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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 26, 2012

VÁRIOS MOTES QUE OS IDENTIFICAM...


Enquanto os cães ladram, a Caravana da Cidadania a’massa

Enquanto os que defendem Lula do massacre midiota assumem um “Mexe com Lula, Mexeu comigo”, os partidários de Aécio Neves também lançaram um mote identificador criado por calunista contratado por Joseph Serra: “cheirou com Aécio, cheirou comigo”. 

O do Serra é velho de fé de: “Ops, Dei e daí?!” 

Já o pai de todos, FHC, tem um “bem” familiar: “filho, meu, é teu”… 

Mas pode trocar a vírgula de lugar que o pai não vai aparecer…

*cutucandodeleve

Michael Löwy: "Sem indignação, nada de grande e significativo ocorre na história humana"

Nesta entrevista à Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil, o investigador do Centre National de la Recherce Scientifique (CNRS) diz que a dinâmica de movimentos como o dos “Indignados” é de uma crescente radicalização anticapitalista, embora nem sempre de forma consciente. 
 
 
As revoluções sempre tomam formas imprevistas, inovadoras, originais.

Michael Löwy esteve no Brasil no final de 2012 para lançar o livro ‘A teoria da revolução no jovem Marx', que foi publicado em 1970 na França e só agora tem uma edição em português.
Durante a sua estada no país, participou de muitos eventos e falou sobre temas diversos, como literatura e a questão ecológica. Nada que surpreenda no perfil de um pesquisador que circula com desenvoltura entre o estudo dos clássicos e a análise da conjuntura atual, e isso sem abrir mão da militância política de esquerda. Nesta entrevista, ele lança mão dos conceitos que aprendeu com os clássicos – principalmente Marx e Walter Benjamin – para discutir a crise que o capitalismo atravessa e os movimentos reivindicatórios que têm surgido em diferentes cantos do mundo. Além disso, explica os princípios e limitações da ideia de ‘ecossocialismo', com a propriedade de ter sido um dos autores do Manifesto que defende essa bandeira.
Brasileiro residente na França desde 1969, Löwy é diretor de pesquisas do Centre National de la Recherce Scientifique (CNRS) e responsável por um seminário na Écoles de Hautes Études en Sciences Sociales. Só em português, é autor de mais de 20 livros.
 
Como a teoria da revolução do jovem Marx, de que trata o seu livro, nos ajuda a entender o momento atual, com mobilizações de indignados no Estado espanhol, Grécia e vários outros países da Europa, além de movimentos de ‘ocupação' em vários locais do mundo? Esses são movimentos anticapitalistas?

Os movimentos de ‘Indignados' opõem-se às políticas ditadas pelo capital financeiro, pela oligarquia dos bancos e aplicadas por governos de corte neoliberal, cujo principal objetivo é fazer com que os trabalhadores, os pobres, a juventude, as mulheres, os pensionistas e aposentados – isto é, 99% da população – paguem a conta pela crise do capitalismo. Esta indignação é fundamental. Sem indignação, nada de grande e de significativo ocorre na história humana. A dinâmica destes movimentos é de uma crescente radicalização anticapitalista, embora nem sempre de forma consciente. É no curso de sua ação coletiva, de sua prática subversiva, que estes movimentos poderão tomar um caráter radical e emancipador. É o que explicava Marx na sua teoria da revolução, inspirada pela filosofia da práxis.
 
Marx escreveu no século XIX. As revoluções socialistas a que assistimos aconteceram no século 20. O que a realidade trouxe de diferente na forma como se concretizaram e na forma como se entende revolução nos séculos 19, 20 e 21?

As revoluções sempre tomam formas imprevistas, inovadoras, originais. Nenhuma se assemelha às anteriores. A Comuna de Paris (1871) foi um formidável levante da população trabalhadora da grande cidade e a Revolução Russa foi uma convergência explosiva entre proletariado urbano e massas camponesas. Nas demais revoluções do século 20, desde a Mexicana de 1911 até a Cubana de 1959, ou nas revoluções asiáticas (China, Vietname), foram os camponeses o principal sujeito do processo revolucionário. Não podemos prever como serão as revoluções do século 21: sem dúvida, não repetirão as experiências do passado. Por outro lado, existe o que Walter Benjamin chamava de ‘a tradição dos oprimidos': a experiência da Comuna de Paris inspirou a Revolução Russa e é ainda até hoje um exemplo de autoemancipação revolucionária das classes subalternas.
 
Com a crise capitalista de 2008 e o movimento de intervenção dos Estados para salvar a economia dos países, acreditou-se que a era neoliberal havia chegado ao fim. No entanto, tem sido intensificada cada vez mais a destruição dos direitos conquistados com o Estado de Bem-Estar Social, como temos visto acontecer na Europa (França, agora Espanha...). O que isso significa?

A intervenção dos Estados não significou de forma alguma o fim do neoliberalismo. O único objetivo desta intervenção era salvar os bancos, resgatar a dívida e assegurar os interesses dos mercados financeiros. Para este objetivo, foram sacrificadas conquistas de dezenas de anos de lutas dos trabalhadores: direitos sociais, serviços públicos, pensões e aposentadorias, etc. Para a lógica de chumbo do capitalismo neoliberal, tudo isto são ‘despesas inúteis'.
 
Um debate antigo da esquerda é sobre a relação entre revolução e reforma. O contexto do final do século 20 e do início do século 21, com situações como, por exemplo, a vitória eleitoral de partidos de esquerda na América Latina e mesmo em alguns países da Europa recolocam essa questão. Como analisa essa relação hoje?

Rosa Luxemburgo já havia explicado, em seu belo livro ‘Reforma ou Revolução?' (1899), que os marxistas não são contra as reformas; pelo contrário, apoiam qualquer reforma que seja favorável aos interesses dos trabalhadores: salário mínimo, seguro médico, seguro desemprego, por exemplo. Simplesmente, lembrava ela, não podemos chegar ao socialismo pela acumulação gradual de reformas; só uma ação revolucionária, que derruba o muro de pedra do poder político da burguesia, pode iniciar uma transição ao socialismo. O problema da maioria dos governos de centro-esquerda, seja na Europa ou na América Latina, é que as ‘reformas' que aplicam são muitas vezes de corte neoliberal: privatizações, regressões no estatuto dos pensionistas, etc. Tratam-se de variantes do social-liberalismo, que aceitam o quadro económico capitalista mas, contrariamente ao neoliberalismo reacionário, têm algumas preocupações sociais. É o caso dos governos Lula-Dilma no Brasil. Temo que no caso da França (François Hollande, recentemente eleito), nem a isto chegue...
 
Um desafio dessa esquerda que chegou ao poder na América Latina tem sido equacionar a dependência econômica da exploração de recursos naturais (como o petróleo na Venezuela e o gás natural na Bolívia) com a tentativa de superação da lógica capitalista de destruição do meio ambiente. Na sua opinião, essa equação é possível?

Contrariamente aos governos social-liberais, os da Venezuela, Bolívia e Equador têm levado adiante uma verdadeira rutura com o neoliberalismo, enfrentando as oligarquias locais e o imperialismo. Mas dependem, para a sua sobrevivência económica, e para financiar os seus programas sociais, da exploração de energias fósseis – petróleo, gás –, que são os principais responsáveis pelo desastre ecológico que ameaça o futuro da humanidade. É difícil exigir destes governos que deixem de explorar estes recursos naturais, mas eles poderiam utilizar uma parte do rendimento do petróleo para desenvolver energias sustentáveis – o que fazem muito pouco. Uma iniciativa interessante é o projeto ‘Parque Yasuni', do Equador, proposta dos movimentos indígenas e dos ecologistas assumida, após algumas hesitações, pelo governo de Rafael Correa. Trata-se de preservar uma vasta região de florestas tropicais, deixando o petróleo embaixo da terra, mas exigindo, ao mesmo tempo, que os países ricos paguem metade do valor (9 mil milhões de dólares) deste petróleo. Até agora, não houve iniciativas comparáveis na Venezuela ou na Bolívia.
 
A crítica à destruição do meio ambiente como intrínseca ao capitalismo já estava presente na obra de Marx?

Muitos ecologistas criticam Marx por considerá-lo um produtivista, tanto quanto os capitalistas. Tal crítica parece-me completamente equivocada: ao fazer a crítica do fetichismo da mercadoria, é justamente Marx quem coloca a crítica mais radical à lógica produtivista do capitalismo, à ideia de que a produção de mais e mais mercadorias é o objetivo fundamental da economia e da sociedade. O objetivo do socialismo, explica Marx, não é produzir uma quantidade infinita de bens, mas sim reduzir a jornada de trabalho, dar ao trabalhador tempo livre para participar da vida política, estudar, jogar, amar. Portanto, Marx fornece as armas para uma crítica radical do produtivismo e, notadamente, do produtivismo capitalista. No primeiro volume de O Capital, Marx explica como o capitalismo esgota não só as energias do trabalhador, mas também as próprias forças da Terra, esgotando as riquezas naturais, destruindo o próprio planeta. Assim, essa perspetiva, essa sensibilidade está presente nos escritos de Marx, embora não tenha sido suficientemente desenvolvida.
 
O Manifesto Ecossocialista, que o sr. ajudou a escrever em 2001, diz que o capitalismo não é capaz de resolver a crise ecológica que ele produz. Como o sr. analisa as soluções a esse problema que vêm sendo apresentadas pelo capitalismo, como é o caso da economia verde?

A assim chamada ‘economia verde', propagada por governos e instituições internacionais (Banco Mundial, etc), não é outra coisa senão uma economia capitalista de mercado que busca traduzir em termos de lucro e rentabilidade algumas propostas técnicas ‘verdes' bastante limitadas. Claro, tanto melhor se alguma empresa trata de desenvolver a energia eólica ou fotovoltaica, mas isto não trará modificações substanciais se não for acompanhado de drásticas reduções no consumo das energias fósseis. Mas nada disto é possível sem romper com a lógica de competição mercantil e rentabilidade do capital. Outras propostas ‘técnicas' são bem piores: por exemplo, os famigerados ‘biocombustíveis' que, como bem diz Frei Betto, deveriam ser chamados de ‘necrocombustíveis', pois tratam de utilizar os solos férteis para produzir uma pseudogasolina ‘verde', para encher os tanques dos carros – em vez de comida para encher o estômago dos famintos da terra.
 
É possível implementar uma perspetiva como a do ecossocialismo no capitalismo?

O ecossocialismo é anticapitalista por excelência. Como perspetiva, implica a superação do capitalismo, já que se propõe como uma alternativa radical à civilização capitalista/industrial ocidental moderna. Por outro lado, a luta pelo ecossocialismo começa aqui e agora, na convergência entre lutas sociais e ecológicas, no desenvolvimento de ações coletivas em defesa do meio ambiente e dos bens comuns. É através destas experiências de luta, de auto-organizaçâo, que se desenvolverá a consciência socialista e ecológica.
 
A perspectiva ecossocialista pressupõe uma crítica à noção de progresso. Em que consiste essa crítica?

Walter Benjamin insistia, com razão, que o marxismo precisa libertar-se da ideologia burguesa do progresso, que contaminou a cultura de amplos setores da esquerda. Trata-se de uma visão da história como processo linear, de avanços, levando, necessariamente, à democracia, ao socialismo. Estes avanços teriam sua base material no desenvolvimento das forças produtivas, nas conquistas da ciência e da técnica. Em rutura com esta visão – pouco compatível com a história do século 20, de guerras imperialistas, fascismo, massacres, bombas atómicas –, precisamos de uma visão radicalmente distinta do progresso humano, que não se mede pelo PIB [Produto Interno Bruto], pela produtividade ou pela quantidade de mercadorias vendidas e compradas, mas sim pela liberdade humana, pela possibilidade, para os individuos, de realizarem suas potencialidades; uma visão para a qual o progresso não é a quantidade de bens consumidos, mas a qualidade de vida, o tempo livre - para a cultura, o ócio, o desporto, o amor, a democracia - e uma nova relação com a natureza. Para o ecossocialismo, a emancipaçâo humana não é uma ‘lei da história', mas uma possibilidade objetiva.
 
Quais as principais diferenças entre o ecossocialismo e a forma como o socialismo real lidou com os problemas ambientais? E a socialdemocracia, conseguiu construir alternativas a essa lógica destrutiva do capital?

O assim chamado ‘socialismo real' - muito real, mas pouco socialista - que se instalou na URSS sob a ditadura burocrática de Stalin e seus sucessores tratou de imitar o produtivismo capitalista, com resultados ambientais desastrosos, tão negativos quanto os equivalentes no Ocidente. O mesmo vale para os outros países da Europa Oriental e para a China. As intuições ecológicas de Marx foram ignoradas e se levou a cabo uma forma de industrialização forçada, copiando os métodos do capitalismo. A social-democracia é um outro exemplo negativo: nem tentou questionar o sistema capitalista, limitando-se a uma gestão mais ‘social' de seu funcionamento. Mesmo nos países em que governou em aliança com os partidos verdes, a social-democracia não foi capaz de tomar nenhuma medida ecológica radical. O ecossocialismo corresponde ao projeto de um socialismo do século 21, que se distingue dos modelos que fracassaram no curso do século 20. Ele implica uma rutura com o modelo de civilização capitalista e propõe uma visão radicalmente democrática da planificação socialista e ecológica.
*Turquinho

Plínio de Arruda Sampaio do PSOL aparece junto com tucanos em lista de pensões vitalícias da Assembléia Legislativa de São Paulo. Até a viúva de Mário Covas é beneficiária, mesmo o ex-governador nunca ter sido deputado estadual

:

ASSEMBLEIA-SP TEM CENTRAL VITALÍCIA DE MORDOMIAS

Pensões de até R$ 18,7 mil por mês do Legislativo paulista beneficiam políticos como Alberto Goldman e Plínio de Arruda Sampaio, ex-ministros como Alberto Goldman e Almir Pazzianoto, o presidente da CBF José Maria Marín e até a viúva do ex-governador Mário Covas, Dona Lila; benefícios custam R$ 33 milhões/ano ao governo paulista.

do Brasil 247

A Lei de Acesso à Informação permitiu que o jornal Estado de S. Paulo abrisse uma caixa-preta da política brasileira: o destino do montante gasto pela Assembleia Legislativa de São Paulo com pensões vitalícias – o que custa R$ 33 milhões por ano ao governo paulista. Essas pensões beneficiam quem contribuiu com a carteira previdenciária dos ex-deputados paulistas, instituída em 1976 e extinta em 1991.

Os ganhos mensais vitalícios não são nada desprezíveis. Variam de R$ 10.021 a R$ 18.725 e serão reajustados, no teto, para R$ 20.042. Os dois ex-ministros que recebem o benefício são Almir Pazzianoto, que foi do Trabalho, no governo Sarney, e Wagner Rossi, ex-Agricultura, com Lula e Dilma.

Ambos são ex-deputados, assim como Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo e ex-presidente do PSDB, que também recebe um extra de R$ 12.025 mensais. "Nem discuto essa questão", afirma. Outro ex-parlamentar beneficiado com a aposentadoria pública é José Maria Marín, que recebe R$ 16.033 da Assembleia, além dos R$ 160 mil mensais na CBF e dos outros R$ 110 mil no Comitê Organizador da Copa.

A farra da Assembleia beneficia também políticos que jamais foram deputados estaduais. É o caso, por exemplo, de Plínio de Arruda Sampaio, que justifica o ganho de R$ 10.021 por mês como custeio por sua "militância política". Também recebe a pensão Dona Lila Covas, que foi casada com o ex-governador Mario Covas, outro político que jamais foi deputado estadual.

Fontehttp://www.brasil247.com/+hea2c

terça-feira, dezembro 25, 2012

John Lennon & Yoko Ono: WAR IS OVER! (If You Want It)


A mensagem da presidenta Dilma


Ativista do MST é executado com dois tiros no Pará


O assentado Mamede Oliveira foi executado com dois tiros na manhã desde domingo, 23 de dezembro, no Projeto de Assentamento Mártires de Abril, na região metropolitana de Belém.
Conforme informações preliminares uma pessoa não conhecida chegou à casa de Oliveira pedindo para conhecer o apiário. E em seguida puxou a arma e disparou dois tiros contra o ativista.
Mamede e sua esposa,  Dona Teo, desenvolviam uma experiência em agroecologia no lote do assentamento cujo nome é uma homenagem aos sem terra executados no Massacre de Eldorado, sudeste do Pará, em 1996.
Por conta da inciativa em agroecologia era recorrente a visita de pesquisadores para conhecer o lote da família.
*GilsonSampaio

Gilberto Carvalho, ministro da secretaria-geral do governo Dilma, a Kennedy Alencar: "Por que só com o PT? Por que só esse caso? Por que fazer o julgamento em pleno tempo de eleições municipais? Por que essas penas severas deste modo?"







*OPensadordaaldeia

Senado deve votar impeachment de Fux

Fux falou que o processo (do mensalão) não tinha prova’, diz Carvalho.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho, em entrevista ao programa “É Notícia”, de Kennedy Alencar, da RedeTV, (assista abaixo) Fux o procurou e disse que o processo do mensalão “não tinha prova nenhuma” e que “tomaria uma posição muito clara”.
Antes, numa entrevista à Folha (*), Fux confessou que pediu apoio aos ministros Palocci, Delfim Netto, a João Pedro Stedile, Paulo Maluf e ao governador Sergio Cabral, do Rio, o maior beneficiário da decisão de Fux de “fechar” o Congresso para não votar os vetos aos royalties.
Nessa entrevista à Folha, Fux prometeu “matar no peito”, na hora de votar o mensalão (o do PT).
Por falar em “matar no peito”, Mauricio Dias, na Carta Capital (onde, esta semana, trata do Ministério Público – “Criei um monstro”) faz um comentário à histórica decisão do Ministro Fux que beneficiou Sergio Cabral:

Fux mata no peito

Caso a Câmara aprovasse uma lei pela qual o Supremo Tribunal Federal fosse obrigado a julgar os processos na ordem cronológica de ingresso, o que aconteceria?
Muito provavelmente o STF diria tratar-se de indevida intromissão na sua regulação interna.
Como pode o Ministro Fux intervir no regimento do Congresso ao declarar inconstitucional a aprovação do pedido de urgência para os royalties?
No gabinete dele os processos são despachados por ordem de chegada? Ou será que urgência só existe para o Judiciário, não para o Legislativo e o Executivo?
Os votos do Ministro Fux estão irremediavelmente sob suspeita.
O depoimento de Gilberto Carvalho o incrimina de forma inequívoca.
Como é que um “candidato” – Viva o Brasil ! – a Ministro do Supremo visita um Ministro de um Governo petista e promete a este Ministro petista que “tomaria uma posição muito clara” num processo que “não tinha prova nenhuma” e incriminava líderes?
Onde é que nós estamos?
Com que mais ele fez campanha?
Com o Daniel Dantas?
Com o Padim Pade Cerra?
Não cabe nem julgar se essa promessa de “matar o mensalão (o do PT) no peito” foi decisiva para ser indicado.
O que importa é que a “campanha” é inequivocamente espúria.
Desonra o Supremo.
Não importa saber se ele “não entregou” o que prometeu.
E quando o PiG (**) começou a votar, ele amarelou.
Amarelou e ingressou de armas, bagagens e caderno telefônico nos Chinco Campos (***).
O que importa é o processo, é o meio.
É a tecnologia de chegar ao mais alto posto da Magistratura.
O que jovens juízes, idealistas, que acreditam na Lei e na Justiça, hão de pensar da vida e de seu futuro?
“O que tenho que fazer para chegar ao Supremo?”
“Com quem tenho que conversar?”
“O que devo prometer?”
O que o cidadão há de pensar das “decisões” do Ministro Fux?
O Senado perdeu a histórica oportunidade – na verdade, o seu Presidente, José Sarney – de abrir um processo de impeachment de Gilmar Dantas (****), tal qual proposto com argumentos irrefutáveis pelo Dr Piovesan.
Onde estão os petistas do Senado?
O Suplicy, o Pinheiro, o Vianna?
Ou ali só se salvam o Collor e o Requião, que denuncia o Golpismo com todas as letras?
Se o Senado – o único instrumento constitucional de censura a um ministro do Supremo – se calar diante das promessas de campanha do Ministro Fux estará aberto o caminho para campanhas similares preencherem as vagas do trânsfuga Ayres Britto e do decano Celso de Mello, aquele que o PiG (**) quer transformar em mentor intelectual do presidente Joaquim Barbosa.
(Clique aqui para ler “a Dilma tem a ver, sim, com o mensalão” e aqui para ler “Como a Dilma pode ter maioria no Supremo”.)
O Requião diz que o Congresso transformou-se numa ameba, porque tem o rabo preso.
Tem o PT vermelho, do Marco Maia, que disse não ao Barbosa e, certamente, contribuiu para que a Democracia caísse na cilada do Gurgel.
Mas, tem também o PT amarelo, o Odarelo.
Esse PT Odarelo é o que, aparentemente, predomina no Senado.
E, nesse intervalo natalino, o próximo Ministro do Supremo deve estar a prometer ao Felipão, ao Faustão e ao Gilberto Carvalho que vai “matar os tucanos” com um tiro no peito …
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Câmara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo – Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”.
(****) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…
*comtextolivre

Globo expulsa pobres do noticiário no Natal 


Para fazer cenário na ficção, catadores pobres do lixão servem na TV Globo. 
Mas no dia em que eles foram a notícia boa do dia, com a presença da Presidenta da República, o Jornal Nacional expulsou os pobres do noticiário. 
Sexta-feira cedo a presidenta Dilma participou da festa de Natal dos catadores de recicláveis e da população em situação de rua, continuando a tradição criada pelo presidente Lula desde 2003. 
O Jornal Nacional não deu nenhuma notinha. 
Imagina se a Rainha da Inglaterra passasse o Natal com um grupo de pobres do Reino Unido se não seria noticiado lá (aliás aí a Globo acharia que seria notícia). 
Apoio a Lula 
O mau humor da emissora talvez seja porque aquela gente pobre mostrou irrestrita solidariedade ao presidente Lula, mesmo ele não estando lá em pessoa desta vez. 
Não sei não, mas acho até que o presidente não foi porque, se fosse, os jornalistas da imprensa "rola-bosta" só ia falar em crise, em vez de falar da festa de Natal dos trabalhadores na reciclagem e cidadãos em situação de rua em busca de encontrarem também um caminho melhor na vida. 
Catador agora tem cartão do BNDES 
O "S" do BNDES se fez presente. 
As cooperativas e associações de catadores que já tinham crédito e apoio desde o governo Lula, agora tem cartão do BNDES, o mesmo que empresas bacanas também tem. 
Ex-moradores de rua no "Minha Casa, Minha Vida" 
Outra boa notícia é que tem muita gente deixando de ser população de rua e conseguindo a moradia própria no programa "Minha Casa, Minha Vida". 
É sinal de que o programa está chegando também a quem mais precisa, e que há cada vez mais brasileiros saindo da exclusão e vivendo com dignidade, alcançando um padrão de vida melhor, que todo cidadão tem que ter. 
(Os Amigos do Presidente Lula) 
*cutucandodeleve
Para os machistas, racistas, homofóbicos de plantão: Pequeno Almanaque do Reacionário de Sofá





As redes sociais proporcionam meios rápidos e eficientes para toda e qualquer pessoa expor, rapidamente, de forma descompromissada e atingindo um público cada vez mais amplo, suas opiniões. Isso não é algo negativo, pelo contrário, é uma das coisas que mais me fascina no mundo virtual. Os comentários e opiniões resultantes dessa liberdade retratam, porém, uma realidade das mais preocupantes e que, para além do ambiente virtual, dizem muito sobre a nossa sociedade.
Se não há como discordar do fato de que ninguém é obrigado a conhecer razoavelmente um assunto qualquer, acho especialmente alarmante o número de pessoas que, sem se debruçarem um segundo sequer sobre temas polêmicos e delicadíssimos, expressam suas opiniões pré-moldadas com a desenvoltura de quem sabe realmente do que está falando. Pois bem: opiniões pré-moldadas existem em todos os espectros ideológicos e, para além do campo político propriamente dito, atingem inclusive campos do conhecimento técnico, como o direito, a medicina e a economia. Vou abordar, porém, durante esta coluna, apenas uma classe de comentários: os dos reacionários de sofá.
Os reacionários de sofá são aqueles que, preguiçosamente, no conforto de suas residências, absorvem passivamente as opiniões vociferadas pela grande mídia contra toda e qualquer posição política que possa implicar uma mudança positiva para um grupo com o qual ele não se identifica. Outras vezes, eles não precisam nem mesmo recorrer à mídia para terem uma opinião qualquer sobre um assunto com o qual ele não tem o mínimo de contato: basta recorrer aos preconceitos que lhe foram incutidos na infância.
São quase sempre individualistas, pois não conseguem cogitar a defesa de um interesse qualquer que não seja o seu próprio. Também gostam de pautar os seus discursos por alarmismos apocalípticos, derivando conseqüências genéricas gravíssimas de medidas que muitas vezes têm um escopo bastante restrito. Ressentem-se ferozmente de terem nascido no Brasil e odeiam os brasileiros, a quem, do sofá de suas casas ou da cadeira de suas escrivaninhas, taxam de passivos, indolentes, comodistas e estúpidos.
Pois bem: essa é uma pequena coletânea de conceitos caros a esse tipo de usuário das redes sociais que pretende ser uma modesta contribuição para estudos posteriores dessas mentalidades tão peculiares. Separei alguns verbetes sobre os quais nossos reacionários adoram opinar. Estou aberto a contribuições.
Atenção: as opiniões abaixo não retratam a opinião deste colunista. Na verdade, são o seu oposto.
Cotas Raciais – 1-Vão instaurar o racismo no Brasil. 2-Racismo contra brancos. 3- Tem que melhorar a educação pública. 4- Trabalhei para pagar o cursinho dos meus filhos e querem dar as vagas deles para quem não pagou. 5-São inúteis, pois o Brasil não é racista. 7- Sou contra, pois minha bisavó era negra e nasci branco. 8- E a igualdade, coméquifica? 9- Governo premiando a vagabundagem. 10- Meu vizinho é negro e é mais rico do que eu. 11. Meu cunhado é negro e trabalhou honestamente pra pagar o cursinho dos filhos.
Racismo – 1- Não existe no Brasil. 2- O racismo dos negros contra os brancos é maior do que o dos brancos contra negros. 3- Se eu andar com uma camisa escrita 100% branco eu vou preso. 4-Tenho vários amigos negros, mas [preencher com conclusão preconceituosa a sua escolha]. 5- Deveria ter o dia do Orgulho Branco. 6- Todo mundo protesta contra o racismo, mas ninguém protesta contra a corrupção.
Homossexualidade - (pronunciar “homossexualismo”)- 1 Doença que precisa de tratamento. 2- Falta de vergonha na cara. 3- Homossexuais querem ter mais direitos do que eu. 4- Abominação aos olhos de Deus. 5- Imoralidade. 6- Falta de “couro” na infância. 7- Homossexuais querem converter as crianças ao homossexualismo. 8 – Homossexuais são pedófilos. 9 – Eles querem ser respeitados, mas não se dão o respeito. 10-É por isso que o Brasil não vai pra frente.
Movimento gay- 1- Prega a promiscuidade. 2- Daqui a pouco vai ser proibido ser hetero. 3-  Quer acabar com a religião. 4- Quer acabar com a família. 5- Daqui a pouco não vou poder dizer aos meus filhos que é errado ser gay. 6- Sinônimo de ditadura gay. 7- Quer converter as crianças ao homossexualismo (sic). 8- Por que eles não lutam contra a corrupção? Lamentável! 10- É por isso que o Brasil não vai pra frente.
Feminismo - 1- Chamar de feminazis. 2- Preconceito contra homens. 3- E a igualdade, coméquifica? 4- Quer desestabilizar a família. 5- Falta de sexo. 6-Falta de louça pra lavar.7- Feministas são feias. 8-Feministas são lésbicas. 9- Não sou feminista, sou feminina. 10- Por que elas não lutam contra a corrupção? Lamentável.
Marcha das Vadias - 1-Dizem que são vadias e depois não querem ser estupradas. Absurdo! 2- Comeria todas elas. 3 – Só tem gorda mostrando os peitos. 4- Não se dão o respeito. 5- Não respeitam nossas crianças. 6- Querem arrumar um macho. 7- Falta de louça pra lavar. 8- Atrapalha o trânsito. 9- Deviam protestar contra a corrupção. 10- É por isso que o Brasil não vai pra frente.
Marcha da Maconha- 1-Querem drogar as nossas crianças. 2- Afronta à moral. 3-Bando de vagabundos. 4-Daqui a pouco vão vender crack na porta da igreja. 5- Polícia neles. 6-Atrapalha o trânsito. 7- Está tudo invertido. 8- Saudades da ditadura. 9- Falta de lote pra capinar. 10- Deviam protestar contra a corrupção.
Ditadura Militar – 1- Naquele tempo não existia corrupção. 2- Naquele tempo não existia maconha. 3-Naquele tempo não existia homossexualismo. 4- Naquele tempo não existia violência. 5- Naquele tempo as escolas eram de primeiro mundo. 6- É uma coisa boa, pois brasileiro não sabe votar. 7- Salvou o Brasil da ditadura comunista. 8- Poucas pessoas foram mortas e torturadas e quem foi morto ou torturado mereceu. 9- Saudades daquela época! 10- Todo mundo critica a ditadura no Brasil, mas ninguém critica Cuba. Lamentável!
Direitos Humanos – 1- Chamar de “direito dos manos” e se achar genial. 2- Direito dos vagabundos. 3- Direitos Humanos para humanos direitos. 4- Ninguém defende os direitos humanos das vítimas. 5- Defensor dos direitos humanos devia ter sua filha estuprada. 6- Está tudo invertido. 7- A culpa da violência é desse pessoal que defende os direitos humanos. 8- Um cidadão de bem não pode nem espancar e torturar um vagabundo que tentou roubar seu tablet. 9-Na época da ditadura não existia isso e era tudo muito melhor. 10- Ficam defendendo bandido, mas deviam lutar contra a corrupção. Acorda Brasil!
Povo Brasileiro- 1- Não gosta de trabalhar. 2- Não sabe votar. 3- Tem o governo que merece. 4- É ladrão. 5- Não tem cultura. 6- Só pensa em futebol, carnaval e cerveja. 6- É o povo brasileiro que estraga o Brasil. 7- Só sabe reclamar. 8- Mudei para Miami por causa do povinho que vive no Brasil. 9- Não tem moral. 10- Não luta contra a corrupção! Acorda Brasil!
Corrupção- 1- Culpa do brasileiro que não sabe votar. 2- Pena de morte para políticos corruptos. 3- Culpa do PT. 4- Não existia na época da ditadura. 5- Todos os brasileiros são corruptos (menos eu). 6- Não existe nos Estados Unidos. 7- Não existe na Europa. 8- Está tudo invertido. 9- Ninguém luta contra a corrupção. 10- Como todo mundo é corrupto e não sabe votar, ninguém tem o direito de reclamar da corrupção, pois o Brasil tem o governo que merece.E por ora encerro esse pequeno almanaque. Se essas são as suas opiniões, parabéns: você é um perfeito reacionário de sofá que, surfando no mais rasteiro senso comum, não contribui em nada para o avanço da discussão desses temas. Se não, você talvez pudesse pensar em adotar esses conceitos para você. É certeza de aplausos nos ambientes virtuais e vai te poupar muitas infindáveis discussões via facebook com outros reacionários de sofá que constituem, com certeza, o tipo mais teimosamente imune à argumentação da internet.
Se vocês se recusam a adotar os conceitos acima colocados, deixo para vocês uma dica: porque vocês não lutam contra a corrupção? ACORDA BRASIL!!!!
(brincadeira)
** Pedro Munhoz (@pedromunhoz5) advogado e historiador. Escreve no Bhaz às quartas-feiras.
*Mariadapenhaneles