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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, julho 22, 2013
FHC tem de explicar venda da Embratel à CPI da Espionagem
Não faltaram advertências de analistas para avisar com todas as letras
que entregar a Embratel para uma empresa dos Estados Unidos, como foi o
caso da MCI World Comm – em 1998, na onda de privatizações do governo
FHC – era estender o tapete vermelho para o governo norte-americano
grampear as redes e satélites brasileiros.A estatal brasileira foi vendida "de porteira fechada", com satélites,
redes de fibra ótica e tudo. O que ocorreu com o dinheiro arrecadado
nesta e em outras operações de privatização pode ser conferido....Leia mais aqui
*osamigosdopresidentelula
Dilma ao Papa: pela Justiça Social !
O Papa condena a “globalização da indiferença”
Eis alguns trechos, não literais.
O Papa é um líder religioso, sensível à Justiça Social, à dignidade para todos.
A começar pelo nome, a alusão a São Francisco de Assis.
O Brasil e o Papa tem um inimigo comum: enfrentar a desigualdade.
Dilma faz menção a um discurso do Papa, de 16 de maio, em que trata da crise financeira mundial e seu impacto sobre a desigualdade.
Ele falou sobre as ideologias que enfraquecem o Estado e sua capacidade de defender os mais pobres.
Foi aí que o Papa falou em “globalização da indiferença”.
Compartilhamos e nos juntamos a essa posição, ela disse.
Ela compartilha com o Papa a crítica aos chamados programas de “austeridade” que ignoram os custos sociais.
E aí, as principais vítimas são os mais jovens e os mais pobres.
O que dá origem, entre outros males, à xenofobia.
Dilma ressaltou o papel das pastorais católicas na luta contra a pobreza.
E o apoio que o Governo brasileiro dá ao desenvolvimento de tecnologias sociais a pequenos agricultores da África.
E com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família na África e na América Latina.
O apoio da Igreja – ela disse – poderia transformar iniciativas pontuais em iniciativas efetivas contra a pobreza.
Ela mencionou as centenas de milhares de jovens brasileiros que foram às ruas.
Democracia provoca o desejo de mais democracia, ela disse.
Inclusão social, de mais inclusão social.
Qualidade de vida, de mais qualidade de vida.
O que fizemos até agora foi só o começo, ela disse.
Os jovens exigem aceleração e aprofundamento: querem Saúde, Educação, mobilidade urbana, qualidade de vida, Ética e transparência.
Querem que a política não seja território de privilégios.
Sintam-se em casa, disse ela aos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude.
O Papa fez um discurso protocolar e disse, na abertura, não tenho ouro nem prata, mas Jesus e venho em seu nome bater na porta do imenso coração do brasileiro.
Falou num mundo que corresponda à medida da vida humana.
E que o jovem tenha Segurança e Educação para realizar o que pode ser.
Falou em portunhol e disse: Cristo bota fé nos jovens; os jovens botam fé em Cristo.
Paulo Henrique Amorim
Snowden e a questão nacional
Na década de 60 passada o ex-presidente dos Estados Unidos Dwight
Eisenhower usou o termo Complexo Industrial-militar para denominar a
junção de grandes corporações capitalistas norte-americanas na produção
de máquinas de guerra tanto para fins de defesa dos interesses
imperiais, quanto no bilionário negócio internacional de armamentos.
De lá para cá o mundo sofreu colossais transformações incluindo a mais
importante em questões geopolíticas: o fim da União Soviética, o
surgimento da hegemonia unipolar global norte-americana e países
satélites.
As mudanças econômicas fruto da nova realidade mundial foram ainda mais
significativas com a emergência, sem a polarização do chamado campo
socialista ocidental, de uma nova etapa de expansão, concentração,
centralização do capital e sua face parasitária, do avanço em escala
planetária da doutrina neoliberal promovendo a divinização do mercado, a
implementação das políticas do Estado mínimo.
Nessa época o acadêmico neoliberal nipo-americano Francis Fukuyama,
ungido pela Inteligência dos EUA como guru transcendental, formulou a
tese que começaria a partir dali o fim da História, uma era repleta de
harmonia, paz, crescimento econômico.
Mas, ao contrário, o que estamos vivendo é uma crise estrutural do
capital global, uma quantidade de brutais conflitos regionais jamais
vista antes, promovidos pelo império contemporâneo.
Atualmente assumiu função destacada o Complexo Industrial de Segurança e
Informação dos EUA cujo principal vetor tem sido a ofensiva ideológica
contra as sociedades por via das empresas midiáticas globais
subalternas, como no Brasil, e pela rede mundial de computadores em meio
ao que se chama Guerra de Quarta Geração.
É exatamente aí que surge o ex-agente da CIA Edward Snowden ao denunciar
a espionagem dos cidadãos do mundo pelos EUA ponta do iceberg em uma
sofisticada parafernália cibernética de violações aos direitos civis,
agressões às estruturas das nações soberanas.
Da qual faz parte a política norte-americana de “balcanização dos
grandes Estados emergentes”. No Brasil ela está em curso de várias
maneiras inclusive através de movimentos, ONGs que pregam a
“relativização da nossa integridade territorial” sob o falso argumento
da existência de “várias nações dentro da nação”. Já o nosso desafio é a
luta pelo avanço, por um projeto nacional econômico, social,
estratégico, inadiável.
Eduardo Bomfim*Vermelho
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