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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 31, 2012

VTV / Alba Ciudad / Aporrea.- El Vicepresidente Ejecutivo de la República, Nicolás Maduro, ofreció información hoy alrededor de las 8 de la noche, desde La Habana, sobre la situación de salud del Presidente Chávez. La información que, con carácter oficial le envió al país acerca de la salud del presidente en cadena nacional de radio y televisión, hace referencia a "nuevas complicaciones a consecuencia de una infección respiratoria..." . Describió el estado de salud de Chávez como "delicado", "con complicaciones que están siendo atendidas..." en un proceso "no exento de riesgos". Maduro dijo que permanecerá junto a otros miembros del gobierno venezolano y familiares del presidente, acompañándole en las próximas horas y que esperan que libre con éxito esta nueva batalla. COMUNICADO El Gobierno de la República Bolivariana de Venezuela cumple con el deber de informar al pueblo venezolano sobre la evolución clínica del Presidente Hugo Chávez tras la intervención quirúrgica practicada en La Habana, Cuba, el pasado 11 de diciembre. Como es sabido, el día 28 de diciembre viajamos a La Habana por instrucciones del Comandante Presidente, por lo cual voy a proceder a realizar el siguiente reporte: Al llegar a La Habana nos dirigimos de inmediato al Hospital para actualizarnos personalmente sobre la situación de salud del Comandante Presidente. Fuimos informados sobre nuevas complicaciones surgidas como consecuencia de la infección respiratoria ya conocida. El día de ayer nos mantuvimos pendientes de la evolución de su situación y la respuesta a los tratamientos. Nos reunimos varias veces con su equipo médico y con sus familiares más allegados. Hace unos minutos estuvimos con el Presidente Chávez, nos saludamos y él mismo se refirió a estas complicaciones. Tuvimos la oportunidad de darle parte sobre la situación nacional, las exitosas jornadas de tomas de posesión de los veinte gobernadores y gobernadoras bolivarianos, y la satisfactoria acogida de su mensaje de salutación de fin de año a la Fuerza Armada Nacional Bolivariana. De manera especial, el Comandante Chávez quiso que transmitiéramos su saludo de fin de año a todas las familias venezolanas, que se encuentran reunidas durante estos días a lo largo y ancho de toda la Patria; muy especialmente le envió un cálido abrazo a los niños y niñas de Venezuela, recordando que siempre los lleva en su corazón. Abrazo que hace extensivo a todo nuestro pueblo, para que reciban con amor el 2013, año que debe ser de mayor felicidad para nuestra Patria, de consolidación definitiva de nuestra independencia y unión nacional. El Presidente nos dio instrucciones precisas para que, al salir de la visita, le informásemos al Pueblo sobre su condición actual de salud. A diecinueve días de la compleja cirugía, el estado de salud del Presidente Chávez continúa siendo delicado, presentando complicaciones que están siendo atendidas, en un proceso no exento de riesgos. Gracias a su fortaleza física y espiritual, el Comandante Chávez está enfrentando esta difícil situación. Igualmente, informamos que hemos decidido permanecer las próximas horas en La Habana, acompañando al Comandante y a su familia, muy atentos al proceso de evolución de su situación actual. Confiamos en que la avalancha mundial de amor y solidaridad hacia el Comandante Chávez, junto a su inmensa voluntad de vida y el cuidado de los mejores médicos especialistas, ayudarán a nuestro Presidente a librar con éxito esta nueva batalla. ¡Que Viva Chávez!



¡Que Viva Chávez!

*GilsonSampaio

INOCENTES ESPECIAIS" RINDO NA CARA DO BRASIL


Por que os "inocentes especiais " não estão sendo sendo investigados, julgados e presos ?

 
PGF                                                                STF 
       "Ainda não li  'A Privataria'..."  !                                            "Eu sou norrrrrmal !"
  
__________

 

RINDO NA CARA DO BRASIL   

 

GALERIA DOS 'INOCENTES ESPECIAIS'



 
      


  AQUI LUGAR PARA DEZENAS DE
OUTROS 'INOCENTES'





Privataria Tucana,
Satiagraha,

Mensalão Tucano,
Lista de Furnas,
Crime Organizado,
Rouboanel,
Propinas da Arlston,
Ambulâcias, Assassinato de reputações,
Grampos ,
  
etc., etc., etc... 

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Legou uma inflação de 80% ao mês aos brasileiros e virou estrela

Nos anos 80, Maílson da Nóbrega fracassou espetacularmente como ministro. Mas isso não o deteve
Maílson com Sarney, de quem foi ministro: 80% de inflação ao mês,
e mesmo assim requisitado pela mídia
Logo no começo de minha carreira de jornalista a questão da boa escolha das fontes se apresentou.
A primeira aula que tive sobre isso foi na Veja, no começo dos anos 1980. Eu tinha 20 e poucos anos, trabalhava na seção de economia, e Elio Gaspari, o “General”, como era conhecido na redação, era o diretor-adjunto.
Elio muitas vezes se encostava nas divisórias baixas que separavam as editorias e falava sobre jornalismo. Para quem começava na carreira, como eu, era uma oportunidade excepcional de aprendizado.
Uma noite ele falou sobre fontes.
“As fontes são aquelas pessoas que atendem todos os telefonemas dos jornalistas”, ele disse. “Não são as melhores, são as mais fáceis, e isso faz diferença para repórteres preguiçosos.”
Um caso específico Elio citou: o então presidente da Fiesp, Luís Eulávio Vidigal. Ele era onipresente nas reportagens de economia e negócios na mídia brasileira, porque não recusava uma única entrevista.
Mais tarde, quando virei eu mesmo editor, fonte foi um tema sobre o qual me detive longamente nas conversas com os repórteres.
Em meados dos anos 1990, na casa dos 30, eu era diretor de redação da Exame. Jamais esquecera as palavras de Elio, mas acrescentei uma reflexão pessoal: prestar completa atenção na obra, no mérito da fonte.
Foi sob essa lógica que refizemos o time das fontes da revista.
Uma das primeiras eliminações, se não a primeira, foi o ex-ministro Maílson da Nóbrega, obra de Sarney. Por uma razão potente: ele deixara o cargo com uma inflação de 80% ao mês. Depois de um desempenho tão catastrófico, que sentido havia em ouvi-lo mandar fazer as coisas que ele próprio não conseguira fazer?
Maílson pretendia atacar os problemas econômicos com o que ele chamou de “arroz com feijão”. Foi uma das raras vezes em que os brasileiros sofreram violentamente com o arroz com feijão.
A Exame, e não apenas nisso, foi contra a corrente.
Maílson continuou a ser ouvido por repórteres de todas as mídias para tratar de economia. Acabaria por se tornar, também, colunista da Veja.  Tudo isso – a presença constante no noticiário — ajudou a empurrar adiante a consultoria que ele montou pós-governo, a Tendências.
Foi como se a celebridade de alguma forma obscuresse sua obra desastrosa como ministro.
Tenho aqui uma pequena confissão. No início dos anos 2000, quando eu era integrante do Comitê Executivo da Abril, dormi em boa parte das duas vezes em que a Tendências fez seus prognósticos econômicos a nós.
Não sou capaz sequer de lembrar se foram acertados ou não, porque não resisti ao tom monocórdio das apresentações. Meu amigo Jairo Mendes Leal, hoje presidente da Abril Mídia, sentava-se em frente de mim, e ria ao me ver dormindo.
Ainda hoje Maílson é presença ubíqua na mídia brasileira. Aos antigos predicados, ele agregou um que é valioso: critica severamente as administrações petistas. Maílson sabe que isso lhe dará os holofotes de jornais e revistas.
É uma troca: ele usa a mídia e é usado por ela. O leitor? Ora, o leitor que se dane.
Do alto do legado hiperinflacionário, Mailson dá lições aos brasileiros sobre tudo aquilo que ele foi incapaz de fazer. No papel, ele resolve os problemas em cujo trato fracassou miseravelmente.
Já foi dito aqui que maus editores são tão nocivos, para a mídia tradicional, quanto a internet.
Maílson é uma pequena prova disso.
Paulo Nogueira No Diário do Centro do Mundo
*comtextolivre

Nassif: o conteúdo do Marco Antônio Villa é o mesmo da Danuza Leão. Marco Antônio Villa, o "inacreditável" 

A PIADA DA DÉCADA:

VILLA (BOSTA) VÊ DÉCADA PERDIDA NO BRASIL

É para rir ou para chorar? O historiador Marco Antonio Villa (Bosta) diz que os últimos dez anos no Brasil, período em que o desemprego caiu pela metade, foram uma "década perdida". Vai ver foi perdida para ele...

 


Villa, a melhor tradução da velha mídia

por Luis Nassif


A guinada da mídia rumo à ultra-direita foi curiosa. Havia um mercado a ser ocupado - todos de uma vez, maciçamente ocupando o mesmo mercado dos 5%. Abriu mão dos direitistas históricos, substituindo por neoconvertidos afoitos, loucos para oferecer o solicitado em troca de um espaço público, simplificando a discussão até o limite da mediocridade. Ou então de jornalistas com história de vida que acabaram por se curvar às imposições dos novos tempos.

Essa falta de critério, o pensamento único primário gerou a demanda que foi ocupada por intelectuais histriônicos (alguns talentosos), por críticos e poetas sem conteúdo... e pelo Marco Antônio Villa, o inacreditável Villa.

Existe um pensamento conservador sólido na academia. Por exemplo, acho que o partidarismo de Bolívar Lamounier o impediu de dar um upgrade nos seus conceitos de opinião pública. Mas estamos falando de um baita intelectual, militante porém com conteúdo. A ira destrambelhada de Boris Fausto, quando ouve alguém criticar FHC, não tira dele o mérito de ser dos grandes historiadores e intelectuais brasileiros. Gianotti pode ser agressivo na discussão, mas tem consistência. Discordo de muitos princípios do Eduardo Gianetti, mas como não reconhecer a elegância de seus enunciados e de sua presença pública? Há um conjunto de conservadores revelados nos últimos anos, como os da página 2 do Estadão, com ideias para serem debatidas ou combatidas. Mas, importante, tendo ideias.

Agora, o Villa! Qual a diferença de conteúdo dele (que se diz intelectual) e de um Nelson Motta, por exemplo? O que seu conteúdo difere de Danuza Leão? Ou de um Gullar? Ele é um Motta sem música, uma Danuza sem história e um Gullar sem poesia. Ou seja: não é nada.

Leiam seu artigo abaixo. O bordão é de História da Carochinha: como nós, por sermos bons, cordatos e de boa fé, permitimos que o mal avançasse! Quatro anos de CPIs, campanha diária da mídia para tentar desestabilizar o governo (aliás, repetindo em grau agudo o golpismo dos anos 90), não foi nada.

No entanto, tem o grande mérito de comprovar, de forma cabal, a estratégia midiática de abolir qualquer forma de inteligência, sofisticação analítica, criatividade.

Villa é a cara da velha mídia.



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Sobre Marco Antônio Villa veja também:

O mico de um dos ideólogos da direita brasileira, o historiador Marco Antonio Villa: Lula será derrotado, Haddad não será eleito, o PT terá a sua pior votação da história nas eleições municipais de 2012
http://opensadordaaldeia.blogspot.com.br/2012/11/o-mico-de-um-dos-ideologos-da.html

Até Bresser-Pereira admite hipocrisia e politicagem na sentença do STF sobre o "mensalão": não houve provas suficientes para a condenação de Dirceu, Genoíno e João Paulo


O mensalão, as elites e o povo

por Luiz Carlos Bresser-Pereira*

O fato político de 2012 foi o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do processo do mensalão e a condenação a longos anos de prisão de três líderes do Partido dos Trabalhadores com um currículo respeitável de contribuições ao país.

O que significou, afinal, esse julgamento? O início de uma nova era na luta contra a corrupção no Brasil, como afirmaram com tanta ênfase elites conservadoras, ou, antes, um momento em que essas elites lograram afinal impor uma derrota a um partido político que vem governando o país há dez anos com êxito?

Havia um fato inegável a alimentar o processo e suas consequências políticas. O malfeito, a compra de deputados e o uso indevido do dinheiro público existiram. Mas também é inegável que, em relação aos três principais líderes políticos condenados, não havia provas suficientes --provas que o direito penal brasileiro sempre exigiu para condenar. O STF foi obrigado a se valer de um princípio jurídico novo, o domínio do fato, para chegar às suas conclusões.

Se, de fato, o julgamento do mensalão representou grande avanço na luta pela moralidade pública, como se afirma, isso significará que a Justiça brasileira passará agora a condenar dirigentes políticos e empresariais cujos subordinados ou gerentes tenham se envolvido em corrupção. Acontecerá isso? Não creio.

Como explicar que esse julgamento tenha se constituído em um acontecimento midiático que o privou da serenidade pública necessária à justiça? Por que transformou seu relator em um possível candidato à Presidência (aquele, na oposição, com maior intenções de votos segundo o Datafolha)? E por que, não obstante sua repercussão pública, o Datafolha verificou que, se a eleição presidencial fosse hoje, tanto Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula se elegeriam no primeiro turno?

Para responder a essas perguntas é preciso considerar que elites e povo têm visão diferente sobre a moralidade pública no capitalismo.

Enquanto classes dominantes adotam uma permanente retórica moralizante, pobres ou menos educados são mais realistas. Sabem que as sociedades modernas são dominadas pela mercadoria e pelo dinheiro.

Ou, em outras palavras, que o capitalismo é intrinsecamente uma forma de organização econômica onde a corrupção está em toda parte. O Datafolha nos ajuda novamente: para 76% dos brasileiros existe corrupção nas obras da Copa.

Hoje, depois do fracasso da aventura neoliberal no mundo, as elites, inclusive a classe média tradicional, estão desprovidas de qualquer projeto político digno desse nome e se prendem ao velho moralismo liberal.

Já os pobres, pragmáticos, votam em quem acreditam que defende seus interesses. Não acreditam que elites e o país se moralizarão, mas, valendo-se da democracia pela qual tanto lutaram, votam nos candidatos que lhes inspiram mais confiança.

Não concluo que a luta contra a corrupção seja inglória. Ela é necessária, e sabemos que quanto mais desenvolvido, igualitário e democrático for um país, mais altos serão seus padrões morais. Terem havido condenações no julgamento do mensalão representou avanço nessa direção, mas ele ficou prejudicado porque faltou serenidade para identificar crimes e estabelecer penas.


*Luiz Carlos Bresser-Pereira é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, onde ensina economia, teoria política e teoria social. É presidente do Centro de Economia Política e editor da "Revista de Economia Política" desde 2001. Foi ministro da Fazenda, da Administração e Reforma do Estado, e da Ciência e Tecnologia. Escreve a cada duas semanas, aos domingos, na versão impressa de "Mundo".

Fontehttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcarlosbresserpereira/1208365-o-mensalao-as-elites-e-o-povo.shtml

domingo, dezembro 30, 2012

Luiz Carlos Prestes no Jô Soares em 1988 - Parte 1


Charge foto e frase do dia




La Élite Criminal de este mundo

"Cura gay", marcha do orgulho LGBT e o papa: Latuff entrevista Jean Wyllys



Saúde de Chávez está melhorando, informa vice-presidente venezuelano




Nicolás Maduro criticou oposição por informes negativos sobre o estado de saúde do presidente

O vice-presidente de Venezuela, Nicolas Maduro, afirmou neste sábado (22/12) que Hugo Chávez segue em repouso e sua recuperação se encontra em fase de consolidação. Além disso, também criticou versões da imprensa opositora que afirmam que o chefe de estado venezuelano estaria à beira da morte ou que seu estado de saúde piorou.

“Rechaçamos plenamente esses comunicados mal-intencionados oriundos da direita, que é quem está por trás dessa guerra de fofocas iniciadas nas redes sociais”, disse Maduro, durante ato de juramentação do governador do Estado de Yaracuy, Julio León Heredia, no centro da Venezuela. “Essas versões da direita apenas fazem com que nos unamos ainda mais. Por isso pedimos e exigimos respeito ao presidente da República”, disse.

O pedido de Maduro foi repetido nesta manhã (23) pela filha do presidente, Maria Gabriela que. em sua conta no microblog Twitter, disse que estava ao lado de seu pai, em Havana, e pediu que se encerrassem as mentiras sobre seu estado de saúde.

Maduro também lembrou que, durante a última eleição presidencial, membros da aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) chegaram a emitir um comunicado chamando Chávez de irresponsável por se apresentar nos comícios, e que este usava sua enfermidade com fins eleitorais
*Operamundi
“A lucidez passou a ser uma espécie de excepcionalidade, como se tratasse de um fenômeno de parapsicologia”.

Mauro Santayana

 

O Direito, a Liberdade e a missão do advogado

Via  Jornal do Brasil
“A lucidez passou a ser uma espécie de excepcionalidade, como se tratasse de um fenômeno de parapsicologia”.

Mauro Santayana

Foi a descoberta grega da ideia da liberdade que abriu o tempo para a construção do Ocidente. Com essa fulgurante epifania mental, os pensadores partiram para a especulação sobre a realidade física, a natureza peculiar do homem e a vida social. É assim, como decorrência natural  de que a vida deve ser livre, para ser digna, que nasceram, sob o rótulo comum de filosofia prática, as idéias da lógica, da ética, da economia e (como  instrumento de busca e realização da liberdade) a política.
O artigo que publicou o advogado Márcio Thomaz Bastos - nestes dias que, sendo de festas, devem ser de meditação - sobre os deveres dos advogados, é documento grave e sério. Ele deve ser entendido em sua seriedade e gravidade. Estamos perdendo, como se os neurônios se dissolvessem sob o calor dos ódios e preconceitos, a capacidade de pensar. A lucidez passou a ser uma espécie de excepcionalidade, como se tratasse de um fenômeno de parapsicologia. Mais do que isso: como aponta o ex-presidente da OAB, que se destacou na luta contra o regime militar, a sociedade está imbuída da sanha persecutória, conduzida pelo lema de vigiar e punir.
Mais terrível do que a tirania do Estado, quando ele se encontra ocupado pelos insanos, é a tirania das sociedades, conduzidas por demagogos enfurecidos e suas contrafeitas idéias. Idéia, como sabemos, é a forma que construímos em nossa mente, para identificar as coisas e os fenômenos. Se perdemos essa capacidade de relacionar, com lógica, os acontecimentos naturais  e o sentimento humano –  laço que nos une aos de nossa mesma espécie – não há mais civilização, deserta-nos a razão, evapora-se a inteligência. E se a sociedade perde o equilíbrio, o Estado pode perecer, com o fim de todas as liberdades.
O dever absoluto da justiça é a proteção da liberdade, como condição inerente e irrecusável do ato de viver.
Quando a justiça pune - qualquer tenha sido o crime – pune quem violou a liberdade de outro, seja no exemplo radical do homicídio, seja em delitos menores. Em razão disso, qualquer pessoa que seja levada diante de um juiz necessita de advogado, que seja capaz de orientá-lo e defendê-lo, a partir das leis e do direito consuetudinário. Desde que os homens criaram os tribunais, sempre houve advogados e, não precisa ser dito, por mais tenebroso possa parecer um crime, o direito de defesa é sagrado.
Como expôs com clareza, em sua aula de filosofia do Direito, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, por mais evidente possa parecer a culpa de um suspeito, até que se conclua plenamente o seu julgamento, a presunção é de inocência. Por uma proposição lógica, cabe a quem o acusa fornecer as provas insofismáveis da culpa.
Não se pode inverter o enunciado dessa razão, e exigir do acusado que desfaça uma prova que ele mesmo desconhece. Os juízes não devem decidir sobre provas secretas. Tivemos, na ditadura, o absurdo ridículo de sermos obrigados a obedecer a decretos sigilosos, mas o juiz está livre desses ucasses.
É corajosa a advertência do conhecido advogado. Ele é apontado como um profissional que aceita causas já tidas como perdidas, em razão do clamor popular contra os acusados, da mesma forma que é elogiado por ter defendido os perseguidos pelo regime autoritário, quando as idéias da liberdade se encontravam sufocadas pelos juristas e juízes da Ditadura. Mas, qualquer a opinião que dele se tenha,  cumpre o seu dever de defender os que o procuram - contra os clamores da ira, espontânea ou conduzida , de parcelas da sociedade – até que todos os ritos processuais se cumpram, na absolvição ou condenação do réu.
Por tudo isso, o seu texto deve ser analisado cuidadosamente por todos os cidadãos, especialmente pelos que, no exercício do mandato político, têm a responsabilidade de governar o Estado em nome da sociedade.