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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 06, 2013

Educação na Sociedade do Conhecimento


CHE.Un.hombre.nuevo.2010.Tristan.Bauer.WMV


Snowden, Evo Morales e adeus às ilusões


Urariano Mota 
Recife (PE) - Os últimos acontecimentos na política internacional trazem uma luz didática para todas as pessoas que acreditam na liberdade e democracia do capitalismo. O mundo do capital, mais conhecido em propaganda e livros didáticos como o sistema de “livre mercado”, recebeu nestes dias uma clareza de desmonte.   
Para situar os fatos nos últimos 30 dias, primeiro Edward Snowden, um ex-técnico da CIA,  revelou para todo o planeta que o governo dos Estados Unidos espiona a vida íntima, pessoal de cidadãos não só no território norte-americano. Se ficasse somente entre os governados por Obama, a espionagem já seria um escândalo, uma prova hard e real do imaginado pelo escritor George Orwell, quando profetizou a existência do Big Brother. Mas o revelado pelo funcionário da CIA foi mais longe. Diplomatas e governos da União Europeia são também espionados. E mais: todos somos rastreados nos telefones celulares e nas informações da internet que passem pelo Google, Apple e o Facebook. E-mails, fotos e outros arquivos dos usuários em todo o mundo são aprisionados. O que é uma realização dos evangelhos: nada escapa aos olhos de Deus.
Depois veio o que nos atinge mais direto na carne. Evo Morales, soberano presidente da soberana Bolívia, depois de uma visita a Moscou, foi proibido de passar pelo espaço aéreo de Portugal, França, Espanha e Itália. Isso porque havia a suspeita de que o  avião presidencial transportasse também Edward Snowden. Notem até onde vai o adeus às ilusões de liberdade, democracia e respeito à soberania dos povos. As nações europeias, elas próprias espionadas, obedeceram à ordem da segurança do governo de Obama. Por hipótese ou suspeita, um chefe de Estado foi impedido de sobrevoar espaço aéreo de  país amigo, sem qualquer declaração de guerra. O espaço era livre, pensava Evo Morales ao sair de Moscou. Mas ficou provado que o céu não é do condor. É dos Estados Unidos.
Mas para o diretor de Políticas do Conselho das Américas – uma organização empresarial que produz análises e estudos sobre a América Latina –, Christopher Sabatini, a questão é bem mais simples. Olhem o que falou para a BBC Brasil: “Parceria é uma via de duas mãos. Para um país ser tratado com respeito, precisa respeitar as prerrogativas de segurança nacional de outro". Entendem? Para Christopher Lee, digo, Sabatini, o presidente Evo Morales foi desrespeitado porque não teria respeitado a segurança dos Estados Unidos.  Notem que a frase  “respeitar as prerrogativas de segurança nacional de outro" não tem o mesmo significado para todos os países do mundo. Pois o analista quer dizer: a segurança nacional do outro é sempre a segurança dos Estados Unidos. 
Ou seja, no caso da Bolívia, o presidente Evo Morales pôde sofrer riscos à própria vida, mas não estava no uso da segurança nacional. Com pouco combustível no avião, passou pelo sufoco de um bloqueio do espaço aéreo no céu e por constrangimentos que são insuportáveis até mesmo para passageiros comuns. Ele teve que pousar em Viena, onde ficou 14 horas, até que sua rota fosse enfim autorizada. E depois, reabasteceu o avião  no Brasil, na bela cidade de Fortaleza. A nota oficial da presidenta Dilma foi a mais dura dos países sul-americanos:
“... O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável - a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente -, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.
Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Europeia”.
De passagem, vale destacar que o tempo da reação de nossa presidenta contra a agressão a Evo Morales,  a demora do governo brasileiro em responder, não foi o que desejam os críticos mais sectários à esquerda, que são ótimos governantes em palavras e desejos. Mas para o colunista importantes são a natureza da declaração e o peso que a economia mais poderosa da América Latina joga contra esse insulto a uma nação irmã. E do meu canto concluo: importa mais a retirada da máscara de um mundo livre sob os Estados Unidos. Nestes últimos 30 dias, ficou demonstrado q
que o céu não é do condor.

*AmoralNato 

O que espera a Dilma para mandar embora o ministro do plim-plim e do trim-trim ?

Bernardo, o quinta-coluna


O Conversa Afiada reproduz, do Blog do Miro, artigo do Bepe Damasco:

Paulo Bernardo, o quinta-coluna



Por Bepe Damasco, em seu blog:

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” (Guimarães Rosa)

Endosso a sugestão do Renato Rovai, em artigo publicado em seu blog, recomendando o grande escritor mineiro para a presidenta Dilma neste momento.

O blogueiro acerta na na mosca também quando lembra que o confronto é inevitável, conclamando a presidenta para ir à TV e às ruas em defesa do plebiscito e das conquistas do seu governo contra a trairagem do PMDB e do Congresso. Mas quero acrescentar aqui outra providência essencial para superar a crise : uma ampla reforma ministerial. Que deve começar pela demissão do ministro das Comunicações, Paulo Quinta Coluna Bernardo, amigo das teles, da Veja e de O Globo.

Como diz CartaCapital, o ministro do plim-plim e do trim-trim. Sua entrevista às páginas amarelas da Veja, no auge das megamanifestações de junho, atacando os lutadores pela democratização da mídia no Brasil e a militância do PT foi a gota d’água. Não pode passar em branco uma destro provocação como aquela.Ainda mais partindo de alguém que já ostenta no currículo a interdição do debate sobre um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil, sentando em cima do projeto elaborado pelo ex-ministro Frankilin Martins.

O mesmo lixo jornalístico que o “premiou” com o espaço nobre reservado aos seus cupinchas publicou na edição desta semana mais uma capa emblemática do tipo de jornalismo golpista e fétido praticado por ele: um precipício do qual despencam ratos e uma bandeira vermelha. O que deve ter passado na cabeça do “bom petista” (como Bernardo é tratado por Veja) ao se deparar nessa mesma edição com um militante de extrema direita e funcionário da Globo sendo mostrado como exemplo do “novo Brasil que emergiu das
ruas?”

Bobagem imaginar que o ministro possa ter se arrependido, afinal ele está longe de se deixar usar como uma espécie de inocente útil. Bernardo é um caso típico que quem já cruzou o Rubicão e se posiciona do outro lado da trincheira. Esperar o que de quem pensa como um neoliberal, imprime linhas de gestão conservadoras e excludentes, se perfila junto aos monopólios e esbanja preconceito contra seu próprio partido ?

Se o PT não tivesse sido arrastado pela avalanche da burocratização e se deixado contaminar pela praga do excesso de moderação institucional, seria o caso da instalação, na Comissão de Ética do partido, de um processo de expulsão do ministro.

*PHA

E a Justiça tolera o jornalismo associado a bicheiros e seus capangas …


O Conversa Afiada reproduz artigo na Carta Maior sob a responsabilidade de Joaquim Palhares, um infatigável defensor da liberdade de expressão:

*Paulo Henrique Amorim, um dos principais nomes do jornalismo brasileiro, defensor infatigável do sistema de cotas para negros na universidade, está sendo condenado por preconceito racial.Acusa-o um repórter da rede Globo, a quem PH destinou uma metáfora, cujo uso CM não abona, mas que sabidamente se referia ao caráter do jornalismo praticado. Nunca à pigmentação da pele. A condenação, descabida, guarda coerência inquietante com o momento político. Nos dias que correm,  o jornalismo associado a bicheiros e a seus capangas não apenas é tolerado pela justiça, como respaldado por autoridades federais, que sancionam seus métodos, metas e ‘maycons’, abraçando-se em uma esférica aliança contrária à regulação democrática dos meios de comunicação –outra bandeira incansável do diretor de Conversa Afiada. Não apenas isso. A emissora por trás do processo contra Paulo Henrique, comprovadamente sonegou  R$ 615 milhões ao fisco, conforme mostrou outro blogueiro ‘inconveniente’, Miguel do Rosário. Continua, todavia, a se esponjar em verbas copiosas da publicidade federal. Em Brasília, dá-se a isso o nome de ‘mídia técnica’, mais ou menos o seguinte: aos que detém a corda, entrega-se o pescoço. E outras partes mais. O argumento ‘técnico’  é  evocado por aqueles, para os quais, o papel de um governo democrático é  reiterar o status quo em busca de indulgência, não modifica-lo em benefício da pluralidade e do discernimento crítico.. Talvez esteja aí o erro de fundo de Paulo Henrique: a incompatibilidade do seu jornalismo com um status quo ainda iníquo, racista e cínico.
*PHA

Gilberto Gil critica torcida 'esbranquiçada' em Copas e propõe cotas de ingressos


 
Em uma entrevista coletiva que tinha como objetivo divulgar o lançamento de sua biografia, "Gilberto Bem Perto", mas que acabou enveredando para assuntos variados, o cantor Gilberto Gil criticou, na tarde desta quinta-feira, em Paraty (RJ), a falta de acesso da população negra e pobre às partidas da Copa das Confederações e da Copa-2014, no Brasil, por conta do alto preço dos ingressos.
"Tem de haver uma mobilização autopromovida pelas favelas, pelas periferias, para suprir a carência que esses grandes eventos globais acabam impondo ao Brasil, que é a filtragem pelo preço dos ingressos", disse o ex-ministro da Cultura, que afirmou ter ido ao Maracanã no último domingo, para a final entre Brasil e Espanha.
"Fiquei na tribuna de honra, ao lado do [Joseph] Blatter [presidente da Fifa], do Zagallo, Ivete Sangalo, Jorge Ben Jor. Quando cheguei em casa, vi pela TV que o lugar onde os jogadores correram para abraçar a torcida não tinha o matiz racial brasileiro, era esbranquiçado. Isso no Maracanã, onde as pessoas da Mangueira costumavam descer para ver os jogos." 
*comtextolivre