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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 08, 2013

Legalização: Autocultivo é arma no combate ao tráfico de drogas



O projeto de lei do Bloco de Esquerda que é debatido esta quarta-feira no Parlamento legaliza o cultivo para uso pessoal e os clubes sociais de canábis. Para a deputada Helena Pinto, é altura de o país dar um novo passo numa política que é um exemplo para o mundo.
Legalização do autocultivo: o pesadelo dos traficantes. Foto artist in doing nothing/Flickr
"Dez anos depois da descriminalização das drogas em Portugal, é altura de voltarmos a dar um passo significativo nestas matérias. Legalizando o cultivo e o consumo da canábis enquadrado em clubes sociais organizados", afirmou Helena Pinto aos jornalistas na véspera do debate do projeto de lei bloquista
Para a deputada bloquista, urge combater o problema a que o proibicionismo falhou em dar resposta. E esse problema "é o tráfico". Na proposta do Bloco, é legalizado o cultivo de canábis para consumo pessoal, que hoje em dia já é praticado por milhares de pessoas, embora seja punido por lei. Para Helena Pinto, as experiências positivas de legalização do autocultivo na Bélgica ou Suíça ajudam a perceber como essa medida seria "o maior contributo contra o tráfico em Portugal". 
Helena Pinto resumiu o objetivo de criação dos clubes sociais de canábis, que funcionam em Espanha há mais de 20 anos e normalizaram a relação da sociedade com esta planta que continua a ser perseguida na lei. São espaços legalmente constituídos e reservados a associados, onde se organiza o cultivo coletivo de acordo com a necessidade do conjunto dos sócios, distribuindo-o nas quantidades permitidas na lei atual para consumo durante 30 dias. 
Ao contrário do modelo comercial holandês das coffee-shops, o registo dos clubes sociais é o de associações sem fins lucrativos, às quais é interdita a publicidade e com o dever de promover o debate e a informação sobre a história da canábis e das suas múltiplas utilizações, bem como dos riscos de consumo. Outras restrições são a proibição de acesso a menores de 18 anos, de venda de bebidas alcoólicas, de acesso a máquinas de jogos, ou o impedimento de existirem espaços desses a menos de 300 metros de estabelecimentos de ensino.
“Nos clubes sociais de canábis, o ambiente é controlado e sabe-se o que lá se passa. Esta medida irá trazer duas coisas: informação, porque no clube social vai haver informação, e controlo, que atualmente não existe, quer em termos de quantidade como de qualidade”, esclareceu Helena Pinto.
Para Helena Pinto, permitir o enquadramento legal destes clubes de consumidores é dar mais um passo para a sociedade poder controlar melhor o abuso de estupefacientes mais perigosos do que a canábis. "O descontrolo completo é o tráfico e é essa situação que infelizmente ainda vivemos no nosso país, contrariamente aquilo que foi feito há dez anos e ao sinal que foi dado nessa altura: um sinal de progresso e de civilização". 
"Portugal foi pioneiro nestas políticas, deu um sinal ao mundo e é um exemplo positivo para muitos países", recordou a deputada bloquista.
*Cappacete

Países que visitará Nicolás Maduro


terça-feira, maio 07, 2013

Charge foto e frase do dia


















José Mujica enviará al Parlamento uruguayo un proyecto de ley de medios


El Presidente quiere establecer nuevas regulaciones a los medios masivos
El presidente de Uruguay, José Mujica, enviará en los próximos días al Parlamento Nacional un proyecto de ley de medios que consta de al menos 200 artículos, cuyo objetivo es establecer nuevas regulaciones a los medios masivos de comunicación y finalmente democratizar al sector audiovisual.
El diputado Aníbal Pereyra, del oficialista Frente Amplio, destacó que “se trata de una ley necesaria, con muchas aristas", que establecerá regulaciones sobre permisos y conformación de grupos económicos, además de derechos de audiencia y derechos de libre expresión.
Explicó que la iniciativa ya está redactada y cosecha un gran respaldo por parte del Movimiento de Participación Popular (MPP), el grupo del Frente Amplio más votado en las elecciones de 2009 y al que pertenece Mujica y su esposa, la senadora Lucía Topolansky.
"Trabajaremos con convicción en impulsar la ley que asegura la democratización de los medios masivos de comunicación", expresa uno de los párrafos de la declaración que emitió el pasado domingo el IX Congreso del MPP.
En el texto, el Movimiento manifestó su respaldo a la elaboración de una Ley de medios, específicamente al proyecto del gobierno que entrará al Parlamento en los próximos días.
La intención del Gobierno de Mujica de establecer nuevas regulaciones a los medios masivos de comunicación se consideró desde el inicio de su mandato, pero los últimos detalles del proyecto se ajustaron fue a comienzos de este año.
La norma fue elaborada entre funcionarios del Ministerio de Industria y del Ministerio de Educación y Cultura (MEC) y remarca la propiedad estatal del espectro radioeléctrico, así como nuevas regulaciones en materia de controles y directivas para el bienestar social, como las referidas a imágenes de violencia en televisión.
En otro orden de ideas, el presidente Mujica promulgó recientemente la ley del Matrimonio Igualitario, aprobada el pasado mes de abril, una norma que establece que a partir del venidero tres de agosto las parejas del mismo sexo podrán casarse en Uruguay.
Mujica y el ministro de Educación y Cultura, Ricardo Ehrlich, promulgaron la ley el pasado viernes y noventa días después entrará en vigencia, tiempo durante el cual el Poder Ejecutivo dictará la reglamentación respectiva.
No teleSUR
*comtextolivre

Não vai ser notícia no "Jornal Nacional" nem capa da "Veja": ONU felicita governo cubano e Fidel Castro por terem erradicado a desnutrição no país


FAO elogia esforços de Cuba para reduzir a subnutrição

do Vermelho

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, reconheceu o esforço do governo de Cuba para garantir a segurança alimentar da população.

O elogio foi feito durante encontro com o presidente cubano, Raúl Castro. Segundo Graziano, Cuba vive hoje a mesma situação dos países desenvolvidos, com um índice de subnutrição de menos de 5%.

"Cuba é um dos 16 países do mundo que alcançaram a meta da Cúpula Mundial da Alimentação, de reduzir pela metade o número absoluto de pessoas com fome. Esse esforço tem sido possível graças à prioridade dada pelo governo ao tema”, disse Graziano. Os detalhes da visita a Cuba estão na página da FAO.

Em 16 de junho, Cuba e todos os países que atingiram a meta estabelecida para a redução da fome receberão um diploma de reconhecimento da FAO, em Roma. Os países que alcançaram as metas foram a Armênia, o Azerbaijão, Chile, Cuba, Fiji, a Georgia, Gana, a Guiana, Nicarágua, o Peru, Samoa, São Tomé e Príncipe, a Tailândia, o Uruguai, a Venezuela e o Vietnã.

A conferência da FAO também deverá aprovar uma mudança importante na meta global da organização: reduzir e acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. Segundo Graziano, o ex-presidente de Cuba Fidel Castro foi um dos primeiros a defender essa meta. “Não pode haver um verdadeiro desenvolvimento enquanto existem 49 milhões de pessoas que sofrem de fome na América Latina e no Caribe”, ressaltou.


Já que médicos brasileiros se recusam a atuar nas áreas mais carentes do país, médicos cubanos o farão: acordo entre governo Dilma e Revolução Cubana trará 6 mil médicos cubanos para atuar nas regiões mais carentes do Brasil



por Paulo Jonas de Lima Piva
Tal iniciativa já aconteceu na Venezuela de Hugo Chávez e o resultado foi extraordinário. Sobretudo por elitismo e mania de aristocratismo, médicos venezuelanos, na maioria de origem abastada,  recusavam-se a trabalhar nas regiões mais carentes do país, em particular nas favelas de Caracas. Que outros países da América Latina sigam os exemplos da Venezuela bolivariana e do Brasil de Dilma.


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Brasil trará 6 mil médicos cubanos para atuar em regiões carentes

do Vermelho

Os governos do Brasil e de Cuba, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, estão acertando como será a vinda de seis mil médicos cubanos para trabalharem nas regiões brasileiras mais carentes. Os detalhes estão em negociação. Os ministros das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, e o cubano Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla, anunciaram nesta segunda-feira (6) a parceria.

Patriota e Rodríguez não informaram como será a concessão de visto – se será definitivo ou provisório. Segundo o chanceler brasileiro, há um déficit de profissionais brasileiros na área de saúde atuando nas áreas carentes do país, daí a articulação com Cuba.

“Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos valor estratégico”, disse ele.

As negociações para o envio dos médicos cubanos para o Brasil foi iniciada pela presidenta Dilma Rousseff, em janeiro de 2012, quando visitou Havana, a capital cubana. Ela defendeu uma iniciativa conjunta para a produção de medicamentos e mencionou a ampliação do envio de médicos cubanos ao Brasil, para apoiar o atendimento no Serviço Único de Saúde (SUS).

“Cuba tem uma proficiência grande na área de medicina, farmacêutica e de biotecnologia. O Brasil está examinando a possibilidade de acolher médicos por intermédio de conversas que envolvem a Organização Pan-Americana de Saúde, e está se pensando em algo em torno de seis mil ou pouco mais”, destacou Patriota.


Segundo o chanceler brasileiro, as negociações estão em curso, mas a ideia é que os profissionais cubanos atuem nas áreas mais carentes do Brasil. “Ainda estamos finalizando os entendimentos para que eles possam desempenhar sua atividade profissional no Brasil, no sentido de dar atendimento a regiões particularmente carentes no Brasil”, disse.

O comércio entre Brasil e Cuba aumentou mais de sete vezes no período de 2003 a 2012, segundo o Ministério das Relações Exteriores. De 2010 a 2012, as exportações brasileiras para Cuba cresceram 36,9%. No ano passado, o comércio bilateral alcançou o recorde de US$ 661,6 milhões.


A ACELERADA EXPANSÃO ECONÔMICA DA CHINA NA AFRICA DESASSOSSEGA USA



A expansão econômica da China na África começou há muitos anos. 

Fornecendo dinheiro para o Continente africano, a China não só recebe acesso a seus recursos, mas também estende para lá a sua influência política. 

A China tem consistentemente reforçado a sua posição no continente. 

O comércio entre a China e África aumentou de aproximadamente 20 bilhões de dólares em 2000, até 200 bilhões em 2012. 

O volume de investimentos diretos da China na África no ano passado foi de 20 bilhões de dólares, e o número de empresas chinesas que operam no continente chegou a dois mil. 

Ao mesmo tempo, Pequim fornece empréstimos a países africanos sob condições favoráveis e em troca, obtém acesso aos recursos do Continente africano. As empresas chinesas recebem contratos para grandes projetos de infraestrutura. 


Esta situação comentou o diretor do Centro de estudos russo-chineses da Universidade Estatal de Moscou Evgueni Zaitsev: 

“A China é um jogador-chave no continente Africano, ganhando poder e influência em comparação com os participantes tradicionais deste processo – refiro-me à União Europeia, a ex-União Soviética (hoje Rússia), e aos Estados Unidos. 

Em outras palavras, a China é um parceiro novo dos países africanos e do continente Africano em geral, um parceiro que se desenvolve rapidamente e que, penso eu, é mais dinâmico do que os restantes participantes neste processo.” 

A interação da China e da África não se limita à economia. 

Em 22 países africanos funcionam Institutos de Confúcio, que são considerados uns dos principais condutores do “poder brando” chinês. 

Entretanto, milhares de estudantes receberam bolsas de estudos do governo chinês e estão estudando na China. 

Assim, passados alguns anos, as elites africanas poderão se comunicar livremente com parceiros chineses na língua de Mao Tse-tung. Tudo isso sugere que o interesse de Pequim na África é estratégico, diz Evgueni Zaitsev: 

“Eu creio que a China e os líderes chineses, que normalmente calculam seus passos para muitos anos, se propuseram um objetivo estratégico – o de estabelecimento de longo prazo no continente Africano. Ou seja, eles foram lá para ficar.” 

Tal atividade da China no continente Africano preocupa os países do Ocidente, especialmente os Estados Unidos. 

No verão passado, a então chefe do Departamento de Estado Hillary Clinton fez  uma tournée na África em larga escala. Num de seus discursos ela disse que os tempos em que estranhos vêm para África, beneficiam dela, mas não dão nada em troca, devem acabar. 

Ao mesmo tempo, Clinton criticou os países que “dão dinheiro à África sem se preocuparem com o que esses recursos venham parar às mãos de governantes autoritários." 

A China não foi mencionada diretamente. Mas ninguém teve dúvidas quanto a quem Clinton tinha em mente. Especialmente porque Pequim realmente não presta atenção ao grau de democracia de seus parceiros estrangeiros, diz um pesquisador sênior do Instituto de África Vladimir Shubin: 

“A China muitas vezes dá empréstimos sob condições muito favoráveis. Pequim não liga tais empréstimos e investimentos com quaisquer questões políticas. Por isso, países que são considerados quase foragidos no Ocidente, são bastante aceitáveis para a China.” 

Poderíamos pensar que os receios quanto à expansão chinesa existem só no Ocidente. 

Como se os Estados Unidos e a Europa se sentissem desconfortáveis com o crescente poder da China, e a própria África não tivesse nada a ver com isso. 

No entanto, a atividade da China já começou a assustar também parte das elites africanas. 


Recentemente, o gerente geral do Banco Central da Nigéria Sanusi Lamido Sanusi publicou um artigo no jornal Financial Times, acusando Pequim de colonialismo. 

Segundo ele, os africanos continuam considerando a China um país em desenvolvimento e, portanto, confiam nela mais do que no Ocidente. 

Entretanto, os benefícios da parceria com a China são muitas vezes questionáveis. 

Por exemplo, a China realiza alguns projetos de infraestrutura na África usando seus próprios cidadãos, e não a população local. Assim, para análise de uma parte de políticos africanos fica a constatação de que não são criados especificamente novos  empregos para africanos.
*cutucandodeleve

Dilma felicita OMC e prevê "crescimento e justiça"



"Ao apresentar o nome do Embaixador (Roberto) Azevêdo para esta alta função (diretor-geral da OMC), o Brasil tinha claro que, por sua experiência e compromisso, ele poderia conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo", registrou a presidente Dilma Rousseff em nota oficial sobre a eleição do diplomata ao posto; "Essa mensagem foi entendida por expressiva maioria", assinalou; "Não é uma vitória do Brasil, nem de um grupo de países, mas da Organização Mundial do Comércio", finalizou a presidente; ela manifestou que à Organização caberá "nos próximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial"; íntegra
Em nota divulgada nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse ter recebido com satisfação a escolha embaixador Roberto Azevêdo para assumir a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Dilma destacou a experiência e o compromisso do embaixador, que, segundo ela, foi escolhido com o objetivo de criar as condições para um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo.
Confira a íntegra da nota:
O Governo brasileiro recebe com satisfação a escolha do Embaixador Roberto Azevêdo para Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio.
Ainda sofrendo os efeitos da crise mundial iniciada em 2008, caberá à OMC nos próximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comercio mundial, fundamental para que a economia global entre em novo período de crescimento e justiça social.
Ao apresentar o nome do Embaixador Azevêdo para esta alta função, o Brasil tinha claro que, por sua experiência e compromisso, ele poderia conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo.
Essa mensagem foi entendida por expressiva maioria e, por esta razão, agradeço o apoio que nosso candidato recebeu de Governos de todo o mundo nas três rodadas de votação. Essa não é uma vitória do Brasil, nem de um grupo de países, mas da Organização Mundial do Comércio.
Dilma Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil
Repercussão
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel também celebrou a escolha do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para assumir a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e disse que a eleição do brasileiro é "boa para o Brasil e melhor para a OMC". Segundo o ministro, o governo brasileiro trabalhou para a escolha de Azevêdo por considerá-lo o melhor candidato, mas sua eleição não deve facilitar as negociações comerciais do País. "É bom para a imagem do País, que sempre trabalhou segundo as regras da OMC, e é melhor ainda para a Organização, por ter um excelente secretário-geral", comentou.
Roberto Azevêdo ocupa desde 2008 o cargo de Representante Permanente do Brasil na OMC, enquanto Hermínio Blanco, que disputava o cargo com ele, é economista e ex-ministro de Comércio e Indústria do México. Qualquer dos dois que fosse o candidato escolhido seria o primeiro latino americano a dirigir a entidade. Azevêdo tomará posse em 31 de agosto, em substituição do francês Pascal Lamy.
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, também comentou e celebrou a nomeação. "A OMC vai ganhar com a presença de uma pessoa com personalidade de tamanha relevância", disse Ferreira, em entrevista durante evento em São Paulo. Para o presidente da Vale, a escolha mostra que o País "tem todas as condições de ser um ativo participante nas decisões do comércio internacional".
Confiança
A eleição de Azevêdo representa a confiança da comunidade internacional no Brasil, diz a especialista em comércio exterior Marília Castañon Pena Valle, ex-coordenadora-geral do Departamento de Defesa Comercial, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Para Marília Valle, a vitória do brasileiro deve ser observada como resultado de uma atuação "séria e correta".
"É muito importante o significado para o Brasil do embaixador Azevêdo [na direção-geral da OMC]. É o primeiro latino-americano, brasileiro, e que tem uma longa trajetória nas negociações comerciais internacionais", destacou. "Ele terá pela frente um grande desafio: destravar as negociações que estão paralisadas, principalmente devido às crises econômicas."
Para a especialista, o desafio maior é dar continuidade à Rodada de Doha – cujas negociações, iniciadas no início dos anos 2000 com o objetivo de construir um amplo acordo de liberalização do comércio, não apresentam resultados há cerca de dez anos. "Certamente o largo conhecimento do embaixador Azevêdo vai contribuir muito nesse processo", disse ela.
Segundo Maríla Valle, o perfil do Brasil também deve ser considerado como positivo. "O Brasil tem um perfil exportador, mas também tem um viés importador. A posição brasileira, nas negociações, sempre foi de equilíbrio, o que garantiu ao país a credibilidade que tem hoje", ressaltou.
A especialista participou de várias articulações relativas aos processos antidumping, subsídios e salvaguardas. Ela foi negociadora do governo brasileiro na OMC - nas ações referentes aos códigos de dumping, subsídios e medidas compensatória e de salvaguardas.
Com Agência Brasil e Blog do Planalto

Metrô e CPTM são investigados por fraude e improbidade administrativa

Quais são as prioridades dos administradores do metrô de SP? 


Reder Brasil Atual
Denúncias de ilegalidade nas duas companhias ferroviárias paulistas, geridas pela gestão de Geraldo Alckmin, foram acatadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo nas últimas semanas
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) são alvo de ações por corrupção e má utilização de recursos públicos. Nas últimas semanas, os processos contra as empresas estaduais paulistas registraram movimentação no Judiciário.
De um lado, a CPTM sofre denúncia, desde outubro do ano passado, por improbidade administrativa, por utilizar um contrato vigente desde 1995 na compra de dez trens em 2005, no valor de R$ 223 milhões. Segundo o promotor Marcelo Camargo Milani, a empresa devia ter realizado nova licitação para a compra de trens, com valores atualizados. Já a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) sofreu denúncia de fraude na licitação dos lotes 2 a 8 da Linha 5 – Lilás, por suposto conluio entre as construtoras concorrentes.
A ação contra a CPTM foi acatada pela Justiça somente no dia de 17 de abril deste ano. O juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública da capital, Emílio Migliano Neto, mandou notificar o atual presidente do Metrô, Mário Bandeira, e os executivos das empresas envolvidas na negociação dos trens, para prestar esclarecimentos. Para o Ministério Público, o correto seria a companhia realizar nova licitação, que permitisse a outras empresas apresentarem ofertas de preços para aquisição dos equipamentos. E não realizar um novo aditivo — o sexto — para efetivar a compra. Se a denúncia for considerada procedente, as empresas podem ser obrigadas a devolver os R$ 223 milhões.
As irregularidades foram primeiro apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado, após a realização de uma auditoria nos contratos da companhia. Foram citados, além da companhia, o ex-diretor da CPTM e ex-presidente do Metrô, Sérgio Henrique Passos Avelleda, os ex-diretores da CPTM Mário Fioratti, Sérgio Luiz Gonçalves Pereira e Telmo Giolito Porto, o consórcio Manfer, formado pelas empresas SPA Engenharia, Indústria e Comércio S/A e Tejofran de Saneamento e Serviços Gerais Ltda., e o diretor da SPA Engenharia Ricardo Augusto Novaes.
Em nota, a CPTM afirma que não houve irregularidade na edição do aditivo e na compra dos trens. Inclusive, informa que “a multa pela suposta irregularidade do aditivo 6, imposta pelo Tribunal de Contas do Estado, foi anulada pela Justiça, em primeira instância, e, posteriormente, teve sua anulação confirmada pelo Tribunal de Justiça”. A companhia conclui afirmando que essa citação dará oportunidade aos seus diretores para esclarecer o caso, pois o Ministério Público “sequer convocou os dirigentes para prestarem esclarecimentos, como é praxe nesses procedimentos administrativos”.


Fraude no Metrô

De acordo com a denúncia acatada, as empresas concorrentes aos lotes da Linha 5 – Lilás teriam acertado entre elas os lotes mais vantajosos para cada uma. Conforme verificado no exame dos envelopes pelo Ministério Público, os consórcios apresentaram uma proposta dentro do orçamento apresentado pelo Metrô e as outras acima. Isso seria muito arriscado do ponto de vista da concorrência, a não ser, como foi denunciado, que já se soubesse quem iria vencer. Foi percebido, ainda, que propostas vencedoras estavam, em média, 1% abaixo do valor definido pelo Metrô.
Segundo a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública da capital, o fato de a proposta vencedora ser, efetivamente, menor do que o orçamento-padrão do Metrô foi utilizado para “demonstrar uma aparência de regularidade no certame”. A juíza sustenta, inclusive, que o ex-presidente do Metrô, Sérgio Henrique Passos Avelleda, embora tenha tomado posse após a conclusão da licitação, efetivou a assinatura dos contratos mesmo tendo ciência das denúncias e da investigação. Desse modo, não seria possível afastá-lo das investigações.
Os prejuízos ao erário citados no processo seriam, ao menos, os decorrentes do processo de licitação, no valor de aproximadamente R$ 327 milhões de reais. Mas é possível que se exija a devolução de um valor muito maior, pois as obras não foram paralisadas e estão estimadas em R$ 4 bilhões.
São dois os processos contra o Metrô. O primeiro é uma ação popular movida em outubro de 2010 pelo então deputado estadual petista Vanderlei Siraque. A outra, uma ação civil pública, foi iniciada pelos promotores Marcelo Camargo Milani, Silvio Antônio Marques, Marcelo Duarte Daneluzzi e Luiz Ambra Neto em novembro de 2011. A princípio foi pedida a suspensão das obras em caráter liminar, mas a Justiça avaliou que poderia haver grave prejuízo à população pelo atraso das obras. Os processos se arrastaram por todo o ano passado. Em 2013 a Justiça mandou anexar os dois processos e, em 18 de março, a juíza determinou a retomada do caso.
Os processos tiveram início após reportagem do jornal Folha de S. Paulo anunciando que os vencedores da licitação dos lotes 2 a 8 da Linha 5 – Lilás, que ligará o Largo Treze de Maio à Chácara Klabin, já eram conhecidos seis meses antes da abertura dos envelopes de propostas.
Uma sindicância interna do Metrô sobre o caso, à época, não apontou qualquer irregularidade. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), responsável por analisar questões relativas a concorrências pública e práticas de mercado, realizou processo administrativo e expediu laudo em que concluiu não haver qualquer irregularidade no processo licitatório da Linha 5 – Lilás. Esse laudo tem sido usado como principal instrumento de defesa dos investigados, que afirmam não haver ilegalidade a ser apurada, entre outras afirmações.
Porém, de acordo com a decisão da juíza, o laudo do Cade é coeso e bem elaborado, mas a questão não diz respeito à ordem econômica e sim à “possível prática de ato de improbidade administrativa consistente em fraudar licitação”. Desse modo, a juíza entende que “a inexistência de ato de improbidade administrativa, ausência de prejuízo aos cofres públicos, ilegitimidade passiva, não comprovação do alegado conluio ou cartel entre as vencedoras são temas que dizem respeito ao mérito”, e serão apreciados quando houver decisão da sentença.
São denunciados, além de Sergio Avelleda, as empresas Galvão Engenharia, Serveng - Civilsan Empresas Associadas de Engenharia, Construtora Andrade Gutierrez, Construções e Comércio Camargo Corrêa, Mendes Junior Trading e Engenharia, Heleno & Fonseca Construtécnica, Triunfo Iesa Infra Estrutura, Carioca Christiani Nielsen Engenharia, Cetenco Engenharia, Construtora Norberto Odebrecht Brasil, Construtora Queiroz Galvão, Construtora OAS, CR Almeida S/A Engenharia de Obras, Consbem Construções e Comércio, o próprio Metrô e a secretaria estadual da Fazenda.
Em nota, o Metrô informou que "o Colegiado do  Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, por unanimidade, a continuidade da execução dos contratos e das obras da Linha 5-Lilás. Se ficar comprovado o conluio entre as empresas, o estado espera ser ressarcido. A expansão da Linha 5 até a Chácara Klabin vai beneficiar mais de 800 mil passageiros por dia. O Metrô esclarece que os contratos foram assinados em gestão anterior à do ex-presidente Sergio Avelleda."


Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) são alvo de ações por corrupção e má utilização de recursos públicos. Nas últimas semanas, os processos contra as empresas estaduais