Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 22, 2013

REDAÇÃO EM PROVA DO ENEM, QUE TEM 6 MILHÕES DE INSCRITOS, SÓ COMPLICA E DEVERIA SER TROCADA POR QUESTÕES DE LITERATURA

fOTO: WIKIPEDIA ENEMAs últimas notícias sobre a prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em que alunos escreveram receitas de miojo e o hino do Palmeiras só reforçam a ideia de que a prova de redação é desnecessária.

É evidente que a avaliação de produção de texto é importante, mas essa opção deveria ser reavaliada em uma prova ampla, que tem abrangência nacional e conta com 6 milhões de inscritos.

Desde o início do Enem, a prova de redação é usada por interessados em destruí-lo. Além disso, a redação tem sido um foco de problemas, inclusive jurídicos, para o exame, que é de fundamental importância para o país e estabelece igualdade entre jovens ricos e pobres, de norte a sul do país.

A prova de redação é provavelmente o item mais caro para a correção, visto que exige um batalhão de corretores para avaliar 6 milhões de redações. E qual é realmente sua eficácia? A avaliação da escrita deve ser feita nas escolas, em salas com poucos alunos, em que o professor acompanha de forma individualizada cada aluno.

Num grande exame nacional, essa avaliação poderia ser substituída por respostas curtas ou por uma boa prova de literatura, em que o aluno deveria demonstrar conhecimento de romances e poesia brasileira, com livros pré-estabelecidos. Se o aluno tem uma bola leitura, certamente ele também terá uma boa escrita. Isso é um conhecimento redundante na prática educacional. Quem não lê, não escreve, diz o ditado.

*educaçãopolitica

Artista cria retrato de Bento XVI com 17 mil camisinhas

Divulgação/The Huffington PostNiki Johnson e a forma que encontrou para protestar
A artista plástica americana Niki Johnson não se conformou quando o então papa Bento XVI declarou, em 2009, que o uso de preservativos poderia aumentar a epidemia de aids na África. Contrária à posição da Igreja Católica a respeito dos métodos contraceptivos, Niki decidiu que usaria camisinhas para protestar, criando um mosaico do rosto do papa com as borrachas coloridas.
Foram cerca de três anos para conseguir os 17 mil preservativos, além de ter que achar meios de tingir alguns com os tons certos. A artista diz que das 270 horas de trabalho usadas depois que reuniu todo o material, gastou metade apenas abrindo as embalagens e desenrolando as camisinhas.
Batizada de "Eggs Benedict", um trocadilho com o nome em inglês de Bento XVI, a obra ficou pronta dias antes do papa anunciar sua renúncia, garante Niki. Mesmo perdendo o "timing", já que agora é Francisco quem está à frente da Igreja, ela espera que seu trabalho ajude a chamar atenção para a importância da educação sexual.
*pop.com.br

quinta-feira, março 21, 2013


Pastor Silas Malafaia realizará cerimônia de casamento de Jair Bolsonaro


Pastor Silas Malafaia vai realizar a cerimônia do terceiro casamento do deputado Jair Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) se casará nesta quinta-feira, 21 de março, no Rio de Janeiro, numa cerimônia conduzida pelo pastor Silas Malafaia.
Segundo informações do jornalista Ancelmo Góis, de O Globo, Bolsonaro, 58 anos, se casará com Michele, 32 anos, numa igreja no Alto da Boa Vista.
Bolsonaro é ex-militar e atualmente exerce seu sexto mandato como deputado federal e é conhecido por declarações polêmicas contra a homossexualidade e já se manifestou a favor da pena de morte.
malafaia casamento bolsonaro
Pastor Silas Malafaia realizará cerimônia de casamento do deputado federal Jair Bolsonaro.
Malafaia e Bolsonaro são tidos pelos ativistas gays como os principais inimigos políticos das pretensões do movimento homossexual. Numa entrevista à revista Época em 2011, Bolsonaro afirmou que por dez anos havia frequentado uma igreja batista, mas havia se tornado um católico.
*Pragmatismopolitico
*Nina

Charge foto e frase do dia





















Giancarlo assume lugar do pai na Abril; Civita vai tratar do câncer *


 

:
Internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Roberto Civita (à dir.) tem presidência do Grupo Abril transferida para seu filho Giancarlo Civita; interinamente; profissionalização tentada com ida de Fábio Barbosa para a frente da empresa chegou ao limite; prevaleceu estrutura familiar; Gianca, como novo presidente é chamado pelos amigos, é considerado bem menos político que o pai; linha editorial de Veja e outras revistas do grupo sofrerá alterações para um realinhamento com o governo?; o sim tem, neste momento, maioria das apostas
Parem as rotativas – ao menos as do Grupo Abril. Em comunicado ao mercado expedido na tarde desta quarta-feira 20, a editora da família Civita comunicou uma troca na presidência do grupo. Deixa temporariamente o comando o filho do fundador Victor Civita, Roberto Civita, para dar lugar a seu filho, Giancarlo Civita, que ocupava o cargo de vice-chairman da AbrilPar.
Roberto Civita está internado há dias no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A informação era de domínio do mercado, mas não foi veiculada. O Grupo Abril informa que o motivo da internação é a coloção de um stent abdominal. Ele estaria em recuperação da cirurgia.
*+comtextolivre

Entre o popular do Vaticano, representado por Bergoglio, e o popular bolivariano, representado por Chávez, há uma distância colossal

Imagens latinas: entre Deus e o diabo

 



 

Via Brasil de Fato
Entre o popular do Vaticano, representado por Bergoglio, e o popular bolivariano, representado por Chávez, há uma distância colossal
Roberta Traspadini
Dois grandes acontecimentos marcaram o sentir e o sentido político da América Latina e do mundo neste mês de março.
Por um lado, a morte de Chávez foi apresentada, pela onipotente mídia burguesa, como o fim da tirania na América Latina, restando a morte de Fidel Castro, para pôr fim ao ciclo comunista no continente.
Por outro lado, a eleição do novo papa Bergoglio é apresentada como uma “nova” relação de poder popular da Igreja Católica, cuja imagem imaculada de São Francisco de Assis aparece como a significativa tônica do que virá na ação do novo líder do Vaticano no mundo, a partir da suposta historia humanista deste sujeito com o povo argentino.
Estamos diante de duas espetaculares imagens-fetiches, midiatizadas de forma antagônica: a construção do processo venezuelano como prisão perpétua comunista, caso Chávez se mantivesse vivo e no poder; a libertação teológica franciscana, a partir da gigantesca aparição do novo Papa, cujo poder é, segundo ele mesmo, humanista e popular.
Chega a ser anedótico, o profético projeto burguês-cristão de sociedade: América Latina figura entre o diabo e o salvador. Imagens cujo sentido é fazer o povo tomar partido entre um projeto que mata (comunismo), e outro que ressuscita (cristianismo).
Dessas imagens, os donos do poder vão reconfigurando, aos poucos, através de seus meios de comunicação, um histórico dever frente a noticia, em que a produção do senso comum atinge altos níveis de perversão, criada pelos formadores críticos hegemônicos.
Por trás da morte de Chávez, encobre-se uma situação concreta de mudança social, política e cultural em que o povo venezuelano, o reelege e legitima como líder, em plena despedida física, renovando os votos políticos de participação popular. Uma constatação que não combina com a fantasia de diabo pintada pela grande mídia. Ante os fatos e o mito, aparece a típica imagem do monstro comedor de criancinhas.
Oculta-se o real e redobra-se a condição de revelar mentiras, como se fossem verdades. É o sentido crítico burguês dando a tessitura da restauração social, a partir de uma velha-nova situação política na região.
Por trás da eleição de Bergoglio, a real situação de crise da Igreja Católica na América Latina e no mundo, há décadas, é encoberta. O crescimento do ateísmo e de outras religiões, além dos fatos cotidianos de abuso de poder de padres, bispos e outros sujeitos da cúpula política do Vaticano, desaparecem enquanto fato social concreto.
O discurso de consolidação de uma política evangelizadora mais humana, representada por um líder religioso latino-americano, cuja centralidade é a de cuidar dos pobres, mostra a perigosa relação de poder manipulador da Igreja no cotidiano do povo latino-americano.
E a reprodução fetichista das imagens continua: a despedida do povo venezuelano e latino a Chávez não apareceu na mídia dominante, mas a imagem da eleição do novo Papa segue cotidianamente presente.
Deveríamos fazer algumas perguntas: Por que o processo eleitoral, democrático e popular de Chávez, quando aparece, figura como despótico? Isto não é bem diferente daquilo que ocorreu na Venezuela? Por que uma eleição, cujo processo é apresentado através da cor da fumaça, é anunciada pela grande mídia, com a maior expectativa de mudança para a humanidade? Qual o cheiro da fumaça?
Estas perguntas exigem um aprofundamento sobre o sentido da ação política no continente e o perigo de discursos que não enveredam para práticas que os legitimam.
Entre o popular do Vaticano, representado por Bergoglio, e o popular bolivariano, representado por Chávez, há uma distância colossal: o popular dos números x o popular do protagonismo social.
O popular do Vaticano está centrado no aumento do número de fieis, há décadas em queda no continente latino e no mundo. Um aumento quantitativo que espelhe a reprodução dos valores cristãos, que estejam em consonância com seu discurso antidemocrático de não participação da mulher na política, de integrar os jovens em missões evangelizadoras, e de consolidação de um projeto de sociedade que não permita questionar o dinheiro, o banco, o poder ditador da forma hierárquica como se consolida a economia e a política na história desta religião.
O popular bolivariano tem como centro retornar ao povo o que historicamente lhe foi tirado pelo domínio burguês sobre suas vidas: a participação popular na política, a retomada das empresas públicas estatais, a melhoria das condições de vida de uma sociedade perversamente desigual, além da principal ferramenta de democratização dos meios de comunicação.
Entre o mito de deuses e diabos, restam apenas seres humanos repletos de contradições. Das contradições manifestas, devemos nos posicionar a favor da historia vivida pelo povo venezuelano que, não só chora, como revigora a luta aberta por Chávez e Fidel, sobre a vital construção do projeto popular na América Latina, contra a continuidade do despótico poder divino projetado há séculos sobre o continente.
Roberta Traspadini é professora da ENFF e da UFVJM, e integrante da Consulta Popular.
*GilsonSampaio

Condenado sem provas: a solidariedade de Jorge Mautner a José Genoíno




Jorge Mautner: “Você é um herói para o Brasil”

do site do Genoíno


Durante sua passagem pelo Rio de Janeiro na última segunda-feira (18), Genoino recebeu com surpresa a visita do músico e escritor Jorge Mautner. Ao saber da presença do deputado na capital fluminense, o cantor fez questão de ir pessoalmente registrar seu carinho e solidariedade.

“Você é um herói para o Brasil. Quem foi que lutou pela nossa liberdade? Foi você, meu caro amigo! Digo e repito isso sempre.”, disse Mautner ao cumprimentar Genoino com um forte abraço.

Há anos sem se reencontrar, ambos são resistentes do regime militar. Enquanto Genoino ingressava na Guerrilha do Araguaia em 1970, Mautner partia para o exílio político em Londres, aonde se aproximaria de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

O bate-papo durou cerca de meia-hora, na qual o deputado também parabenizou o artista por sua trajetória e pelo documentário que conta sua a biografia, “Jorge Mautner – O Filho do Holocausto”, dirigido por Pedro Bial e Heitor D’Alincourt, recém-estreado no circuito nacional de cinema.

Na ocasião, Genoino era aguardado para um jantar com o cineasta Luiz Carlos Barreto. A reunião ocorreu logo após um debate sobre os erros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da Ação Penal 470, promovido pela CUT-RJ (acompanhe o site para saber mais detalhes da atividade).