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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 15, 2012

Ato em repúdio ao julgamento político do STF contra Dirceu e Genoíno e em defesa do PT e do Estado democrático de direito

O hiperrealismo de Ron Mueck

 
Hoje fui apresentado ao hiperrealismo de Ron Mueck, fiquei impressioado, vejam:

ONU revela que uma a cada oito pessoas passam fome no mundo

Link to Jornal A Verdade


ONU revela que uma a cada oito pessoas passam fome no mundo

Leia em nosso site: ONU revela que uma a cada oito pessoas passam fome no mundo
ONU revela que uma a cada oito pessoas passam fome no mundoO relatório “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012 (SOFI)” publicado em outubro deste ano por  três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) – FIDA(Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola),FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e PMA(Programa Mundial de Alimentos) – revelou que uma a cada oito pessoas passam fome no mundo, totalizando cerca de 868 milhões famintos (12,5% da população mundial).Destes, aproximadamente 16 milhões encontram-se nos países desenvolvidos, mostrando que as contradições do capitalismo e as condições sub-humanas a que estão submetidos a maioria da população também  estão presentes nos países considerados ricos, onde falsamente a mídia burguesa, os países imperialistas e os exploradores fazem propaganda de que estes lugares são o paraíso e as pessoas possuem seus direitos garantidos e ampla qualidade de vida.
Os dados são ainda mais críticos nos países considerados subdesenvolvidos, nações que na verdade sofreram duras invasões e saques de suas riquezas durante décadas por países como Inglaterra, Estados Unidos, França e, até hoje, continuam com sua soberania ameaçada pela ganância e aprofundamento da miséria pelos que se acham donos do mundo. Segundo o relatório, nas últimas duas décadas, houve aumento da fome na África, de 175 milhões para 239 milhões de pessoas, sendo este crescimento de 20 milhões nos últimos quatro anos. Na Ásia e no Pacífico houve uma redução de aproximadamente 30% (de 739 para 563 milhões de pessoas), mas ainda assim os números mostram que houve pouca mudança quantitativa e qualitativa nos últimos vinte anos para os que todos os dias não têm do que se alimentar. As “missões de paz” dos Estados Unidos nestes países, onde são enviados exércitos e armas para dar “segurança e organizar” a população( ao invés de irem médicos, professores, alimentos, remédios como tem enviado o estado Cubano), possui na verdade o objetivo de reprimir o povo, controlar as riquezas destes países e não permitir que governos populares, democráticos e soberanos se organizem.
No Caribe e na América Latina tem-se atualmente 49 milhões de famintos, sendo deste total 13 milhões de Brasileiros, o quase equivalente a população do estado da Bahia(atualmente com 14,01 milhões de habitantes – Dados do IBGE 2012). É evidente que persiste o alto índice de subnutridos crônicos no Brasil, mesmo que neste período tenha ocorrido no país uma redução de 14,9% (1990-1992) para 6,9% (2010-2012) devido aos programas sociais desenvolvidos pelo governo, em especial o Programa Bolsa Família.
A desnutrição infantil a nível mundial ameaça 500 milhões de crianças, afeta o crescimento e leva a morte 2,5 milhões todos os anos. Segundo estudo realizado nos países da Índia, Bangladesh, Peru, Paquistão e Nigéria pela ONG Save de Chidren, as famílias não possuem condições financeiras para comprar carne, leite e vegetais.  No relatório da organização divulgado em fevereiro deste ano, essas crianças podem ter problemas de crescimento nos próximos 15 anos devido a desnutrição e um a cada cinco pais entrevistados revelaram que seus filhos abandonam a escola para trabalhar e ajudar a comprar comida.
Apesar de todo o desenvolvimento técnico, alta produção de alimentos e a humanidade ter o domínio suficiente de conhecimento para eliminar todas as formas de insegurança alimentar e subnutrição, temos visto milhões morrerem ou ter seu futuro comprometido. Para o estado burguês o principal motivo da situação atual são as crises econômicas. No entanto, podemos citar alguns fatos que assim como a crise sempre existirão enquanto o capitalismo organizar a estrutura social: Especulação financeira no mercado de alimentos; Problemas de distribuição, chegando a desperdiçar cerca de um terço da produção; Agronegócio e monocultura que gera concentração de renda, dos meios de produção e da terra, em detrimento da agricultura familiar e comunitária; Exportação de alimentos de qualidade e em larga escala, retenção nacional dos de baixa qualidade; Domínio da produção agrícola por grandes empresas agroindustriais de monopólio estrangeiro e nacional, gerando aumento nos preços dos alimentos; Redução na produção de alimentos para o plantio voltado para produção de biocombustíveis; Tudo isso é consequência do sistema econômico e social, o capitalismo, onde os meios de produção são de propriedade privada, o trabalho para produzir é executado por toda a sociedade, mas os produtos não são socializados, vão para a minoria detentoras dos meios de produção. Isso reflete diretamente na agricultura, em seus ramos de produção e sua estrutura de organização, portanto temos a agricultura capitalista, pois ela está submetida as leis do capitalismo. O lucro e o favorecimento das empresas agroindustriais e da burguesia estão acima de tudo. Para os trabalhadores (que possuem apenas sua força de trabalho para vender) resta a exploração, condições de vida desumanas e baixos salários para comprar alimentos caros.
A erradicação da fome vai além de aumentar a quantidade de alimentos disponíveis para as famílias em risco, é necessário garantir a qualidade destes alimentos em termos de segurança, nutrientes e diversidade. É necessário por fim ao agronegócio e garantir que a produção esteja ligada as necessidades sociais, que todos tenham acesso ao direito mais básico da vida e que os preços dos alimentos não seja refém da especulação financeira. Enquanto a sociedade estiver organizada segundo as leis do capitalismo será impossível garantir que estes 868 milhões não passem fome, pois essa miséria gera lucro e mantem as riquezas da burguesia, a minoria da sociedade e classe dominante, dona dos meios sociais de produção. Como diria Karl Marx “Qualquer que seja a taxa dos salários, alta ou baixa, a condição do trabalhador deve piorar à medida em que se acumula o capital. Trata-se de uma lei que estabelece uma correlação fatal entre a acumulação do capital e a acumulação de miséria, de modo que a acumulação de riqueza em um pólo é igual à acumulação de pobreza, de sofrimento, de ignorância, de embrutecimento, de degradação moral, de escravidão no polo oposto, no lado da classe que produz o próprio capital.”¹ Portanto, cabe a classe oprimida construir um novo sistema econômico, onde os meios de produção e o que for produzido serão de propriedade social, todos terão direito iguais e a fome não terá necessidade de existir para beneficiar e manter a classe exploradora, pois esta sociedade estará organizada pelo povo e para o povo: “O proletariado toma o poder político e, por meio dele, converte em propriedade pública os meios sociais de produção”.² Esse sistema econômico e social que o povo almeja e tem construído no dia-dia através de todas as mobilizações contra o capitalismo e suas contradições e em cada luta pelo direito dos trabalhadores, se chama Socialismo. Quem tem dúvidas de sua eficiência e igualdade social deverá olhar para o exemplo Cubano, único país que erradicou a desnutrição infantil e a pobreza será eliminada em 2015 (Dados da Unicef), enquanto isso a Meta do Milênio das organizações da ONU é reduzir até lá em 50% o número de famélicos, ou seja, até 2015 muito morreram de fome.
O povo Brasileiro e de todos os países sonha com uma sociedade livre, igualitária e onde todos possuam os direitos humanos garantidos, e isso só poderá ser conquistado através da organização popular e do Partido Revolucionário para guiar os explorados, que juntos levaram à êxito a luta cotidiana pela construção do Socialismo.
Lidiane Monteiro
Estudante de Física da UFRPE, Coordenadora-geral do DCE-UFRPE 
Referências
¹ Karl Marx, O Capital – Volume I (1867)
² Friedrich Engels, Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico (1877)

quarta-feira, novembro 14, 2012

Cultura: Lançamento Quem Tem Medo de Hugo Chávez #NossaGente


CONVITE
A Editora Aquariana tem a honra de convidá-lo para a primeira noite de autógrafos do livro Quem Tem Medo de Hugo Chávez,
do blogueiro FC Leite Filho, com prefácio do jornalista Beto Almeida, a realizar-se em Brasília, no Restaurante Carpe Diem, da 104 Sul,
dia 28 de novembro de 2012, quarta-feira, a partir das 19 horas.
Atenciosamente, pela Aquariana
JC Venâncio


Polêmico, amado ou execrado, mas dominando os acontecimentos na América Latina há 14 anos, ao longo dos quais comandou 16 eleições democráticas em seu país, o presidente da Venezuela é visto aqui a partir do protagonismo que revirou pelo avesso as antigas relações entre os países vizinhos e a situação política em cada país do continente. Por causa do câncer que o obrigou a fazer três delicadas cirurgias, Hugo Chávez permaneceu, em diferentes intervalos, 250 dias em Cuba. Em outra época, o presidente dificilmente resistiria a um golpe de Estado. 

Como o coronel paraquedista construiu sua blindagem democrática para manter-se no poder há 14 anos é um dos temas centrais do livro “Quem tem medo de Hugo Chávez?”, pela Editora Aquariana, de São Paulo, que estará nas principais livrarias a partir da segunda quinzena de novembro.

De autoria do blogueiro FC Leite Filho, que já atuou como jornalista nos principais jornais do país e escreveu El Caudillo – Perfil Biográfico de Leonel Brizola, também pela Aquariana, e com prefácio do jornalista Beto Almeida, o livro, que já aborda a última reeleição de Chávez, de sete de outubro último, ainda faz um levantamento da relação especial com Cuba, que ele considera essencial, não apenas para a segurança venezuelana e latino-americana, como também para a popularização das políticas públicas, sobretudo as vinculadas à educação e à assistência médica universal à população.

Clique aqui para um capítulo, fotos, vídeos e mais informações sobre o livro no hot site

O livro, porém, não consiste em mais uma das 300 biografias já escritas sobre o presidente bolivariano. É antes uma mirada sobre os ventos renovadores que, desde 1999, varreram o analfabetismo, distribuíram laptops nas escolas públicas e dignificaram os salários em países latino-americanos como o Brasil, Argentina, Equador, Bolívia. 

Diante de uma Europa que se afunda nos 25% de desemprego da Espanha – contra a média de 7% no Brasil, Argentina e Venezuela -, e uma Suécia e uma Inglaterra, antes exemplos de democracia, que pressionam para entregar Julian Assange aos Estados Unidos, onde enfrentaria a pena de morte, é no Equador, que o diretor do Wikileaks encontra asilo para defender seus direitos humanos e ideais de uma comunicação transparente. Aqui, também, o leitor vai se informar de como esses países se blindaram contra a crise mundial e seus seguidos espasmos que até hoje agrilhoam indistintamente europeus e estadunidenses, enquanto o FMI, não mais nosso verdugo, enfia goela abaixo seus remédios amargos à Grécia, Espanha, Portugal e até a antes gaulilsta e gloriosa França.

Perfil do autor

Jornalista e blogueiro independente, Francisco das Chagas Leite Filho (Sobral-Ce, 1947, e baseado em Brasília a partir de 1968) dedicou-se ao estudo de líderes transformadores que se focaram na educação e na soberania para vencer o atraso e afirmar-se neste novo mundo pluripolar. Desde Leonel Brizola, a quem dedicou seus dois primeiros livros, o autor agora se desdobra para explicar o fenômeno Hugo Chávez, de quem estudou quase 500 discursos, e a arrancada que ele deu para, junto com Lula, Dilma, Cristina, Rafael, Daniel Ortega, Mel Zelaya, Fernando Lugo e Evo Morales, efetivar a integração latino-americana. 



Nas principais livrarias do país, a partir de 15/11/2012
Tamanho: 280 páginas
Preço: R$ 45,00
Pedidos também podem ser feitos diretamente no site da

Cameron: “Invadir a Síria!” / General: “Você e que exército?”




John Robles
A formação da chamada oposição síria unificada – logo onde?! Em Doha, Qatar! – e que não inclui inúmeros grupos e facções de sírios que lutam contra Bashar al-Assad, foi saudada no ocidente e em vários estados muçulmanos sunitas como uma vitória; e a “coalizão” foi apresentada como legítima voz do povo sírio. O ocidente continua a promover e atiçar o morticínio, fornecendo armas a alguns grupos e até, como já se noticiou, treinando atiradores e grupos terroristas para assassinar Assad. Simultaneamente, os clamores de David Cameron, que “exige” imediata intervenção militar na Síria, colidiram violentamente contra um muro de descrédito.

David Cameron
O ocidente insiste em tentar impor seus planos à Síria e promover uma “mudança de regime” a qual, desde o começo, é desejo de Washington, muito mais que do povo sírio.

O mais recente golpe/tentativa de legitimar a oposição apoiada e armada pelo ocidente apareceu sob a forma de conferência realizada fora da Síria, no domingo passado. Reunião de fantoches do ocidente, a tal ponto que muitos dos líderes da oposição síria “real”, que permanecem na Síria, recusaram-se a participar daquela encenação.

A escolha do Qatar para sediar a “conferência” já sugere viés bem claro: o Qatar sempre apoiou os muçulmanos sunitas e seus interesses; e lá estão instaladas bases dos EUA e do Comando Central dos EUA [orig. US Central Command (CENTCOM)] que também mantém bases no Kuwait, Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Omã e Paquistão.

Importante observar que a maioria da população síria é formada de muçulmanos sunitas, e que Bashar al-Assad é alawita (denominação que para muitos se refere a uma seita do Islã xiita). Isso explica por que o Qatar e outros países são tão empenhadamente contra Assad e tanto se interessam em fazer o jogo dos EUA, no golpe para derrubar Assad e seu governo de alawitas.

O resultado da conferência em Doha, Qatar, que reuniu várias associações e grupos da chamada oposição síria, foi acordo assinado que constituiu mais um grupo de oposição, chamado hoje Coalizão Nacional [orig. National Coalition (NC)].

EUA e Grã-Bretanha apressaram-se a anunciar apoio ao novo grupo, e por razões óbvias: assim se podem apresentar ao mundo como apoiadores de coalizão dita legítima, mesmo que formada fora do país e marcada por favorecer interesses dos aliados de Washington, selecionados a dedo. Como se já não estivessem ruins o suficiente, as coisas, em seguida, pioraram.

Na 2ª-feira, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), formado de Arábia Saudita (sunitas), Bahrain (sunitas), Emirados Árabes (sunitas), Omã (ibadistas), Qatar (sunitas) e Kuwait (sunitas) também decidiram reconhecer a tal Coalizão Nacional, como legítima representante do povo sírio.

Bashar al-Assad
As razões pelas quais todos esses países tanto se empenham em derrubar o governo de Assad são variadas e todas envolvem interesses específicos desses países, muito mais do que interesses dos sírios; a nova Coalizão fatalmente levará a ampliar a carnificina e a instabilidade na região, que virão como consequências inescapáveis se Assad for derrubado. Para o CCG, o apoio parece óbvio, dado que estão apoiando os irmãos sunitas e pondo fim a um importante aliado do Irã na região.

O Irã é país xiita, caso único no mundo muçulmano, porque a população da República Islâmica do Irã é constituída de 90% de xiitas. Os xiitas iranianos são malvistos pelos vizinhos muçulmanos árabes também porque não são árabes, mas persas e muitos países árabes veem o Irã como ameaça.

Quanto ao ocidente, as razões pelas quais querem ver Assad fora do governo são completamente diferentes e nada têm a ver com a oposição sunitas-xiitas. O ocidente tem ambições imperiais na região e a rixa religiosa, que o ocidente sempre manipula, serve muito bem àquelas ambições. Para os EUA, há dois objetivos na região: fixar o controle, para facilitar a exploração dos recursos naturais; e proteger Israel.

A duplicidade é evidente e o ocidente não tem qualquer objetivo humanitário. Se o governo apóia a implantação militar dos EUA na região, é governo aliado; se não, os EUA imediatamente passam a trabalhar para a “mudança de regime”.

No Bahrain, por exemplo, o governo sunita oprime a população de maioria xiita. Mas o Bahrain é crucialmente importante para o ocidente, do ponto de vista estratégico, porque ali estão aquartelados o Comando Central das Forças Navais dos EUA [orig. United States Naval Forces Central Command (COMUSNAVCENT)] e da 5ª Frota dos EUA [orig. United States Fifth Fleet (COMFIFTHFLT); nessas circunstâncias, os EUA ignoram todas as questões sociais; e o levante da maioria xiita no Bahrain praticamente não é assunto na mídia mundial.

Saddam Hussein
Saddam Hussein é outro exemplo. Saddam era sunita, e oprimia a população xiita do Iraque; mas o problema, para os EUA jamais foi a opressão dos xiitas. O problema, ali, foi que Saddam começava a constituir política independente dos EUA e a não obedecer aos ditames do ocidente. Se Saddam tivesse autorizado a instalação de bases dos EUA em território iraquiano e garantisse pleno acesso para os EUA aos recursos do Iraque, lá estaria, até hoje, por mais que governasse como ditador sanguinário.

Assim, em resumo, embora ainda haja quem suponha que o ocidente apóia muçulmanos sunitas, fato é que os EUA só fazem manipular os sunitas e servir-se deles como instrumentos para alcançar seus objetivos. Esses movimentos nem sempre são bem claramente entendidos por muitos muçulmanos, que veem as atitudes dos EUA como traição sempre: ou os EUA traem os sunitas, ou os EUA traem os xiitas e, em todos os casos, traem muçulmanos.

O mundo muçulmano enfrenta levantes populares hoje que ainda acompanham as linhas sectárias manipuladas pelo ocidente, sempre na direção que mais interesse aos EUA.

Muammar Gaddafi
Outro exemplo foi Muammar Gaddafi, do qual muitos dizem que seria o mais verdadeiro dos muçulmanos, dado que não era nem xiita nem sunita. Os EUA decidiram derrubar Gaddafi pelas mesmas razões (interesse em ocupar os recursos naturais da Líbia), porque Gaddafi trabalhava para construir políticas de autonomia e independência nacional – e já governava o sistema socialista de governo mais justo e produtivo que o mundo jamais conheceu. Aí está exatamente o tipo de governo e governante cuja existência o ocidente não pode admitir, porque governo e governante, nesse caso, convertem-se em obstáculos vivos à exploração predatória do país por interesses capitalistas.

De volta à Síria, importante aliado do Irã, a “mudança de regime” tornou-se absolutamente necessária porque o ocidente vê a Síria como ameaça importante aos planos ocidentais de invadir e ocupar o Irã. Aí está outro país que construiu políticas de autonomia e independência e que, além do mais, é arqui-inimigo de Israel.

Muitos especialistas concordam que, se a Síria cair, o alvo seguinte será o Irã. Há quem diga que, nos planos dos imperialistas ocidentais para dominar o mundo, depois do Irã virá a Venezuela; depois a Rússia; depois a China.

William Hague
Assim sendo, o que se tem é, em resumo muito apertado: nações sunitas, que trabalham para promover interesses dos sunitas; o ocidente, que manipula a seu favor as divisões sectárias, com vistas a promover o projeto imperialista de exploração de recursos e o que entendem que seja o interesse de Israel; como consequência disso tudo, o Irã e a Síria estão sendo hoje atacados por todos os lados.

A Síria está sendo saqueada e rachada ao meio por efeito da manipulação, do aprofundamento de ódios sectários, que voltam a reabrir as muitas divisões internas, estimulados pela infiltração, no país, de terroristas e mercenários vindos de fora. E o Irã está sendo completamente isolado pelas sanções, aplicadas de fora para dentro.

Quanto à Grã-Bretanha que, agora, parece que unilateralmente – de fato, só se ouviu uma voz: do Primeiro-Ministro David Cameron – anda dizendo que o país estaria pronto para iniciar intervenção militar na Síria, os planos do Primeiro-Ministro colidiram violentamente contra um muro de descrédito.

Philip Hammond
Segundo o jornal Sun da Grã-Bretanha, uma fonte militar contou que:

Um brigadeiro, que assistiu ao noticiário e soube que Cameron falava de invasão armada contra a Síria, perguntou: “Quer invadir, primeiro-ministro?! Você e que exército?”

Segundo o Sun, o Secretário de Defesa Philip Hammond e o Secretário de Relações Exteriores, William Hague também se manifestaram contra qualquer ideia de invadir a Síria; lembraram que a Síria não é a Líbia; e que o presidente Bashar al-Assad, além de comandar exército poderosíssimo, conta com o apoio dos russos.


Deleite - Paulinho da Viola


GENOINO É CONDENADO A 6 ANOS E 11 MESES DE PRISÃO



Sem a presença do revisor Ricardo Lewandowski, os ministros do Supremo Tribunal Federal votaram sobre a pena do ex-presidente do PT José Genoino na Ação Penal 470. Genoino pegou 2 anos e três meses de prisão por formação de quadrilha e 4 anos e oito meses por corrupção ativa. Del deve responder em regime semi-aberto

12 DE NOVEMBRO DE 2012 

247 - Sem a presença do revisor Ricardo Lewandowski, os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram sobre a pena do ex-presidente do PT José Genoino na Ação Penal 470, logo depois de estabelecer pela de 10 anos e 10 meses de cadeia para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

O relator Joaquim Barbosa fixou em 2 anos e 3 meses de reclusão a pena por formação de quadrilha para Genoino e foi acompanhado por Luiz Fux, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto. Nesse item, os ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Rosa Weber e Cármen Lúcia não votam, pois absolveram Genoino do crime de quadrilha.

Sobre o crime de corrupção ativa, Barbosa disse que "não se tratou de um crime de corrupção ativa comum" e propôs a pena de 5 anos e 3 meses de prisão, além de 180 dias-multa, pelo pagamento de propina a parlamentares. Nesse caso, o único ministro que não vota é o revisor Ricardo Lewandowski, único a absolver Genoino do crime.

Após do voto da ministra Rosa Weber, que pediu pena de 4 anos e 8 meses, Barbosa mudou seu voto para seguir a ministra. O ministro Dias Toffoli divergiu dos votos proferidos até então e fixou pena em 2 anos e 8 meses de reclusão, além de 26 dias-multa, para Genoino, pedindo, na prática, a prescrição da pena. Acabou prevalecendo o voto de Barbosa, definindo a pena de Genoino em 6 anos e 11 meses de prisão.

A AMÉRICA LIBERAL

Além da reeleição de Barack Obama, vários episódios demonstram que os Estados Unidos estão longe de se transformar numa teocracia militarista-corporativa prevista por analistas mais à esquerda. 
 A woman passes a joint at a pro-marijuana "4/20" celebration in front of the state capitol building April 20, 2010 in Denver, Colorado. April 20th has become a de facto holiday for marijuana advocates, with large gatherings and 'smoke outs' in many parts of the United States. Colorado, one of 14 states to allow use of medical marijuana, has experienced an explosion in marijuana dispensaries, trade shows and related businesses in the last year as marijuana use has become more mainstream.
A aprovação do consumo recreativo de maconha nos estados de Washington e Colorado é um exemplo. Outro foram os referendos que aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados de Maryland, Maine e Washington (DF), juntando-se a outros estados que já reconhecem esse direito: Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont e Washington (DF). 

Na Flórida, 55%  dos eleitores rejeitaram um projeto que visava proibir o uso de fundos públicos para financiar abortos, exceto em caso de estupro, incesto ou risco para a vida da mãe. A exceção é a Califórnia, estado que costuma ser vanguarda em questões de comportamento, renegou sua reputação progressista ao rejeitar a abolição da pena de morte.

Tammy Baldwin, a primeira parlamentar gay
O próximo Senado dos Estados Unidos terá um número recorde de mulheres: 19 de um total de cem parlamentares na Casa, contra as 17 atuais. As mulheres se destacaram principalmente no Partido Democrata; as seis senadoras democratas que disputavam a reeleição venceram. Duas democratas eleitas serão as primeiras mulheres a representar seus Estados – Elizabeth Warren em Massachusetts e Tammy Baldwin, no Wisconsin. Tammy – que parece a irmã gêmea mais nova de Mick Jagger – é também a primeira senadora abertamente homossexual a ser eleita. Outra democrata, Mazie Hirono, é a primeira senadora de origem asiática do Havaí.
Mazie Hirono

Mas o grande destaque foi Elizabeth Warren, 63 anos, eleita senadora pelo estado de Massachussetts, que já foi governado pelo candidato republicano derrotado, Mitt Romney. Ela defendia a regulação do sistema financeiro antes da crise dos “subprime” estourar em 2008 e a criação de uma agência de proteção financeira ao consumidor.

Elizabeth Warren, a nova sensação liberal
Como escreveu o colunista Elio Gaspari: “a banca torrou US$ 1,3 bilhão com lobistas para desidratar a reforma, mas não conseguiu impedir a criação da agência. Por qualquer critério, Warren seria encarregada de dirigi-la. A astuciosa oposição do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e a maleabilidade do companheiro Obama driblaram-na. Numa bonita cerimônia, ela foi encarregada de organizar a instituição, e tchau. Agora Warren chega a Washington como senadora, montada na vassoura da defesa da classe média.

Ela diz coisas que pareciam ter saído de moda. Por exemplo:

‘Neste país ninguém ficou rico à sua custa -ninguém. Você transporta seus produtos em estradas que nós pagamos; você contrata pessoas que foram educadas pelo sistema público, sua fábrica está segura porque nós pagamos a polícia e os bombeiros. (...) Nosso contrato social pressupõe que você receba uma parte dos benefícios e pague para que um garoto seja beneficiado por ele.’”

Os espíritos de George McGovern, Ted Kennedy, Martin Luther King, Adlai Stevenson e Eleanor Roosevelt devem estar sorrindo...


Greve Geral: vozes contra a austeridade vão ouvir-se em 20 países europeus


Vinte países, entre os quais Portugal, vão juntar-se, na quarta-feira, à jornada de luta europeia contra a austeridade e a favor do emprego, que inclui greves, manifestações, ações de protesto e reuniões em várias cidades da Europa.
Foto de Piquete Joven - Espanha, www.facebook.com/PiqueteJoven.
Foto de Piquete Joven - Espanha, www.facebook.com/PiqueteJoven.
A jornada europeia de ação e solidariedade, organizada pela Confederação Europeia dos Sindicatos (CES), tem como lema "Pelo emprego e a solidariedade na Europa, não à austeridade" e vai mobilizar cerca de 40 organizações sindicais.
Segundo a Lusa, além dos 20 países em que as vozes contra a austeridade se vão fazer ouvir na quarta-feira, há outros três que também se associam à jornada de luta, mas onde as ações de protesto decorrerão mais tarde: Suíça (quinta-feira), Eslovénia e República Checa (sábado, em ambos os casos).
"A jornada tem como objetivo transmitir uma mensagem comum em defesa do crescimento e emprego e contra a austeridade. Estou convencida de que se tivermos uma grande ação em toda a Europa, tal poderá fazer a diferença", afirmou a secretária-geral da CES, Bernadette Ségol, em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas.
Bernadette Ségol disse que "no final de junho houve alguma esperança, porque a ideia de crescimento e emprego foi reconhecida pelo Conselho Europeu". No entanto, "os atos não seguiram as palavras" e a CES "não vê os governos a agir".
Momento histórico: uma greve geral ibérica e um protesto à escala da Europa
Para quarta-feira, estão marcadas greve gerais de 24 horas contra a austeridade em Portugal e Espanha, enquanto em Itália e na Grécia decorrerão paralisações de quatro e três horas, respetivamente.Também em Vilnius, Lituânia, haverá uma greve, mas apenas abrangerá o setor dos transportes.
Em várias cidades europeias decorrerão ações de protesto contra as políticas de austeridade e em defesa do emprego.
Na capital belga haverá uma manifestação junto à Comissão Europeia e, em França, estão previstas 25 manifestações "pelo emprego e a solidariedade na Europa". Na Suíça, estão agendadas manifestações junto a embaixadas e à representação permanente da União Europeia e, na Polónia, decorrerão manifestações em várias cidades "em defesa do trabalho digno".
Da Alemanha, Reino Unido, Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia sairão mensagens de solidariedade para com os trabalhadores dos países europeus que estão a ser afetados por medidas de austeridade.
Na Bulgária, decorrerão em várias cidades fóruns para discutir temas laborais, em Malta está previsto um seminário sobre o emprego e na Letónia jovens sindicalistas serão recebidos pelo presidente do parlamento para discutir o emprego e a educação dos jovens.
Na Finlândia, os sindicatos organizam várias ações para apelar ao respeito pelos trabalhadores na Europa e farão chegar ao comissário europeu dos Assuntos Económicos um conjunto de reivindicações, enquanto no Luxemburgo uma delegação sindical será recebida pelo primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, que é também o líder do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro), para discutir as alternativas que existem para sair da crise.
*Cappacete