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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 14, 2013

Revista Época radicaliza na defesa de juros altos e desemprego


Em sua capa desta semana, a revista semanal das Organizações Globo anuncia que o governo Dilma faz tudo errado no combate à inflação e diz que a presidente e o ministro Guido Mantega pisaram no tomate; auto-referente, a Globo usa declaração da global Ana Maria Braga, que disse usar uma joia ao pendurar um colar de tomates no pescoço, para afirmar que a inflação hoje assusta os brasileiros; nunca é demais lembrar, no entanto, que, nos dois governos FHC, a inflação foi substancialmente maior do que a agora, sem disparar o mesmo alarme; será síndrome de abstinência de juros altos ou de ter amigos no poder? 
Brasil 247 - Nunca é demais relembrar os dados de inflação dos últimos governos. 
Na primeira gestão FHC (1995-1998), a taxa média foi de 9,7% ao ano. 
Na segunda (1999-2002), de 8,8%. 
Com Lula, os índices foram mais civilizados, sempre dentro da meta e, agora, com Dilma, a taxa média é de 6,2%. 
No entanto, nunca o alarma dos veículos de comunicação tradicionais soou tão alto como agora.
Em sua capa desta semana, a revista Época, das Organizações Globo, afirma que a presidente Dilma Rousseff e seu ministro Guido Mantega pisaram no tomate – produto que simboliza a alta de preços recente. 
Anuncia ainda que o governo federal faz tudo errado no combate à inflação – como se, por exemplo, iniciativas recentes, como a desoneração das contas de luz não tivesse a menor importância. 
Auto-referente, a Globo usa uma declaração da apresentadora global Ana Maria Braga, a de que estava usando uma joia, ao pendurar um colar de tomates no pescoço, para indicar que a população brasileira estaria apavorada com a inflação. 
Detalhe: quem será que pediu para Ana Maria Braga fazer sua piadinha ridícula? 

Com a capa desta semana, Época, na verdade, apenas acentua sua cruzada contra o governo Dilma e, a um só tempo, alia interesses políticos da Globo a interesses econômicos seus e de apoiadores. 
Os dois objetivos principais são derrotar o PT nas próximas eleições e garantir o início de um ciclo de alta de juros. 
No fundo, trata-se de uma síndrome de abstinência de juros e também um sintoma da falta de amigos no poder. 
do Blog Sujo 
*cutucandodeleve

Se a maioridade baixa para 16, o que faremos quando um garoto de 15 matar alguém? Reduziremos o limite para 14, ou 10?


Se a maioridade baixa para 16, o que faremos quando um garoto de 15 matar alguém? Reduziremos o limite para 14, ou 10?

Maioridade penal

Hélio Schwartsman 


 Como sempre ocorre quando um menor comete um homicídio bárbaro, cerca de dois terços da população erguem a voz para pedir a redução da maioridade penal. Compreendo a revolta, mas não me incluo nessa robusta maioria.

É claro que os 18 anos encerram algo de arbitrário. Se quiséssemos fugir aos caprichos do legislador e adotar uma regra informada pela ciência, teríamos, na verdade, de empurrar o limite para além dos 20 anos, que é quando amadurece o córtex pré-frontal, área do cérebro responsável por tomar decisões complexas e controlar a impulsividade.

Uma medida dessa natureza, porém, não contribuiria para manter a coesão social, o que a torna impraticável. Já que a arbitrariedade é inescapável, por que não ouvir o apelo da população e reduzir a maioridade? Se o jovem de 16 anos já pode votar e fazer sexo, por que não haveria de responder criminalmente por seus atos?

Se estivéssemos criando um corpo jurídico a partir do nada, eu não me oporia muito a estabelecer o limite mais baixo ou mesmo permitir que o tribunal determinasse a capacidade penal de cada acusado, independentemente de sua idade cronológica. A questão é que não estamos partindo do zero. Ao contrário, estamos discutindo modificações num sistema já estabelecido e, se há uma receita para piorá-lo, é ceder à tentação de legislar sob forte impacto emocional.

Já fizemos isso com a chamada Lei dos Crimes Hediondos (nº 8.072/90) e o resultado foi uma peça que se choca com os princípios mais básicos do direito penal e com a própria Constituição. O STF teve até de anular um de seus dispositivos.

Supondo que a maioridade baixe para 16, o que faremos quando um garoto de 15 matar alguém? Reduziremos o limite para 14, ou 10?

O direito moderno começa a se distinguir melhor da velha vingança quando considerações racionais passam a preponderar sobre as emoções, por mais justas que sejam.
*Mariadapenhaneles

UMA HISTÓRIA ESCABROSA: MÁFIA COM DEPUTADO TUCANO MINEIRO É ACUSADA DE RETIRAR ÓRGÃOS DE PACIENTES AINDA VIVOS

Os tucanos Aécio Neves e o deputado Mosconi
Os tucanos Aécio Neves e o deputado Mosconi
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*educaçãopolitica

terça-feira, abril 09, 2013

Charge foto e frase do dia


























Repressão de Pinochet era “propaganda comunista”, defendeu o Vaticano

 

 




“Propaganda comunista” e uma “mentira descarada”. Foi nestes termos que o Vaticano rotulou as notícias, que então corriam mundo, sobre os massacres cometidos durante o período que se seguiu ao golpe militar que levou Pinochet ao poder no Chile, em 1973. A compreensão para com os golpistas é evidente na documentação agora revelada pela Wikileaks.

Repressão de Pinochet era “propaganda comunista”, defendeu o Vaticano
João Paulo II visitou, em 1987, o Chile, reunindo-se com Pinochet. O encontro foi encarado universalmente como um apoio explícito à sangrenta ditadura militar.
"Como é natural, infelizmente, após um golpe de Estado é preciso admitir que houve derramamento de sangue nas operações de limpeza no Chile", afirmou na época o monsenhor Giovanni Benelli. Um mês após o golpe, em Outubro de 1973, este alto representante do Vaticano expressava a "sua profunda preocupação, assim como a do Papa, sobre uma campanha internacional esquerdista que distorce completamente, e com êxito, a realidade da situação chilena".
Nos relatórios enviados pela embaixada dos Estados Unidos no Vaticano, divulgados pela Wikileaks e publicados na revista italiana L'Espresso e no jornal La Repubblica, pode ler-se que "Benelli rotulou a cobertura dos acontecimentos como a de maior sucesso da propaganda comunista" e como o prelado se mostrava preocupado com a forma "como os comunistas poderão influenciar os meios de comunicação do mundo livre no futuro".
"As histórias dos meios de comunicação internacionais que falam de uma repressão brutal no Chile não têm fundamento", afirmou o diplomata do Vaticano, apelidando mesmo de “mentira descarada” as notícias que davam conta de uma onda de detenções ilegais um pouco por todo o Chile.
A eleição do mais recente Papa fez saltar para as primeiras páginas dos jornais a relação da hierarquia católica com as sangrentas ditaduras militares que tomaram conta dos países da América latina nos anos 70 e 80 do século passado.
Giovanni Benelli, que nos anos seguintes ao golpe chileno chegou a cardeal e foi mesmo apontado publicamente como um dos possíveis nomes para suceder a Paulo VI, garantia aos Estados Unidos da América que a junta militar "estava a fazer tudo o que é possível para que a situação se normalize".
Correspondência posterior sustenta que, três anos passados sobre o golpe militar, o cardeal já forneceu ao Papa "uma visão bastante pessimista" da situação no Chile e advertiu que Pinochet costumava acusar outros membros da junta militar pela violência e repressão.
"O cardeal e o Vaticano acreditam que se trata de um estratagema cínico para se livrar da própria culpa”, pode ler-se. Certo é que a Igreja Católica nunca criticou, nem implicitamente, a sangrenta ditadura militar nem o Vaticano cortou as suas relações diplomáticas com o Chile.
Na fase final do regime de Pinochet, em Abril de 1987, João Paulo II efetuou uma visita ao Chile, durante a qual se reuniu com o ditador. Encarada como um apoio explícito e a bênção do Vaticano ao regime ditatorial,  esta visita oficial foi duramente criticada por vários setores católicos.
A Igreja Católica chilena respondeu, esta segunda-feira, defendendo que o Vaticano  sempre defendeu e apoiou as vítimas da ditadura e que a correspondência agora revelada foi enviada nos primeiros momentos da ditadura, quando ainda não era possível aferir a real dimensão e extensão da repressão.
*cappacete

PELA REVISÃO DO JULGAMENTO DO MENTIRÃO!!!

*ajusticeiradeesquerda

DIRCEU, CUNHA, GENOÍNO ET ALTRI SÃO AUTORES PRESUMÍVEIS DE SUPOSTOS DELITOS, COMPROVADOS POR TEORIAS INCERTAS E PROVAS DUVIDOSAS ...  *

Margaret Thatcher se une a Pinochet


*carlosmaia

Globo se enforca no 'Mensalão': ou anula condenações, ou a TV irá para a forca junto

do Saraiva

O julgamento do "mensalão" (AP-470) entrou numa sinuca de bico, agora que virão os recursos. A base da condenação dos petistas foi que teria havido desvio de dinheiro público da Câmara dos Deputados e da Visanet (aliás é empresa privada). Porém tanto a Câmara dos Deputados como a Visanet tem provas de que o dinheiro foi gasto para fazer anúncios ou patrocínios esportivos e culturais. As provas não se limitam a recibos e notas fiscais, mas também nos próprios anúncios (que foram efetivamente veiculados), principalmente nos mais famosos jornais, revistas e TV`s do Brasil. E estão registradas para todo mundo conferir nas páginas impressas e nos videotapes.

Sabe-se lá porquê, a maioria dos ministros do STF, ignorou essas provas apresentadas pela defesa, atestadas por laudos de auditoria, e tratou tudo como se fosse dinheiro desviado.

Pois bem, agora só tem um jeito: inocentar quem foi condenado injustamente com base em informações falsas.

Do contrário, para sustentar essa tese de condenação, só se admitir que a Globo, Folha, Veja, Estadão, etc, teriam feito parte da quadrilha para receber o dinheiro da SMPB e desviá-lo, como observou o ministro Lewandovski em seu voto, no caso do contrato da Câmara.

Logo, ou o STF terá que anular diversas condenações, onde tomou por base essa estória de desvio da Câmara e da Visanet, ou terá condenar também, por exemplo, a TV Globo, com as seguintes consequências:

- Os gestores da emissora (e dos jornalões) que supostamente participaram do suposto desvio, teriam que ser condenados tanto quanto Marcos Valério;

- O Ministério Público teria que abrir ação exigindo devolução do dinheiro, recebido pelas empresas de mídia, aos cofres públicos;

- A TV Globo, os jornalões e revistas que receberam o dinheiro da SMPB teriam que ser consideradas empresas inidôneas por corrupção, e ficarem proibidas de fazer qualquer contrato com o governo e com estatais, além de ficarem proibidas de contrair empréstimos de bancos públicos, por um longos anos.


- Por ser uma concessão pública, se uma TV for considerada inidônea por corrupção, o Congresso terá que cassar sua concessão (sem nenhum arbítrio, conforme a Constituição), pelo mesmo motivo que cassa deputados.

Aliás, do jeito que o julgamento tratou o BV (Bônus de Volume), como se fosse "propina", no mínimo, por coerência, a emissora teria que estar arrolada no processo, e teria que "provar sua inocência" da mesma forma que foi exigido dos demais réus.

A revista "Retrato do Brasil", da imprensa alternativa ao PIG (Partido da Imprensa Golpista), faz uma série de reportagens históricas, mostrando as provas irrefutáveis da defesa, que foram ignoradas.

Os jornalões, revistonas e TV's ainda mantem um silêncio sepulcral sobre o assunto, porque não tem como desmentir a reportagem. Mas não terão como fugir de verem suas empresas como as maiores beneficiárias do dinheiro, naquilo que inventaram ser o mensalão.

A falta da velha mídia ter escondido estes fatos no noticiário é um dos episódios que entrará para história dos grandes vexames da imprensa golpista, ao lado de episódios como o golpe da Proconsult e da bolinha de papel nas eleições de 2010.
O colunista Elio Gaspari (jornais Folha de São Paulo e O Globo) já prepara o terreno. Publicou essa notinha na coluna de domingo:
NAS BANCAS
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Está chegando às bancas uma edição especial da revista "Retrato".
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Sua capa diz tudo:
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"A construção do mensalão -- Como o Supremo Tribunal Federal, sob o comando do ministro Joaquim Barbosa, deu vida à invenção de Roberto Jefferson."
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Coisa do respeitado jornalista Raimundo Rodrigues Pereira.

Canonizando Margaret

Vladimir Safatle

"Não existe esse negócio de sociedade. Existem apenas homens e mulheres individuais, e há famílias." Foi com essa filosofia bizarra que Margaret Thatcher conseguiu transformar o Reino Unido em um dos mais brutais laboratórios do neoliberalismo.
Com uma visão que transformara em inimigo toda instituição de luta por direitos sociais globais, como sindicatos, Thatcher impôs a seu país uma política de desregulamentação do mercado de trabalho, de privatização e de sucateamento de serviços públicos, que seus seguidores ainda sonham em aplicar ao resto do mundo.
De nada adianta lembrar que o Reino Unido é, atualmente, um país com economia menor do que a da França e foi, durante um tempo, detentor de um PIB menor que o brasileiro. Muito menos lembrar que os pilares de sua política nunca foram questionados por seus sucessores, produzindo, ao final, um país sacudido por motins populares, parceiro dos piores delírios belicistas norte-americanos, com economia completamente financeirizada, trens privatizados que descarrilam e universidades com preços proibitivos.
Os defensores de Thatcher dirão que foi uma mulher "corajosa" e, como afirmou David Cameron, teria salvo o Reino Unido (Deus sabe exatamente do quê). É sempre bom lembrar, no entanto, que não é exatamente difícil mostrar coragem quando se escolhe como inimigo os setores mais vulneráveis da sociedade e quando "salvar" um país equivale, entre outras coisas, a fechar 165 minas.
Contudo, em um mundo que gostava de se ver como "pós-ideológico", Thatcher tinha, ao menos, o mérito de não esconder como sua ideologia moldava suas ações.
A mesma mulher que chamou Nelson Mandela de " terrorista" visitou Augusto Pinochet quando ele estava preso na Inglaterra, por ver no ditador chileno um "amigo" que estivera ao seu lado na Guerra das Malvinas e um defensor do "livre-mercado".
Depois do colapso do neoliberalismo em 2008, ninguém nunca ouviu uma simples autocrítica sua a respeito da crise que destroçou a economia de seu país, toda ela inspirada em ideias que ela colocou em circulação. O que não é estranho para alguém que, cinco anos depois de assumir o governo do Reino Unido, produziu o declínio da produção industrial, o fim de fato do salário mínimo, dois anos de recessão e o pior índice de desemprego da história britânica desde o fim da Segunda Guerra (11,9%, em abril de 1984). Nesse caso, também sem a mínima autocrítica.
Thatcher gostava de dizer que governar um país era como aplicar as regras do bom governo de sua "home". Bem, se alguém governasse minha casa dessa forma, não duraria muito.
*Saraiva