e tão a norte. É o equivalente a ter neve na Arábia Saudita. É completamente anômalo.
Por que está isto a acontecer? Quer dizer, o presidente recusou-se a falar sobre as alterações climáticas, mas claramente as alterações climáticas decidiram falar com ele, poucos dias antes das eleições, com esta tempestade maciça que nasceu das temperaturas elevadas na superfície do mar, a nível recorde, no Atlântico, cinco graus acima do normal, e muitos milhares de milhas de diâmetro em termos da sua área de influência. Este tem de ser o evento que finalmente chame a atenção dos nossos líderes para a política, porque temos tão pouco tempo para deixar de usar combustíveis fósseis que estão a provocar supertempestades como esta, e começar a transição para um mundo que use energia limpa e renovável.
AMY GOODMAN: Explique as causas desta subida das águas. Em Nova York os problemas não foram causados tanto pelas chuvas torrenciais, mas as marés subiram, e o sistema subterrâneo em muitas áreas foi inundado, como em lugares como Red Hook no Brooklyn, em Lower East Side, também, ao longo de Battery Park. O que causou esta subida das águas, mesmo sem chuvas torrenciais?
MIKE TIDWELL: Normalmente chuvas e vento são fatores menores em termos de danos causados por furacões. Os piores danos, como vimos no Katrina e no Wilma, e agora no Sandy, vem das marés altas. Um furacão é um sistema de vento, fortemente compacto, que gira e que está em movimento. E esse vento em rotação e movimento empurra uma gigantesca abóbada de água à sua frente. Literalmente empurra um enorme volume de água, à frente dos ventos em rotação. E quando os ventos atingem a costa, empurram para a terra toda essa água.
O problema de Nova York é que fica numa parte muito rasa da plataforma continental. À medida que o furacão se aproximava, a água foi ficando mais rasa, o que faz com que a abóbada de água na frente do furacão se eleve. Não tem para onde ir senão para cima. E quando se aproxima de Long Island Sound e do Porto de Nova York, afunila-se para o East River. Fica afunilada no rio Hudson. E mais uma vez não tem para onde ir senão para cima. Vemos então as partes da cidade que mal estão acima do nível do mar – são as que ficam inundadas: Battery Park, East Village, ao longo do Hudson. Nova York é extremamente vulnerável por estar ao nível do mar. Mas historicamente este tipo de tempestade não chegava tão a norte. A cidade sobreviveu, mas, infelizmente, penso que à medida que o oceano Atlântico aquece cada vez mais, e cada vez mais a norte, vai haver furacões como este com mais frequência. (Fonte: aqui).
*Dodómacedo
Assinar:
Postagens (Atom)