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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 12, 2012

Freire, ideólogo da direita

Freire é sobretudo um político profissional. tem que se eleger porque deputança é seu emprego. Mesmo que para isto troque Pernambuco por SP, ou até pela Ilha de Marajó. Isto eu compreendo. Sou um profissional também, e tenho que trabalhar onde arranjar vaga, embora eu seja menos artista que o "artista" citado.
Mas...
O Perigo de Roberto Freire é que até então não havendo denuncia de corrupção contra ele, sua postura é ideológica.
Um bom orador, com ideologia da Esquerda que passa para a Direita caminha para o fascismo, veja Mussolini e Caros Lacerda.
É o caminho natural para os da classe média com tendências autoritárias e fascistas - este sempre foi o comportamento de Freire no Partido.
É o discurso ideal que serve para alavancar Direitistas, corruptos ou não.
Freire me envergonha. Não tenho vergonha do meu passado com ele nos quadros do meu Partido , o PCB, mas tenho vergonha alheia pelo que ele se transformou.
No tempo de Carlos Lacerda cunhou-se um termo que identificava o "Corvo do Guanabara" : "Carreirista da Traição".
No Blog do Bemvindo

A ocultação deliberada para condenar o PT

 

Martelada ininterruptamente no imaginário da população brasileira há 3 meses e 9 dias; e urdida com o talento, a cadencia e o timming político que em nada ficam a dever ao que seria o produto de um bureau profissional escolado na arte da novela e no ofício da comunição, a Ação Penal 470 enfrenta o seu making off.
Surgem evidências de que por trás da narrativa de esmero profissional e estratégia midiática transbordante de sintonia eleitoral há pilares trincados. E a palavra trincado aqui é uma cortesia dos bons modos.
O jornalista Raimundo Pereira já demonstrou em uma investigação de fôlego intitulada a 'A vertigem do Supremo' aquilo que o ministro da Justiça cogitou na edição do último sábado, no jornal O Globo. De forma igualmente cortês, José Eduardo Cardozo declarou que há dúvidas se o dinheiro do Fundo Visanet é recurso público de fato, pedra angular do peculato consagrado na argumentação do relator.
A afirmação do Ministro da Justiça encontra amparo num ofício que o BB enviou ao Relator da CPMI dos Correios, o Deputado Osmar Seraglio, comunicando e afirmando que o Fundo Visanet é privado, fato que jamais foi levado em consideração pelo MP e pelo Relator.
Raimundo Pereira demonstrou de forma meticulosa que:
a) A Visanet (atual Cielo) é uma empresa privada;
b) seu investidor âncora é uma multinacional (Visa International);
c) O maior sócio é o Banco Bradesco, em cuja sociedade existem outros 23 bancos brasileiros, incluído o BB;
d) o BB, sócio minoritário nessa sociedade, nunca aportou dinheiro para a Visanet ou para o Fundo de Investimentos Visanet, não sendo portanto seu dono, ao contrário do que insistem as togas da Ação Penal 470;
e) é falsa a tese de que os R$ 73,8 milhões pagos pelo Fundo Visanet à agencia de publicidade DNA, de Marcos Valério, não resultou em contrapartida de serviços prestados.
"Os autos da Ação Penal 470 contêm um mar de evidências de que a DNA de Valério realizou os trabalhos pelos quais recebeu os 73,8 milhões de reais", informa Raimundo Pereira.
Do mesmo modo, é pública a auditoria implacável feita pelo próprio Banco do Brasil, que revirou no avesso as contas do Fundo Visanet sem registrar irregularidades.
O conjunto retira o mastro da lona circense sob a qual se encena a criminalização do PT, assentada na seguinte acrobacia: que o dinheiro em questão era público -portanto, o ilícito não se resume ao caixa dois de campanha que nivela todos os partidos ; que foi apropriado pelo PT em triangulação com a DNA; que os serviços a ele relacionados nunca foram prestados; que os empréstimos dos bancos mineiros não existiram de fato, sendo apenas um simulacro para 'esquentar' a apropriação de recursos públicos pelo caixa petista.
Ao contrário, porém, se o Visanet é uma empresa privada, como de fato o é, se pertence ao Grupo Visa International, se tem no BB apenas um dos seus sócios no país e se os serviços contratados à DNA foram entregues, então a brocha está segurando a toga no ar.
O conjunto só não despenca graças ao sopro de sustentação assegurado pelos possantes pulmões do dispositivo midiático conservador. Estes não apenas ignoram as inconsistência da relatoria e as elipses que afrontam os autos, mas lançam o manto da suspeição macartista sobre todas as vozes que se manifestam em sentido contrário.
Nos EUA dos anos 50, bastava Joseph McCarthy dizer 'comunista', e o silêncio da conveniência se impunha; hoje a mídia carimba: 'mensaleiros'. E o temor do linchamento midiático faz o resto.
O pretenso outono do PT decretado pelos interesses aglutinados em torno desse perverso mimetismo pode ter atingido um ponto de saturação.
Há questões de gravidade adicional que não devem mais ser silenciadas.
Elas arguem não apenas a interpretação enviesada dos autos, mas escancaram algo que pela insistência em se manter oculto sugere a deliberada sonegação de informações. Elas 'atrapalhariam' a coesão narrativa do relator e o furor condenatório da mídia que lhe serve de abrigo e pauta.
A persistência dessas omissões constituirá desvio de gravidade suficiente para sancionar quem enxerga no julgamento em curso as tinturas de um tribunal de exceção.
Fatos:
a) as mesmas operações realizadas através do Fundo Visanet no âmbito do Banco do Brasil, idênticas na sistemática mas todavia superiores no valor, foram registradas nos anos 2001 e 2002. Governava o país então o tucano Fernando Henrique Cardoso;
b) a liberação dos recursos do Fundo Visanet para a DNA só poderia ser feita mediante solicitação, por escrito, do GESTOR DO FUNDO, na época, representado pelo sr. Léo Batista dos Santos, nomeado no dia 19.08.2002, portanto, no governo Fernando Henrique Cardoso, tendo permanecido no exercício dessa função até 19.04.2005.
Ou seja, quando o Pizzolato ingressou na Diretoria de Marketing do BB, Léo Batista já era gestor do Fundo e assim se manteve até abril de 2005, como único responsável para cuidar dos assuntos relacionados às iniciativas do fundo de Incentivo Visanet.
c) no voto do Ministro Relator fica cristalizado que os documentos comprobatórios dos ditos “desvios dos recursos “ do BB, que levaram à condenação do réu Henrique Pizzolato, teriam se dado a partir de quatro notas técnicas internas;
d) esses documentos são assinados por dois Gerentes de Marketing e Varejo e por dois Diretores de Marketing e Varejo, sendo as assinaturas da área de Varejo (responsável pelos Cartões de Crédito e Gestor do Fundo) emitidas sempre pelas pessoas de Léo Batista ou Douglas Macedo;
e) frise-se que essas notas técnicas internas não são documentos hábeis para liberação de recursos. Não há como deixar de mencionar que um outro Gerente Executivo de Marketing, o sr. Claudio Vasconcelos, é a terceira pessoa que assina as referidas notas;
f) o relator Joaquim Barbosa excluiu esses três outros participantes das notas técnicas de sua descarga condenatória. A eles reservou um processo que corre em segredo de Justiça e no qual o sr. Claudio Vasconcelos teve seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados pelo Juiz da causa.Trata-se de um processo indissociável da Ação Penal 470, mas cuja existência é omitida nos autos.Um processo sobre o qual os demais ministros do Supremo Tribunal Federal, nada sabem. Um processo que a imprensa ignora. Um processo cuja transparência pode mudar os rumos do julgamento em curso;
e) o único dos quatros assinantes das notas técnicas internas denunciado pelo relator Joaquim Barbosa, que o manipula como se fosse o lastro operacional do 'esquema' atribuído ao PT, é o ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato.
f) o que distingue Pizzolato dos demais? Ele é petista.
A narrativa esfericamente blindada de Joaquim Barbosa, ingerida sem água por colunistas 'isentos', ao que parece não se sustenta se Pizzolato for alinhado aos demais e se os demais forem nivelados a ele. Daí, talvez, a ocultação escandalosa do processo em segredo de justiça que Joaquim Barbosa recusa-se a quebrar, embora requerida há mais de dez dias pelo advogado de Pizzolato.
O relator poderá justificar o arbítrio com a alegação de que Pizzolato recebeu em sua casa dois envelopes enviados por Valério com um total de R$ 326 mil. O ex-diretor de marketing do BB alega ter sido neste caso apenas portador dos envelopes, que para ele continham documentos a serem entregues ao PT do Rio, mas que posteriormente se confirmou, traziam dinheiro para o caixa de campanha.
Pode-se duvidar da palavra de Pizzolato.
Há que se considerar, todavia, que ele de fato não detinha poderes para facilitar ou favorecer a empresa de Marcos Valério junto ao Fundo Visanet, conforme a demonstração acima.
Por que, então, seria ele o corrompido?
Pizzolato não tinha poderes junto ao Fundo Visanet; não participou individualmente de nenhuma decisão; portanto, é a ocultação dos demais diretores do comitê que permite distorcer a verdade impondo-lhe práticas e responsabilidades fantasiosas, impossíveis de serem comprovadas dentro ou fora dos autos.
Distingue Pizzolato e o privilegia na argumentação condenatória do relator o fato de ser um petista num comitê de marketing composto de nomeações feitas durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
Tirá-los do esconderijo judicial ao qual foram abrigados por Joaquim Barbosa poderá, talvez, fazer ruir toda a alvenaria estrutural do julgamento.
E mais que isso: colocar em xeque as emissões de tintura macartista com as quais a mídia tem amparado, vocalizado e orientado o conjunto da obra.
Saul Leblon
No Blog das Frases

Vídeo sugere que ditadura ensinou indígenas a torturar


*rubenslffb


O PSDB é um partido incompetente, sem planos e que ainda existe por obra e graça da imprensa brasileira





Estamos aguardando o picolé de chuchu vir a público e responder as perguntas para esclarecer a situação da segurança em São Paulo. 

A Corrupta estava tentando, com os bonecos de ventríloquo de sempre, repartir a culpa da incompetência com o governo federal, mas ficou difícil. 


Senhor governador Alckmin continue assim e o PT elegerá o próximo governador do Estado. 


O PSDB é um partido incompetente, sem planos e que ainda existe por obra e graça da imprensa brasileira, o partido não está acostumado a ser pressionado e seus dirigentes se atrapalham nas respostas, até porque não as tem. 


O governador Alckmin está sempre com pressa indo sabe Deus para onde e responder que é bom não consegue. 


Conheço muita gente como Alckmin, se fazem de importante, estão sempre apressados e com cara de sério. 


São uns artistas que têm medo que descubramos suas incapacidades.


do blog do APOSENTADO INVOCADO
*cutucandodeleve 

Sistema Mundial: Guerra civil, sangue e silêncio

Fabio Venturini
Na noite do dia 29 de outubro estava no meio de uma aula. Alguns alunos se levantaram e saíram apressados. Fiz aquela cara de professor que cobra algum respeito acadêmico e uma garota disse quase sem virar: “preciso ir embora, depois explico”.
Uma outra professora aparece à porta com feição assustada e diz: meus alunos que moram na Cidade Tiradentes estão desesperados para ir embora porque vai ter toque de recolher.
Depois da aula fui para casa. Um grupo de homens conversava com um vizinho e o vigia da rua. Tive que ficar à frente de casa para tentar consertar o portão que deu problemas. O vigia se aproximou e começou a conversa dos nossos tradicionais papos sobre futebol.
Pouco depois um homem numa motocicleta chama o vigia para avisar que teve a informação de um plano para promover arrastão nas casas da rua (muitos dos vizinhos são policiais civis ou militares).
O vigilante me contou preocupado, pois os homens que conversavam pouco antes com um dos vizinhos estavam todos (bem) armados. Contei o ocorrido na faculdade e ele ficou mais preocupado ainda.
Sugeri ligar para o 190, mas ele descartou pois em São Paulo o serviço é atendido por secretária eletrônica e não dá para contar com ele, especialmente em casos de emergência. Julgou melhor ligar diretamente para o posto policial mais próximo caso visse algo que justificasse uma preocupação maior, pois, segundo ele, “a guerra entre polícia e PCC está pegando mais na Zona Leste”.
Tranquei o portão, entrei e montei guarda dentro de casa até o meio da madrugada (afinal, a surpresa é o fator determinante do combate e eu não queria ser surpreendido). Por volta de 2h30, as muitas casas de vizinhos policiais que estavam com luzes acesas foram paulatinamente se apagando.
Pela manhã a aluna que não quis se explicar na noite anterior iniciou uma conversa pelo Facebook:
– Fabio, desculpe-me por ter saído correndo ontem. Estava tendo toque de recolher lá perto de casa e minha mãe ligou para me avisar.
– Tudo bem, fiquei sabendo. Houve algum estresse mais forte?
– Só de madrugada mesmo, mas eu já estava em casa. Mataram dois meninos e queimaram um ônibus. Tudo porque morreu um cara do PCC.
– Onde queimaram o ônibus?
– Perto do Jardim Elba.
– Estou fazendo uma coluna. Posso usar essa informação?
– Pode sim.
– Ontem na Zona Norte também tinha um pessoal armado rodando pelas ruas.
–  Os policias lá perto de casa fecharam todas as bases de rua e se esconderam na delegacia, com medo dos bandidos.
– Faz tempo que eles estão em guerra. A gente fica no meio.
– E na TV não passa nada sobre isso, né?
– Eu passei a noite montando guarda e ninguém falou nada. Nem site, nem rádio.
– Eu pesquisei para ver se achava algo e também não encontrei.
– A se o governo fosse de outro partido…
E a conversa se enveredou para os privilégios que partido A desfruta em detrimento do partido B, especialmente em anos pares.
Sim, existe uma guerra entre policiais e crime organizado na cidade de São Paulo que tem a população e a missão constitucional das polícias apenas como pano de fundo. Morre um bandido, passam-se dois policiais, que são vingados com quatro pessoas identificadas na ocorrência como traficantes.
Um bar é todo metralhado, um ônibus é queimado. Homens à paisana circulam pela cidade, comandos do crime determinam toque de recolher. A cada 24 ou 48 horas dezenas de pessoas morrem em situações mal explicadas. Os bandidos não cumprem a lei, mas é isso que se espera deles. Já das polícias, não.
As polícias não cumprem outro papel a não ser oprimir a população politicamente. Policiais andam com medo, criminosos idem. Já não são opostos e se tornaram alteregos.
São Paulo vive um estado de exceção, estado de guerra. Apenas não se noticia. Enquanto a população serve de massa de manobra entre criminosos dentro e fora da lei, o governador manda “ir para cima de bandido”.
O silêncio comunicativo é o pior dos cúmplices
*GilsonSampaio

domingo, novembro 11, 2012

A GRANDE PARTIDA: Anos de Chumbo (75 min)


VÍDEO INÉDITO: mensalão suprema MENTIRA

Deleite - Adoniran Barbosa

  OPUS DEI NA POLITICA NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA

 

A Opus Dei atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil.
O elo com a imprensa é o curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do "Estadão" e da Rádio Eldorado.
O segundo homem da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do Povo").
Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP (na sigla em espanhol).
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Analisando a estrutura de classes dos países latino-americanos, Darcy Ribeiro identificava como segmento hegemónico dentro das classes dominantes o corpo de gerência das transnacionais. Ponta de lança do imperialismo, é ele quem dita ordens e impõe ideologias às demais fracções e, em muitos casos, organiza-as politicamente. A desnacionalização das economias latino-americanas na década de 90 agravou este quadro. A alteração de mais relevo no perfil da classe dominante verificada no bojo deste processo é o crescimento da influência da Opus Dei. Sustentada pelo capital espanhol, a organização controla jornais, universidades, tribunais e entidades de classe, sendo hoje peça chave para se compreender o processo político no continente, inclusive no Brasil, onde quer eleger Geraldo Alckmin presidente da República.
Procissão Católica na Espanha, berço da Opus Dei.
Mas o que é afinal, a Opus Dei (em latim, Obra de Deus)?
Em seu campo original de atuação, é a vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica. "Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo" teria dito seu fundador, Josemaria Escrivá de Balaguer, sobre o Vaticano II, no relato do jornalista argentino Emilio J. Corbiere no seu livro "Opus Dei. El totalitarismo católico".
Fundada na Espanha em 1928, a organização foi reconhecida pelo Vaticano em 1947. Em 1982, foi declarada uma prelatura pessoal, o que, sob o Direito canónico, significa que só presta contas ao papa e que seus membros não se submetem à jurisdição dos bispos. "A relação entre Karol Wojtyla e a Opus Dei" conta o teólogo espanhol Juan José Tamayo Acosta "atinge seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível ascensão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio altivamente, primeiro no esboço e depois na colocação em prática do processo de restauração da Igreja católica sob o protagonismo do papa e a orientação teológica do cardeal alemão Ratzinger."
Fontes ligadas à Igreja Católica atribuem o poder da Obra à quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982.
Obscurantismo e misoginia são traços que marcam a organização. Exemplos podem ser encontrados nas denúncias de ex-adeptos como Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – Universidade de São Paulo (USP), que recentemente escreveu junto com mais dois ex-membros, o juiz Márcio Fernandes e o médico Dário Fortes Ferreira, o livro "Opus Dei – os bastidores". Em entrevista ao programa Biblioteca Sonora, da Rádio USP, Jean Lauand conta que a Obra tem um "Index" de livros proibidos que abrange praticamente toda a filosofia ocidental desde Descartes. Noutra entrevista, à revista Época, Jean Lauand denuncia as estratégias de fanatização dos chamados numerários, leigos celibatários que vivem em casas da organização: "Os homens podem dormir em colchões normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. São proibidas de segurar crianças no colo e de ir a casamentos". É obrigatório o uso de cinturões com pontas de ferro fortemente atados à coxa, como prática de mortificação que visa refrear o desejo. Mas os danos infligidos pelo fanatismo não se limitam ao corpo.
No site que mantém com outros dissidentes (http://www.opuslivre.org/), Jean Lauand revela que a Obra conta com médicos especialmente encarregados de receitar psicotrópicos a numerários em crise nervosa.
A captação de numerários dá-se entre estudantes de universidades e escolas secundárias de elite. Centros de estudos e obras de caridade servem de fachada. A Opus Dei tem forte presença na USP, em especial na Faculdade de Direito, onde parte do corpo docente é composta por membros e simpatizantes,como o numerário Inácio Poveda e o diretor Eduardo Marchi. Outro expoente da organização na USP é Luiz Eugênio Garcez Leite, professor da Faculdade de Medicina e autor de panfletos contra a educação mista. A Obra atua também na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de Brasília (UnB).
Fazendo a América
Mas a Opus Dei é mais que um tema de saúde pública. Ela tem, desde a origem, uma clara dimensão política. Durante a ditadura de Franco, praticamente fundiu-se ao Estado espanhol, ao qual forneceu ministros e dirigentes de empresas e órgãos governamentais. No fim da década de 40, inicia sua expansão rumo à América Latina. Não foi difícil conquistar adeptos entre oligarquias como as da Cidade do México, Buenos Aires e Lima, que sempre buscaram diferenciar-se de seus povos apegando-se a um conceito conservador de pretensa hispanidade. Um dos elementos definidores desse conceito é exatamente o integralismo católico.
Alberto Moncada, outro dissidente, conta em seu livro "La evolución del Opus Dei": "os jesuítas decidiram que seu papel na América Latina não deveria continuar sendo a educação dos filhos da burguesia, e então apareceu para a Opus Dei a ocasião de substituí-los – ocasião que não hesitou em aproveitar".
No Brasil, a organização deitou raízes em São Paulo no começo da década de 50, concentrando sua atuação no meio jurídico. O promotor aposentado e ex-deputado federal Hélio Bicudo conta que por duas vezes juízes tentaram cooptá-lo. Seu expoente de maior destaque foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)por Médici em 1972 e tio do atual governador de São Paulo. Acontece que nos anos 70, o poder da Opus Dei era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (T.F.P.) as simpatias dos católicos de extrema-direita.
Era natural, da mesma forma, que, alguns quadros dos regimes nascidos dos golpes de Estado de 1966 e 1976, na Argentina, e 1973, no Uruguai, fossem também quadros da Opus Dei. Mas segundo se lê no livro de Emilio J. Corbiere , sua atuação era ainda dispersa, o que não os impediu de controlar a Educação na Argentina durante o período Onganí (1966-70).
Já no Chile, a Opus Dei foi para o pinochetismo o que havia sido para o franquismo na Espanha. O principal ideólogo do regime,Jaime Guzmá, era membro activo da organização, assim como centenas de quadros civis e militares.
No México, a Obra conseguiu fazer Miguel de la Madrid presidente da República em 1982, iniciando a reversão da rígida separação entre Estado e Igreja imposta por Benito Juárez entre 1857 e 1861.
Internacional reacionária
A Opus Dei não criou o reacionarismo católico, antes, teve nele sua base de cultura. Mas sistematizou-o doutrinariamente e organizou politicamente seus adeptos de uma forma quase militar. Hoje, funciona como uma espécie de Internacional reaccionária, congregando, coordenadamente, adeptos em todo o mundo.
Concorrem para isto, nos anos 90, o ápice do poder da Obra no Vaticano e a invasão da América Latina por transnacionais espanholas.
A Argentina entregou suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e energia á Telefónica, Repsol, Iberia e Endesa, respectivamente. A Telefónica controla o sector também no Peru e em São Paulo. A Iberia já havia engolido a LAN, do Chile, onde a geração de energia também é controlada pela Endesa. Bancos espanhóis também chegaram ao continente neste processo.
No Brasil, o Santander comprou o Banespa e o Meridional, enquanto que o BBVA recebeu os ativos do Excel através do Proer, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
"A Opus Dei tem sido para o modelo neoliberal o que foram os dominicanos e franciscanos para as cruzadas e os jesuítas frente à Reforma de Lutero" compara José Steinsleger, colunista do diário mexicano "La Jornada".
A organização atua também no monopólio da imprensa. Controla o jornal "El Observador", de Montevidéu, e exerce influência sobre órgãos tradicionais da oligarquia como "El Mercurio", no Chile, "La Nación", na Argentina e "O Estado de São Paulo", no Brasil. O elo com a imprensa é o curso de pós-graduação em jornalismo da Universidade de Navarra em São Paulo, coordenado por Carlos Alberto di Franco, numerário e comentarista do "Estadão" e da Rádio Eldorado. O segundo homem da Opus Dei na imprensa brasileira é o também numerário Guilherme Doring Cunha Pereira, herdeiro do principal grupo de comunicação do Paraná ("Gazeta do Povo"). Os jornalistas Alberto Dines e Mário Augusto Jakobskind denunciam que a organização controla também a Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP (na sigla em espanhol).
Sedeada na Espanha, a Universidade de Navarra é a jóia da coroa da Opus Dei no negócio do ensino. Sua receita anual é de 240 milhões de euros. Além disso, a Obra controla as universidades Austral (Argentina), Montevideo (Uruguai), de Piura (Peru), de Los Andes (Chile), Pan Americana (México) e Católica André Bello (Venezuela).
Dentro da igreja católica, a Opus Dei emplacou, na última década, vários bispos e Cardeais na América Latina. O mais notável é Juan Luís Cipriani, de Lima, no Peru, amigo íntimo da ditadura de Alberto Fujimori. Em seu estudo "El totalitarismo católico em el Peru", o jornalista Herbert Mujica denuncia que quando o Movimento Revolucionário Tupac Amaru tomou a embaixada do Japão, em 1997, Juan Luís Cipriani, valendo-se da condição de mediador do conflito, instalou equipamentos de escuta que possibilitaram à polícia invadir a casa e matar os ocupantes.
Na Venezuela, a Obra teve papel essencial no fracassado golpe de 2002 contra Hugo Chávez. Um dos articuladores da tentativa foi José Rodríguez Iturbe, nomeado ministro das Relações Exteriores. Também participou da articulação à embaixada da Espanha, governada na época pelo neo-franquista Partido Popular (PP).
Alkimin Opus Dei
Após os reveses na Venezuela, as esperanças da Opus Dei voltaram-se para Joaquím Laví, no Chile, e Geraldo Alckmin, no Brasil, hoje seus quadros políticos de maior destaque. Joaquím Laví foi derrotado nas últimas eleições presidenciais chilenas em Dezembro. Resta o Brasil, onde a Obra tenta fazer de Geraldo Alckmin presidente e formar um eixo geopolítico com os governos Álvaro Uribe (Colombia) e Vicente Fox (México), aos quais está intimamente associada.
Entranhas mafiosas
Além das dimensões religiosa e política, a Opus Dei tem uma terceira face: a de sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e publicados em 1986 pelo jornal italiano "L´Expresso", a Obra determina que "os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem à Opus Dei."
Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos.
Entre os católicos, a Opus Dei é conhecida como "Santa Máfia",Emilio J. Corbiere lembra os casos de fraude e remessa ilegal de divisas nas empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, onde parte dos activos desviados financiaram a Universidade de Navarra. Bancos espanhóis são suspeitos de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. A Opus Dei também esteve envolvida nos episódios de falência fraudulenta dos bancosComercial (Uruguai, pertencente à família Peirano, dona de "El Observador") e de Crédito Provincial (Argentina).
Na Argentina os responsáveis pelas desnacionalizações da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por empresas espanholas, em dois dos maiores escândalos de corrupção da história do país, tiveram sua impunidade assegurada pela Suprema Corte, onde pontificava António Boggiano, membro da Opus Dei.
No Brasil, as pretensões de controlo sobre o Judiciário esbarram no poder dos Maçons.
A Opus Dei controla, porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo através da manipulação de promoções. Segundo fontes do meio jurídico paulista, de 25 a 40% dos juízes de primeira instância no estado pertencem à organização – proporção que se repete entre os promotores, no tribunal, a proporção sobe para 50 a 75%.
Recentemente, o tribunal, em julgamento secreto, decidiu pelo arquivamento de denúncia contra Saulo Castro Abreu Filho, braço direito de Geraldo Alckmin, acusado de organizar grupos de extermínio desde a secretaria de Segurança, e contra dois juízes acusados de participação na montagem desses grupos.
A fusão dos tribunais de Justiça e de Alçada, determinada pela Emenda Constitucional n.º 45, foi uma medida da equipe do ex - ministro da Justiça, Mácio Thomaz Bastos, para reduzir o poder da Obra no judiciário paulista, cuja orientação excessivamente conservadora, principalmente em questões criminais e de família, é motivo de alarme entre profissionais da área jurídica.
Henrique Júdice Magalhães
Blog GeoSapiens leia Como a Obra faz sofrer a família
*GilsonSampaio

O ‘maloqueirismo’ na mídia brasileira



 


O termo “maloqueiro”, ironicamente, sempre foi estigmatizado por parte da nossa elite, sendo utilizado para designar aquele que lhe era abjeto; para conceituar aquilo que a seus olhos eram grupos sociais “ordinários”. 

Agora, esse rótulo se volta contra essa mesma elite, definindo e adjetivando suas ordinárias práticas. 


O jornalismo maloqueiro ou “maloqueirismo” é aquele originário das malocas da mídia brasileira. 


Tomo emprestado aqui, a título de ilustração, algumas definições do termo “maloca” constantes do dicionário Aurélio: 


“Esconderijo; grupo de gente que não inspira confiança; grupos de salteadores, de bandidos”. 


São essas conceituações que servirão de embasamento para nosso “estudo de caso”.
 

O propósito aqui não é exatamente modesto. 


A saber: pretende-se fazer um estudo das influências do “maloqueirismo” como força determinante do comportamento predatório e antiético de parte importante da mídia brasileira nos dias de hoje, e seus reflexos no jogo pelo poder e na sociedade.


Ambicionamos ainda mais: pretendemos que essa nova categoria de jornalismo seja estudada nas faculdades de comunicação – como exemplo didático e emblemático de caminhos, atalhos e esparrelas a serem evitados pelos jovens jornalistas. 


“Maloqueirismo” ou “jornobanditismo”, grosso modo, é o jornalismo a serviço do banditismo – dos interesses escusos, criminosos. 


É o comando do crime organizado da opinião publicada. 


Este, esclareço, é apenas um capítulo introdutório desse incipiente estudo que certamente será assumido e desenvolvido também por outros jornalistas, acadêmicos e estudiosos do tema. 


Aqui, valerá como nunca a contribuição milionária de todos os erros. 


Sinta-se, pois, à vontade para dar a sua colaboração nesse debate. 


É digno de nota que o termo “maloqueiro”, curiosa e ironicamente, sempre foi estigmatizado por parte da nossa elite, era utilizado para designar aquele que lhe era abjeto; para conceituar aquilo que a seus olhos eram grupos sociais “ordinários”. 


Agora, paradoxalmente, esse rótulo se volta contra essa mesma elite, definindo e adjetivando suas ordinárias práticas.
 

Mas como identificar um jornalista maloqueiro? 


Veremos a seguir.
 

Esses jornalistas vivem enclausurados em seus próprios umbigos e crenças de classe. 


Tal qual vampiros* não saem à luz do dia – têm seus motivos [* sentido figurado: aquele que explora os pobres em benefício próprio]. 


Não se encontra um “maloqueiro” nas ruas e shoppings de sua cidade, por exemplo. 


Eles rastejam nas antessalas e corredores do poder. 


Não pegam ônibus, trem ou metrô; desconhecem, portanto, as agruras por que passam os cidadãos comuns. 


Seus patrões, zelosos, tal qual o bom carcereiro da fábula que embala os inocentes, vez em quando lhes coloca um prato de comida e uma cuia com água fresca, na porta de seus catres sombrios, para que estes se alimentem e matem a sua sede. 


Sede de água, vale o registro, mesmo sob o risco do pleonasmo – pois a sede de servir ao patrão, esta é insaciável. 


São regiamente remunerados e recebem, a título de bônus, pequenos mimos e mordomias – para que, também eles, sintam-se parte integrante do que se convencionou chamar de “classe dominante” ou, numa linguagem mais vulgar, de “bem nascidos”. 


Viajam de 1ª classe; acomodam-lhes em bons hotéis estrelados; bebem vinho caro e bom champanhe; comem em bons restaurantes [de alta gastronomia] etc. 


A eles, em verdade, bem como aos seus leitores, são destinadas as migalhas, os restos dos banquetes em que se fartam os hipócritas. 


Tal qual condenados, subjugados pelo seu próprio servilismo e vacuidade
, eles sequer percebem, mas a cada movimento que fazem em seu claustro de misérias escuta-se ao fundo o rangido do lento arrastar dos grilhões e correntes invisíveis, que lhes servem de amarras. 

Grilhões e correntes invisíveis aos olhos dos justos e dos incautos, mas que não engana o rigoroso juiz que todos carregamos n’alma e que lhes assombram e comprometem o sono. 


O “maloqueirismo” ou “jornobanditismo” é um neologismo, um conceito relativamente novo, nem tão recente decerto, mas que ainda não foi devidamente estudado, dicionarizado ou catalogado. 


Já foi traduzido, inapropriadamente, algumas vezes, por variados nomes e qualificativos, tais como “parcialismo”, servilismo ou sabujice, vilania, pena de aluguel, “escreventes da infâmia”, jornalismo fiteiro etc. 


Mas não é nada disso; é muito mais além, ou aquém. 


É obra do jornalismo maloqueiro
, por exemplo, a politização do descalabro, as denúncias seletivas, que só afetam determinado partido político; as manchetes tão grandiloquentes quanto vazias; a “espetacularização” da notícia; a utilização de arapongas e detetives mafiosos em seus métodos investigativos; o desrespeito às pessoas, a sujeição do outro ao linchamento moral e à desonra; a expropriação da identidade do indivíduo, o culto ao patrimônio, dentre outras mazelas e vergonhas. 

Devemos, portanto, em nome da liberdade e do pluralismo da imprensa, condenar e denunciar esse tipo deletério de jornalismo e, mais que isso, informar o nosso público leitor acerca de sua existência e, na medida do (im)possível, melhor formar os nossos futuros jornalistas. 


Aguardemos, portanto, mais contribuições ao estudo dessa importante matéria que se impõe na contemporaneidade. 


Pois como já bem assinalou, recentemente, o professor Bernardo Kucinski: 
“Estamos assistindo ao surgimento de um macartismo à brasileira”. 

Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.

*cutucandodeleve