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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 03, 2013

Charge foto e frase do dia































































PT abandona o barco de Sergio Cabral

247 - Com Sergio Cabral afundando, hora de abandonar o barco. Esta é a decisão do PT, que deve entregar os cargos e reafirmar seu apoio à candidatura do senador Lindbergh Farias. Leia, abaixo, na coluna de Ilimar Franco, do Globo:
Tchau, Cabral - ILIMAR FRANCO
O PT do Rio planeja desembarcar do governo Sérgio Cabral (PMDB). Sua Executiva estadual, bancadas e secretários se reúnem para tratar da saída na segunda-feira. A proposta já tem maioria . Para oficializar a decisão , o Diretório Regional ainda ser á convocado . Os secretários petistas vão deixar seus cargos até outubro. A candidatura do senador Lindbergh Farias será reafirmada.

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*Brasil247

Diretas já Fala Lula


O escândalo do propinão tucano: Manifestantes acampam em frente à sede do governo tucano de SP



Após participar do protesto contra os governadores paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), e fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), em São Paulo na noite de sexta-feira, um grupo acampou em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado. No início da tarde deste sábado, os manifestantes permaneciam sentados na calçada em frente ao prédio. 

O grupo também protesta contra o desaparecimento do pedreiro carioca Amarildo de Souza e pede a desmilitarização da polícia. Segundo a Polícia Militar, a situação é pacífica no local.No início do acampamento, ainda na noite de ontem, uma pessoa tentou romper a barreira policial em frente ao palácio e foi detida. Por volta das 11h deste sábado =, cerca de 15 ainda permaneciam acampados. 

O protesto da noite de sexta-feira iniciou com cerca de 400 pessoas na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, por volta das 20h, após concentração no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Opus Dei se sustenta em São Paulo

Via Diário Liberdade


Laerte Braga

A história do metrô em São Paulo bate de longe qualquer esquema de corrupção no País e todos os governadores desde Mário Covas estão implicados no cartel de empresas que realizou a obra, administra a obra e pagou 30% mais caro pelos trens em circulação.


Não há denúncia propriamente dita, mas confissão de uma das empresas, a SIEMENS.

O fato repercutiu na imprensa internacional, mas no Brasil, compradas, pois venais, os órgãos da chamada grande mídia silenciam sobre o assunto que pode afetar as candidatura tucana à presidência da República nas eleições do ano de 2014, principalmente se aliada, aí sim, às denúncias feitas pelo jornalista Amaury Ribeiro, no livro A PRIVATARIA TUCANA, que trata do processo de privatização de estatais no governo FHC – também tucano – onde não foram poucos os que enriqueceram.

Só para lembrar como funcionam esses esquemas, quando saiu do governo de Fernando Henrique, Pedro Malan, o todo poderoso funcionário do Departamento do Tesouro dos EUA e alocado no Ministério da Fazenda do Brasil, virou executivo de Eike Batista. Eike teria se transformado de um dos homens mais ricos do mundo, num mero milionário. Na verdade, por trás de tudo isso existe um grande golpe para a entrega de setores estratégicos da economia a empresas estrangeiras.

Eike Batista não fala e anda ao mesmo tempo, é apenas herdeiro e todo o processo foi conduzido por Pedro Malan. E ainda por cima tem pânico de incêndio. Na prática só deu trabalho a Malan quando sacou cinco milhões de dólares para pagar por uma noite com Madona. Sacou nas empresas e não de seu dinheiro pessoal que continua intacto e o mantém bilionário, a ele e ao ex-ministro da Fazenda de FHC.

O processo para a construção do metrô de São Paulo funcionou aparentemente dentro da lei, é lógico, a OPUS DEI começa o dia invocando proteção para os "negócios". Pré qualificação das empresas aptas a realizar uma obra dessa envergadura, em seguida qualificação com licitação para a escolha da ou das empresas e a obra. O governo de Mário Covas deu aval, diante das dificuldades e do risco de liminares na Justiça em torno da licitação, para que se formasse um cartel das empresas qualificadas e isso foi feito, sendo a obra dividida em partes. Cada empresa qualificada construiria uma das etapas do metrô de São Paulo.

Segundo um diretor da SIEMENS, confissão pública, os cartéis permitem às empresas subir o preço e logico, isso implica em pagar propina.

No meio do caminho houve um desentendimento com a SIEMENS, mas mesmo assim a parte que lhe coube nesse latifúndio foi construída. Os custos mais altos e os seguidos governadores tucanos devidamente "propinados". No caso, Geraldo Alckmin, José Serra e agora Geraldo Alckmin outra vez.

Vale dizer que os milhões de paulistanos que usam o metrô pagam o custo visível e um custo invisível até agora pelas passagens, no caso dos trens, 30% a mais do valor dos mesmos.

A capela do Palácio Bandeirantes ao invés de imagens de santos deve ter o símbolo de pelo menos dezoito empresas envolvidas na história, segundo a confissão pública da SIEMENS e as provas de envolvimento da ALSTON, que são antigas.

O que foi apurado até agora? Nada, o Ministério Público paulista trata o assunto como segredo fechado a sete chaves e mantém a população alheia ao que aconteceu. Não fosse a confissão dos executivos da SIEMENS e o assunto permaneceria trancado e não viria a público.

O escândalo do metrô em São Paulo é varias vezes o que chamam de "mensalão" que, neste momento, começa a ser demolido, ou seja, provas falsas, provas omitidas começam a aparecer e a provar a inocência dos acusados.

Não foi por outra razão que o ministro Gilmar Mendes, empregado dos tucanos, já declarou que o STF não "vai ouvir a voz das ruas no caso do "mensalão". Se antecipa aos protestos pela trampolinagem da mais alta corte de Justiça do Brasil e ao mesmo tempo se revela que alguns ministros, diante dos novos documentos se arrependem de seus votos.

Quem vai ter coragem, no STF de colocar as cartas novamente à mesa?

Ou de mais à frente julgar com isenção o caso – réu confesso – do metrô de São Paulo?

Isso, se o Ministério Público levar à frente a investigação e transformá-las em processo criminal contra os governadores e as empresas agentes do crime com dinheiro público contra a população do estado e do País também.

No exterior a repercussão do caso é imensa em grandes jornais. No Brasil a mídia não toca no assunto e quando o faz é de forma superficial protegendo as gangues envolvidas, pois é instrumento dessas quadrilhas.

Por aí, o metrô de São Paulo se pode ter uma ideia da corrupção e dos corruptores, que muito mais importante para o combate a corrupção, pois a mesma só existe por existirem corruptores.

Vai ver Alckmin doou para os pobres como os 300 vestidos que um estilista famoso deu à primeira dama, no governo anterior de Alckmin para leiloar em benefício de obras de caridade e o leilão terminou no guarda-roupas da primeira dama.

A OPUS DEI e outras quadrilhas já perceberam que São Paulo é o ideal para sustentarem-se e por isso é vital manter o estado com o comando dos tucanos.

E um último detalhe, guerra entre tucanos é interna também. Tem dedo de Aécio nessa história para afastar eventuais rivais paulistas em suas pretensões presidenciais e, certamente, vai ter dedo paulista para prejudicar a candidatura do mineiro.

Ninho de cobras venenosas.
*Gilsonsampaio

São Paulo é infeliz destaque na imprensa mundial


Via BBC

Policiais são condenados a 624 anos de prisão pelo massacre do Carandiru


Presos do Carandiru são revistados | Foto: AP
Cultura de impunidade e surgimento de facções criminosas estariam entre as consequências do massacre
Um caso que chocou o país e foi notícia em todo o mundo, demonstrou esta semana toda a complexidade do sistema judiciário brasileiro em julgar e condenar acusados de crimes contra a vida.
Depois de quase 21 anos, foram condenados na madrugada deste sábado 25 policiais acusados de participação na morte de 52 dos 111 presos do presídio do Carandiru, episódio ocorrido em 2 de outubro de 1992, em São Paulo.
Os réus receberam ao todo uma pena de 624 anos de prisão em regime fechado e a perda do cargo público. Eles ainda têm o direito de recorrer da decisão em liberdade.
O último dos cinco dias de julgamento foi marcado por 12 horas de argumentações dos advogados de defesa e promotoria, além da apresentação de vídeos e depoimentos.
Durante os interrogatórios, apenas 5 dos 23 réus presentes no julgamento prestaram depoimento. Os demais preferiram ficar em silêncio.

Demora

De acordo com grupos de direitos humanos ao próprio Tribunal de Justiça de São Paulo, o atraso do julgamento do Carandiru demonstrou como os conflitos na condução do processo, que envolveram diversas instituições e instâncias da justiça, protelaram a decisão do caso em mais de duas décadas.
O Tribunal de Justiça de São Paulo atribui a demora para se dar um desfecho para o caso aos conflitos de competência entre os ramos militar e comum da Justiça – e também aos diversos recursos propostos à Corte por advogados de réus.
Organizações internacionais de direitos humanos ressaltam que os longos anos de espera por um resultado de condenação no Brasil favorecem a uma cultura de impunidade no país.
O julgamento
  • O segundo grupo de25 policiais julgados foram sentenciados pela participação na morte de 52 dos 111 presos. Eles fazem parte de um total de quatro grupos de acusados. Mais dois aindaserão julgados até o final do ano.
  • A condenação foi de 624 anos de prisão em regime inicial fechado. Eles têm o direito de recorrer em liberdade.
  • O julgamento teve início na segunda-feira, com os depoimentos de quatro testemunhas de acusação: o perito criminal Osvaldo Negrini e três por meio de depoimentos gravados em vídeo, sendo dois presos sobreviventes e um diretor da Detenção.
  • No dia seguinte, foram ouvidas seis testemunhas de defesa, sendo duas presenciais, duas por vídeo e duas protegidas.
  • A quarta-feira estava reservada para o interrogatório dos réus. Dos 23 réus presentes, 18 preferiram manter-se em silêncio. Defesa e acusação exibiram vídeos de 40 minutos cada um.
  • A sexta-feira foi toda ocupada pelos debates, que duraram mais de 12 horas.
  • À meia noite o Conselho de Sentença se reuniu na sala secreta.
  • Às 4h20 da madrugada de sábado o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, do 2º Tribunal do Júri, leu a sentença.
Fonte: Tribunal de Justiça de SP
Para Maria Laura Carineu, representante da HRW (Human Rights Watch) no Brasil, a demora do procedimento "por si só representa a violação de um direito fundamental constitucionalmente assegurado no Brasil: a 'razoável duração do processo e meios que garantam a celeridade de sua tramitação'".
O diretor da Anistia Internacional Brasil, Atila Roque, afirmou que a entidade vê como consequência "direta e perigosa" da lentidão judicial o fato de grande parte dos réus terem permanecido tantos anos trabalhando na polícia após o episódio.
Atualmente, cerca de um terço dos 83 policiais acusados - subtraem-se desses os 25 policiais sentenciados neste sábado - continua servindo na polícia, de acordo com dados a defesa.

Consequências

Ao longo de duas décadas de espera por um resultado convincente da justiça, as consequências do massacre do Carandiru tiveram tempo de se desenvolver e seguem estão presentes os dias de hoje.
De acordo com especialista ouvidos pela BBC Brasil, o massacre de São Paulo foi um episódio decisivo para a fundação e estabelecimento da facção criminosa que atua dentro e fora do sistema prisional paulista, o PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
"Antes do massacre, o Estado já extorquia, torturava e matava os presos. O Carandiru não foi a única causa da fundação (do PCC), mas colaborou muito para isso", afirmou o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, da Igreja Católica.
O PCC foi criado por um grupo de presos em 31 de agosto de 1993 na Casa de Custódia de Taubaté - pouco menos de um ano depois do massacre do Carandiru.
Os principais objetivos da facão eram combater os maus tratos no sistema prisional e evitar novos massacres como o de 1992, segundo o jornalista Josmar Jozino, autor de três livros sobre o PCC, entre eles "Xeque-mate, o Tribunal do Crime e os Letais Boinas Pretas" (Ed. Letras do Brasil).
"O massacre do Carandiru foi a gota d'água para a criação do PCC. O episódio está registrado até no estatuto de fundação da facção", disse ele.
Segundo os especialistas Jozino e Silveira, o grupo criminoso se espalhou por todo o sistema prisional e impôs regras de conduta aos presos - como a proibição nas cadeias do uso do crack e de assassinatos motivados por dívidas de drogas. A ação teria diminuído os índices de mortalidade nas penitenciárias.

Mais desdobramentos

Com a possibilidade de recorrerem da decisão, os 25 policiais sentenciados ainda podem gerar novos desdobramentos na justiça até mesmo com outro julgamento.
Esse grupo é o segundo a ser julgado, num processo que foi dividido em quatro etapas.
A primeira ocorreu em abril, quando 23 policiais foram condenados a 156 anos de prisão por assassinar 13 detentos. Ela dizia respeito aos crimes ocorridos no primeiro andar do pavilhão nove, o local do massacre. Eles também receberam o benefício de recorrer da condenação em liberdade.
Outros dois grupos de acusados ainda serão julgados ao longo do ano.
*GilsonSampaio

CAI A BLINDAGEM TUCANA: CASO SIEMENS NO JN




247 - Uma semana atrás, uma reportagem do 247 levantou uma questão constrangedora para a imprensa brasileira: por que Geraldo Alckmin é tão blindado pela mídia? (leia aqui). Dias depois, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) questionou a postura da Folha, que noticiava o caso, sem mencionar o governador tucano e seus antecessores José Serra e Mario Covas (leia aqui).
Ontem, num protesto que começou na Avenida Paulista, o caso Siemens ganhou as ruas. E uma nova manifestação, com esse foco, está marcada para o próximo dia 14 (leia aqui).
Diante das evidências e da pressão das ruas, o Jornal Nacional se rendeu. E pela primeira vez citou o caso, numa reportagem de cinco minutos conduzida pelo repórter José Roberto Bornier. Nela, Alckmin, Serra e Covas foram citados. Os apresentadores Patrícia Poeta e William Bonner também mencionaram o acordo de leniência feito pela Siemens junto ao Cade, pelo qual a multinacional alemã se comprometeu a revelar o esquema que desviou recursos do metrô, para diminuir as penas dos seus executivos. (assista aqui)
Será que agora, finalmente, caiu a blindagem tucana?
*AmoralNato

Mario Covas, canonizado pelos Tukkkanos, recebeu caixinha do complexo IPES-IBAD na década de sessenta, foi mais um a colaborar com o golpe de 1964


Farinha do mesmo saco

Aqui em SP, Mario Covas é visto como uma espécie de santo, são incontáveis a quantidade de logradouros, bibliotecas, espaços culturais, etc, etc, etc... que levam seu nome. Sua imagem é de político sério, democrata, ético, daqueles que lutaram contra a ditadura. O governador Geraldo Alckmin, através de sua assessoria, trata como uma heresia a inclusão do nome de Covas nas atuais denúncias de corrupção envolvendo governos do PSDB.

Pouco (no caso do PIG, nada) se fala que foi durante a gestão Covas que teve início o desmonte neoliberal em São Paulo, que durante seu governo se intensificou a precarização do ensino estadual paulista, jogando os índices educacionais deste estado lá para baixo, para ficar só nesse setor.

Aliás, qual foi o grande feito do Mário Covas governador mesmo?

Não me surpreende o envolvimento do “tucano sério”, como alguns adversários o chamam até hoje, no propinoduto tucano, que teria começado durante sua gestão. Quando se investiga com mais rigor sua biografia política, observa-se que deslizes não se encontram apenas em sua fase tucana, desde o início de sua trajetória de homem público, verificam-se episódios nebulosos.

Como dito acima, Covas se notabilizou como opositor a ditadura, estando (para muitos) na mesma estatura de Ulisses Guimarães. Durante os eventos envolvendo o nome do deputado Márcio Moreira Alves, em 1968, às vésperas do AI-5, sua conduta foi corajosa e digna. Contudo, se voltarmos alguns anos no tempo, na mesma década de 1960, vemos que sua postura não foi tão digna assim.

Mario Covas figura na lista dos candidatos que foram financiados pelo complexo IPES-IBAD, institutos que prepararam o terreno para o golpe de 1964. Este fato está exposto e devidamente documentado na monumental obra de René Armand Dreifuss, chamada “1964: a conquista do Estado”, um  dos mais criteriosos estudos sobre o golpe civil-militar brasileiro. Covas foi eleito deputado federal em 1962, financiado pelo golpismo organizado, e uma vez de posse do cargo, teve que retribuir o patrocínio, ajudando a inviabilizar a governo trabalhista de João Goulart.


Vejamos o que René Armand Dreifuss diz sobre o tema:

 (...) as atividades políticas do complexo IPES-IBAD foram de suma importância na realização da crise do bloco histórico-populista. Elas estimularam uma atmosfera de inquietação política e obtiveram êxito em levar à intervenção das Forcas Armadas contra o “caos, a corrupção populista e a ameaça comunista”. (p. 338)

Ao lado de Covas, figuraram na lista dos golpistas os deputados paulistas Cunha Bueno, Padre Godinho, Hamilton Prado (diretor da Cia. Antárctica de Bebidas), Nicolau Tuma, Raniere Mazzili, futuro presidente da Câmara que irá declarar vaga a presidência da República em 1964, mesmo com o presidente João Goulart ainda se encontrando no país, dentre outros. (p. 335)

Por mais que Mario Covas tenha tido uma postura corajosa na conjuntura do AI-5, o mesmo colaborou para o assalto ao poder em 1964, quatro anos depois, bateu de frente com um monstro que ajudou a criar.

As reais implicações de Mario Covas junto ao propinoduto tucanos virão a tona com o tempo, contudo, é mais que necessário desmistificar um político cuja imagem foi forjada por um partido que se notabilizou por sua hipocrisia e por mascarar a realidade chancelado por toda mídia corporativa nacional. 

Para mais detalhes, consultar: 

DREIFUSS, Rene Armand. 1964: a conquista do Estado. Ação Política, Poder e Golpe de Classe. Editora Petrópolis-RJ, 1981. 

*Cappacete