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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, julho 09, 2013
“Se a Globo não paga imposto, eu também não vou pagar”
Junte-se à campanha para que a Globo pague o que deve ou para que você possa deixar de pagar também
“Se a Globo pode empurrar uma dívida de R$ 1 bilhão pra frente, postergando a dívida por anos a fio e sem notícia de qualquer medida coercitiva para cobrá-la, parece-me justo que todos os cidadãos brasileiros tenham o mesmo direito”Eduardo Guimarães, em seu blog
Sem muita enrolação: nos últimos dias, foi amplamente divulgado que a Rede Globo foi autuada em 2006 por deixar de pagar centenas de milhões de reais de impostos. Nesses quase sete anos, a dívida, corrigida, já beira a casa de um bilhão de reais.
Como qualquer brasileiro, gostaria de saber por que eu tenho que pagar os meus impostos se a família Marinho não paga os dela.
Até onde sei, se eu deixar de pagar meus impostos corro o risco até de ir pra cadeia, além de ter meus bens confiscados e leiloados. Imagino, portanto, que, como eu, você também quer saber, também exige saber por que temos que pagar nossos impostos e essa gente não tem que pagar os dela.
*pragmatismopolitico
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