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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, novembro 12, 2012
O PSDB é um partido incompetente, sem planos e que ainda existe por obra e graça da imprensa brasileira
A Corrupta estava tentando, com os bonecos de ventríloquo de sempre, repartir a culpa da incompetência com o governo federal, mas ficou difícil.
Senhor governador Alckmin continue assim e o PT elegerá o próximo governador do Estado.
O PSDB é um partido incompetente, sem planos e que ainda existe por obra e graça da imprensa brasileira, o partido não está acostumado a ser pressionado e seus dirigentes se atrapalham nas respostas, até porque não as tem.
O governador Alckmin está sempre com pressa indo sabe Deus para onde e responder que é bom não consegue.
Conheço muita gente como Alckmin, se fazem de importante, estão sempre apressados e com cara de sério.
São uns artistas que têm medo que descubramos suas incapacidades.
do blog do APOSENTADO INVOCADO
*cutucandodeleve
Sistema Mundial: Guerra civil, sangue e silêncio
Via IANotícia
Fabio Venturini
Na
noite do dia 29 de outubro estava no meio de uma aula. Alguns alunos se
levantaram e saíram apressados. Fiz aquela cara de professor que cobra
algum respeito acadêmico e uma garota disse quase sem virar: “preciso ir
embora, depois explico”.
Uma outra professora
aparece à porta com feição assustada e diz: meus alunos que moram na
Cidade Tiradentes estão desesperados para ir embora porque vai ter toque
de recolher.
Depois da aula fui para casa. Um
grupo de homens conversava com um vizinho e o vigia da rua. Tive que
ficar à frente de casa para tentar consertar o portão que deu problemas.
O vigia se aproximou e começou a conversa dos nossos tradicionais papos
sobre futebol.
Pouco depois um homem numa
motocicleta chama o vigia para avisar que teve a informação de um plano
para promover arrastão nas casas da rua (muitos dos vizinhos são
policiais civis ou militares).
O vigilante me
contou preocupado, pois os homens que conversavam pouco antes com um dos
vizinhos estavam todos (bem) armados. Contei o ocorrido na faculdade e
ele ficou mais preocupado ainda.
Sugeri ligar
para o 190, mas ele descartou pois em São Paulo o serviço é atendido por
secretária eletrônica e não dá para contar com ele, especialmente em
casos de emergência. Julgou melhor ligar diretamente para o posto
policial mais próximo caso visse algo que justificasse uma preocupação
maior, pois, segundo ele, “a guerra entre polícia e PCC está pegando
mais na Zona Leste”.
Tranquei o portão, entrei e
montei guarda dentro de casa até o meio da madrugada (afinal, a
surpresa é o fator determinante do combate e eu não queria ser
surpreendido). Por volta de 2h30, as muitas casas de vizinhos policiais
que estavam com luzes acesas foram paulatinamente se apagando.
Pela manhã a aluna que não quis se explicar na noite anterior iniciou uma conversa pelo Facebook:
–
Fabio, desculpe-me por ter saído correndo ontem. Estava tendo toque de
recolher lá perto de casa e minha mãe ligou para me avisar.
– Tudo bem, fiquei sabendo. Houve algum estresse mais forte?
–
Só de madrugada mesmo, mas eu já estava em casa. Mataram dois meninos e
queimaram um ônibus. Tudo porque morreu um cara do PCC.
– Onde queimaram o ônibus?
– Perto do Jardim Elba.
– Estou fazendo uma coluna. Posso usar essa informação?
– Pode sim.
– Ontem na Zona Norte também tinha um pessoal armado rodando pelas ruas.
– Os policias lá perto de casa fecharam todas as bases de rua e se esconderam na delegacia, com medo dos bandidos.
– Faz tempo que eles estão em guerra. A gente fica no meio.
– E na TV não passa nada sobre isso, né?
– Eu passei a noite montando guarda e ninguém falou nada. Nem site, nem rádio.
– Eu pesquisei para ver se achava algo e também não encontrei.
– A se o governo fosse de outro partido…
E a conversa se enveredou para os privilégios que partido A desfruta em detrimento do partido B, especialmente em anos pares.
Sim,
existe uma guerra entre policiais e crime organizado na cidade de São
Paulo que tem a população e a missão constitucional das polícias apenas
como pano de fundo. Morre um bandido, passam-se dois policiais, que são
vingados com quatro pessoas identificadas na ocorrência como
traficantes.
Um bar é todo metralhado, um ônibus
é queimado. Homens à paisana circulam pela cidade, comandos do crime
determinam toque de recolher. A cada 24 ou 48 horas dezenas de pessoas
morrem em situações mal explicadas. Os bandidos não cumprem a lei, mas é
isso que se espera deles. Já das polícias, não.
As
polícias não cumprem outro papel a não ser oprimir a população
politicamente. Policiais andam com medo, criminosos idem. Já não são
opostos e se tornaram alteregos.
São Paulo vive
um estado de exceção, estado de guerra. Apenas não se noticia. Enquanto a
população serve de massa de manobra entre criminosos dentro e fora da
lei, o governador manda “ir para cima de bandido”.
O silêncio comunicativo é o pior dos cúmplices
*GilsonSampaio
domingo, novembro 11, 2012
OPUS DEI NA POLITICA NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA
A
Opus Dei atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El
Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos
tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na
Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil.
O elo com a imprensa é o curso
de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo,
coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do
"Estadão" e da Rádio Eldorado.
O segundo homem
da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring
Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná
("Gazeta do Povo").
Os jornalistas
Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização
controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP (na sigla
em espanhol).
************
Analisando
a estrutura de classes dos países latino-americanos, Darcy Ribeiro
identificava como segmento hegemónico dentro das classes dominantes o
corpo de gerência das transnacionais. Ponta de lança do imperialismo, é
ele quem dita ordens e impõe ideologias às demais fracções e, em muitos
casos, organiza-as politicamente. A desnacionalização das economias
latino-americanas na década de 90 agravou este quadro. A alteração de
mais relevo no perfil da classe dominante verificada no bojo deste
processo é o crescimento da influência da Opus Dei. Sustentada pelo
capital espanhol, a organização controla jornais, universidades,
tribunais e entidades de classe, sendo hoje peça chave para se
compreender o processo político no continente, inclusive no Brasil, onde
quer eleger Geraldo Alckmin presidente da República.
Procissão Católica na Espanha, berço da Opus Dei.
Mas o que é afinal, a Opus Dei (em latim, Obra de Deus)?
Em
seu campo original de atuação, é a vanguarda das tendências mais
conservadoras da Igreja Católica. "Este concílio, minhas filhas, é o
concílio do diabo" teria dito seu fundador, Josemaria Escrivá de
Balaguer, sobre o Vaticano II, no relato do jornalista argentino Emilio
J. Corbiere no seu livro "Opus Dei. El totalitarismo católico".
Fundada
na Espanha em 1928, a organização foi reconhecida pelo Vaticano em
1947. Em 1982, foi declarada uma prelatura pessoal, o que, sob o Direito
canónico, significa que só presta contas ao papa e que seus membros não
se submetem à jurisdição dos bispos. "A relação entre Karol Wojtyla e a
Opus Dei" conta o teólogo espanhol Juan José Tamayo Acosta "atinge seu
êxito nos anos 80-90, com a irresistível ascensão da Obra à cúpula do
Vaticano, a partir de onde interveio altivamente, primeiro no esboço e
depois na colocação em prática do processo de restauração da Igreja
católica sob o protagonismo do papa e a orientação teológica do cardeal
alemão Ratzinger."
Fontes ligadas à Igreja
Católica atribuem o poder da Obra à quitação da dívida do Banco
Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982.
Obscurantismo
e misoginia são traços que marcam a organização. Exemplos podem ser
encontrados nas denúncias de ex-adeptos como Jean Lauand, professor da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – Universidade de São
Paulo (USP), que recentemente escreveu junto com mais dois ex-membros, o
juiz Márcio Fernandes e o médico Dário Fortes Ferreira, o livro "Opus
Dei – os bastidores". Em entrevista ao programa Biblioteca Sonora, da
Rádio USP, Jean Lauand conta que a Obra tem um "Index" de livros
proibidos que abrange praticamente toda a filosofia ocidental desde
Descartes. Noutra entrevista, à revista Época, Jean Lauand denuncia as
estratégias de fanatização dos chamados numerários, leigos celibatários
que vivem em casas da organização: "Os homens podem dormir em colchões
normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. São proibidas de segurar
crianças no colo e de ir a casamentos". É obrigatório o uso de cinturões
com pontas de ferro fortemente atados à coxa, como prática de
mortificação que visa refrear o desejo. Mas os danos infligidos pelo
fanatismo não se limitam ao corpo.
No site que
mantém com outros dissidentes (http://www.opuslivre.org/), Jean Lauand
revela que a Obra conta com médicos especialmente encarregados de
receitar psicotrópicos a numerários em crise nervosa.
A
captação de numerários dá-se entre estudantes de universidades e
escolas secundárias de elite. Centros de estudos e obras de caridade
servem de fachada. A Opus Dei tem forte presença na USP, em especial na
Faculdade de Direito, onde parte do corpo docente é composta por membros
e simpatizantes,como o numerário Inácio Poveda e o diretor Eduardo
Marchi. Outro expoente da organização na USP é Luiz Eugênio Garcez
Leite, professor da Faculdade de Medicina e autor de panfletos contra a
educação mista. A Obra atua também na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de
Brasília (UnB).
Fazendo a América
Mas
a Opus Dei é mais que um tema de saúde pública. Ela tem, desde a
origem, uma clara dimensão política. Durante a ditadura de Franco,
praticamente fundiu-se ao Estado espanhol, ao qual forneceu ministros e
dirigentes de empresas e órgãos governamentais. No fim da década de 40,
inicia sua expansão rumo à América Latina. Não foi difícil conquistar
adeptos entre oligarquias como as da Cidade do México, Buenos Aires e
Lima, que sempre buscaram diferenciar-se de seus povos apegando-se a um
conceito conservador de pretensa hispanidade. Um dos elementos
definidores desse conceito é exatamente o integralismo católico.
Alberto
Moncada, outro dissidente, conta em seu livro "La evolución del Opus
Dei": "os jesuítas decidiram que seu papel na América Latina não deveria
continuar sendo a educação dos filhos da burguesia, e então apareceu
para a Opus Dei a ocasião de substituí-los – ocasião que não hesitou em
aproveitar".
No Brasil, a organização deitou
raízes em São Paulo no começo da década de 50, concentrando sua atuação
no meio jurídico. O promotor aposentado e ex-deputado federal Hélio
Bicudo conta que por duas vezes juízes tentaram cooptá-lo. Seu expoente
de maior destaque foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF)por Médici em 1972 e tio do atual
governador de São Paulo. Acontece que nos anos 70, o poder da Opus Dei
era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação
coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade
(T.F.P.) as simpatias dos católicos de extrema-direita.
Era
natural, da mesma forma, que, alguns quadros dos regimes nascidos dos
golpes de Estado de 1966 e 1976, na Argentina, e 1973, no Uruguai,
fossem também quadros da Opus Dei. Mas segundo se lê no livro de Emilio
J. Corbiere , sua atuação era ainda dispersa, o que não os impediu de
controlar a Educação na Argentina durante o período Onganí (1966-70).
Já
no Chile, a Opus Dei foi para o pinochetismo o que havia sido para o
franquismo na Espanha. O principal ideólogo do regime,Jaime Guzmá, era
membro activo da organização, assim como centenas de quadros civis e
militares.
No México, a Obra conseguiu fazer
Miguel de la Madrid presidente da República em 1982, iniciando a
reversão da rígida separação entre Estado e Igreja imposta por Benito
Juárez entre 1857 e 1861.
Internacional reacionária
A
Opus Dei não criou o reacionarismo católico, antes, teve nele sua base
de cultura. Mas sistematizou-o doutrinariamente e organizou
politicamente seus adeptos de uma forma quase militar. Hoje, funciona
como uma espécie de Internacional reaccionária, congregando,
coordenadamente, adeptos em todo o mundo.
Concorrem
para isto, nos anos 90, o ápice do poder da Obra no Vaticano e a
invasão da América Latina por transnacionais espanholas.
A
Argentina entregou suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e
energia á Telefónica, Repsol, Iberia e Endesa, respectivamente. A
Telefónica controla o sector também no Peru e em São Paulo. A Iberia já
havia engolido a LAN, do Chile, onde a geração de energia também é
controlada pela Endesa. Bancos espanhóis também chegaram ao continente
neste processo.
No Brasil, o Santander comprou o
Banespa e o Meridional, enquanto que o BBVA recebeu os ativos do Excel
através do Proer, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
"A
Opus Dei tem sido para o modelo neoliberal o que foram os dominicanos e
franciscanos para as cruzadas e os jesuítas frente à Reforma de Lutero"
compara José Steinsleger, colunista do diário mexicano "La Jornada".
A
organização atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El
Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos
tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na
Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil. O elo com a imprensa é o
curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São
Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista
do "Estadão" e da Rádio Eldorado. O segundo homem da Opus Dei na
imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira,
herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do
Povo"). Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind
denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana
de Imprensa – SIP (na sigla em espanhol).
Sedeada
na Espanha, a Universidade de Navarra é a jóia da coroa da Opus Dei no
negócio do ensino. Sua receita anual é de 240 milhões de euros. Além
disso, a Obra controla as universidades Austral (Argentina), Montevideo
(Uruguai), de Piura (Peru), de Los Andes (Chile), Pan Americana (México)
e Católica André Bello (Venezuela).
Dentro da
igreja católica, a Opus Dei emplacou, na última década, vários bispos e
Cardeais na América Latina. O mais notável é Juan Luís Cipriani, de
Lima, no Peru, amigo íntimo da ditadura de Alberto Fujimori. Em seu
estudo "El totalitarismo católico em el Peru", o jornalista Herbert
Mujica denuncia que quando o Movimento Revolucionário Tupac Amaru tomou a
embaixada do Japão, em 1997, Juan Luís Cipriani, valendo-se da condição
de mediador do conflito, instalou equipamentos de escuta que
possibilitaram à polícia invadir a casa e matar os ocupantes.
Na
Venezuela, a Obra teve papel essencial no fracassado golpe de 2002
contra Hugo Chávez. Um dos articuladores da tentativa foi José Rodríguez
Iturbe, nomeado ministro das Relações Exteriores. Também participou da
articulação à embaixada da Espanha, governada na época pelo
neo-franquista Partido Popular (PP).
Após
os reveses na Venezuela, as esperanças da Opus Dei voltaram-se para
Joaquím Laví, no Chile, e Geraldo Alckmin, no Brasil, hoje seus quadros
políticos de maior destaque. Joaquím Laví foi derrotado nas últimas
eleições presidenciais chilenas em Dezembro. Resta o Brasil, onde a Obra
tenta fazer de Geraldo Alckmin presidente e formar um eixo geopolítico
com os governos Álvaro Uribe (Colombia) e Vicente Fox (México), aos
quais está intimamente associada.
Entranhas mafiosas
Além
das dimensões religiosa e política, a Opus Dei tem uma terceira face: a
de sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos,
redigidos em 1950 e publicados em 1986 pelo jornal italiano
"L´Expresso", a Obra determina que "os membros numerários e
supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio
sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a
ninguém que eles próprios pertencem à Opus Dei."
Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos.
Entre
os católicos, a Opus Dei é conhecida como "Santa Máfia",Emilio J.
Corbiere lembra os casos de fraude e remessa ilegal de divisas nas
empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, onde parte dos activos
desviados financiaram a Universidade de Navarra. Bancos espanhóis são
suspeitos de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. A
Opus Dei também esteve envolvida nos episódios de falência fraudulenta
dos bancosComercial (Uruguai, pertencente à família Peirano, dona de "El
Observador") e de Crédito Provincial (Argentina).
Na
Argentina os responsáveis pelas desnacionalizações da petrolífera YPF e
das Aerolineas Argentinas, compradas por empresas espanholas, em dois
dos maiores escândalos de corrupção da história do país, tiveram sua
impunidade assegurada pela Suprema Corte, onde pontificava António
Boggiano, membro da Opus Dei.
No Brasil, as pretensões de controlo sobre o Judiciário esbarram no poder dos Maçons.
A
Opus Dei controla, porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo através da
manipulação de promoções. Segundo fontes do meio jurídico paulista, de
25 a 40% dos juízes de primeira instância no estado pertencem à
organização – proporção que se repete entre os promotores, no tribunal, a
proporção sobe para 50 a 75%.
Recentemente, o
tribunal, em julgamento secreto, decidiu pelo arquivamento de denúncia
contra Saulo Castro Abreu Filho, braço direito de Geraldo Alckmin,
acusado de organizar grupos de extermínio desde a secretaria de
Segurança, e contra dois juízes acusados de participação na montagem
desses grupos.
A fusão dos tribunais de Justiça e
de Alçada, determinada pela Emenda Constitucional n.º 45, foi uma
medida da equipe do ex - ministro da Justiça, Mácio Thomaz Bastos, para
reduzir o poder da Obra no judiciário paulista, cuja orientação
excessivamente conservadora, principalmente em questões criminais e de
família, é motivo de alarme entre profissionais da área jurídica.
Henrique Júdice Magalhães
Blog GeoSapiens leia Como a Obra faz sofrer a família
*GilsonSampaio
O ‘maloqueirismo’ na mídia brasileira
O termo “maloqueiro”, ironicamente, sempre foi estigmatizado por parte da nossa elite, sendo utilizado para designar aquele que lhe era abjeto; para conceituar aquilo que a seus olhos eram grupos sociais “ordinários”.
Agora, esse rótulo se volta contra essa mesma elite, definindo e adjetivando suas ordinárias práticas.
O jornalismo maloqueiro ou “maloqueirismo” é aquele originário das malocas da mídia brasileira.
Tomo emprestado aqui, a título de ilustração, algumas definições do termo “maloca” constantes do dicionário Aurélio:
“Esconderijo; grupo de gente que não inspira confiança; grupos de salteadores, de bandidos”.
São essas conceituações que servirão de embasamento para nosso “estudo de caso”.
O propósito aqui não é exatamente modesto.
A saber: pretende-se fazer um estudo das influências do “maloqueirismo” como força determinante do comportamento predatório e antiético de parte importante da mídia brasileira nos dias de hoje, e seus reflexos no jogo pelo poder e na sociedade.
Ambicionamos ainda mais: pretendemos que essa nova categoria de jornalismo seja estudada nas faculdades de comunicação – como exemplo didático e emblemático de caminhos, atalhos e esparrelas a serem evitados pelos jovens jornalistas.
“Maloqueirismo” ou “jornobanditismo”, grosso modo, é o jornalismo a serviço do banditismo – dos interesses escusos, criminosos.
É o comando do crime organizado da opinião publicada.
Este, esclareço, é apenas um capítulo introdutório desse incipiente estudo que certamente será assumido e desenvolvido também por outros jornalistas, acadêmicos e estudiosos do tema.
Aqui, valerá como nunca a contribuição milionária de todos os erros.
Sinta-se, pois, à vontade para dar a sua colaboração nesse debate.
É digno de nota que o termo “maloqueiro”, curiosa e ironicamente, sempre foi estigmatizado por parte da nossa elite, era utilizado para designar aquele que lhe era abjeto; para conceituar aquilo que a seus olhos eram grupos sociais “ordinários”.
Agora, paradoxalmente, esse rótulo se volta contra essa mesma elite, definindo e adjetivando suas ordinárias práticas.
Mas como identificar um jornalista maloqueiro?
Veremos a seguir.
Esses jornalistas vivem enclausurados em seus próprios umbigos e crenças de classe.
Tal qual vampiros* não saem à luz do dia – têm seus motivos [* sentido figurado: aquele que explora os pobres em benefício próprio].
Não se encontra um “maloqueiro” nas ruas e shoppings de sua cidade, por exemplo.
Eles rastejam nas antessalas e corredores do poder.
Não pegam ônibus, trem ou metrô; desconhecem, portanto, as agruras por que passam os cidadãos comuns.
Seus patrões, zelosos, tal qual o bom carcereiro da fábula que embala os inocentes, vez em quando lhes coloca um prato de comida e uma cuia com água fresca, na porta de seus catres sombrios, para que estes se alimentem e matem a sua sede.
Sede de água, vale o registro, mesmo sob o risco do pleonasmo – pois a sede de servir ao patrão, esta é insaciável.
São regiamente remunerados e recebem, a título de bônus, pequenos mimos e mordomias – para que, também eles, sintam-se parte integrante do que se convencionou chamar de “classe dominante” ou, numa linguagem mais vulgar, de “bem nascidos”.
Viajam de 1ª classe; acomodam-lhes em bons hotéis estrelados; bebem vinho caro e bom champanhe; comem em bons restaurantes [de alta gastronomia] etc.
A eles, em verdade, bem como aos seus leitores, são destinadas as migalhas, os restos dos banquetes em que se fartam os hipócritas.
Tal qual condenados, subjugados pelo seu próprio servilismo e vacuidade , eles sequer percebem, mas a cada movimento que fazem em seu claustro de misérias escuta-se ao fundo o rangido do lento arrastar dos grilhões e correntes invisíveis, que lhes servem de amarras.
Grilhões e correntes invisíveis aos olhos dos justos e dos incautos, mas que não engana o rigoroso juiz que todos carregamos n’alma e que lhes assombram e comprometem o sono.
O “maloqueirismo” ou “jornobanditismo” é um neologismo, um conceito relativamente novo, nem tão recente decerto, mas que ainda não foi devidamente estudado, dicionarizado ou catalogado.
Já foi traduzido, inapropriadamente, algumas vezes, por variados nomes e qualificativos, tais como “parcialismo”, servilismo ou sabujice, vilania, pena de aluguel, “escreventes da infâmia”, jornalismo fiteiro etc.
Mas não é nada disso; é muito mais além, ou aquém.
É obra do jornalismo maloqueiro , por exemplo, a politização do descalabro, as denúncias seletivas, que só afetam determinado partido político; as manchetes tão grandiloquentes quanto vazias; a “espetacularização” da notícia; a utilização de arapongas e detetives mafiosos em seus métodos investigativos; o desrespeito às pessoas, a sujeição do outro ao linchamento moral e à desonra; a expropriação da identidade do indivíduo, o culto ao patrimônio, dentre outras mazelas e vergonhas.
Devemos, portanto, em nome da liberdade e do pluralismo da imprensa, condenar e denunciar esse tipo deletério de jornalismo e, mais que isso, informar o nosso público leitor acerca de sua existência e, na medida do (im)possível, melhor formar os nossos futuros jornalistas.
Aguardemos, portanto, mais contribuições ao estudo dessa importante matéria que se impõe na contemporaneidade.
Pois como já bem assinalou, recentemente, o professor Bernardo Kucinski: “Estamos assistindo ao surgimento de um macartismo à brasileira”.
Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.
*cutucandodeleve
com a palavra o STF
Revelações de Marcos Valério são saia justa para Roberto Gurgel, o procurador-geral salvador de tucanos
PARA SE LIVRAR DE PENAS, VALÉRIO ENTREGA TUCANOS
Publicitário já condenado pelo STF na Ação Penal 470 tenta agora se
beneficiar delatando líderes do PSDB envolvidos no chamado 'mensalão
tucano', iniciado por ele durante a campanha de Eduardo Azeredo pela
reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998
do Brasil 247
Sem chances de obter benefícios com a delação premiada na Ação Penal
470, que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), o publicitário Marcos
Valério, apontado como operador do esquema chamado de "mensalão", apela
agora para a entrega de líderes do PSDB envolvidos no apelidado de
"mensalão tucano", suposto esquema ocorrido durante a campanha do hoje
deputado federal Eduardo Azeredo pela reeleição ao governo de Minas
Gerais.
Tanto para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, autor da
denúncia do "mensalão" petista, quanto para o relator do processo,
ministro Joaquim Barbosa, a sugestão de diminuir a pena de Valério em
troca da colaboração do empresário tumultuaria o julgamento, que já está
no final. Para Gurgel, porém, Valério poderia se valer da delação
premiada nos processos que ainda não foram concluídos, como no caso da
AP 536, que também tem Barbosa como relator.
De acordo com o advogado Dino Miraglia, de Belo Horizonte, "Marcos
Valério está entregando todo mundo do PSDB", informou o jornal Correio
do Brasil. "O esquema todo, para se livrar das penas que deverá receber
quando esta ação for julgada (...). Na ação contra os tucanos, ele está
contando tudo o que sabe", completou. Segundo Miraglia, "Minas está em
polvorosa". Ele é responsável por uma petição para que o STF estabeleça a
conexão entre o caso conhecido como "lista de Furnas" e o "mensalão
tucano".
Numa carta publicada no blog do jornalista Luis Nassif, o advogado de
Valério, Marcelo Leonardo, confirma a delação de informações, inclusive
de nomes. "Quanto ao chamado 'mensalão mineiro', o andamento do caso
está em fase bem mais adiantada do que se imagina. A etapa das
investigações já foi concluída, e nela Marcos Valério forneceu todas as
informações, inclusive os nomes dos políticos ligados ao PSDB (deputados
e ex-deputados) que receberam, em contas bancárias pessoais, recursos
financeiros para custear as despesas do segundo turno da tentativa de
reeleição do então governador Eduardo Azeredo, em 1998, tendo entregue
as cópias dos depósitos bancários realizados".
Os casos do 'mensalão tucano' e da lista de Furnas possuem entre os
envolvidos do partido, além de Azeredo, o hoje senador Clesio Andrade e
Walfrido dos Mares Guia, acusados de crimes como assassinato, explosões,
incêndios, perseguições e até suborno de magistrados da corte suprema,
atos que vão muito além da compra de votos de parlamentares.
E agora, Veja? E agora, oligarquia midiática? Revelações de Marcos Valério envolvem líderes do PSDB e não Lula
Valério entrega líderes tucanos para escapar de processo no STF
do Correio do Brasil
Os mesmos petardos jurídicos disparados do Supremo Tribunal Federal
(STF) por Joaquim Barbosa, presidente eleito da Corte e relator da Ação
Penal 470, contra os principais líderes do Partido dos Trabalhadores
(PT), partem agora na direção dos envolvidos na origem do escândalo que
recebeu o apelido de ‘mensalão tucano’. O advogado Dino Miraglia, de
Belo Horizonte, procurou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais para
pedir proteção à vida dele e de seu cliente, Nilton Antonio Monteiro,
após peticionar ao Supremo para que estabeleça a conexão entre o caso
conhecido como ‘lista de Furnas’ e o ‘mensalão tucano’, iniciado por
Marcos Valério durante o governo do hoje senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG).
Em linha com o estilo do ministro Barbosa de detalhar as peripécias de
Valério e seus cúmplices no ‘mensalão petista’, o caso da ‘lista de
Furnas’, contido no inquérito 3530 do STF, acusa tucanos de alta
plumagem, entre eles Azeredo, Clesio Andrade e Walfrido dos Mares Guia,
de crimes como assassinato, explosões, incêndios, perseguições e até o
suborno de magistrados da própria Corte Suprema. Compra de votos, no
caso, seria o menor dos pecados cometidos pela quadrilha mineira.
Segundo Miraglia, fitas transcritas do depoimento de outro advogado,
Joaquim Engler Filho – então ligado ao PSDB mineiro – ao delegado João
Otacílio Silva Neto, no Departamento Estadual de Operações Especiais da
Polícia Civil de Minas Gerais, em 24 de janeiro de 2008, “comprovam o
esquema montado para abafar o ‘mensalão mineiro”.
– As fitas transcritas com o depoimento de Engler Filho, que integram o
inquérito 3530, denunciam a atuação do grupo político ligado ao PSDB
mineiro e nacional, na tentativa de calar o denunciante do ‘mensalão
tucano’, Nilton Monteiro. Ele foi igualmente responsável por trazer a
público a ‘lista de Furnas’, comprovando o esquema montado por Dimas
Fabiano, ex-dirigente da empresa estatal, para favorecer e financiar
candidatos e campanhas eleitorais do PSDB. Nossa petição foi para que
este inquérito seja juntado à Ação Penal 536, que comprova a ação
ilícita ocorrida em Minas Gerais durante a gestão tucana – afirmou
Miraglia aoCorreio do Brasil.
Para o advogado, o acordo de Marcos Valério para obter vantagens
jurídicas com a ‘delação premiada’ não está no âmbito da AP 470, que
julga o ‘mensalão petista’, mas na AP 536, da qual Barbosa também é
relator.
– O Marcos Valério está entregando todo mundo do PSDB. O esquema todo,
para se livrar das penas que deverá receber quando esta ação for
julgada. Quanto ao ‘mensalão petista’ não há mais muito o que fazer, mas
na ação contra os tucanos, ele está contando tudo o que sabe. Minas
está em polvorosa, porque a AP 536, após a juntada do inquérito 3530,
transforma-se em um vendaval, capaz de revelar em detalhes toda a
corrupção e demais crimes cometidos pelo alto escalão da República, na
época do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso – relata
Miraglia.
*Opensadordaaldeia
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