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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 03, 2013

Mano Brown resume bem o músico Lobão: “Age como uma puta para vender livro”

lobão dilma torturadora 
Lançando o livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca,o músico Lobão atacou diversas personalidades brasileiras. Em trechos da publicação, o cantor chama Dilma Rousseff de “torturadora” em capítulo cujo título é “Vamos Assassinar a Presidenta da República?” (escreve isso sobre Obama pra ver o que vai dar) e o cantor Roberto Carlos é referido como “múmia deprimida”. Os ataques respingaram também nos rappers do Racionais MCs, descritos como “braço armado do PT”.
Mano Brown, líder do grupo paulistano de rap, foi ao Twitter responder alguns fãs que questionaram qual seria sua postura após o ataque de Lobão.
Veja a resposta de Mano Brown:
“Conheci o Lobão em 1996. Cumprimentei e depois disso nunca mais o vi. Sinceramente não tenho o que falar da pessoa dele. Estranho o Lobão falar de mim sem nunca ter me conhecido. Não entendo a postura dele agora. Ele pregava a ética e a rebeldia. Age como uma puta para vender livro. Nos anos 80 as ideias dele não fizeram a diferença para a gente aqui da favela. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém, nem ele comigo. O Lobão está sendo leviano e desinformado. Tô sempre no Rio de Janeiro, se ele quiser resolver como homem, demorô! Do jeito que aprendi aqui“.
brown-lobao
* Educação Política

Brasil: Operação de “limpeza social” dos sem abrigo

Nos últimos 15 meses foram assassinados 195 sem abrigo no Brasil, país onde existem não menos de 1,8 milhões de pessoas a viver em ruas e praças das cidades, e onde menos de 25% das cidades têm políticas viradas para elas.

À pobreza e ao desamparo juntam-se agora os ódios "sociais" que fazem muitos erigir-se em juízes e fazer justiça pelas próprias mãos. Foto de Rodrigo Soldon
O Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos, um organismo patrocinado pela Conferência Episcopal de Brasil, mostrou-se preocupado com uma possível "limpeza social" das pessoas sem abrigo, por causa do Mundial de futebol do próximo ano. O Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG) expôs também os seus temores ao ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ações contra os sem abrigo estão a ocorrer especialmente nas cidades que vão acolher os jogos do Mundial.
As organizações temem que a “limpeza” dos que vivem na rua por motivos diferentes, seja um eufemismo para dar sinal verde aos verdugos de pessoas indefesas, invisíveis para a sociedade, mas que poderiam ser vistas pelos milhões de turistas que visitarem o Brasil no ano que vem. Sem contar que o papa Francisco chega ao Rio de Janeiro dentro de três meses e estarão presentes na capital carioca mais de dois milhões de pessoas para participar na Jornada Mundial da Juventude.
Nos últimos 15 meses foram assassinados 195 sem abrigo, a maioria queimados por anónimos, como Jorge Afonso, de 49 anos, assassinado neste domingo em Jacupiranga, no interior de São Paulo.
Casos semelhantes ocorreram em Goiânia, cidade do centro-oeste para onde foi enviada uma comissão do Ministério de Direitos Humanos para analisar os últimos 29 assassinatos de pessoas sem abrigo.
Segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) existem no Brasil não menos de 1,8 milhões de pessoas a viver em ruas e praças das cidades, e menos de 25% das cidades têm políticas para elas.
Só em São Paulo calcula-se que umas 15.000 pessoas não têm casa, 5.000 mais que há dez anos. Apesar de em 2009 o governo de Lula da Silva ter lançado um programa a favor dos sem abrigo, as autoridades costumam fechar os olhos diante desta realidade.
E no entanto, para o sociólogo Maurício Botrel, do Centro Nacional de Direitos Humanos, são imprescindíveis as políticas locais a favor destas pessoas para evitar uma "limpeza social" levada a cabo geralmente na escuridão da noite e aplaudida em silêncio.
Em 2009, repórteres do diário Folha de São Paulo descobriram que a prefeitura do Rio de Janeiro estava a recolher à pressa mendigos no trajeto onde iria passar a comitiva da Comissão do Comité Olímpico (COI), responsável por dar um parecer sobre a realização do Mundial na cidade.
Polícias paulistas suspeitos de “limpeza social"
Investigadores de São Paulo acham que os últimos assassinatos de indigentes sem abrigo podem ser obra de "esquadrões da morte" que tentam eliminar os mais de 10 mil mendigos que vivem nas ruas da maior cidade do Brasil.
Pela primeira vez desde que se iniciaram as investigações, há pouco mais de uma semana, o comissário Luiz Fernando Lopes Teixeira introduziu polícias e guardas de segurança entre os suspeitos dos brutais ataques perpetrados na capital económica e financeira de Brasil, que deixaram doze mendigos mortos nas últimas semanas.
Até agora, havia três hipótese para explicar os ataques: jovens neonazis ou cabeças rapadas, criminosos contratados por comerciantes para desfazer-se dos indesejáveis ou uma disputa interna entre os próprios indigentes.
Mas nas últimas horas ganhou força a ideia de que se trata de grupos de “limpeza social" compostos de polícias e guardas de segurança. Pedro Montenegro, defensor geral do povo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, considera que é claro que se trata de crimes de um "grupo organizado", o que exige maior proteção social aos habitantes da rua.
Factos semelhantes ocorreram na década de 90 no Rio de Janeiro, onde centenas de meninos e adolescentes foram assassinados anualmente por esquadrões da morte, compostos em muitos casos por agentes de polícia fora de serviço, contratados pelos comerciantes locais para "limpar" a zona de supostos delinquentes e pessoas que perpetravam delitos menores.
Atualmente, as autoridades da maior cidade do Brasil – com 10,5 milhões de habitantes – temem que essas práticas homicidas se estejam a instalar no lugar onde vivem uns 10.400 sem abrigo, segundo cálculos da Pastoral do Povo das Ruas em São Paulo.
Mas a inquietação paulista estende-se a outras zonas, como Porto Alegre, onde existe o medo de que grupos de fanáticos repitam atentados, como explicou Clarina Glock, jornalista que coordena a publicação de um jornal feito por residentes da rua “Boca de rua".
Nessa cidade do sul do país não existem os grupos tradicionais de São Paulo, que discriminam e atacam os procedentes do Nordeste, a região que é fonte da maior migração interna de Brasil. Mas "sim há grupos de skinheads", e a demora para identificar os criminosos de São Paulo pode estimular ataques similares noutros lados, acrescentou.
Além dos casos de São Paulo, outros dois mendigos foram assassinados na semana passada no estado de Pernambuco (nordeste) por homens que os atingiram a tiro, disparados de um veículo em movimento.
A polícia suspeita de que estes dois homicídios foram cometidos por uma bando de "extermínio" que atua na cidade de Recife, capital de Pernambuco, e que já é investigada devido a outros ataques a sem abrigo.
Assim, o panorama dos mais pobres no Brasil – e na América Latina em general – é cada vez mais dramático, porque à pobreza e ao desamparo juntam-se agora os ódios "sociais" que fazem muitos erigir-se em juízes e fazer justiça pelas próprias mãos.
Em junho de 1990, a Amnistia Internacional publicou um relatório sobre as violações de direitos humanos perpetradas nas principais cidades brasileiras, que chegava à conclusão de que a polícia tinha respondido à crescente violência social fazendo justiça pelas próprias mãos. Este documento alertava para as práticas como a execução extrajudicial de meninos e adultos por parte da polícia e dos esquadrões da morte, o emprego da tortura pelos agentes de segurança e o tratamento desumano que recebiam os presos. Catorze anos mais tarde, as violações de direitos humanos relacionadas à violência urbana continuam a ser um problema que é preciso enfrentar.
*Gilsonsampaio

Teorias conspiratórias ou fatos? Os sacos de dinheiro da Cia

Os sacos de dinheiro da Cia 

 No alto da página, reflexão sobre a CIA; logo abaixo, 
dois exemplos de que a CIA segue atuante

por Rodrigo Vianna
Deve ter sido o inconsciente do editor de Int ernacional. Ou então, ele quis passar a mensagem de forma subliminar – sem alertar os diretores do jornal. Seja como for, a página A-14 (reproduzida ao lado) no “Estadão” dessa sexta-feira (03/05) é didática.
No alto, um texto demolidor sobre as ações da CIA pelo mundo: “Os Sacos de dinheiro da CIA”. Sim: conspirações, assassinatos, malas de dinheiro para derrubar governos não-alinhados com Washington. Não é nenhum “esquerdista” bolivariano quem diz. O artigo, publicado pelo ”Foreign Policy” (um site sobre Politica Internacional dos EUA) e traduzido pelo jornal paulista, fala sobre tudo aquilo a que fazemos referência aqui na internet, e que muitas vezes é tratado como “teoria conspiratória”: a CIA age,  sim, sem pudores pelo Mundo; mata, encomenda assassinatos, tira e põe governos. É o braço de “inteligência” do imperialismo. Sim, imperialismo. Isso não é discurso “da época da Guerra Fria”. Isso não é discurso de esquerdista antiamericano. Não. São fatos. Tudo está lá, no artigo publicado pelo ”Estadão” - leia aqui.
O curioso é que na mesma página (e por isso digo que o inconsciente do editor parece ter agido), há duas outras reportagens: uma sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez; a outra sobre a Globovisión (TV privada antichavista, que ajudou a dar o golpe contra Chavez em 2002).
Quando a tal blogueira esteve no Brasil, eu disse a alguns amigos que ela parecia agir sob orientação (e com apoio) da CIA. Não se trata de opinião. Há fotos de Yoani entrando para reuniões num casarão mantido pelos EUA, no bairro de Miramar em Havana. Eu já vi essas fotos. 
A outra reportagem na mesma página do jornal trata da “guerra de informações” na Venezuela. Com destaque para a “Globovisión”. A mídia pró-EUA tenta vender a imagem de que a Venezuela é uma ditadura. Trata-se, claramente, de uma campanha midiática. Eu não tenho dúvidas de que a CIA está por trás disso. Assim como está por trás das ações mais violentas da oposição antichavista – comandadas agora por Capriles.
Vejam, não estou dizendo que todos os antichavistas são “teleguiados” pela CIA. Não é isso. Há, é claro, muita gente que não gosta de Chavez e Maduro. O que digo é que a oposição é potencializada com ajuda dos Estados Unidos. Temo que os Estados Unidos estejam preparando o terreno para que se inicie uma guerra civil no país vizinho. Roteiro parecido com o da Síria. Vejam: no Paraguai e em Honduras, governos “fracos” puderam ser derrubados com “golpes institucionais”. Na Venezuela, isso é impossível. Ali, só a guerra civil. O risco é imenso.
Da mesma forma, não quero dizer que todos “dissidentes” cubanos sejam agentes da CIA. Mas os métodos e os parceiros de Yoani (inclusive no Brasil) não deixam dúvida: o blog dela pode ter surgido, lá atrás, como iniciativa individual de uma jovem descontente com o governo de Cuba. Hoje, só os ingênuos ou mal intencionados podem desconhecer que Yoani trabalha, de fato, como agente dos interesses dos EUA e seus aliados
Ah, tudo isso é “teoria conspiratória”! Ah, é? Então leiam o artigo do “Foreign Policy”. A CIA ajudou a matar Patrice Lumumba no Congo, nos anos 60. Deu armas e dinheiro para Mobutu Sese Seko, o adversário de Lumumba. O texto fala de ações semelhantes no irã dos anos 50, no Afeganistão dos anos 80. E isso não ocorria só na “periferia”. A CIA (que normalmente trabalha dentro das embaixadas americanas) despejou caminhões de dinheiro na democracia-cristã italiana para barrar o avanço do Partico Comunista Italiano – o mais poderoso do Ocidente. 
O artigo diz que a CIA deveria “aprender com seus erros”. E eu me pergunto: erros?  O que deu errado? Os EUA seguem poderosíssimos, a União Soviética já não existe, no Oriente Médio quem ousou agir com alguma independência foi esmagado (Iraque, Líbia – nos anos mais recentes) e na “periferia” quase não se fala em “socialismo” ou rebeldia antiamericana.
Há só uma exceção: América Latina. Aqui, enquanto os EUA faziam a “limpeza” no Oriente Médio,  surgiu uma geração de governos não-alinhados com o projeto neoliberal. Em 2002, com o golpe derrotado na Venezuela, os EUA perderam a capacidade de iniciativa durante alguns anos… 
Mas a onda já virou. A derrubada de Lugo e Zelaya foram sinais. Os ataques ininterruptos a Cristina, Evo e Lula foram um passo adiante. No caso brasileiro, está tudo claríssimo: há encontros de jornalistas da Globo/Abril/Folha com representantes dos EUA. Tudo registrado no Wikileaks. Há o Insituto Millenium, há o giro internacional de Yoani.
As malas de dinheiro, de que fala o artigo do “Foreig Policy”, continuam circulando. Nos anos 70/80, quem dizia que a CIA tinha ajudado a dar o golpe contra Jango (e poderia ter até ajudado a matar o presidente deposto) era chamado de “esquerdista adepto de teorias conspiratórias”. Os documentos mais recentes (inclusive gravações de conversas na Casa Branca) mostram que conspiração, de fato, houve: na Casa Branca e nas embaixadas americanas. E não era teoria. Eram fatos.
Os fatos estão aí de novo: escancarados. Vivemos numa encruzilhada. A chance da América Latina, dessa vez, é que os Estados Unidos têm tantas frentes para combater (Coréia, Siria, Iraque – sem falar na crise que debilita as contas e o poder imperial) que talvez isso nos dê fôlego para reagir e resistir.
Mas do outro lado o exército vai-se fortalecendo – com políticos, empresários, empresas de mídia, colunistas… Alguns são mercenários. Outros fazem por amor. Parte da elite latino-americana gosta de se deitar à cama com a turma da CIA.
Em 20 ou 30 anos, saberemos detalhes e compreenderemos que nada disso é “teoria conspiratória.” Espero que (mais uma vez) não seja tarde demais.
Leia outros textos de Vasto Mundo
*Saraiva

PARAÍSOS FISCAIS ACOLHEM FORTUNA TUPINIQUIM


Ricos brasileiros têm quarta maior fortuna do mundo em paraísos fiscais
Por Rodrigo Pinto, da BBC


Os super-ricos brasileiros detêm o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas do país em um ano, em contas em paraísos fiscais, livres de tributação. Trata-se da quarta maior quantia do mundo depositada nesta modalidade de conta bancária.

A informação foi revelada (...) por um estudo inédito, que pela primeira vez chegou a valores depositados nas chamadas contas offshore, sobre as quais as autoridades tributárias dos países não têm como cobrar impostos.
O documento The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network, mostra que os super-ricos brasileiros somaram até 2010 cerca de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) em paraísos fiscais.

O estudo cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais para chegar a valores considerados pelo autor.

Em 2010, o Produto Interno Bruto Brasileiro somou cerca de R$ 3,6 trilhões.

'Enorme buraco negro'

O relatório destaca o impacto sobre as economias dos 139 países mais desenvolvidos da movimentação de dinheiro enviado a paraísos fiscais.

Henry estima que desde os anos 1970 até 2010, os cidadãos mais ricos desses 139 países aumentaram de US$ $ 7,3 trilhões para US$ 9,3 trilhões a "riqueza offshore não registrada" para fins de tributação.
A riqueza privada offshore representa "um enorme buraco negro na economia mundial", disse o autor do estudo.
Na América Latina
Na América Latina, chama a atenção o fato de, além do Brasil, países como México, Argentina e Venezuela aparecerem entre os 20 que mais enviaram recursos a paraísos fiscais.
John Christensen, diretor da Tax Justice Network, organização que combate os paraísos fiscais e que encomendou o estudo, afirmou à BBC Brasil que países exportadores de riquezas minerais seguem um padrão. Segundo ele, elites locais vêm sendo abordadas há décadas por bancos, principalmente norte-americanos, para enviarem seus recursos ao exterior.

"Instituições como Bank of America, Goldman Sachs, JP Morgan e Citibank vêm oferecendo este serviço.
Como o governo americano não compartilha informações tributárias, fica muito difícil para estes países chegar aos donos destas contas e taxar os recuros", afirma.

"Isso aumentou muito nos anos 70, durante as ditaduras", observa.

Quem envia

Segundo o diretor da Tax Justice Network, além dos acionistas de empresas dos setores exportadores de minerais (mineração e petróleo), os segmentos farmacêutico, de comunicações e de transportes estão entre os que mais remetem recursos para paraísos fiscais.
"As elites fazem muito barulho sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de pagar impostos", afirma Christensen. "No caso do Brasil, quando vejo os ricos brasileiros reclamando de impostos, só posso crer que estejam blefando. Porque eles remetem dinheiro para paraísos fiscais há muito tempo".

Chistensen afirma que no caso de México, Venezuela e Argentina, tratados bilaterais como o Nafta (tratado de livre comércio EUA-México) e a ação dos bancos americanos fizeram os valores escondidos no exterior subirem vertiginosamente desde os anos 70, embora "este seja um fenômeno de mais de meio século".

O diretor da Tax Justice Network destaca ainda que há enormes recursos de países africanos em contas offshore. (Fonte: aqui).

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A preocupação em escapar da tributação é permanente, e se acentuou a partir da drástica redução dos ganhos proporcionados pela especulação financeira interna, de modo que se revela 'mais rentável' direcionar para os paraísos fiscais tanto o dinheiro sujo como o de origem legal. A chamada lei das compensações, por sua vez, se encarrega de produzir internamente o inchaço da carga tributária. A perniciosa sonegação não brinca em serviço...

quinta-feira, maio 02, 2013

Charge foto e frase do dia




























Vida Más Allá de la Vida



'Lá nunca mais volto' - SEU JORGE sofre racismo na Itália - áudio


seu-jorge1Entrevista concedida ao produtor Van Damme, da Beat98 Seu Jorge relata momentos dificies de sua estadia na Itália e o racismo sofrido permanentemente.

Veja também : Seu Jorge, o racismo na Itália e o racismo no Brasil, uma refexão



*http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-mundo/10803-la-nunca-mais-volto-seu-jorge-sofre-racismo-na-italia-audio

Pronunciamento Dilma sobre o Dia do Trabalho


Evo Morales expulsa USAID

El presidente Evo Morales anunció este miércoles la expulsión de Bolivia de la Agencia Internacional de Desarrollo de Estados Unidos (Usaid, por sus siglas en inglés) para "nacionalizar la dignidad del pueblo boliviano". El anuncio se produjo durante las celebraciones del Día del Trabajo, fecha en la que Morales ha venido anunciando la nacionalización de diversas empresas de capital extranjero, entre ellas varias firmas españolas.