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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 04, 2013

247 - Brasil 247 já tem seu candidato ao prêmio Nobel da Paz em 2013: é o soldado americano Bradley Manning, que vazou segredos militares americanos ao Wikileaks. Leia, abaixo, noticiário do Opera Mundi a respeito a disputa:
Bradley Manning é um dos 259 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz de 2013
Número de inscrições é o maior desde o início da premiação, em 1895
Do Opera Mundi - O soldado norte-americano Bradley Manning, que assumiu na semana passada ter vazado milhares de documentos oficiais ao Wikileaks, é um dos 259 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz de 2013.
O número de candidaturas é um novo recorde da premiação, segundo a organização divulgou nesta segunda-feira (04/03). No total, são 209 pessoas e 50 organizações.
O recorde vigente até hoje era o de 2011, quando se registaram 241 candidaturas. A escolha ocorre em outubro, em Oslo, na Noruega, e a entrega do prêmio, em dezembro. 
O diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, disse que o aumento no número de candidaturas mostra o “interesse crescente ao prêmio e que as indicações vêm do mundo inteiro”. O nome dos candidatos é conhecido quando aquele que propõe a indicação o divulga, porque o instituto mantém o sigilo.
São conhecidas também as candidaturas da adolescente Malala, do Paquistão – que sofreu ataques ao defender o direito de estudar a mulheres e meninas em seu país –, a organização não governamental russa Memorial, que atua em defesa dos direitos humanos; o ex-presidente norte-americano Bill Clinton e o presidente de Myanmar, Thein Sein.
Em 2009, o prêmio Nobel da Paz foi entregue ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em 2012, foi a vez de a União Europeia receber o prêmio. O prêmio Nobel da Paz é o único que se anuncia e entrega fora de Estocolmo, por decisão expressa do fundador dos prêmios.

O Prêmio Nobel foi criado em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite).

(*) com Agência Brasil

Milhares de portugueses protestam contra o governo em Lisboa



Movimento critica medidas de austeridade adotadas sob pressão da troika.
‘Eleições já’ e ‘democracia participativa’, diziam cartazes de manifestantes.

Portugueses saíram às ruas de Lisboa, neste sábado (2), em protesto contra o governo (Foto: AFP PHOTO/ PATRICIA DE MELO MOREIRA)
Milhares de portugueses saíram às ruas neste sábado (2) em trinta cidades para protestar contra as medidas de austeridade, em manifestações convocadas por um movimento apolítico que em setembro passado conseguiu reunir multidões.
“Fora a troika e o governo”, “eleições já”, “democracia participativa”, eram algumas das frases escritas nos cartazes carregados pelos manifestantes.
Em Lisboa, milhares de manifestantes se reuniram a partir das 16h (13h no horário de Brasília) entoando a canção “Grândola Vila Morena”, com as vozes embargadas pela emoção.
Esta canção se tornou o símbolo da contestação em Portugal após ter sido o hino da Revolução dos Cravos em 1974, que permitiu o retorno à democracia.
Há várias semanas, manifestantes a cantam durante a passagem de membros do governo. Um discurso no Parlamento do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho chegou a ser interrompido pelo canto.
Ela deve ser ouvida simultaneamente em 30 cidades onde o movimento apolítico “Que a troika vá para o inferno”, comparável ao movimento dos Indignados na Espanha, convocou os protestos.
Este movimento critica principalmente as medidas de austeridade adotadas pelo governo sob pressão da troika (UE-FMI-BCE), que representa os credores de Portugal, atualmente presente em Lisboa. Muito ativo nas redes comunitárias, o movimento reuniu em 15 de setembro de 2012 milhares de pessoas em todo o país, uma mobilização excepcional desde a Revolução dos Cravos.
Recusando-se a qualquer prognóstico sobre a extensão que as manifestações podem alcançar neste sábado, um dos líderes do movimento, Nuno Ramos de Almeida, considerou “que pouco importa este tipo de previsão”.
“O que importa é que as pessoas querem se opor a esta política”, declarou à AFP. “Este governo não pode governar contra o povo e eu acredito que irá cair”. “Uma grande manifestação é um forte sinal de descontentamento, e eu espero que o governo entenda o recado”, afirmou Luis Costa, do partido de extrema-esquerda.
O movimento anunciou que outros protestos em apoio à causa vão acontecer em cidades estrangeiras como Londres, Boston, Paris, Madri e Barcelona.

Manifestantes portugueses carregam cartazes durante protesto em Lisboa (Foto: AFP PHOTO/ PATRICIA DE MELO MOREIRA)
Estas novas manifestações acontecem em um contexto de tensão social, que aumentou ante as medidas de austeridade adotadas pelo governo de centro-direita em troca do plano de resgate de 78 bilhões de euros concedidos em maio de 2011.
“O governo está nos roubando. Eu estou aposentado, mas isso não impede que me tirem muito dinheiro”, declarou José Mendes, de 65 anos.
Das manifestações participam o principal sindicato, CGTP, mas também professores, trabalhadores da área da saúde e aposentados. Até os militares se juntaram à marcha em Lisboa, que terminou na monumental Praça do Comércio.
Após ter procedido no ano passado com a redução dos salários e das aposentadorias, o governo decretou este ano um aumento generalizado dos impostos e prevê cortes adicionais de 4 bilhões de euros por meio de uma “reforma do Estado”. Muito criticada pela oposição, esta reforma deve ser apresentada à troika.
Após uma análise das finanças e desta reforma, seus credores podem concordar com uma nova redução das metas fiscais do governo, cada vez mais difíceis de serem alcançadas, de modo que a economia deve encolher este ano em 2%, duas vezes mais do que o previsto, e o desemprego deve atingir um nível recorde de 16,9%.
Fonte: http://noticias.br.msn.com
*Anarquista.net


Por: Anita Leocadia Prestes
Fonte: PCB



  Ao estudar o sistema político vigente em Cuba, é necessário lembrar que seus antecedentes remontam ao ano de 1869, quando o povo da pequena ilha caribenha, porém valente, lutava de armas na mão pela independência do jugo colonial espanhol. Seus representantes se reuniram na parte do território já liberado e constituíram a Assembleia Legislativa, que aprovou a primeira Constituição da República de Cuba em armas. Era assim estabelecida a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e abolida a escravidão até então existente. Essa primeira Assembleia Constituinte elegeu o Parlamento cubano daquela época e também, de forma democrática, seu Presidente, assim como o Presidente da República de Cuba em armas, designando ainda o Chefe do Exército que levaria adiante a luta pela independência.


   Cuba socialista reconheceu a importância de tal herança e, inspirada também nos ensinamentos do grande pensador e líder revolucionário José Marti, chegou a criar um sistema político que constitui um Sistema de Poder Popular único, autóctone, que não é cópia de nenhum outro. Em Cuba não existem os chamados três poderes (executivo, legislativo e judiciário), característicos do sistema político burguês. Há um só poder – o poder popular. Como o povo exerce o poder? Segundo a Constituição, o povo o exerce quando aprova a Constituição e elege seus representantes e, em outros momentos, mediante as Assembleias do Poder Popular e outros órgãos que são eleitos por estas Assembleias  como é o caso do Conselho de Estado, órgão da Assembleia Nacional. Portanto, o poder popular é único e exercido através das Assembleias do Poder Popular.

   Outro elemento importante do sistema político cubano é a existência, de acordo com a Constituição, de um único partido – o Partido Comunista. Não se trata de um partido eleitoral, e por isso não participa do processo eleitoral, designando ou propondo candidatos ou realizando campanha a favor de determinados candidatos. Seguindo o caminho apontado por José Marti, fundador do Partido Revolucionário Cubano - partido único como única via para conquistar a unidade de todo o povo na luta pela independência e a soberania do país, e também na luta por justiça social -, o Partido Comunista de Cuba se diferencia do conceito clássico de partidos políticos; além de não ser um partido eleitoral, é o partido dirigente da sociedade, cujas funções e cujo papel são reconhecidos pela imensa maioria do povo. A definição do seu papel está inscrita na Constituição, aprovada em referendo público, mediante voto livre, direto e secreto de 97,7% da população.

   É importante ressaltar que o PC é constituído pelos cidadãos mais avançados do país, o que se garante mediante um processo de consulta das massas. São os trabalhadores que não pertencem ao PC que propõem, em assembleias, as pessoas que devem ser aceitas em suas fileiras. Depois que o Partido toma decisão sobre as propostas dos trabalhadores, se reúne novamente com eles para informá-los. Quando toma decisões em seus congressos, o PC as discutiu antes com a população. O Partido não dá ordens à Assembleia Nacional do Poder Popular nem ao Governo. O PC, após consultar o povo, sugere e propõe aos órgãos do Poder Popular e ao Governo as questões que somente a essas instituições cabe o papel de decisão.

   O Parlamento cubano se apoia em cinco pilares de uma democracia genuína e verdadeira, a saber:

    O povo propõe e nomeia livre e democraticamente os seus candidatos.
    Os candidatos são eleitos mediante voto direto, secreto e majoritário dos eleitores.
    O mandato dos eleitos pode ser revogado pelo povo a qualquer momento.
    O povo controla sistematicamente os eleitos.
    O povo participa com eles da tomada das decisões mais importantes.

   O sistema do Poder Popular em Cuba é constituído pela Assembleia Nacional, as Assembleias Provinciais, as Assembleias Municipais, o Conselho Popular e a Circunscrição Eleitoral, que é o degrau básico de todo o sistema. Nenhum desses órgãos está subordinado a outro, mas todos funcionam de forma que suas funções e atividades sejam complementares, tendo em vista alcançar o objetivo de que o povo possa exercer o governo de maneira prática e efetiva.

   O sistema do Poder Popular se apresenta atualmente em Cuba da seguinte maneira: no nível nacional, a Assembleia Nacional do Poder Popular; em cada uma das 14 províncias, as Assembleias Provinciais do Poder Popular e nos 169 municípios, as Assembleias Municipais; no nível de comunidade, os Conselhos Populares (1540); cada Conselho agrupa várias circunscrições eleitorais e é integrado pelos seus delegados, dirigentes de organizações de massas e representantes de entidades administrativas. No nível de base, ainda que sem formar parte de maneira orgânica da estrutura do sistema do Poder Popular, nem do Estado, tem-se a circunscrição eleitoral. A circunscrição eleitoral e o seu delegado são a peça-chave, a peça fundamental do sistema. A circunscrição se organiza para efeito das eleições, mas o delegado continua funcionando na área por ela abarcada e, por isso, a mesma continua sendo sempre denominada de circunscrição.

   Participam das eleições todos os cidadãos cubanos a partir dos 16 anos de idade, que estejam em pleno gozo dos seus direitos políticos e não se incluam nas exceções previstas na Constituição e nas leis do país. Os  membros das Forças Armadas têm direito a voto, a eleger e a ser eleitos. A Constituição estabelece que cada eleitor tem direito a um só voto. O voto é livre, igual e secreto. É um direito constitucional e um dever cívico, que se exerce de maneira voluntária, e quem não o fizer não pode ser punido.

   Diferentemente dos sistemas eleitorais das democracias representativas burguesas, em que os candidatos aos cargos eletivos são escolhidos e apresentados pelos partidos políticos, em Cuba o direito de escolher e apresentar os candidatos a Delegados às Assembleias Municipais do Poder Popular é exclusivamente dos eleitores. Esse direito é exercido nas assembleias gerais dos eleitores das áreas de uma circunscrição eleitoral da qual eles sejam eleitores. A circunscrição eleitoral é uma divisão territorial do Município e constitui a célula fundamental do Sistema do Poder Popular. O número de circunscrições eleitorais em cada Município é determinado a partir do número de seus habitantes de maneira que o número de delegados das circunscrições à Assembleia Municipal nunca seja inferior a trinta.

   O registro eleitoral em Cuba é  automático, público e gratuito; todo cidadão, ao atingir os 16 anos de idade e estando em pleno gozo dos seus direitos políticos, é registrado como eleitor. Segundo a lei, no país são realizados dois tipos de eleições: 1) eleições gerais, em que são eleitos, a cada cinco anos, os Deputados à Assembleia Nacional e demais instâncias de âmbito nacional, incluindo o Conselho de Estado, assim como os Delegados às Assembleias Provinciais e Municipais e seus Presidentes e Vice-presidentes; 2) eleições parciais, a cada dois anos e meio, em que são eleitos os Delegados às Assembleias Municipais e seus Presidentes e Vice-presidentes. Deve-se assinalar que tanto os Deputados à Assembleia Nacional quanto os Delegados às Assembleias Provinciais e Municipais são eleitos diretamente pela população.

   As eleições são convocadas pelo Conselho de Estado, órgão da Assembleia Nacional que a representa entre os períodos de suas sessões, executa suas decisões e cumpre as funções que a Constituição lhe atribui. Para organizar e dirigir os processos eleitorais são designadas Comissões Eleitorais Nacional, Provinciais, Municipais, de Distritos, de Circunscrição e, em casos necessários, Especiais. A Comissão Eleitoral Nacional é designada pelo Conselho de Estado, as Comissões Provinciais e Especiais são designadas pela Comissão Eleitoral Nacional, as Comissões Eleitorais Municipais pelas Comissões Eleitorais Provinciais e assim por diante. Todos os gastos com as eleições são assumidos pelo Orçamento do Estado; portanto os candidatos nada gastam durante todo o processo eleitoral.

   Para elaborar e apresentar os projetos de candidaturas de Delegados às Assembleias Provinciais e de Deputados à Assembleia Nacional e para preencher os cargos que são eleitos por elas e as Assembleias Municipais, são criadas as Comissões de Candidaturas Nacional, Provinciais e Municipais integradas por representantes das organizações de massas e de estudantes e presididas por um representante da Central de Trabalhadores de Cuba, assegurando desta maneira a direção dos trabalhadores em todo o processo eleitoral. A propaganda eleitoral é feita exclusivamente pelas Comissões Eleitorais, garantidas a todos os candidatos condições de igualdade; nenhum candidato pode fazer campanha para si próprio.

 Para ser proposto como candidato a Deputado à Assembleia Nacional, é necessário ter sido apresentado como pré-candidato por uma das organizações de massas do país, que a Comissão Nacional de Candidaturas submeta essa proposta à consideração da Assembleia do Poder Popular do município correspondente, e que esta, pelo voto de mais da metade dos Delegados presentes, aprove a sua designação como candidato por esse território. Será considerado eleito Deputado à Assembleia Nacional o candidato que, tendo sido apresentado pela respectiva Assembleia Municipal, tenha obtido mais da metade dos votos válidos emitidos no Município ou Distrito Eleitoral, segundo o caso de que se trate. As eleições para os demais níveis do Poder Popular seguirão a mesma sistemática.

   Em Cuba, os Deputados à Assembleia Nacional e os Delegados às demais Assembleias não recebem nenhum tipo de remuneração pelo exercício do mandato popular; continuam exercendo suas profissões em seus locais de trabalho e recebendo o salário correspondente. A Assembleia Nacional se reúne duas vezes ao ano, as Provinciais Municipais com maior frequência. Os Deputados e Delegados exercem seus mandatos junto aos seus eleitores, prestando-lhes contas periodicamente e podendo, de acordo com a Lei, serem por eles removidos a qualquer momento, desde que, em sua maioria, considerem que seus representantes não estão correspondendo aos compromissos assumidos perante o povo.

   Sem espaço para um exame mais detalhado do Sistema Político de Cuba, é esclarecedor, entretanto, abordar o processo de eleição do Presidente do país, que é o Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros. Para ser eleito Presidente, é necessário ser Deputado e, por isso, deve ter sido eleito por voto direto e secreto da população, da mesma forma que todos os 609 Deputados da Assembleia Nacional. No caso específico, por exemplo, do Presidente Fidel Castro, ele foi designado candidato pela Assembleia Municipal de Santiago de Cuba e eleito pelos eleitores de uma circunscrição do município e, além disso, eleito pela maioria, pois a Lei eleitoral estabelece que nenhum Deputado pode ser eleito sem obter mais de 50% dos votos válidos. Posteriormente, sua candidatura a Presidente do Conselho de Estado foi votada pelos Deputados, devendo alcançar mais de 50% dos votos para ser considerado eleito.

   A abordagem realizada do Sistema Político de Cuba, ainda que sucinta, evidencia seu caráter popular e democrático, que é, entretanto, permanentemente distorcido e falsificado pela mídia a serviço dos interesses do grande capital internacionalizado.

*vermelhoaesquerda
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INFORMAÇÕES DA AUTORA:

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 Anita Leocadia Prestes é professora do Programa de Pós-graduação em História Comparada da UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.

Lula e a pequenez dos medíocres



 



Jornais estrangeiros não entendem malhos da mídia nativa em Dilma


Reportagem do jornal Los Angeles Times menciona boa aprovação da presidente por parte da população, mas não pela imprensa; "Nenhum grande veículo a apoia, sendo que alguns jornais e revistas são particularmente duros em suas críticas", diz o texto; enquanto isso, a presidente aprendeu a lidar com os ataques, segundo a matéria, reafirmando periodicamente sua crença na liberdade de expressão.
Reportagem do jornal Los Angeles Times menciona boa aprovação da presidente por parte da população, mas não pela imprensa; “Nenhum grande veículo a apoia, sendo que alguns jornais e revistas são particularmente duros em suas críticas”, diz o texto; enquanto isso, a presidente aprendeu a lidar com os ataques, segundo a matéria, reafirmando periodicamente sua crença na liberdade de expressão.
Reportagem do jornal americano Los Angeles Times publicada neste domingo 3 destaca que, mesmo com uma popularidade de 78%, a presidente Dilma Rousseff não tem o apoio da imprensa no Brasil. 
Intitulada “Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, é popular, mas não na mídia”, a matéria afirma: 
“Nenhum grande veículo a apoia, sendo que alguns jornais e revistas são particularmente duros em suas críticas”. 
O texto começa fazendo um resgate histórico, citando que houve comemoração por parte da maioria da mídia, controlada por poucas famílias, quando o presidente esquerdista João Goulart foi deposto pelo governo militar, em 1964. 
Nos anos de ditadura que se seguiram, porém, o regime militar censurou a imprensa. 
Agora, que o País é governado desde 2003 pelo PT, que deixou a mídia em paz, os veículos, das mesmas famílias, são críticos a ele. 
Isso ocorre, lembra a reportagem, mesmo diante de um governo cuja aprovação da população chega a 78%. 
“É uma situação única”, diz Laurindo Leal Filho, especialista em mídia na Universidade de São Paulo. 
Segundo ele, a imprensa “ainda reflete os valores da velha elite”, ao contrário de uma parcela da população, que aprendeu a conviver, segundo ele, com a outra parcela menos favorecida, que antes era excluída, mas agora ascendeu socialmente. 
Enquanto isso, continua a reportagem, a presidente, que foi torturada na ditadura por suas atividades de esquerda, assumiu no tranco a crítica dos meios de comunicação, reafirmando periodicamente sua crença na liberdade de expressão. 
Segundo o ex-presidente Lula, que falou por telefone com o jornal, “todos que viajam ao Brasil vêem que o País mudou. 
A Globo distorce a verdade, mas isso não é tão ruim. Quem se importa? Eles podem dizer o que bem entenderem”. 
do Blog do Esmael
*cutucandodeleve

Chico Science

Chico Science

Monólogo Ao Pé Do Ouvido

Chico Science

Modernizar o passado
É uma evolução musical
Cadê as notas que estavam aqui
Não preciso delas!
Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos
O medo dá origem ao mal
O homem coletivo sente a necessidade de lutar
o orgulho, a arrogância, a glória
Enche a imaginação de domínio
São demônios, os que destroem o poder bravio da humanidade
Viva Zapata!
Viva Sandino!
Viva Zumbi!
Antônio Conselheiro!
Todos os panteras negras
Lampião, sua imagem e semelhança
Eu tenho certeza, eles também cantaram um dia. 
*Opovonalutafazhistória

domingo, março 03, 2013

Deleite - O Rappa - Rodo Cotidiano (Participação Maria Rita)


Ditadura na Europa

Juan Torres López
 Cartoon de Malagon.
Nem 24 horas se passaram desde o encerramento das urnas na Itália e Angela Merkel ditou o que é preciso continuar a fazer ali. O porta-voz do seu partido afirmou que seja qual for o governo que se forme só admitirá um caminho a seguir, o das reformas de Monti. E o seu ministro da Economia reiterou que não há mais alternativas senão as medidas que executava o presidente-banqueiro que agora foi fragorosamente derrotado nas eleições.
Não há forma mais clara de afirmar que o que disseram os cidadãos através do voto é que se estão a marimbar para aqueles que hoje em dia converteram a Europa numa ditadura de facto.
Na Europa está a desmantelar-se a democracia e é lógico que isto esteja a ocorrer. É a única maneira que as autoridades têm de garantir que se possam continuar a aplicar políticas cujo fracasso é indisfarçável e assim beneficiar uma minoria muito poderosa que vive de um modelo social desigual e injusto.
O relatório de Inverno apresentado há alguns dias pelo comissário da Economia, Olli Rehn, demonstra claramente que os resultados das políticas que se vêm impondo são totalmente distintos do que disseram que iam conseguir quando as anunciavam como nossa salvação. Tudo é ao contrário do que haviam previsto: o crescimento é menor, o desemprego aumentou, os bancos não financiam, as empresas continuam a fechar, o défice e a dívida crescem e ao invés de recuperar-se a economia europeia entra em recessão.
Os danos sociais que isto provoca aumentam em todos os países, sem excepção. Os indicadores que o Eurostat, o gabinete de estatística europeu, apresentou esta semana mostram que já quase um de cada quatro europeus (24,2%) e uns 27% dos jovens menores de 18 anos está em risco de pobreza ou exclusão social. Percentagens que são terrivelmente mais altas em alguns países da União Europeia, como a Bulgária (49,1 e 51,8%), onde as pessoas na rua acabam de derrubar o governo. E que alcançam proporções siderais quando se dão em famílias de baixos níveis de estudos. Neste caso, a percentagem de menores de 18 anos em risco de pobreza monetária no conjunto da UE é de 49,2%, de 76,2% na Chéquia ou de 78,3% na Roménia. Inclusive em países que sempre havíamos considerado a vanguarda do progresso está a começar a ser desencadeada a pobreza infantil e juvenil em famílias com baixo nível de estudos: 54,4% na Suécia, 52,5% em França ou 55,1% na Alemanha. A única coisa que avança na Europa é a concentração do rendimento e o peso dos rendimentos do capital no conjunto dos rendimentos.
E o problema maior que tudo isto está a provocar é que a deterioração económica está a deixar de ser conjuntural. Estamos a ponto de cruzar uma fronteira a partir da qual os danos, em forma de destruição de tecido empresarial, de emprego, de inovação e de capital físico, social, investigador e humano para o investimento futuro são irreversíveis. Por isso é dramático que os líderes europeus se fechem em copas perante qualquer sinal de reforma que não seja as que eles apregoam como representantes dos grandes capitais, cujos negócios ajudam e gerir quer no âmbito público como no privado através das portas giratórias que funcionam tão bem sob o seu mandato.
A Alemanha está a cometer com a Europa o mesmo erro que com ela cometeram os países europeus que a venceram na Primeira Guerra Mundial. Então, foi-lhe imposta uma política de reparações que criou o demónio que anos mais tarde incendiou todo o continente e agora os alemães emprenham-se em impor uma política de austeridade que não só é injusta e tosca como também é impossível que possa ter êxito. Mais uma vez, ateiam fogo à Europa.
As exigências alemãs para que os demais países continuem a reduzir salários e exportem cada vez mais são simplesmente estúpidas. É materialmente inviável que todos os países se especializem da mesma forma e que todos possam ter vantagens se se dedicarem a desenvolver a mesma estratégia. É um engano porque oculta que assim só se beneficiam as grandes corporações exportadoras à custa do empobrecimento de todo o mercado interno europeu. E o empenho em reduzir despesas públicas é paranóico porque o que na verdade a cada dia gera mais dívida são os juros por culpa de um banco central europeu que não o é.
O impressionante, contudo, é que não há reacção potente dos governos de países europeus que vêem como esta estratégia afunda suas economias e destroça suas sociedades. Inclusive uma grande potência como a França assume-a sem sequer refilar. A Espanha tem um peso suficiente na Europa para forçar mudanças, mas nem sequer tenta. E assim um atrás do outro, pois não parece que ao novo governo italiano se vá dar muita capacidade de manobra.
As imposições da Merkel e do capital alemão já são muito mais do que um empenho ideológico. Não vale recorrer outra vez ao santo temor alemão à inflação ou ao seu conceito pecaminoso de dívida. São as suas políticas que alentam um poder de mercado que arrasa o poder aquisitivo da imensa maioria das famílias europeia ou os que impõem um banco central que é a fonte real do incremento do défice e da dívida.
O que há por trás de tudo isto é a decisão de salvaguardar o poder financeiro acima de qualquer outra vontade e a vontade firme de saltar em estilo toureiro as preferências dos povos, e de evitar o que dizem nas urnas. Mas vamos deixar de dissimulações. Isso já conhecemos na Europa e chama-se ditadura.
28/Fevereiro/2013
*GilsonSampaio

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