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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, novembro 08, 2012
GERALDO ALCKMIN EM VÍDEO DE 2006 (!!) SE MOSTRA IRRITADO COM PERGUNTA SOBRE A VIOLÊNCIA DO PCC NO ESTADO DE SÃO PAULO
O governador Geraldo Alckmin não tem desculpa. Ele ocupou e influenciou o poder executivo de São Paulo por pelo menos 13 anos nos últimos 18 anos em que o PSDB está no governo. Foi vice-governador de 95 a 2001 e governador de 2001 a 2006. Este ano, para quem já se esqueceu, é 2012. Ele está há dois anos novamente como governador. Não fez nada.
A crise da violência com o governo do PSDB não tem solução. O governo do PSDB em São Paulo é perverso com a população mais pobre, acentuando a desigualdade brasileira, vide Pinheirinho, o que fortalece ainda mais os grupos criminosos. Assista vídeo em inglês, com legenda, de 2006, em que o governador se irrita com perguntas sobre a violência do PCC.
*Educaçãopolítica
Só o PCC ameaça São Paulo?
Por Antonio Martins
Do Outras Palavras
I.
Ao descrever, num ensaio recente (breve em português, em Outras Palavras), a situação tormentosa vivida pela Grécia, o jornalista Paul Mason, da BBC, recorre à história da Alemanha, às portas do nazismo. Só uma sucessão de erros crassos, mostra ele, pôde permitir que Hitler chegasse ao poder. Mas havia algo sórdido por trás destes enganos. Embora não fosse conscientemente partidária do terror, a maior parte das elites alemãs desejava o autoritarismo, pois já não conseguia tolerar o ambiente democrático da república de Weimar.
As circunstâncias são distintas: não há risco de fascismo no cenário brasileiro atual. Mas é inevitável lembrar de Mason, e de sua observação sobre a aristocracia alemã, quando se analisa a espiral de violência que atormenta São Paulo há cinco meses. Em guerra com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), parte da Polícia Militar está envolvida numa onda de assassinatos que já fez dezenas de vítimas, elevou em quase 100% o índice de homicídios no Estado e aterroriza as periferias.
Pior: a escalada foi iniciada (e é mantida e aprofundada) por integrantes da própria PM, a força que deveria garantir a segurança e o cumprimento da lei no Estado. Mas apesar de inúmeras evidências, o governo do Estado não age para refrear tal atitude. E a mídia omite, ao tratar da onda de mortes, a participação e responsabilidade evidentes da polícia. É como se tivessem interesse em manter, em São Paulo, um corpo armado, imune à lei e ao olhar da opinião pública, capaz de se impor à sociedade e diretamente subordinado a um governador cujos laços com a direita conservadora são nítidos.
Para ocultar o papel de parte da PM na avalanche de brutalidade, a mídia criou um padrão de cobertura. As mortes de autoria do PCC são noticiadas, corretamente, como assassinatos de PMs. Informa-se que o número de crimes deste tipo cresce de modo acelerado — já são 90 vítimas, este ano. Mas se associa a insegurança que passou a dominar o Estado apenas a estes atos. Também informa-se sobre parte das mortes praticadas pela PM — seria impossível escondê-las por completo. No entanto, aceita-se, sempre sem investigação jornalística alguma, a versão da polícia: morreram “em confronto”, depois de terem reagido.
Este estratagema permite silenciar sobre três fatos essenciais e gravíssimos: a) parte da PM abandonou seu compromisso com a lei e a ordem pública e passou a agir à moda de um grupo criminoso, colocando em risco a população e a grande maioria dos próprios policiais, honestos e interessados em cumprir seu papel; b) diante desta subversão do papel da PM, o comando da corporação e o governo do Estado estão, ao menos, omissos; c) procura-se preservar este estado, evitando, recorrentemente, caracterizar a atitude do setor criminoso da polícia e, muito menos, puni-lo.
II.
Algumas iniciativas permitiram, nos últimos dias, começar a quebrar a cortina de silêncios e omissões. O jornalista Bob Fernandes, editor-chefe do Terra Magazine, sustentou, num comentário corajoso, em noticiário da TV Gazeta, que havia algo além do crime organizado, por trás da onda de assassinatos. “Rompeu-se um pacto entre polícia militar e PCC”, frisou Fernandes — e atribuiu a esta ruptura tanto a “guerra” entre os dois grupos como a espiral de morte que se seguiu. “Criminosos matam de um lado? Vem a resposta: alguns, quase sempre em motos, com munição de uso exclusivo de forças policiais, dão o troco e também matam.”
A fala do editor do Terra Magazine teve o mérito de romper o consenso que a mídia fabricava, até então, em torno de uma explicação inconsistente. Mas a que se referiria ele, ao mencionar, em linguagem quase enigmática, a ruptura de um pacto?
Uma das pistas, para encontrar a resposta, é seguir o fio da meada da onda criminosa. Quando ela teria começado? Por quais motivos? Entre o final de maio e o presente, os jornais estão fartos de notícias sobre os assassinatos, sempre no padrão descrito acima. Mas não é difícil encontrar um ponto de inflexão, o momento a partir do qual o cenário se transforma.
Ele situa-se precisamente em 29 de maio. Nesta data, quando ainda não adotava a confirmação sem checagem das versões da Polícia Militar, O Estado de S. Paulo registra um massacre. Seis pessoas foram mortas pela ROTA, uma unidade da PM conhecida pela truculência. Estavam num estacionamento, próximo à favela da Taquatira, Zona Leste da capital. Foram vítimas de um comando constituído por 26 policiais. A própria PM afirmou, na ocasião, que eram integrantes do PCC. Alegou-se que estariam reunidas (num estacionamento?) para “traçar um plano de resgate de um preso”. Segundo as primeiras versões, teriam “atirado contra os policiais”. Apesar de numerosas (segundo a PM, 14 pessoas, das quais três foram capturadas e cinco fugiram), e “fortemente armadas”, nenhum soldado sequer se feriu.
Esta versão fantasiosa foi desmentida logo em seguida. Pouco depois da ação policial, um dos mortos “em confronto” seria executado a sangue frio, por parte dos PMs que haviam participado da operação. Os assassinos agiram em pleno acostamento da rodovia Ayrton Senna, e em área habitada. Uma testemunha presenciou o crime e o denunciou, enquanto acontecia, pelo telefone 190. A sensação de impunidade dos assassinos levou-os a ser fotografados pela próprias câmeras de vigilância da estrada. Nove dos 26 policiais foram presos, horas depois. Destes, seis foram soltos em dois dias. Três — apenas os que teriam praticado diretamente a execução — permaneceram detidos. Não é possível encontrar, nos jornais, informações sobre sua situação atual.
Atingido, o PCC reagiu recorrendo, embora em escala limitada, ao método que marcou sua atuação em 2006. Na região de Cidade Tiradentes, uma das mais pobres da cidade e local de moradia de um dos mortos, o grupo obrigou a população a um toque de recolher no dia do enterro do comparsa, 31 de maio. Tiveram de fechar as portas, entre outras, as escolas municipais Adoniran Barbosa e Wladimir Herzog… Mas, também repetindo o que fizera em 2006, a facção não se limitou a isso. Começaria, logo em seguida, a longa série de assassinatos de policiais militares.
No ano passado, 47 PMs paulistas foram mortos, em serviço ou suas folgas. Não é um número excepcional, para uma corporação que reúne quase 100 mil soldados, exerce atividade de risco e vive sob tensão permanente (o índice anual de suicídios é muito próximo ao das vítimas de homicídio). Em 2012, tudo mudou. Até o incidente fatídico de 29/5, haviam sido contabilizadas 29 mortes de PMs — pouco acima da média registrada no ano anterior. Entre 29/5 e 4/11, os ataques disparam. São 61 novos assassinatos, em apenas cinco meses. Há casos dramáticos: uma policial morta diante de sua filha; um garoto assassinado apenas por ser filho de policial, ocasiões em que as próprias bases da PM são atacadas. Inúmeros relatos narram a situação de pânico vivida por milhares de soldados honestos, cuja vida foi subitamente colocada em risco numa “guerra” provocada por uma minoria.
Mas aos poucos — e aqui começa um dos pontos mais obscuros de todo o episódio –, a PM parece inclinar-se em favor de sua banda violenta. Além de ter provocado o PCC à luta no final de maio, num ataque cujo caráter criminoso está demonstrado, a polícia paulista empenhou-se, nos meses seguintes, em tornar a disputa cada vez mais sangrenta e mais letal para a população civil.
Alguns episódios são emblemáticos desta tendência e da barbárie produzida por ela. Em 10 de outubro, por exemplo, um soldado de 36 anos foi executado em Taboão da Serra, oeste da Grande São Paulo. Dois homens dispararam seis tiros em seu corpo. Nas horas seguintes, no mesmo município, nove pessoas foram assassinadas. Duas delas foram vítimas da ROTA — execuções, segundo testemunhas. As sete outras, em circunstâncias nunca esclarecidas, mas muito assemelhadas às descritas por Bob Fernandes, em seu comentário recente. Poucos dias antes, na Baixada Santista, um outro episódio, em condições muito semelhantes, deixou, em cinco dias, um rastro de quinze mortos. Em nenhum destes casos houve investigações sobre o comportamento dos policiais — nem por parte de seus pares, nem da mídia…
A esta altura é perturbador, porém inevitável, traçar um paralelo. Radicalizar ao máximo a guerra contra o PCC; afogar o “inimigo” em sangue, sem se importar com o risco de atingir a população como um todo, foi a estratégia que prevaleceu na PM em 2006, quando a força enfrentou pela primeira vez o grupo criminoso. Entre 12 e 20 de maio daquele ano, mais de 500 pessoas foram assassinadas em chacinas e execuções na capital, região metropolitana, interior e litoral de São Paulo. A grande maioria não tinha relação alguma com o PCC, como denunciam, desde então, as Mães de Maio. Adotou-se aparentemente a ideia de que deflagrar terror indiscriminado contra a população forçaria o grupo criminoso a recuar, temeroso de perder apoio de suas bases sociais.
III.
Um personagem destacado é comum aos episódios de 2006 e aos de hoje: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Não estava diretamente à frente do Palácio dos Bandeirantes, durante a primeira rebelião do PCC (deixara o posto um mês antes, para concorrer à presidência da República). Mas havia governado o Estado nos seis anos anteriores e executara uma política de segurança considerada ao mesmo tempo brutal e ineficiente. Sua ligação com os acontecimentos ficou patente ao abandonar, de modo abrupto, uma entrevista em que jornalistas britânicos (ao contrário da grande mídia brasileira) questionaram-no sobre o ocorrido.
Apontado como membro da organização ultra-direitista Opus Dei, até mesmo por integrantes de seu partido (o PSDB), Alckmin é visto, por parte da elite brasileira, como uma liderança importante a preservar. As declarações que tem dado, desde maio, em favor das posições mais belicosas e agressivas, no interior da PM, são eloquentes.
Falta muito a apurar, na trilha tenebrosa e caótica para a qual descambou a segurança (?) pública em São Paulo, desde maio. Por que, após uma tentativa fugaz de investigar ações ilegais e criminosas de parte de seus integrantes, a PM desistiu do esforço? Que levou a imprensa — que também denunciou a truculência, num primeiro momento — a silenciar e a repetir, desde junho, uma versão insustentável? Um setor de policiais especialmente violento terá conseguido impor sua postura? De que forma estarão envolvidos o governador e a imprensa?
O certo é que, para interromper a escalada sangrenta, a sociedade precisa agir — o quanto antes.
*Tecedora
O aumento do poder aquisitivo na Venezuela
Por Marco Antonio L.
Do Vermelho.org
Poder aquisitivo aumenta na Venezuela; mínimo supera R$1,2 mil
O Índice de Remunerações dos assalariados na Venezuela registrou alta de 6,9% no terceiro trimestre do ano. O valor é inferior ao balanço do mesmo período do ano passado, como informam fontes oficiais.
De acordo com o Banco Central da Venezuela, entre julho-setembro, o indicador marcou uma alta de 12,7%. Já no segundo trimestre de 2012 o avanço foi de 9,2%.
O crescimento é atribuído a diversos fatores, entre eles a aplicação do segundo trecho da alta no salário mínimo que começou em setembro. Assim como o ajuste salarial dos trabalhadores da educação e aumentos decretados por algumas empresas.
Dessa forma, a variação anual acumulada do índice chegou a 21%, com 17,2% no setor estatal e 23% no privado.O presidente do Instituto Nacional de Estatística, Elias Eljuri, afirmou que o salário mínimo na Venezuela supera o custo da cesta básica.
Os rendimentos pessoais estimam-se em três mil bolívares mensais (R$ 1.206), tomando em conta o salário básico de 2.047 bolívares (R$ 823,5) mais o adicional dos bônus de alimentação. A cesta básica se situou, no fechamento em setembro, em 1.881 bolívares (R$ 756,7).
*Nassif
quarta-feira, novembro 07, 2012
Assange diz que Obama é "lobo em pele de cordeiro"
Sobre sua saída da Embaixada do Equador em Londres, o jornalista afirmou que "não houve avanços"
Um dia depois das eleições nos Estados Unidos, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou nesta quarta-feira (07/11) que o presidente norte-americano, Barack Obama, é “lobo em pele de cordeiro”.
Reprodução
O jornalista segue sem poder deixar a Embaixada do Equador em Londres
"Obama parece ser um bom homem e esse é exatamente o problema. É melhor ter uma ovelha em pele de lobo do que um lobo em pele de cordeiro”, disse Assange em entrevista por telefone à AFP.
Leia mais
O fundador do Wikileaks também lembrou que todas as decisões contrárias à sua organização ocorreram sob o governo de Obama. Em setembro, Assange e o Wikileaks foram considerados “inimigos do Estado” norte-americano.
Em relação à sua permanência na Embaixada do Equador em Londres, Assange disse que “não houve progressos formais nas últimas semanas”.
*OperaMundi
OSs de Serra e Alckmin levam prefeita de Natal a perder cargo
A prefeita de Natal (RN), Micarla de Sousa (PV), foi afastada do
cargo em decorrência de fraudes na Secretaria de Saúde, descobertas na
Operação Assepsia, deflagrada em 27 de junho deste ano.
O esquema consistia na contratação de organizações sociais (OSs) para
administrar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e os Ambulatórios
Médicos Especializados (AMEs), por meio de fraudes nos processos de
seleção das entidades combinado com o pagamento de propinas para gente
da prefeitura....Leia a matéria completa
*osamigosdopresidentelula
Com Obama, Golpe
aqui fica mais difícil
Com o Romney seria mais fácil. Era só
fabricar um, dois, tres, mil Marcos Valério e invadir o Supremo. A
Quinta Frota desembarcava em Santos com o Cerra, FHC e os tucanos no
cordão de boas-vindas.
A Democracia brasileira, ou melhor, a PiGocracia (*) em que vivemos se fortaleceu com a vitória de Obama.Um Golpe aqui com o Romney lá teria mais força do que um Golpe com Obama.
Não que o Obama e sua Ministra do exterior, Hillary Clinton, tenham as mãos limpas na América Latina.
Eles aplicaram a mão de gato nos Golpes de Honduras e do Paraguai.
(Que tiveram o necessário aval dos Supremos.)
Tentam construir uma Guantánamo no Paraguai.
E ressuscitaram a Quinta Frota, para operar entre o Brasil e a Africa Ocidental.
(Brasil é o maior país atlântico e tem interesses estratégicos inelutáveis na África, como percebeu, antes de ninguém, o Nunca Dantes – clique aqui para ler Clara Ant, no Instituto Lula.)
Mas, a alternativa era pior.
Romney é um intervencionista furioso e, como observa o Paulo Moreira Leite, ao tratar deste conservador de jardim zoológico, Romney era só o que faltava para o Netanyahu invadir o Irã e jogar o mundo numa guerra mundial (atômica).
(Sobre isso, ler sobre as armas da eleição americana, de Mauro Santayana.)
Se os Golpistas da PiGocracia brasileira conseguissem derrubar a Dilma no Supremo – onde já contam com sólida bancada – Romney mandava os Marines empossar o Ataulfo Merval de Paiva no trono de Presidente Vitalício do Supremo, por seu “notável saber jurídico”, agora demonstrado quando julgou no Globo e na GloboNews o mensalão (o do PT).
O Brasil não é Honduras, não é o Paraguai.
Embora seja essa vergonhosa PiGocracia administrada pelo Supremo e debaixo da pusilanimidade do Legislativo.
Mas, ainda assim, um Golpe exigiria, como exigiu em 1964, mais do que uma mão de gato.
A real-politik da Secretária Clinton, percebe que o Brasil é um bicho muito grande para os Estados Unidos embarcarem num Golpe que possa dar com os burros n’água.
Hoje, certamente há mais Brizolas, no Governo, do que havia em 1961 e 64.
Assim como há mais contas a ajustar.
(O amigo navegante há de ter lido sobre o ajuste de contas que se realizou na Itália e na França, assim que caíram os regimes totalitários, em 1945.)
E tem esse formidável mecanismo de aglutinação e mobilização, a blogosfera, que os Conservadores de jardim zoológico tentam desesperadamente calar – inclusive com a manipulação da Justiça.
Clique aqui para ler sobre os “Juízes que absolvem Dantas”.
Agora, a Copersucar compra a Eco-Energy.
A Boeing quer vender os caças à Eliane Catanhêde.
O Brasil, a Venezuela e Argentina uniram suas Forças Armadas na Unasul.
Ficou mais difícil.
Com o Romney seria mais fácil.
Era só fabricar um, dois, tres, mil Marcos Valério e invadir o Supremo.
A Quinta Frota desembarcava em Santos com o Cerra, FHC e os tucanos no cordão de boas-vindas.
Ao lado do Frei, tucano chileno, muito católico, amigo do Padre Marcelo Rossi, que ajudou a derrubar o Allende.
(Os tucanos de São Paulo conhecem bem essa história, a de tucanos que dão Golpe.)
Obama e Hillary, aparentemente, tem um senso de ridículo mais apurado.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Vitória de Barack Obama impõe derrota à direita religiosa
Retórica dos brucutus religiosos contra Obama não prosperou |
Jeffress faz parte da direita religiosa que saiu derrotada das urnas, com a reeleição de Obama.
O alarmismo religioso segundo o qual a vitória do democrata seria uma espécie de prenúncio do fim do mundo pontuou toda a campanha eleitoral, beneficiando o republicano Mitt Romney, que, embora mórmon, obteve o apoio de líderes cristãos conservadores.
Como observou a filósofa Martha C. Nussbaum antes da abertura das urnas, a direita religiosa pautou todo o tempo a campanha republicana, produzindo alguns episódios inimagináveis. Ela citou a declaração de um candidato de Indiana de que uma mulher estuprada engravidar faz parte “do plano de Deus”.
O empenho da direita religiosa contra Obama se intensificou quando ele se declarou favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. (Algo, aliás, que nenhum candidato brasileiro a presidente ousaria fazer na atual conjuntura de exacerbação religiosa, com pastores querendo que o país seja administrado com base na Bíblia).
A vitória de Obama, ainda que apertada, coloca em xeque, entre outras coisas, o poder de influência das lideranças religiosas sobre seus fiéis nas questões políticas.
Tanto quanto os pastores evangélicos mais conservadores, os bispos da Igreja Católica fizeram uma forte campanha contra Obama. Eles não chegaram a associar o candidato ao Satanás, mas foram firmes em dizer que Obama estava forçando os fiéis a violar seus princípios, impondo aos hospitais católicos, por exemplo, a obrigatoriedade de oferecer atendimento às mulheres que quiserem usar contraceptivos.
Apesar disso, Obama teve uma boa votação entre os católicos. Na explicação de John Green, especialista em religião e política da Universidade de Akron, isso foi uma decorrência principalmente do crescimento demográfico dos latinos, cuja maioria é católica.
A pregação evangélica fundamentalista também não prosperou. Em alguns Estados, Obama teve mais votos entre os evangélicos brancos do que teve em 2008. No Estado de Ohio, por exemplo, ele conseguiu cerca de 30% dos votos desse segmento dos eleitores, contra os 27% obtidos em sua primeira eleição.
A vitória de Obama e a consequente derrota da direita religiosa também podem ser analisadas a partir das pesquisas mais recentes que mostram estar havendo, por parte de uma parcela significativa da população americana, um distanciamento das religiões organizadas, além do aumento no número de ateus.
Diante desses dados, pode-se dizer que a direita religiosa americana tem mais estridência do que influência, o que talvez seja também o caso de sua congênere brasileira.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz2BZR6nd1s
Paulopes
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