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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, junho 15, 2013
Daniela Mercury afirma que é errado haver programas evangélicos na TV e dispara: “Quem precisa de pastor é ovelha”
Publicado por Tiago Chagas
A polêmica entre Daniela Mercury e o pastor Marco Feliciano em torno
das questões ligadas à homossexualidade despertou na cantora um senso
crítico em relação às religiões.Em seu perfil no Twitter, Daniela criticou a existência de questões que separam as pessoas e indiretamente, reprovou a participação de pastores na política ou em debates sociais: “Porque os seres humanos inventam tantas separações para seres iguais? Porque buscam maneiras de se valorizar mais que os outros? Quem precisa de pastores são ovelhas. Mais professores e educação para o convívio em sociedade. A gente está precisando se responsabilizar pela vida na terra, reza-se muito e se faz pouco pela paz aqui. Deus não quer dinheiro de ninguém”, escreveu, fazendo alusão à arrecadação de dízimos e ofertas nas igrejas.
O ponto de vista crítico da cantora também se estendeu contra a forma como as entidades religiosas se organizam: “Difícil não é acreditar em Deus, é acreditar nos homens.O céu e o inferno são aqui mesmo. Não adianta rezar pra Deus e maltratar pessoas”, queixou-se, antes de dizer que programas religiosos não deveriam ser veiculados nos meios de comunicação de massa: “Vivemos num país laico. O Brasil não optou por nenhuma religião. Então por que tanta evangelização na televisão e no rádio? Isso está errado! Se crenças e religiões fazem parte da cultura de um povo,por que os artistas e produtores culturais pagam tantos impostos e as igrejas não?”, questionou.
Daniela Mercury também optou por dizer que, a seu ponto de vista, deve-se excluir princípios religiosos como referência para a sociedade: “Os livros que regem nossa convivência social são a constituição brasileira e a declaração universal dos direitos humanos. Não são só os cristãos que são bons,tem gente boa com dezenas de outras crenças na face da terra!”.
Ode à baderna
Via CartaCapital
“Que
a violência policial contra os manifestantes venha do governo de São
Paulo, não causa espécie a ninguém. O PSDB é um partido de direita, o
governador Geraldo Alckmin é um numerário da Opus Dei, organização
católica de extrema-direita, e a PM de São Paulo é um substrato
intocável do aparato policial-militar herdado da ditadura. Os policiais
que tomaram o centro da cidade para espancar e prender manifestantes e
jornalistas são os cães de guarda desse sistema. Não há disfunção alguma
no que estão fazendo: eles existem, basicamente, para isso. Para tocar a
negrada a pau, para dar paz a Higienópolis e garantir a brisa fresca de
domingo nos Jardins. Dessa gente e de sua guarda pretoriana devem
cuidar, nas próximas eleições, o povo de São Paulo.”
Leandro Fortes
Nada mais assustador para um conservador do que a baderna
A
moçada parou São Paulo para reclamar do aumento da tarifa do transporte
público? O promotor mentecapto, parado no trânsito, pede a PM para
espancar e matar os manifestantes. Foto: Ninja
Um
dos discursos mais comuns à direita brasileira é esse: peçam o que
quiserem, digam o que quiserem, mas não façam baderna. E, sobretudo, não
atrapalhem o trânsito. Não por outra razão, qualquer cobertura da mídia
nacional sobre passeatas, manifestações e grandes movimentações de
massa acabam, sempre, em manchetes de trânsito. Os camponeses foram a
Brasília pedir reforma agrária? Atrapalharam o trânsito. As mulheres da
Marcha das Margaridas invadiram as Esplanada dos Ministérios para pedir
saúde e educação no campo? Provocaram engarrafamentos. A moçada parou
São Paulo para reclamar do aumento da tarifa do transporte público? O
promotor mentecapto, parado no trânsito, pede a PM para espancar e matar
os manifestantes. Afinal, o filhinho dele está na escola. Mas como
chegar para pegá-lo a tempo, se os bárbaros impedem o trânsito?
Quando,
além de parar o trânsito, os manifestantes fazem baderna, aí não! Aí já
é demais! Não pode ter baderna. Tem que ser como aquelas passeatas pela
paz na Zona Sul do Rio de Janeiro, todos de branco na Avenida
Atlântica, copos-de-leite às mãos, o trânsito compreensivelmente parado
para a procissão de cidadãos contritos. A polícia, claro, à distância,
com as sirenes reverencialmente desligadas. Tudo assim, sem baderna,
dentro da lei e da ordem. A manifestação do mundo ideal.
Pena
que para quem pega quatro conduções por dia e gasta em média quatro
horas dentro delas (ou esperando por elas) a realidade seja outra. No
mundo do transporte público não tem hakuna matata. O pau come no ponto,
no ônibus lotado, nas estações de trem e metrô diariamente conflagradas.
Para o usuário de transporte coletivo, todo dia tem confusão e baderna,
mas é difícil explicar isso para o mundo da Avenida Paulista. Para a
classe média bem motorizada, as demandas do transporte coletivo são
subterrâneas, confinadas a um universo específico sobre o qual só se tem
notícia quando motoristas e cobradores entram em greve. É o dia em que a
patroa de Higienópolis se inquieta porque a empregada vai chegar mais
tarde ou, horror dos horrores, nem vem trabalhar. Quem vai fazer almoço?
E os petizes, sob a guarda de quem ficarão no playground?
E, de repente, vem a baderna.
Multidões
de cidadãos, jovens, velhos, brancos, negros, empregadas, office-boys,
desempregados, professores, trabalhadores, trabalhadoras, desocupados.
Baderneiros. Quebram ônibus, depredam vidraças, picham paredes, revolvem
a cidade e deixam marcas no asfalto.
O horror, o horror!
Então,
todos se unem contra a baderna. Podem pedir o que quiserem, podem se
manifestar, cruzar as ruas com bandeiras, mas, por favor, não atrapalhem
o trânsito. Políticos de todos os matizes se unem para bradar: baderna,
não! Antigos militantes de esquerda que ainda acham um lindo momento
histórico as barricadas de Paris, em 1968, estão, ora vejam, revoltados
com a baderna. Pedras, paus, coquetéis molotov, é preciso conter os
bárbaros e acabar com a baderna. Não interessa se eles vivem em panelas
de pressão, amontoados em latas automotivas superlotadas, se ganham uma
miséria e, agora, terão que pagar mais 20 centavos pelo mesmo sofrimento
diário. O que importa é que eles, baderneiros, estão atrapalhando o
trânsito.
Então, a solução é descer a porrada.
Passar a borracha no lombo desses baderneiros, enfiar-lhes o cassetete
na cuca, tocar o gado revoltado para o corredor polonês.
Que
a violência policial contra os manifestantes venha do governo de São
Paulo, não causa espécie a ninguém. O PSDB é um partido de direita, o
governador Geraldo Alckmin é um numerário da Opus Dei, organização
católica de extrema-direita, e a PM de São Paulo é um substrato
intocável do aparato policial-militar herdado da ditadura. Os policiais
que tomaram o centro da cidade para espancar e prender manifestantes e
jornalistas são os cães de guarda desse sistema. Não há disfunção alguma
no que estão fazendo: eles existem, basicamente, para isso. Para tocar a
negrada a pau, para dar paz a Higienópolis e garantir a brisa fresca de
domingo nos Jardins. Dessa gente e de sua guarda pretoriana devem
cuidar, nas próximas eleições, o povo de São Paulo.
Mas,
onde está o PT? Onde está o prefeito Fernando Haddad, este que já
avisou, de Paris, pelo Twitter, que não irá “tolerar vandalismo”? Onde
estão os vereadores, deputados e senadores do partido que nasceu nas
monumentais greves do ABC paulista, em plena ditadura militar, que os
chamava, ora vejam, de baderneiros? Nada. Ninguém de braços dados para
enfrentar a tropa de choque. Todos quietinhos, com seus militantes
sempre tão subordinados, para saber o que vai sair no Jornal Nacional e
na Veja de domingo. Até lá, melhor deixar as barbas de molho. Para os
que ainda têm barba, claro.
Nessa vergonhosa
escalada de violência tocada pelo governo tucano de São Paulo, não podia
faltar, claro, o apoio da mídia. Não há manifestantes para a ela, mas
só baderneiros. Manifestantes são franceses, suecos, turcos, chineses.
No Brasil, são vândalos e desocupados interessados em depredar o
patrimônio público, como se a imprensa brasileira, hoje povoada de
engomadinhos formados em cursinhos de trainee, alguma vez tenha se
preocupado, de fato, com a segurança física dos ônibus usados pelos
pobres.
Perdão, gente indignada com os vândalos. Mas entre a hipocrisia e a baderna, eu fico, alegremente, com a segunda.
*GilsonSampaio
“Credilmiário” reduz prestação à metade
A linha de crédito para os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, como
este blog escreveu esta manhã vai causar não apenas um aquecimento na
demanda e na produção de móveis e eletrodomésticos como a redução de
preços destes produtos.
Diz o Estadim:
”
Uma das exigências feitas pelo governo é que o varejo dê 5% de desconto
no preço ao consumidor. Essa exigência se baseia no fato de que a venda
é à vista para a loja e o financiamento fica com a Caixa. Isso abre uma
brecha para que o consumidor comum, que compra esses itens com recursos
próprios e à vista, também peça desconto de 5%. “Como as lojas serão
obrigadas a informar produtos e preços para terem direito ao crédito, a
publicação dessa relação será o melhor guia de compras do mercado”.
*Ajusticeiradeesquerda
A tarifa e a crise do sistema
Por Poeta Sem-Teto
Todo dia o
peão pega o busão para ir trabalhar e ser explorado pelo patrão. Já
seria um fardo, mas tem um agravante: a passagem. Ela é cara, e, em um
valor - apenas hipotético, claro - de 3,20 consome 128 reais ao fim do
mês. Algo como 20% de um salário mínimo.
Todo dia o
estudante pega o busão para ser bombardeado por matérias sem sentido,
para ou estudar que nem um condenado para passar em uma prova sem
sentido para entrar em uma universidade, ou para ir à universidade ser
formado como força de trabalho da qual se explora mais-valia.
É essa a exploração a que os trabalhadores e estudantes do Brasil estão, há anos, submetidos.
No início de
2013, uma rebelião popular na cidade de Porto Alegre barrou uma
tentativa da prefeitura de aumentar a tarifa. Isso teve um impacto
enorme em toda a massa brasileira, que é explorada pelo sistema. Logo,
os estudantes começaram a se articular para - tentar - fazer o mesmo.
Mas o estopim ainda não havia chegado.
A presidenta
Dilma havia sugerido às prefeituras que o aumento de tarifas só
ocorresse nos meios de ano, e as prefeituras aceitaram. O mês de Junho
chegou e, com ele, os aumentos de tarifas! Assim, por culpa de Dilma,
todas as juventudes estudantes e trabalhadoras se articularam ao mesmo
tempo: em Goiânia, Rio, Curitiba, São Paulo, Natal, Niterói, etc os
jovens saíram às ruas exigir seus direitos de, pelo menos, irem
trabalhar/estudar sem ter que pagar nada.
No momento
em que escrevo, quatro cidades conseguiram barrar o aumento: Porto
Alegre, Taboão da Serra, Natal e Goiânia. No momento em que escrevo, a
repressão policial foi brutal em Sampa: a polícia sitiou a Av Paulista e
jogou bombas de gás lacrimogêneo (fora da validade, ou seja, podiam matar) em manifestantes que bravavam "sem violência!".
O que esses
fatos representam? A resposta é bastante simples: a massa operária,
estudante e explorada resolveu sair às ruas por seu direito de ir e de
vir. O sistema, que vê no transporte do povo uma maneira de lucrar,
resolveu bater na massa até essa se calar. Mas a massa não quer se
calar, quer resistir. O problema é que o sistema não sabe negociar, só
sabe reprimir.
E assim
continuará sendo até que a situação se torne insustentável ao sistema,
até que o sistema seja obrigado a entregar a mão - a redução das
passagens - para não entregar o braço - o passe-livre, a democracia, a
não-exploração no trabalho -, do contrário, o sistema será obrigado a
bater, bater, e bater, até que comece a apanhar, apanhar e morrer.
No momento em que escrevo, a rebelião da massa se alastra. Haverão mais protestos em Sampa, no Rio, em Campinas, Goiânia, etc.
De pé, povo operário!
À batalha,
hemos de derrotar a reação!
*CentroSocialismo
Cidades do mundo onde existe tarifa zero. Não estão em Cuba, na Venezuela nem na Coréia do Norte. Prefeitura do PT defendeu a ideia para São Paulo em 1990, mas partido foi derrotado na Câmara
Tarifa zero é possível: conheça cidades que têm transporte público gratuito
Cidades no exterior oferecem opções de transporte de graça organizadas
por órgãos públicos e sem a participação de empresas privadas
por Luciana Galastri
Os protestos relacionados ao aumento da tarifa do transporte coletivo em
São Paulo levantam, novamente, a discussão sobre o modelo de “Tarifa
Zero”. A ideia é que os custos das passagens sejam inteiramente
subsidiados por governos e prefeituras, sem que o cidadão precise pagar
nada para usar o ônibus, metrô ou outros veículos incluídos na rede.
A ideia já foi considerada em São Paulo em 1990, na gestão de Luiza
Erundina (PT) como prefeita. Para custear o sistema, seria implantado o
“Fundo de Transporte”, que reservaria parte do dinheiro coletado no
IPTU. Dessa forma, o custo do transporte coletivo para os cidadãos
seriam proporcionais a seus ganhos salariais. Por apresentar um aumento
no IPTU, o projeto sofreu resistência e não foi aplicado. Atualmente, o
Movimento Passe Livre luta pela gratuidade no transporte coletivo,
encarando a mobilidade dentro da cidade como inerente ao direito humano
de acesso à cultura e a serviços públicos.
Mas será viável aplicar um modelo como esse? Confira alguns exemplos de
municípios no exterior (e dois brasileiros) que conseguiram implantar a
gratuidade do trasnporte coletivo:
Talinn, Estônia
Em 2013 a cidade de Talinn, capital da Estônia, implementou o esquema de
transporte coletivo gratuito para habitantes, se tornando a primeira
grande cidade europeia a adotar o esquema. Para fazer uso da rede
completa, que inclui trens, ônibus e bondes, basta que o usuário
apresente um cartão registrado na prefeitura (pode ser obtido com uma
taxa de 2 euros). Internamente, o programa foi apelidado de “13o.
salário”, já que usuários poderão economizar o equivalente a um salário
mínimo anualmente - que, por políticos da oposição, foi visto como uma
jogada populista para agradar eleitores.
A tarifa ‘gratuita’ custará aos cofres públicos o equivalente a 16
milhões de dólares, custos que devem ser cobertos com o estímulo à
economia - de acordo com a prefeitura, foi registrada uma maior
mobilidade nos fins de semana, indicando que pessoas saem de casa e
gastam mais dinheiro no comércio e em atividades culturais. Já nos três
primeiros meses de implementação, estima-se que o uso de carros na
capital foi reduzido em 15%, enquanto o número de passageiros do sistema
de transporte coletivo subiu 10%. Para suportar a maior quantidade de
usuários, Talinn comprou 70 novos ônibus e 15 novas linhas de bonde. O
objetivo é ser conhecida como “A Capital Verde” da Europa em 2018.
A cidade chinesa de Chengdu já sinalizou interesse em estudar o modelo
de Talinn para oferecer transporte gratuito para seus próprios
habitantes - a ideia seria diminuir a quantidade de veículos em suas
ruas e amenizar seu trânsito caótico.
Sydney, Austrália
Algumas linhas centrais da cidade são gratuitas - entre elas dois
exemplos de importância crucial para a movimentação de habitantes. A
primeira percorre um trajeto no Central Business District, o coração da
cidade, que conta com uma grande concentração comercial, assim como
opções de programas culturais. Outra linha cruza a região de Kogarah,
região que possui muitos hospitais e escolas. Esses percursos são
financiados, também, com o dinheiro público - direto dos cofres da
prefeitura.
Changning, China
Desde 2008, tanto visitantes quanto habitantes de Changning, cidade da
província de Hunan, na China, podem usar gratuitamente as três linhas de
transporte coletivo. A iniciativa, que custou US$ 1 milhão aos cofres
públicos, foi a primeira no país - em outros municípios, o transporte é
controlado por empresas privadas que recebem um subsídio das
prefeituras. Os custos de manutenção das linhas seriam cobertos por
publicidade dentro dos ônibus e subsídios do governo. Logo de início, o
uso de ônibus aumentou em dois terços.
Seguindo o modelo de Changning, a cidade industrial de Changzhi também adotou o de transporte coletivo gratuito em 2009.
Baltimore, EUA
Em Baltimore, cidade de cerca de 600 mil habitantes localizada no estado
de Maryland, os ônibus são gratuitos e, além de tudo, híbridos - o que
significa que o impacto ambiental é reduzido (não há emissões de gases
em 40% do tempo de seu funcionamento). São três linhas conectadas a
outras opções de transporte, como metrôs e trens.
E no Brasil?
Já existem cidades pequenas que usam os cofres públicos para financiar
completamente seu sistema de transporte. Porto Real, no Rio de Janeiro,
não apenas aboliu a tarifa de R$ 0,50 por trajeto, em 2011, como
aumentou as linhas de ônibus que atendem o município. Com uma população
pequena, de 16 mil habitantes, estima-se que 3 mil deles façam o uso do
sistema diariamente. Outra cidade brasileira a adotar o sistema é
Agudos, no interior de São Paulo, próxima a Bauru. A gratuidade também
foi implantada em 2011, quando se extinguiu a tarifa de R$ 2,40 e, desde
então, o uso dos ônibus aumentou em mais de 60%.
Para conhecer outras cidades que aderiram ao transporte coletivo gratuito (completamente ou em algumas linhas), confira o site Free Public Transport.
Deputados estaduais do PT convocam comandante da polícia de Alckmin para dar explicações sobre a violência contra manifestantes. Policiais civis e militares foram infiltrados nos protestos para incitar violência e atingir Haddad
Adriano Diogo: “Infiltraram policiais civis e militares no meio da garotada para incitar a violência”
por Conceição Lemes
do Vi o Mundo
Na próxima terça-feira, os deputados estaduais Adriano Diogo e Beth
Sahão (PT) proporão à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa de São Paulo (Alesp) a convocação do comandante da Polícia
Militar (PM), para dar explicações sobre barbárie dessa quinta-feira, 13
de junho.
“Nos últimos dias, o governo Alckmin prometeu intensificar a repressão
nas próximas manifestações de rua. Ao anunciar isso publicamente, ele
deu a senha para a repressão abusiva, descabida, desnecessária da PM”,
atenta Adriano Diogo, que preside a Comissão. “Os policiais atiraram em
jovens, jornalistas, pessoas que estavam passando… Barbarizam mesmo para
forçar uma reação violenta.”
“Embora o metrô e o trem tenham aumentado, o governo Alckmin, nas
entrevistas, só se refere ao aumento do ônibus, para atingir o governo
Haddad”, prossegue o deputado. “É uma ação pensada, bem orquestrada, com
vistas à eleição de 2014, e com o objetivo de desmoralizar o PT.”
“Nessas horas, dá perceber claramente o que nós já sabemos: a estrutura
policial da ditadura permanece intacta, principalmente os setores de
inteligência, como a P2 [serviço reservado da PM] e a tropa de choque”,
denuncia Adriano. “Infiltraram policiais civis e militares no meio da
garotada para incitar a violência. Ninguém me contou, eu vi um bando de
profissionais em provocação – não eram estudantes! –, quebrando vidro,
fazendo bandidagem.”
*Opensadordaaldeia
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