Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 09, 2013

Alstom pagou US$ 20 mi em propina a partidos do Brasil nos anos 1990, diz Justiça da Suíça




O ex-governador de São Paulo José Serra seu amigo Geraldo Alckmin e o falecido Mario Covas e políticos do PSDB como o vereador Andrea Matarazzo, são  alguns dos envolvimento com o escândalo da propina do Metrô do metrô paulista, que pode macular as gestões tucanas no estado, desde a administração do ex-governador Mário Covas. 

O documento  do Cade relatando a formação de cartel nas obras do metrô em governos tucanos foi fornecido pela multinacional alemã Siemens. Serra com o pé fora do PSDB, o ex-governador virou comida de onça e um carimbo na testa. O jornal Folha de São Paulo, vem pegando matérias na íntigras que descreve o escândalo da propina  do jornal O Estado de São Paulo e, resumindo do maneira que interessa. O texto publicado ontem foi simplesmente  vergonhoso.Parodiando o meu querido amigo Lula; "Nunca antes da história desse país..." vimos  uma reportagem em que, duas palavras falava do propinoduto e, outras trinta faziam, ao mesmo tempo  a defesa de José  Serra. Nunca vi, em nenhuma matéria da Folha,  a notícia e ao mesmo tempo a resposta do acusado. Os meus queridos leitores, podem me dizer quando foi que a Folha foi ouvir o outro lado da notícia quando o jornal escreve contra o PT, Lula ou Dilma ?...Enfim, abaixo, leia mais uma matéria do Estadão.

A Alstom destinou mais de US$ 20 milhões em propinas ao Brasil e parte do dinheiro foi parar em cofres de partidos políticos: Em São Paulo, nos cofres do PSDB. Em Brasília, nos cofres de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (DEM, na época) . A constatação faz parte da investigação realizada pela Justiça suíça e foi obtida com exclusividade pelo Estado. Ontem, o jornal revelou como dez pessoas, entre elas os ex-secretários Jorge Fagali Neto e Andrea Matarazzo, foram indiciadas pela Polícia Federal por causa do esquema de corrupção da empresa francesa, desmantelado pela apuração na Suíça.

A investigação mostra que informes internos da Alstom revelam o esquema para ganhar contratos públicos no Brasil nos anos 1990. Neles, a empresa francesa indica o pagamento de propinas para financiar partidos. A constatação da Justiça de Berna é de que há "evidências claras de suborno" e até uma "tabela oficial" de propina no Brasil O dinheiro foi destinado a diversos projetos de energia no Brasil, envolvendo Furnas, Eletropaulo, a Usina de Itá e outros empreendimentos.

Um dos depoimentos que marca o caso é o de um colaborador do esquema, Michel Cabane, confirmando que a "Alstom e a Cegelec (subsidiária da Alstom) estavam trabalhando juntas para organizar uma cadeia de pagamentos para tomadores de decisão no Brasil". Havia até mesmo uma lista de nomes de brasileiros na empresa

A Justiça suíça teve acesso a um comunicado interno da Alstom, de 21 de outubro de 1997. Nele, o então diretor da Cegelec Andre Botto escreveu que o dinheiro era propina. "Isso é uma política de poder pela remuneração", afirmou. "Ela é uma "negociated" via o ex-secretário do governador (RM). Ela cobre - as finanças do partido – o Tribunal de Contas (do Estado) e a Secretaria de Energia."

A meta era cometer o que os suíços ironizaram como "um crime perfeito". Parte do dinheiro iria para os políticos, parte para o tribunal e parte para o secretário de Energia que daria os contratos.Políticos. A Justiça suíça não citou partido, mas indicou que a participação política estava sempre presente. Naquele momento, o Estado de São Paulo era governado pelo PSDB.

*osamigosdopresidentelula

Propinoduto tucanalha na arca


*comtextolivre

NÃO CURTO MUITO FUNK MAS ESSE TÁ FODA ! ISSO É SIM FUNK


Por um PT socialista, vote Serge Goulart!


Por Colaborador CS

A escolha da direção do Partido dos Trabalhadores (PT), com eleição marcada para 10 de novembro, será um importante espaço para discutir a retomada da perspectiva socialista. Essa é a análise dos filiados que assinam a tese da chapa “Virar à esquerda! Reatar com o socialismo!”. O candidato apresentado por eles à presidência nacional da sigla é o ex-coordenador do Movimento das Fábricas Ocupadas Serge Goulart. 

  
De acordo com os militantes da Esquerda Marxista, corrente petista que também já apresentou a mesma tese em 2009, o objetivo será dialogar com os filiados fiéis à luta da classe trabalhadora por uma sociedade socialista. A tese de número 290 defende a ruptura da política de alianças com partidos burgueses, a qual expressaria “nada mais que a adaptação aos setores capitalistas e o abandono da luta pelo socialismo”. 


Como contraponto, apresentam a ideia de fazer um governo socialista do PT, apoiado na Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e demais organizações populares.


Para deixar claro as diferenças diante das demais chapas que participam da disputa, eles enfatizam que sua tese representa um programa operário e socialista. 


Virar à esquerda! Reatar com o socialismo!


Se você é filiado ao Partido dos Trabalhadores e não concorda com a postura conciliadora e oportunista que a direção cê-ene-bista do partido vem apresentando, assine a tese Virar à esquerda! Reatar com o socialismo! e ajude a construir um PT pela base, dos trabalhadores e socialista. 
*centrodosocialismo

A ESPANHA E O TREM-BALA


Ao insistir no projeto do Trem-Bala, o Governo Federal está praticamente pedindo que novas manifestações sejam convocadas, dessa vez por causa de uma obra cara, desnecessária, feita sob medida para agradar – e repassar bilhões de dólares – para multinacionais.

Isso, em um país em que a população está refém de um sistema de transporte interestadual e intermunicipal de passageiros arcaico, em que um cartel incrustado há anos nesse mercado, impede a realização de novas licitações, obtendo, na justiça, sucessivas liminares para manter cartórios feudais que vem desde a época do regime militar.

Ora, numa situação dessas, o governo deveria ver o transporte ferroviário de passageiros como uma oportunidade para romper esse monopólio, obrigando as empresas de ônibus a diminuir seus preços e melhorar seus serviços, deixando o trem-bala para um momento mais favorável, do ponto de vista da opinião pública, investindo, calmamente e sem pressa, uma fração do que se pretende gastar no trem-bala, no estabelecimento de tecnologia própria de trens de alta velocidade, como a que já está sendo desenvolvida na Coppe, no sistema de levitação magnética do trem Cobra-Maglev.

No lugar disso, volta-se atrás em exigências antes estabelecidas para o Edital, para facilitar a vida de concorrentes como os espanhóis, sob o absurdo argumento de que o trem que se acidentou na Galícia há duas semanas, batendo contra a amurada de proteção de concreto a 190 quilômetros por hora “não é um trem de alta velocidade”, livrando a cara das estatais espanholas que o operam, e que pretendem concorrer à licitação.

Está para ser explicada essa preferência do Governo pela concessão de serviços públicos para a Espanha, que vem desde a época de FHC. A Espanha não dispõe hoje, como antes não dispunha, nem de capital nem de know-how.

Sua propalada tecnologia na área de trens de alta velocidade é canadense, francesa e alemã. A Telefónica nunca chegou a desenvolver sequer um prosaico aparelho de celular para o mercado brasileiro, e seus equipamentos mais recentes são da chinesa Huawei.

Dinheiro próprio, os espanhóis também nunca tiveram, nas décadas recentes. O país se “desenvolveu” com recursos dos fundos da UE e à base de uma das maiores dívidas (pública e privada) do mundo, situação compartilhada pelas suas grandes empresas, todas altamente endividadas, como a própria Telefónica e o Santander.

O governo pode fazer o que quiser em sua inexplicável “parceria” com os espanhóis, amplamente apoiados pelo governo corrupto de Rajoy. Só não pode nos fazer de parvos, dizendo que um trem que atinge 220 quilômetros por hora é de baixa velocidade, e nem deixar que a imprensa espanhola cante aos quatro ventos, mesmo depois do acidente fatal em que morreram 80 pessoas, que o consórcio ibérico é o favorito para a licitação do projeto brasileiro.  


*

Japão: Nagasaki 68 anos do bombardeio atómico


                                             

teleSURpt enviou Japão: Nagasaki comemora 68 anos do bombardeio atómico




Japão: Nagasaki comemora 68 anos do bombardeio atómico

A cidade japonesa de Nagasaki comemorou o 68 aniversário do bombardeio atómico que sofreu em 1945; durante a ceremonia instou-se a governo a liderar os esforços da comunidade internacional para acabar com as armas nucleares.

Josef Stálin – O pai dos povos



Josef Stálin


Jossif Vissarionóvich Dzugasvili  Stálin  nasceu em 21 de dezembro de 1879 em Gori, província de Tífilis, Geórgia, região da Transcaucásia. Seu pai, Vissarion Ivanovich era filho de camponês pobre, tornou-se sapateiro autônomo e, depois, operário de uma fábrica de calçados. Sua mãe, Catarina Gueorguievna, filha de servo (camponês pobre).

A Rússia era o país mais atrasado da Europa, tinha como base a agricultura caracterizada pelo latifúndio e regime de servidão. Mas nas últimas décadas, o capitalismo avançava, lutas operárias vinham acontecendo, formando-se um campo fértil às idéias revolucionárias. Círculos clandestinos para estudo e divulgação do marxismo foram formados por intelectuais. O desafio era como fundir a teoria marxista com o movimento operário, o que foi conseguido por Lênin (V. A Verdade, nº  49), com a União de Luta pela Emancipação da classe operária de São Petersburgo.  Em 1898 fundou-se o Partido Operário Social-Democrata da Rússia ( POSDR).
No seminário de Tífilis, Stálin conheceu a literatura marxista, entrou em contato com grupos ilegais, organizou um círculo de estudos e ingressou no POSDR no ano de sua fundação, sendo expulso do seminário no ano seguinte, em razão de suas atividades.
A partir de então, dedicou-se inteiramente à atividade revolucionária, editando publicações clandestinas, redigindo textos e artigos e fazendo a propaganda do marxismo entre os operários.
O lutador e o dirigente
No levante operário de 1905, as divergências dentro do PSODR se clarificaram: de um lado, os mencheviques, defendendo meios pacíficos de luta e, de outro, os bolcheviques que propunham transformar a greve operária em insurreição armada. Stálin defendeu esta posição firmemente na Primeira Conferência Bolchevista de toda a Rússia, ocasião em que se encontrou com Lênin pela primeira vez e, juntos, redigiram as resoluções do Encontro.  A insurreição aconteceu em dezembro de 1905 e foi derrotada.
Stálin redobrou o trabalho de base, concentrando suas atividades na região petrolífera de Baku: “Dois anos de atividade revolucionária entre os operários da indústria petrolífera temperaram-me como lutador e como dirigente. Conheci pela primeira vez o que significava dirigir grandes massas operárias”.
Em 1912, na Conferência de Praga (Checoslováquia), dada a impossibilidade de realizá-la na Rússia, os bolcheviques decidem organizar-se em partido independente, afastando completamente os mencheviques e adotando o nome POSDR (b), isto é, bolcheviques. Stálin estava na prisão, de onde fugiu pouco depois, participando com Lênin da criação do PRAVDA (A Verdade). Indicado para dirigir o grupo bolchevique na Duma (parlamento russo), foi detido mais uma vez e enviado para longínqua cidade da Sibéria, de onde só sairia com a revolução (burguesa) de fevereiro de 1917.
A jornada de luta dos operários, que acontecia desde o início do ano de 1917, se amplia e obtém a adesão de um grande número de soldados sublevados em razão das precárias condições em que enfrentavam os alemães (1ª guerra mundial). A insurreição culmina com a derrubada do czarismo e constituição de um governo burguês, provisório. Livre,  Stálin se desloca para Petrogrado e no dia 16 de abril está à frente de uma delegação operária, recebendo Lênin (retornava do exílio) na estação Finlândia. Uma semana depois, realizou-se a sétima Conferência e ele foi eleito para o birô político do Partido Bolchevique.
Organizam-se os soviets (conselhos) de operários, camponeses e soldados, que em pouco tempo instauram uma situação de dualidade de poder. Lênin propõe a passagem da revolução democrático-burguesa para a revolução socialista e em julho/agosto realiza-se o II Congresso do Partido. Al-guns delegados defenderam que não era o momento para esse salto, por falta de apoio dos camponeses ou mesmo porque só era possível construir o socialismo com a vitória da revolução nos países euro-    peus. Stálin pronunciou: “ …É necessário desprezar essa idéia caduca de que só a Europa pode nos indicar o caminho. Há um marxismo dogmático e um marxismo criador. Eu me situo no terreno do segundo”. Esta era também a visão de Lênin e da esmagadora maioria dos bolcheviques, o que tornou possível a revolução socialista de outubro.
Stalin esteve à frente de todos os preparativos para a insurreição e integrou o grupo que conduziu o Comitê Militar Revolucionário. O levante começou no dia 6 de novembro, à noite.  No dia 7,  rapidamente, as tropas revolucionárias tomaram os principais pontos de Petrogrado e o Palácio de Inverno, onde se tinha refugiado o governo provisório. Quando o II Congresso dos Soviets se instalou naquele mesmo dia, proclamou: “… apoiando-se na vontade da imensa maioria dos operários, soldados e camponeses e na insurreição triunfante levada a cabo pelos operários e a guarnição de Petrogrado, o Congresso toma em  suas mãos o poder”.
No período de 1917 a 1924, Stálin atua ao lado de Lênin na condução do Partido e dos negócios do Estado. Durante a guerra contra-revolucionária desencadeada pela burguesia e pelos latifundiários russos, e pelos exércitos de uma dezena de potências estrangeiras, destacou-se como estrategista militar, principalmente nas frentes onde havia insegurança ou indisciplina. Sempre envolvendo a massa popular da região, Stálin conseguia debelar o foco do problema e devolver a confiança e o ânimo às tropas vermelhas que voltavam a obter êxitos.
Transformando o sonho em realidade
Em  (1922), no XI Congresso, Stálin, que sempre esteve ao lado de Lênin, foi eleito para o cargo de secretário-geral e assumiu a tarefa de organizar a união livre e voluntária dos povos, vindo a constituir a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Com o agravamento da saúde de Lênin, Stálin assumiu a direção do XII Congresso, propugnando o combate à tendência de retorno ao capitalismo, por má interpretação da Nova Política Econômica ( NEP) em alguns setores da economia e propôs um programa que acabasse com a desigualdade econômica e cultural entre os povos da URSS.
Lênin faleceu no dia 21 de janeiro de 1924. No XIV Congresso (1925), definiu-se como caminho para fortalecer o socialismo na URSS: “Transformar nosso país, de um país agrário num país industrial, capaz de produzir com seus próprios meios, as máquinas e ferramentas necessárias”. Não havia unanimidade quanto a essa estratégia, à qual se opunham os dirigentes Kamenev e Zinoviev, que propunham maior fortalecimento da agricultura e um ritmo de crescimento industrial mais lento.   Trostki também se opunha, argumentando que Stalin estava desviando energias para o desenvolvimento econômico interno, em vez de canalizá-la para a revolução proletária mundial. Na concepção de Stálin,  a melhor forma de contribuir com a revolução mundial, de fortalecer o internacionalismo proletário, seria fortalecendo o socialismo na URSS.
Para implementar a industrialização, a URSS só podia contar com as próprias forças. Havia de contar com o entusiasmo da classe trabalhadora e eliminar ideológica e organicamente os setores que se opunham à aplicação das resoluções do Congresso. “Não se podia alcançar a industrialização sem a destruição ideológica e orgânica do bloco trotskista-zinovievista” ( Stálin, Instituto Mel).
A luta contra os kulaks e os restauradores do capitalismo
O XV Congresso realizado em 1927 constatou os êxitos da industrialização. Stálin ressaltou que era necessário avançar, superando o único obstáculo existente ainda, o atraso na agricultura e indicou a solução: “passagem das explorações camponesas dispersas para grandes explorações unificadas sobre a base do cultivo comum da terra com técnica nova e mais elevada”. Destacou que essa agrupação deveria se dar pelo exemplo e pelo convencimento, não pela coerção dos pequenos e médios agricultores.
A Revolução de 1917 havia eliminado o latifúndio, transformando-o em sovkozes (fazendas estatais) e incentivava os pequenos camponeses a se organizarem em cooperativas, os kolkhozes. Agora, tratava-se de intensificar essa campanha e de neutralizar os camponeses ricos (kulaks), setor que se fortalecera durante a Nova Política Econômica (NEP).
Dentro do Partido, um grupo liderado por Bukharin, Rikov e Tomski se opôs à repressão aos kulaks, defendendo um processo gradual e pacífico de coletivização da terra. Stálin avaliava que o grupo pretendia na verdade restaurar o capitalismo e agia como agentes dos camponeses ricos e promoveu “o esmagamento dos capitulacionistas”. Em 1927, em comemoração ao XII aniversário da Revolução, escreveu: “O ano transcorrido foi o ano da grande virada em todas as frentes de edificação socialista”. Com a liquidação dos kulaks, procedeu-se à coletivização total do campo.  Stálin criticou excessos praticados em alguns lugares onde se impuseram medidas para as quais os camponeses não estavam preparados e ensinou aos militantes: “…não se pode ficar à retaguarda do movimento, já que retardar-se significa afastar-se das massas, mas tampouco deve-se adiantar, já que isto significa perder os laços com as massas” (J. Stálin, Problemas do Leninismo).
Com base nos resultados alcançados, o informe dado por Stálin no XVI Congresso (1930) afirmou: “nosso país entrou no período do socialismo”. O congresso aprovou o primeiro plano qüinqüenal, cuja meta era a reconstrução de todos os ramos da economia com base na técnica moderna. Eis o balanço apresentado por Stálin no XVII Congresso (1934): “…Triunfou a política de industrialização, da coletivização total da agricultura, da liquidação dos Kulaks, triunfou a possibilidade de construção do socialismo num só país”. É lançado o segundo plano qüinqüenal, que prevê realizações em todos os ramos da economia e nos campos da cultura, das ciências, da educação pública e da luta ideológica.
Em quatro anos e três meses, o plano estava cumprido. Afigurava-se agora a necessidade de uma revolução cultural no sentido de capacitar quadros oriundos do proletariado para que dominassem a técnica e assumissem funções de direção no governo soviético. A partir do apelo de Stálin, surge o movimento stakanovista “ iniciado na bacia do Donets, na indústria do carvão, se espalhou por todo o país. Dezenas e centenas de milhares de heróis do trabalho deram exemplo de como se devia assimilar a técnica e conseguir aumentar a produtividade socialista do trabalho na indústria, na agricultura e no transporte”. (Stalin, Instituto Mel).
Em 1936, o XVIII Congresso dos sovietes aprovou a nova constituição da URSS, a constituição do socialismo, garantindo não apenas liberdades formais como as constituições burguesas, mas “amplíssimos direitos e liberdades aos trabalhadores, material e economicamente, assegurados por todo o sistema da economia socialista que não conhece as crises, a anarquia nem o desemprego”.
O XVIII Congresso ocorreu em 1939. Enquanto os soviéticos comemoravam êxitos, os países capitalistas viviam profunda crise e Hitler já ocupava as nações vizinhas da Alemanha. Em relação à política externa, o congresso aprovou a orientação de Stálin no sentido de se continuar aplicando a política de paz e de fortalecimento das relações com todos os países, não permitindo que a URSS seja arrastada a conflitos por provocadores.
Em nível interno, a tarefa lançada foi a de ultrapassar nos 10 ou 15 anos seguintes os países capitalistas no terreno econômico. No seu informe ao XVIII Congresso, Stálin concluía que “É possível construir o comunismo em nosso país, mesmo no caso de se manter o cerco capitalista”.
Comandando a guerra contra Hitler e o nazifascismo
O ano de 1940 registrou um aumento sem precedentes da produção na URSS e em 1941, quando o povo soviético se preparava para comemorar novas vitórias, Hitler rompeu o pacto e invadiu o território socialista. Para centralizar a defesa e coordenar a luta de libertação nacional, o Conselho de Comissários do Povo criou o Comitê de Defesa do Estado, nomeando Stálin seu presidente. O povo respondeu com toda disposição e os invasores, que acreditavam dominar a URSS em dois meses, fracassaram.  Em 1944, se retiravam humilhados.
“Para Berlim!”, bradou Stálin, e o Exército Comunista foi libertando do jugo capitalista os países da Europa Oriental, até erguer a Bandeira Vermelha na capital alemã no dia 9 de maio de 1945.
A URSS foi o país que mais sofreu com a agressão nazista, tanto em perdas econômicas quanto em humanas, mas, poucos anos depois, já se recuperava e alcançava os níveis anteriores de produção na indústria e na agricultura, apesar da guerra fria (corrida armamentista, boicote econômico) lançada pelas potências capitalistas, especialmente os EUA, rompendo o acordo assinado na conferência de Ialta que resultara na criação da ONU.
No dia 5 de março de 1953, morreu Stálin, deixando uma lacuna jamais preenchida na URSS e enlutando também o movimento comunista em todo o mundo. Em toda a União Soviética, os operários fizeram cinco minutos de silêncio e  em Moscou, 4 milhões e meio de pessoas acompanharam o enterro do seu herói e líder. Também, em vários países os operários pararam para se despedir de Stálin.
Sobre uma infinidade de acusações lançadas sobre Stálin pela burguesia mundial e pelos dirigentes russos após o XX Congresso do PCUS, fala o genial arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer: “Foi tudo invenção capitalista”.

Retirado do Jornal A Verdade, nº 51
*CarlosMaia

Como se observa a Globo é um caso perdido de desfaçatez, incongruência, incoerência e péssimo jornalismo.

Tucanos da Siemens e Alstom - Globo acha o povo bobo


Há mais de dez anos, os partidos políticos, à frente o PT, que formam a coalizão para fortalecer a base política e partidária do Governo trabalhista no Congresso Nacional, bem como no que diz respeito ao controle administrativo dos ministérios tem sido acusados e denunciados, sistematicamente, pela mídia burguesa de todo o tipo de corrupção, sendo que incontáveis vezes as acusações se perderam por si próprias, porque, na verdade, não passavam de ilações e maledicências, que tinham a força de um tiro nas águas de um rio ou lago. 

Entretanto, tais acusações infundadas e denúncias vazias causaram grandes transtornos e prejuízos profissionais, políticos e pessoais a muitas pessoas, que tiveram suas vidas devassadas e que moralmente sofreram com toda ordem de escárnio, deboche, e humilhação, ao tempo em que a imprensa de mercado se negava a dar o mesmo espaço nas diferentes mídias que tal sistema privado de comunicação controla aos políticos, às autoridades e a muitos dos assessores para poderem ao menos dar explicações ou se defender. 

Ministros caíram, a exemplo de Orlando Silva, dos Esportes, e Carlos Lupi, do Trabalho, dentre outros, bem como a chefe da Casa Civil da presidenta Dilma Rousseff, Erenice Guerra, que desde os tempos do presidente trabalhista, Luiz Inácio Lula da Silva, sofria com as acusações de uma imprensa irresponsável, facciosa e indiscutivelmente partidária e ideologicamente de direita, que, indisposta a ouvi-la, a combateu sistematicamente, até que Dilma a afastasse do cargo para que a ministra pudesse se defender no Judiciário e, consequentemente, dar uma resposta à sociedade brasileira quanto às acusações. 

Erenice foi acusada, em reportagem da revista Veja, que depois foi repercutida pelos jornais Estadão, Folha de S. Paulo e O Globo, além do Jornal Nacional, de montar, no Palácio do Planalto, uma central de propinas que cobrava de empresários 6% para fazer os projetos tramitar com celeridade. 

O filho de Erenice, Israel Guerra, era apresentado pela imprensa corporativa como "consultor de negócios". Depois de dois anos afastada do Palácio do Planalto, Erenice Guerra teve seu processo arquivado pelo Tribunal Regional Federal. As acusações de a ministra ter cometido tráfico de influência e seu filho ser considerado lobista foram consideradas improcedentes. 

O juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Souza Oliveira, afirmou em sua decisão não haver nenhuma prova contra a ex-Chefe da Casa Civil. 

O advogado criminalista, Mário de Oliveira Filho, disse na época que as provas que foram exibidas na investigação levaram à conclusão de que a ex-ministra não praticou crime nenhum. 

E enfatizou: "Eram acusações absolutamente infundadas, sem nenhum lastro de prova real e concreta contra ela". Caso semelhante e tão grave quanto aos episódios citados aconteceu com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT. 

O bicheiro, "diretor e pauteiro" de revista, Carlinhos Cachoeira, acumpliciado com a Veja do senhor Robert Civita e do jornalista Policarpo Jr., também conhecido pela alcunha de "Caneta", tentaram derrubar o mandatário brasiliense, ao incluí-lo em questões sobre corrupção, tráfico de influência e de ter formalizado negócios com o bicheiro parceiro do senador cassado do DEM de Goiás, Demóstenes Torres, além de ter influência no governo do tucano Marconi Perillo, político goiano que depôs na CPMI do Cachoeira e que até hoje é investigado pelo Ministério Público. 

Agnelo também depôs na CPMI, abriu o verbo, mostrou provas contundentes de que nunca se envolveu com o Cachoeira, "pauteiro" da Veja, bem como seu governo não participou de quaisquer tratativas, negócios ou acordos com tal personalidade, que ficou presa no presídio da Papuda em Brasília. 

Após sua emblemática participação na CPMI, Agnelo foi esquecido pela imprensa de negócios privados, que precisava de um bode expiatório, de preferência do PT, para se contrapor à lama, ao lamaçal em que ficaram atolados o governador Perillo, Carlinhos Cachoeira, a Veja e seu diretor, Caneta, além de Demóstenes Torres, até então considerado pela imprensa, de razão lacerdista, o arauto da família, da moral e dos bons costumes e quiçá da posteridade. Pois é... 

Não deu para concluir o golpe de joão-sem-braço, e o petista Agnelo saiu fortalecido ao tempo que a imprensa golpista teve de engoli-lo. Esses fatos que aqui narro nesta tribuna do Brasil 247 representam uma porcentagem ínfima em razão do que os donos do sistema midiático privado fazem e realizam para desestabilizar politicamente as instituições republicanas e desqualificar e desmoralizar os mandatários legitimamente e legalmente eleitos pelo povo brasileiro, ainda mais quando a autoridade a ser combatida atua no campo da esquerda. 

A imprensa alienígena e de caráter entreguista tergiversa, dissimula e distorce a verdade, os fatos e os acontecimentos. O faz em nome da liberdade de expressão e de imprensa, como forma de enganar os ingênuos, os desavisados, os ignaros, bem como se alia àqueles que se tornam seus cúmplices, pois eles sabem, até mesmo instintivamente, que a imprensa comercial combate os trabalhistas e a esquerda em geral. 

Por causa disso compram o "barulho", os interesses da imprensa burguesa, por serem ideologicamente conservadores, a exemplo da classe média coxinha, que certamente compreende o que faz quando sai às ruas de forma "apolítica" e "apartidária", quebra e queima tudo o que está à sua frente, porque são contra "tudo o que está aí", frase assertiva que significa Lula, Dilma, PT, esquerda e trabalhistas. 

Além disso, as manifestações desses indivíduos foram consideradas "pacíficas", palavra-chave usada pelos jornalistas da imprensa de negócios privados para amenizar a violência de quem cometeu violência e crimes, porque simplesmente para a mídia imperialista tais movimentos podem beneficiar os interesses políticos da oposição tucana, e, evidentemente, de seus patrões, proprietários, inclusive, de concessões públicas de meios de comunicação, como rádio e televisão. 

A verdade é a seguinte: concessão pública de comunicação sem fiscalização é doação. A Constituição de 1988 regulamenta os meios de comunicação, mas até hoje artigos importantes da Carta Magna sobre esse assunto não foram regulamentados. 

E deu no que deu: empresários bilionários que não respeitam a ordem constitucional e que, mesmo a disfarçar seus caráteres golpistas por intermédio de opiniões de seus empregados escribas, odeiam a democracia e o estado democrático de direito. As seis famílias que controlam os meios de comunicação privados admiram mesmo o sistema de ditadura, se possível militar, como ocorreu no tempo de 1964 a 1985. 

Eis que para o desgosto e preocupação dos barões da imprensa as multinacionais Siemens e Alstom resolvem fazer denúncias, pois enfrentam dificuldades judiciais em seus países de origem — a Alemanha e a França, bem como nos Estados Unidos. As denúncias de formação de cartéis para vencer licitações das obras do metrô de São Paulo atingiram os governadores Mário Covas (falecido), José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB. 

Os valores envolvidos são gigantescos (R$ 425 milhões) e mexem com o imaginário popular. 

Os tucanos negam, como era de se esperar; e o governador Alckmin responde às acusações como se tivesse ensaiado na frente do espelho o que dizer para a grande imprensa, que, durante cerca de dez dias após as denúncias, resolveu dar o ar da graça e veicular alguma coisa sobre mais outro escândalo de políticos do PSDB, mas sempre dando voz ativa aos tucanos para eles darem explicações, bem como se defender, como o faz diariamente o governador Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra, o vereador Andrea Matarazzo, dentre outros que integram ou integraram os governos paulistas controlados pelo PSDB há 20 anos. 

Aliás, a Rede Globo, diferentemente da Folha de S. Paulo, que, para a surpresa de muitos leitores tem colocado o dedo na ferida aberta, que atinge os interesses políticos da imprensa de mercado e do PSDB, tem buscado dar evidência negativa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que investiga a formação de cartel em licitações para a aquisição de equipamentos, construção e manutenção de linhas de metrôs e trens em São Paulo. 

Para amenizar e distorcer as evidências noticiosas que pegam os tucanos com as mãos nas botijas, a Globo e jornais, a exemplo do Estadão, citam o Distrito Federal, onde o governador é do PT, para causar confusão ao público, bem como desqualificar as investigações do Cade e da Polícia Federal, ao repercutir e dar credibilidade às acusações de que o Cade se transformou na polícia política do PT, como já afirmaram, "espertamente", alguns jornalistas da imprensa alienígena e políticos ligados ao PSDB. 

Um absurdo e maledicência as acusações tucanas, porque o Cade é órgão do estado brasileiro, independente, e que investigou inúmeros casos ligados aos petistas, que estão não poder ao tempo de 11 anos. Geraldo Alckmin solicitou ao Cade acesso aos processos, o que foi negado pelo órgão, evidentemente. 

A questão das denúncias da Siemens e da Alstom não se equivale a uma disputa política como quer fazer crer setores conservadores da imprensa privada e os políticos, empresários, secretários de estado e técnicos envolvidos com supostas corrupções e malfeitos conduzidos e efetivados por autoridades do PSDB. 

A teoria conspiratória em que o PT é o conspirador é uma farsa, um embuste e que não vai colar, porque até a questão do Distrito Federal já foi "esquecida" pela imprensa dos barões, que correu atrás para tentar esvaziar mais um escândalo tucano, mas percebeu rapidamente que os malfeitos ocorridos no DF são relativos aos governos de Joaquim Roriz, senador que renunciou ao mandato para não ser cassado, e José Roberto Arruda, governador cassado, que ficou preso durante meses. 

Agnelo Queiroz, do PT, não teve quaisquer envolvimentos com a Alstom e a Siemens, tanto é verdade que as ilações contra ele pararam e seu nome saiu das manchetes. 

O Ministério Público de São Paulo está a apurar os envolvidos nesse escândalo de R$ 425 milhões, de acordo com o Cade e o MP. 

Investiga-se supostos enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro público de autoridades paulistas. Os contratos firmados entre as multinacionais e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Metrô são da ordem de R$ 1,925 bilhão, ou seja, quase R$ 2 bilhões. Se a concorrência não fosse de cartas marcadas, os custos das obras e de manutenção seriam 30% menores, segundo os números repassados pela Siemens e também repercutidos pela "grande" imprensa. 

O prejuízo para São Paulo e o contribuinte é de R$ 557 milhões, segundo documentos da empresa alemã. Enquanto isso, São Paulo e a capital oferecem um dos piores serviços de transportes do Brasil, com pouca oferta, sem competição empresarial e com os veículos (trens e metrô) abarrotados de cidadãos paulistas, paulistanos e brasileiros, que são carregados pior do que gado. 

Até agora não se ouviu ainda com vigor o bordão "Vem pra rua"! 

E muito menos se leu ou se ouviu algum "especialista" de prateleira da Globo News, das televisões abertas ou jornalistas, comentaristas, colunistas e blogueiros a apagar o incêndio, que é esse escândalo, com gasolina. E foi, sem sombra de dúvida, que tais jornalistas e "especialistas" fizeram quando da ocupação das ruas pela classe média coxinha oportunista, que saiu às ruas a babar de ódio para contestar "tudo o que está aí", ou seja, a Dilma, o Lula, o PT e o governo trabalhista. 

A verdade é que a quadrilha dos trilhos está a ser desvendada, porque a Siemens e a Alstom delataram autoridades dos sucessivos governos tucanos de São Paulo. 

Aliás, é salutar lembrar ou não esquecer: essas duas multinacionais também respondem a acusações, denúncias e são alvos de investigações em seus países de origem e nos Estados Unidos. 

Além disso, O Estadão revelou que o MP sabe que agentes públicos receberam subornos, que foram depositados em três empresas de offshore sediadas no Uruguai. 

Contudo, insisto, a televisão aberta e principalmente a Globo tocam no assunto de forma tímida, o que, inegavelmente, não foi a postura jornalística que tiveram, por exemplo, com o PT, o Lula, a Dilma e principalmente com os petistas José Dirceu e José Genoíno nos últimos 11 anos. 

Não há termos de comparação; e até mesmo aqueles cidadãos que se tornam hidrofóbicos quando escutam ou leem as palavras socialista, trabalhista e petista hão de perceber que a imprensa de mercado tem lado, tem cor, tem ideologia, toma partido e combate a esquerda desde tempos idos, agem dessa forma sem ao menos se preocuparem em fazer jornalismo para toda a sociedade. 

Não se importam em ouvir os lados envolvidos, com o intuito de dar voz ativa a quem é alvo de denúncias, acusações e até mesmo de covardias, sendo que muitas delas previamente calculadas, pois tem o propósito de desconstruir aqueles que os donos do sistema midiático privado consideram os inimigos a serem derrotados ou destruídos. 

Hoje, por exemplo, o Jornal Hoje, da TV Globo, cujos âncoras são os jornalistas Evaristo Costa e Sandra Annenberg, não tocou no assunto sobre a delação da Siemens e da Alscom ao Cade, que deixou as autoridades paulistas e tucanas em situação dificílima, pois acusadas de corrupção, que chega ao montante de R$ 425 milhões. É muito dinheiro em um só caso, que isto fique claro. 

O Jornal Hoje se dedicou a casos escabrosos relativos a crimes de sangue e roubo, a exemplo dos casos do garoto que supostamente matou quatro membros de sua família, sendo que dois são policiais; da menina Isabela Nardoni, morta pelo pai e madrasta, que estão presos há cinco anos; do Amarildo, que sumiu da Rocinha e policiais são acusados e investigados pelo sumiço; além do famoso caso do Trem Pagador, que teve como um de seus protagonistas o ladrão Ronald Biggs, que morou décadas no Brasil e roubou, em 1963, £$ 2,6 milhões. 

Como se observa a Globo é um caso perdido de desfaçatez, incongruência, incoerência e péssimo jornalismo. 

Quer dizer que um escândalo dessa envergadura, que envolve duas multinacionais poderosas e europeias, políticos do PSDB paulista, que estão, indubitavelmente, entre os mais poderosos do País, além de liderarem a oposição aos governos trabalhistas, bem como atuam o poderoso Ministério Público de São Paulo e o Cade, do Ministério da Justiça, não é para a Globo assunto de pauta, relevante para a Nação e importante por causa dos indivíduos citados, dos valores monetários e das instituições envolvidas? 

Então, a Globo (patrões, diretores e editores) em seu tradicional vespertino, o Jornal Hoje, "esquece" tal pauta ou faz política, às claras, na maior insensatez possível e, consequentemente, esconde um elefante debaixo da mesa e acha que ninguém vê e percebe o jornalismo partidário e ideológico que essa televisão de concessão pública apresenta para o povo brasileiro? 

A realidade é que essa empresa privada vive em um mundo surreal, onde ela determina que seus interesses e de seus aliados estão acima dos interesses do Brasil e dos 200 milhões de brasileiros que lutam dia a dia para terem acesso a uma vida de melhor qualidade. 

O que é a Globo? Um estado dentro do estado nacional? 

Como pode uma empresa privada fazer a vez da oposição e mesmo assim as autoridades constituídas não fazem nada a respeito disso? 

Artigos da Constituição de 1988 até hoje não foram regulamentados e que dispõem sobre o marco regulatório foram "esquecidos" por quem tem a obrigação constitucional de regulamentá-los, como o Governo Federal e a sua bancada no Congresso Nacional. 

A Siemens e a Alstom querem se livrar de seus processos em diversos países e de inúmeros esqueletos guardados em seus armários. 

E vários desses esqueletos tem os DNA e as digitais dos tucanos, apesar dos rodeios e subterfúgios das Organizações(?) Globo e da imprensa em geral. 

A Globo acha o povo bobo. É isso aí.

*cutucandodeleve

Roda viva x roda morta

Quadrada










A instrumentalização político-partidária do jornalismo da TV Cultura é apenas a superfície mais notável de um sucateamento progressivo que há anos atinge toda a programação do veículo. E não existe melhor evidência da contaminação ideológica da emissora pelo governo estadual demotucano do que os rumos tomados recentemente pelo programa Roda Viva.

Além das bancadas quase exclusivamente compostas por funcionários da mídia corporativa e por outros personagens do conservadorismo nacional, os mediadores são escolhidos através de critérios “misteriosos”, que não coadunam com o âmbito da excelência. Pois, dentre tantos jornalistas qualificados no país, é possível acreditar que a volta de Augusto Nunes se deve à sua competência profissional?

Basta ouvir as bobagens do cidadão para compreender o tamanho do retrocesso que ele representará na louvável história do Roda Viva. O episódio deveria provocar um escândalo na categoria, uma rápida mobilização dos conselheiros da Fundação Padre Anchieta e até alguma iniciativa judicial.

Mas ninguém nos bastidores da política ou da imprensa paulista vai se debruçar agora sobre o assunto. Como sabemos, as últimas coisas que interessam ao PSDB nesses tempos ruidosos são a independência editorial e a ética jornalística.
*GuilhermeSvalzilli