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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 13, 2013

Charge foto e frase do dia



















































Unesco oferece gratuitamente 10 mil páginas de história da África



Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África foi traduzida para o português e está disponível gratuitamente na internet. Produzido pela Unesco – órgão da ONU voltado para educação, ciência e cultura – o material possui quase 10 mil páginas e foi elaborado ao longo de 30 anos. A obra conta a história da África a partir de uma visão de dentro do continente, usando uma metodologia interdisciplinar. O trabalho envolveu 350 especialistas de áreas como história, antropologia, arqueologia, linguística, botânica, física e jornalismo.
A coleção aborda o continente desde a pré-história até a década de 1980. A narrativa atravessa períodos históricos marcantes, passando pelo Egito Antigo, por diversas civilizações e dinastias, pelo tráfico de escravos, pela colonização europeia e pela independência dos diversos países. A África é destacada como berço da humanidade e de contribuição fundamental para a cultura e a produção do conhecimento científico. A coleção completa pode ser baixada nas páginas da Unesco e do Ministério da Educação, na internet.

De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo. Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/10317-unesco-oferece-gratuitamente-10-mil-paginas-de-historia-da-africa







Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.

Download gratuito (somente na versão em português): 


Fonte: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/special-themes/ethnic-and-racial-relations-in-brazil/general-history-of-africa/
*ThecaC.

Duas CPI's tornaram-se imprescindíveis em Brasília:Globo e propinas no metrô de São Paulo






Quando os ritos da administração pública falham, resta ao cidadão o recorrer ao poder político. É nesse contexto que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) da TV Globo e das propinas no metrô e trens de São Paulo tornaram-se imprescindíveis.

O deputado delegado Protógenes (PCdoB) está recolhendo assinaturas na Câmara dos Deputados para instalar uma CPI voltada a apurar os acontecimentos em torno do escândalo da suposta sonegação fiscal da TV Globo na compra de direitos de transmissão da Copa de 2002 da FIFA através de operações em paraísos fiscais. O valor cobrado pela Receita Federal alcançou o valor de R$ 615 milhões e gerou uma representação para fins penais, identificando crimes contra o sistema financeiro. O caso ganhou ares mais soturnos, com o sumiço do processo nas dependências da Receita Federal, o que já levou à condenação em primeira instância da funcionária acusada de subtrair a papelada.

Com todo esse conjunto de fatos, que parece enredo de filme policial, o Ministério Público Federal (MPF) ainda não abriu uma investigação profunda sobre os atos da emissora. Falhou os órgãos de estado da administração pública, no caso os MPF. Resta ao cidadão o poder político, representado por uma CPI, para defender os interesses da sociedade.

No caso das propinas e licitações combinadas com superfaturamento no metrô e trens de São Paulo, delatadas por executivos de empresas multinacionais, como a Siemens e a Alstom, desde 2008 que oposição aos sucessivos governos do PSDB tenta apurar os fatos na Assembléia Legislativa e o rolo compressor da bancada aliada do governador impede. A oposição também apresentou 15 pedidos de investigação ao Ministério Público. Sabemos que há investigações abertas, porém a velocidade anda muito aquém do desejado. Nos países das sedes da multinacionais envolvidas, elas já foram punidas por terem corrompido autoridades paulistas. Porém, aqui no Brasil, nem denúncia apresentada à justiça foi apresentada até agora.

A situação está tão surreual, que a Siemens e Alstom desviaram dinheiro dos cofres públicos do Estado de São Paulo e pagaram multas milionárias aos governos da Alemanha, da Suíça, etc, por terem corrompido aqui. Veja o absurdo: o dinheiro da corrupção que saiu daqui abastece os cofres públicos dos governos de lá, em vez de voltar para cá!

No Brasil ainda as empresas corruptoras não foram obrigadas a devolveram o dinheiro, nem a pagar multa, por falta de processo no judiciário.

Para corrigir estes absurdos e as falhas de operância dos órgãos de controle estaduais paulistas, é que tornou-se indispensável uma CPI fora de São Paulo para investigar este caso. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) está recolhendo assinaturas para abrir a CPI em Brasília, na Câmara dos Deputados. E é urgente, pois se confirmadas as recentes notícias, o dinheiro a reaver aos cofres públicos dos diversos contratos das várias multinacionais, além da TV Globo, pode passar de R$ 3 bilhões, incluindo multas e correção.
*osamigosdopresidentelula

Siemens e Alstom Aqui, roubam e com um trocado deste dinheiro financiam as ONGs da “honestidade”.

A ética da jabuticaba: Siemens e Alstom patrocinam o Ethos


Fernando Brito

O nosso país não é uma maravilha…
A Siemens e a Alstom, duas campeãs mundiais no pagamento de suborno (cliqueaqui e aqui para ver o currículo global de suborno de cada uma) patrocinam, no Brasil, ninguém menos que o Instituto Ethos, uma organização que tem como objetivo, diz ela, combater “a utilização do tráfico de influência e o oferecimento ou o recebimento de suborno ou propina por parte de qualquer pessoa ou entidade pública ou privada”.
E o Ethos, convidado pelo Governador Geraldo Alckmin, vai integrar a “Comissão Pró-Transparência” do escândalo do metrô e dos trens paulistas superfaturados com a Siemens e a Alstom!
Jabuticabas, por favor!
O vice-presidente do Ethos, Paulo Itacarambi, disse não haver conflito de interesses no fato de ser patrocinado pelas duas empresas. E disse à Folha que recebe ‘apenas” R$ 18 mil e R$ 14 mil ao ano da Alston e da Siemens, respectivamente.
alstomethos
Não é verdade.
Só a Siemens destinou US$ 3 milhões para um dos projetos do Ethos, os “Jogos Limpos”. Não foi o Banco Mundial que selecionou os projetos aos quais seria destinado dinheiro das sanções sofridas pela empresa por corrupção. O Banco Mundial apenas acompanha, com direito de veto, a escolha dos programas.
A Alstom também não é uma mera sócia contribuinte. Foi, ao lado da Siemens e de outras empresas, a patrocinadora, pasmem da edição de uma revista sobre responsabilidade das empresas em relação às eleições
Aliás, como organizador do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, o Ethos também não sabia das condenações da Siemens e da Alstom por distribuírem propina a rodo, mundo afora e das denúncias aqui e convidou as raposas para tomarem conta do galinheiro?
Parece que o pessoal do Ethos é tão desentendido como o Alckmin, que não sabia de nada e se deparou com 45 investigações do Ministério Público Estadual.
A ética da jabuticaba lembra aquela história do mafioso que mandava matar e levava flores ao enterro.
Aqui, roubam e com um trocado deste dinheiro financiam as ONGs da “honestidade”.
E ainda é dedutível no Imposto de Renda!
*GilsonSampaio

Fidel conseguiu manter seus princípios e seguir em frente com seus ideais de solidariedade entre as nações e justiça.

Fidel em quatro textos

Via Síntese Cubana
“Fidel continuará líder da Ilha da Liberdade.”
A frase, que dá o título a este texto, foi dita pelo líder do Partido Comunista russo, Gennady Ziuganov, no momento em que Fidel Castro se afastou da presidência de Cuba, em fevereiro de 2008. Ela se perpetuará nos corações dos cubanos e dos povos solidários que lutam contra a opressão e a injustiça. A Síntese Cubana a utiliza para homenagear o comandante eterno neste momento em que ele completa 87 anos de vida.
Fidel Castro passa à história como o homem da incansável resistência aos Estados Unidos. Nos anos que permaneceu no poder, Fidel enfrentou dez presidentes norte-americanos, além de um bloqueio econômico, uma invasão apoiada pela CIA e vários atentados. Ele se tornou símbolo da esperança dos países do Terceiro Mundo e dos movimentos de libertação.
Nascido em 13 de agosto de 1926 em Biran, Fidel foi o terceiro de uma família de sete filhos. Seu pai, o espanhol Angel Castro, combateu no Exército colonial da Espanha antes de se instalar na Ilha; a mãe, Lina Ruz, era uma cubana humilde, natural de Pinar del Rio.
Após estudar em colégios jesuítas, Fidel se matriculou na Universidade de Havana em 1945 e saiu formado em Direito cinco anos mais tarde. No ensino superior, adquiriu consciência política, primeiro na Federação de Estudantes Universitários (FEU) e depois como integrante do Partido do Povo Cubano, no qual participou das campanhas contra a corrupção governamental.
Ainda como estudante, Fidel participou em 1947 da frustrada expedição que tinha como objetivo derrubar o ditador dominicano Rafael Leonidas Trujillo. Um ano mais tarde, quando estava em Bogotá para um congresso estudantil, foi surpreendido pelo assassinato do líder progressista colombiano Jorge Eliecer Gaitan e integrou os protestos posteriores, que ficaram conhecidos como “Bogotazo”.
O golpe de estado protagonizado em Cuba, em 10 de março de 1952, pelo general Fulgêncio Batista levou o jovem advogado a optar pela luta armada como via para derrubar o ditador. Em 26 de julho de 1953, depois de 16 meses de planejamento clandestino, Fidel liderou um grupo de patriotas que atacou o quartel de Moncada, segunda base militar mais importante de Cuba. A operação fracassou, mas marcou o ponto de partida da Revolução Cubana.
Fidel e seu irmão Raul foram condenados a 15 anos de prisão em 16 de outubro de 1953, em um julgamento no qual o líder rebelde assumiu a própria defesa e, durante um discurso de cinco horas, pronunciou a célebre frase: “A história me absolverá”.
Em 15 de maio de 1955, Fidel Castro e seus companheiros foram anistiados. Depois de fundar o Movimento 26 de Julho partiu para o exílio no México, onde começou a preparar uma nova ação armada contra a ditadura de Batista.
Em 2 de dezembro de 1956, a bordo do iate Granma e à frente de 81 homens, desembarcou em Alegria de Pio, na região oriental da Ilha, e sofreu um duro revés: o pequeno grupo expedicionário foi dizimado pelo Exército assim que tocou em terra, mas 16 combatentes conseguiram sobreviver, incluindo Fidel, Raul e Ernesto Che Guevara, e se refugiaram em Sierra Maestra.
Protegida pela selva da cadeia montanhosa, a guerrilha começou a atacar as tropas de Batista e a recrutar novos membros entre os camponeses e jovens universitários. Quase dois anos depois, 10 mil soldados de Batista se voltaram contra a guerrilha de Fidel, na fracassada “ofensiva de verão”. Fortalecidos pela vitória, os rebeldes lançaram a batalha final. A partir daí, centenas de simpatizantes engrossaram as fileiras da guerrilha.
Contra todos os prognósticos e depois de 25 meses de combates, os “guerrilheiros barbudos” comandados por Fidel levaram Fulgêncio Batista a fugir de Cuba no dia 1º de janeiro de 1959.
Sete dias mais tarde, o comandante-em-chefe fez sua entrada triunfal em Havana. Após entregar a Presidência da República a Osvaldo Dorticos, Fidel foi designado primeiro-ministro do novo governo em fevereiro de 1959.
Fidel permaneceu neste cargo até 1976, quando foi nomeado presidente ao ser eleito para a chefia do Conselho de Estado, cargo instituído por uma nova Constituição, posto em que concentrou as funções de chefe de estado e de governo.
Em 1959, uma das primeiras medidas do governo foi a criação do Tribunal Revolucionário para julgar os repressores pertencentes ao regime de Batista. Ao recordar a época, Fidel disse em 1975: “Este ato elementar de justiça, que era exigido unanimemente por nosso povo, deu lugar a uma feroz campanha da imprensa imperialista contra a Revolução.”
Outra ação adotada logo após o triunfo da Revolução foi a reforma agrária, que expropriou e nacionalizou os latifúndios, pertencentes em 90% a interesses americanos. Em seguida, aplicou uma reforma urbana que passou para as mãos do estado as grandes empresas – também majoritariamente americanas – que controlavam a economia da Ilha.
As medidas provocaram a ruptura diplomática com os Estados Unidos em 3 de janeiro de 1961. Sete meses depois, Havana optou por vincular-se a Moscou, em uma aliança que teve uma influência determinante por mais de três décadas.
Em abril de 1961, 1.400 mercenários apoiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) desembarcaram na Baía dos Porcos e Fidel comandou pessoalmente o contra-ataque. A expedição antirrevolucionária foi derrotada no campo de batalha, mas as ações de sabotagem e de operações guerrilheiras contra o regime continuam até hoje.
Em 1962, o jovem regime revolucionário atravessou um período crítico. Washington conseguiu a suspensão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e deu início ao bloqueio econômico, comercial e financeiro da Ilha.
Em 3 de outubro de 1965, Fidel foi nomeado primeiro secretário do novo Partido Comunista de Cuba (PCC), que substituiu o Partido Unido da Revolução Socialista (PURS), com uma importante transição ao marxismo-leninismo. Sete anos mais tarde, Cuba tornou-se membro do Conselho de Ajuda Mútua Econômica (Came), que reunia os países socialistas do mundo inteiro.
A Revolução Cubana serviu de espelho, principalmente para países do Terceiro Mundo. Uma destas operações, em 9 de outubro de 1967, resultou na morte de Ernesto Che Guevara. Depois de abandonar todos seus cargos públicos para continuar lutando por seus ideais revolucionários na África, Guevara voltou à América Latina para criar um movimento insurgente na Bolívia, onde foi capturado e morto.
Presidente do Movimento de Países Não-Alinhados de 1979 a 1983, Fidel se tornou um dos líderes mais populares do mundo, com discursos contra o imperialismo, o colonialismo, a exploração e o racismo. Também comandou uma grande ofensiva contra o pagamento da dívida externa.
Fidel Castro exerce uma liderança natural sobre um país de cerca de 11 milhões de habitantes. Mesmo com a crise econômica em Cuba, provocada pelo bloqueio imposto dos Estados Unidos, ele conseguiu manter seus princípios e seguir em frente com seus ideais de solidariedade entre as nações e justiça.
***
Leia também:
*GilsonSampaio

TIO SAM NÃO ACEITOU O BEIÇO DA GLOBO





Só Nós Pra  Aguentar Esse Fardo
Blogodita reproduz texto de O Cafezinnho:
Lula ganhou sua primeira eleição presidencial em 27 de outubro de 2002. No dia seguinte, 28 de outubro de 2002, a Globo declara que não tem mais condições de pagar suas dívidas internacionais. O beiço da Globo, saberíamos algum tempo depois, através de uma reportagem da BBC (e depois confirmada pela própria Globo), remontava a quase dois bilhões de dólares. Em comunicado oficial, divulgado pela Folha de São Paulo, a Globo diria que a razão do beiço seria a “deterioração da situação econômica do Brasil”. A Folha apurou que “a Globo decidiu anunciar a suspensão do pagamento da dívida da Globopar apenas ontem, um dia depois do resultado das eleições presidenciais, para que isso não fosse usado por nenhum dos dois lados da campanha eleitoral.”

Deu inclusive no New York Times:





Diferentemente da Receita Federal do Brasil e do Ministério Público, os credores internacionais não aceitaram passivamente o calote da Globo, e entraram com uma ação judicial pedindo falência compulsória da empresa. A lei de concordata dos EUA é bastante dura com caloteiros de outros países, mas só quando os credores conseguem provar que o devedor tem patrimônio e negócios em território americano. Neste caso, a justiça americana tenta embargar inclusive patrimônio que o réu possua em outros países. Algo assim seria impensável para uma empresa cujo principal ativo é uma concessão pública de TV. Imagine a Globo nas mãosde agiotas de New Jersey?

Os platinados, com apoio do escritório de Sérgio Bermudes, esse mesmo que “pagou do seu bolso” uma festão de aniversário para o ministro do STF, Luiz Fux, e que emprega a filha de Fux e a esposa de Gilmar Mendes, conseguiram sustar a medida, alegando que não possuíam negócios ou propriedades nos EUA. E que os credores tinham que aguardar pacientemente um processo de reestruturação feito sob as leis brasileiras. Usando algumas brechas da lei da falência nos EUA, como o “Forum Non Conveniens” e a “personal jurisdiction”, segundo os quais a justiça americana entende que os EUA não são o melhor fórum para se discutir uma dívida, a Globo conseguiu, ao menos por um tempo, dar o maior beiço da história da mídia mundial.

Entretanto, entre os credores, havia um tal de W.R. Huff Asset Management Co., L.L.C., controlado por um sujeito com fama de durão, espécie de agiota de luxo dos ricaços de Nova York, que não aceitou o calote. A Globopar devia US$ 94 milhões ao fundo, ou 5% da dívida total, o suficiente contudo para enfurecer o velho William Huff. O investidor se uniu a outros prejudicados e o caso então foi para uma corte de apelação no distrito sul de Nova York. De vez em quando a Globo tromba com alguém corajoso. No Brasil, alguns meses mais tarde, o auditor fiscal Alberto Zilé daria um susto de R$ 615 milhões na Globo. Em Nova York, o enfrentamento veio do juiz Victo Marrero, ao tomar uma decisão logo convertida em modelo para casos similares, e objeto de estudos acadêmicos (outros estudos aqui eaqui). E que poderia gerar, aqui no Brasil, um questionamento que nunca aconteceu. A imprensa brasileira abafou fragorosamente a derrota judicial da Globopar em novembro de 2004.

Marrero aceitou o argumento dos credores, segundo os quais a Globopar tinha sim propriedades nos EUA: a DTH Inc, empresa criada sob as leis de Delaware, um conhecido paraíso fiscal em território americano. O endereço, conforme levantou o amigo Fernando Brito, fica na rua dos Laranjas (sic), ou Orange no original. Segundo os credores, essa DTH tinha importante participação acionária em três outras empresas do ramo de TV por assinatura. A própria sigla DTH (“Direct to Home”, ou direto para o lar) é usada para se referir ao negócio. A Globo havia fundado a NET no final da década de 90 e depois se tornaria sócia majoritária da Sky TV.

Os credores também estranharam que a Globo tivesse obtido empréstimos tão grandes, e alegasse possuir apenas míseros US$ 30 mil no JPMorgan Chase Bank. De qualquer forma, este valor, mesmo pequeno, mais a existência da empresa em Delaware, eram suficientes para fazer a Globo cair na rede e entrar na lei de falência sob território americano.

A esta altura, o velho Huff provavelmente já descobrira que a Globopar controlava a Sky, uma das mais importantes empresas de tv por assinatura em operação no Brasil, e que esse negócio devia ter alguma a coisa a ver com a DTH Inc. Em outubro de 2004, a imprensa mundial trazia uma novidade ainda mais interessante aos credores da Globopar: a bilionário Rupert Murdoch decidira dar uma mãozinha aos irmãos Marinho e se juntar à SKY. A fusão entre a Direct TV, de Murdoch, e SKY, da Glopar, cimentaria a aliança entre os dois grupos de mídia mais reacionários do mundo, dominando 95% do mercado brasileiro. Um monopólio absurdo que seria vergonhosamente aprovado pelo CADE no ano seguinte.

Os olhos de Huff devem ter brilhado e ele foi à luta. E ganhou.

Com a nova decisão da Justiça americana, a Globo teve que sambar para quitar suas dívidas no exterior. Então ela contrata uma firma especializada, a Debevoise & Plimpton LLP, que promove uma brilhante reestruturação das dívidas da Globo. Tão brilhante que ganhou prêmios e se tornou, também, objeto de artigos e estudos, como um case de sucesso.

A reestruturação das dívidas da Globo é relativamente rápida. Boa parte dos débitos é convertida em bônus e ações para seus credores no exterior. Parte dela é paga com a venda da Net para outro rei do monopólio, Carlos Slim, cuja Telmex dominava então mais de 90% das linhas telefônicas do México.

Todos monopólios da área de mídia e telecomunicações das Américas se davam as mãos.

Ao final de julho de 2005, a Globo consegue, enfim, dar por encerrado o seu pesadelo financeiro, ao concluir acordo com seus credores.  Na verdade, desde meados de abril, o processo já contava com aval dos principais credores. Os recursos de Murdoch e Slim foram fundamentais.

Fim do pesadelo, começo de outro. Os irmãos Marinho mal puderam descansar a cabeça no travesseiro, sonhando com novas estratégias para dominar o Brasil, quando recebem um telefone urgente de seus advogados que trabalham na Rua Afranio de Melo Franco 135. No dia 1 de agosto de 2005, poucos dias após a Globo dar por encerrada a sua “reestruturação financeira”, a Receita Federal envia uma intimação à empresa.







Mas aí a fortuna, até então cruel com os pobres irmãos Marinho, que tiveram inclusive que vender algumas centenas dos milhares de imóveis que seu pai, Roberto Marinho, acumulara durante a vida, voltou a lhes sorrir. Algumas semanas antes, Roberto Jefferson dera uma entrevista bombástica à Folha de São Paulo. O escândalo caiu do céu para a Globo, que o abraçou com um senso de oportunidade digno da empresa que mais soube se aproveitar da ditadura. Tinha início o mensalão, que iria abalar o país e vergar o governo. Qualquer ação da Receita, neste momento, seria interpretada como uma retaliação autoritária e covarde de um governo corrupto contra a imprensa livre.

A Globo estava, mais uma vez, salva. Com a reeleição de Lula em 2006, porém, a Globo deve ter ficado apavorada com a possibilidade do presidente, fortalecido pela alta popularidade e pela vitória eleitoral, querer se vingar. Na primeira oportunidade, o processo de sonegação, que tinha implicações criminais bem mais pesadas do que a simples sonegação fiscal (se é que se pode chamar uma dívida fiscal de R$ 615 milhões de “simples”), desaparece, após, estranhamente, jamais ter sido digitalizado.

Tudo ia muito bem, até que… o processo reaparece, ou ao menos parte dele, nas telas de um modesto blog chamado O Cafezinho. Não, senhores, o escândalo Alstom – Siemens é muito grave e merece ser punido com todo o rigor. O Cafezinho e toda a blogosfera, ao contrário da mídia e sua “dupla cautela” está reagindo com justa indignação contra uma roubalheira que já dura mais de 20 anos no estado de São Paulo. Mas não esqueceremos a sonegação da Globo, não enquanto os mistérios envolvendo possível evasão de divisas e lavagem de dinheiro em paraíso fiscal, e o posterior roubo do processo, não forem devidamente solucionados por nosso corajoso e ilibado Ministério Público. Não sei se o “gigante” realmente acordou, se voltou a dormir, mas esse blogueiro aqui permanece de olhos bem abertos!



Parlamentares (bonzinhos) intercedem ao ministro da Justiça por pastor preso por estupro


Daniela Novais
Brasil Em Pauta

pastor Marcos Pereira executando
a cura gay

Liderados pelo deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um grupo de dezessete deputados, estiveram reunidos com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo na semana passada, para defender o pastor Marcos Pereira da Silva, preso há três meses sob a acusação de estuprar fieis no Rio de Janeiro. O pastor também é investigado por outros crimes como associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. As informações são do colunista Lauro Dias.

Na reunião, os deputados criticaram a polícia fluminense por falta de isenção e pediram a federalização das investigações. O pedido não foi atendido.

Além de Feliciano, estiveram com Cardozo os deputados Pastor Eurico (PSB-PE), Francisco Floriano (PR-RJ, Adrian Mussi (PMDB-RJ), João Campos (PSDB-GO), Alexandre Santos (PMDB-RJ), Washington Reis (PMDB-RJ), Jair Bolsonaro (PP-RJ), Roberto Lucena (PV-SP), José Olimpio (PP-RJ), Leonardo Quintão (PMDB-MG), Zequinha Marinho (PSC-PA), Eduardo da Fonte (PP-PE), Costa Ferreira (PSC-MA), Anthony Garotinho (PP-RJ), Fernando Jordão (PMDB-RJ), Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e Aureo Lídio Moreira Ribeiro (PRTB-RJ).

Caixa 2 de FHC e a natureza do escorpião

Blog do Cadu Amaral


E as propinas da empresa de engenharia francesa Alstom – claro FHC adora a França – chegaram à reeleição de Fernando “esqueçam o que eu escrevi” Henrique Cardoso. Além de compra de votos no Congresso para apoiar sua permanência no Palácio do Planalto, o PSDB montou um esquema de caixa 2 internacional. E com planilhas registrando tudo. Esses tucanos do bico de pau...

Em 2000, a Folha de S. Paulo publicou reportagem sobre “doações não registradas” para a campanha eleitoral de 1998. Segundo a reportagem, R$ 10,120 milhões deixaram de ser contabilizados. Nos documentos que afirmam ter tido acesso, um real em cada cinco eram em caixa 2 ou como no texto, “contabilidade paralela”.

Na planilha dessa “contabilidade paralela” constam os nomes de Andrea Matarazzo e Eduardo Jorge Caldas Pereira, tucano do bico finíssimo e da mais alta plumagem. A campanha tucana ainda teria recebido R$ milhões após a eleição, o que é ilegal.

Junte isso à Lista de Furnas, que desviou aproximadamente R$ 40 milhões de reais – vale lembrar que Gilmar Mendes, na época membro da Advocacia Geral da União (AGU), recebeu R$ 185 mil. Pegue uma calculadora, faça as devidas correções monetárias e se ela tiver zeros suficientes, espalhe quanto o PSDB de FHC, Serra e Aécio desviaram para se manter no poder.

Veja e Época

É simplesmente lamentável, apesar de não ser uma surpresa, a postura de Época e da “coisa feita em papel couché” Veja. A Globo, não importa se falada, televisada ou impressa, será sempre a Globo. Arma golpes – como sofreu Brizola em 1982 – e adora um xelelismo e “massas cheirosas”. Como sua “colega” paulista a Folha de S. Paulo.

Veja deveria ser disciplina nos cursos de Comunicação Brasil afora: como não fazer jornalismo, Veja de cabo a rabo.

Uma lança uma denúncia para desviar o foco do esquema dos trens e metrôs de São Paulo sob o comando das altas plumas tucanas que foi desmentido em 24 horas. A outra passa ao largo do tema e publica, sabem-se lá quantas páginas, sobre o assunto sem falar do PSDB e do Serra. Serra, aliás, que é o queridinho do Reinaldo Azevedo, que (deve ser) é o queridinho dos Civita. Para ficar tudo no clima dos ursinhos carinhosos, Veja não fala do Serra para que Serra não fique magoado com Reinaldo e esse não fique com Veja.

Ah, o amor... Lindo não é?

Folha e Estadão

Apesar de também terem sua predileção pelas “massas cheirosas”, plumas e bicos, Folha e Estadão noticiam o esquema dos trens. Vale lembrar que muito tempo após a revista Istoé publicar e muitos anos depois de CartaCapital levantar essa bola. Parecem que cansaram a incapacidade do PSDB em se apresentar como alternativa ao PT.

Noticiam todo o esquema, mas fingem que nunca ajudaram a sustentar politicamente os governos tucanos em São Paulo. É um “cansei” às avessas. Será?

As últimas pesquisas do Ibope ajudam nesse sentimento de frustração coletiva da “grande imprensa”. Porém não se pode pedir ao escorpião que ele seja outra coisa que não um escorpião. Logo suas baterias se voltam contra a esquerda e o governo federal.

Quanto mais se mexe em financiamento de campanha, mais se encontra problemas de caixa 2, ou como a educada Folha tratou o caso do PSDB, contabilidade paralela. Se cortar essa relação pela raiz, sempre teremos casos assim. Não adianta, a corrupção é da natureza do capitalismo, e na disputa pelos espaços de poder, ele permite valer tudo. A única moral do capitalista é o lucro, sob qualquer que seja a ótica. Sempre é bom lembrar-se do escorpião.
*amoralnato

quarta-feira (14) pode marcar a volta das grandes manifestações de ruas

Próximo dia 14, movimentos voltam às ruas contra desvios no Metrô de São Paulo e PL da terceirização


Por Nicolau Soares e Tadeu Breda
  
A próxima quarta-feira (14) pode marcar a volta das grandes manifestações de ruas, desta vez, pelo menos de início, com pautas mais ligadas à esquerda, aos movimentos sociais e aos trabalhadores.

Responsável por desatar a onda de protestos que tomou o país, em junho, o Movimento Passe Livre (MPL) convocou uma manifestação contra a má qualidade dos transportes ferroviários em São Paulo.
A concentração está marcada para as 15h no Vale do Anhangabaú, centro da capital. A nova marcha foi motivada pelas recentes denúncias de formação de cartel entre empresas estrangeiras que, com anuência do governo do estado, há duas décadas dominado pelo PSDB, teriam burlado a concorrência para vencer licitações de reforma de composições e ampliação das linhas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
 
“Temos usado muito o Facebook para divulgar, além de acompanhar os metroviários em panfletagens nas principais estações da cidade. Vai ser um ato importante, mas, de maneira geral, nosso foco, desde que revogamos o aumento, é estar voltados para as ações da periferia, que é um terreno importante de luta”, explica Mayara Vivian, membro do MPL, para quem o protesto de quarta-feira será mais um episódio na busca pela qualidade do transporte público em São Paulo.

“Como temos dito desde o início, é essencial que haja solidariedade entre diversos setores da sociedade que lutam contra a lógica do capitalismo em todas as áreas, contra o privilégio que é dado ao dinheiro e às empresas em vez de ser dado às pessoas.”

A manifestação do Passe Livre contará com apoio do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que estão mobilizando suas bases.

“Os contratos irregulares atingem não só a venda de produtos, mas reforma e manutenção dos trens. Queremos a devolução do dinheiro roubado da população e que prendam e punam exemplarmente corruptos e corruptores”, propõe Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do Sindicato dos Metroviários.

O sindicalista acredita que a manifestação também servirá para denunciar o esquema de parcerias público-privadas (PPP) em São Paulo. “Essas denúncias do cartel são uma demonstração clara do que é a PPP: uma parceria em que o público é corrompido pelo setor privado.”

Prioridades

Coadunado com o discurso do Passe Livre, Prazeres defende que o governo priorize o direito dos cidadãos a um transporte digno – e não o lucro de grandes empresas – na hora de definir políticas públicas para o setor.

Isso inclui a reestatização da Linha 4-Amarela do Metrô paulista, por exemplo, trecho operado por um consórcio privado. “No fundo, tudo é uma disputa pelo dinheiro do Estado: os empresários querem ficar com os recursos, e os trabalhadores, conscientes ou não, querem que o fruto do nosso trabalho fique para a maioria”, explica, ressaltando que, se o Erário fosse ressarcido do prejuízo que teve nos processos licitatórios – superior a R$ 400 milhões, segundo denúncias da Siemens –, mais linhas poderiam ser construídas e o preço da passagem, baixar.

“Quando brigam pelo valor da tarifa, as pessoas querem que os empresários ganhem menos dinheiro e a população gaste menos”, diz Prazeres.

O presidente da CUT em São Paulo, Adi dos Santos Lima, adiciona ainda outra motivação para os protestos do dia 14: o grande risco de que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela bancada do PT na Assembleia Legislativa acabe, como tantas outras, sendo engavetada pelos apoiadores do governador Geraldo Alckmin.

Os petistas conseguiram até agora 26 assinaturas – para dar início à investigação, precisam de 32, além de aprovar uma mudança regimental que permita o funcionamento simultâneo de uma sexta CPI na Casa. Para tanto, precisam de outras 48 adesões.

“Os trabalhadores querem uma ampla investigação sobre as denúncias levantadas contra desvios de verbas públicas e conluios no governo de São Paulo”, argumenta Adi, que vê com entusiasmo o retorno das manifestações na capital. “Sair pras ruas apenas para cobrar redução de tarifa de ônibus é muito pouco. Merecemos mais transparência no trato da coisa pública, transporte de qualidade, segurança pública.”

Além de pedirem investigação das denúncias e tarifas mais acessíveis ao bolso dos paulistanos, os ferroviários da Zona Sorocabana, sindicato que representa os trabalhadores das linhas 8 e 9 da CPTM, levarão para o Vale do Anhangabaú sua contrariedade em relação à política de terceirização da empresa.

“A qualidade do transporte começa no trato dos patrões com os trabalhadores”, define Alessandro Viana, delegado sindical da entidade. “A CPTM tem um corpo qualificado. Para entrar na empresa, você tem que prestar concurso. Mas eles têm cada vez mais recorrido a empresas terceirizadas. A gente recebe muita reclamação de que elas fazem serviço que tem que ser refeito pelas nossas equipes.”

PL da terceirização

A luta contra a terceirização também se dará em Brasília no mesmo dia 14, quando poderá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara projeto de lei do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO) sobre o tema.

As centrais sindicais se opõem ao projeto na forma como foi apresentado, pois em vez de aumentar as garantias dos terceirizados, pode levar a uma precarização ainda maior desses trabalhadores.

Nesta segunda-feira (12) ocorre mais uma rodada da mesa quadripartite (trabalhadores, empresários, parlamentares e governo) para discutir o projeto. A partir de terça, a CUT inicia vigília no Congresso Nacional para pressionar deputados a não aprovarem o texto.

Segundo a central, a ideia é levar milhares de trabalhadores a Brasília para ocupar o complexo do Parlamento até quarta-feira.

“A CUT permanecerá na mesa de negociação para tentar construir um acordo capaz de regulamentar a terceirização sem que se isso seja sinônimo de precarização, redução de direitos, de salários e enfraquecimento da representação sindical. Mas também faremos o enfrentamento colocando nossos militantes em Brasília para impedir que um texto com uma série de ataques aos trabalhadores seja votado e aprovado”, diz o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, em texto publicado no site da central.

Sérgio Luiz Leite, primeiro secretário geral da Força Sindical, vai na mesma linha. “Queremos um acordo, mas, para isso, não podem atropelar o diálogo fazendo votação na quarta-feira”, diz . “Há disposição do governo e do relator em votar a matéria. Nossa ideia é de continuar negociando, caso não haja entendimento na segunda-feira. Se ainda assim eles quiserem votar, vão romper com a mesa quadripartite, que tem surtido bons efeitos.”

Os sindicalistas querem ao menos que o projeto garanta aos trabalhadores terceirizados os mesmos direitos que os funcionários da empresa contratante. “Com a salvaguarda de a prestadora de serviço ser uma empresa especializada, de haver representação sindical e alcance dos direitos trabalhistas a todos, vamos acertar a proposta. Mas os empresários ainda não concordam, nem o relator.”

Segundo estudo da CUT e do Dieese, feito em 2011, o trabalhador terceirizado permanece 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de três horas a mais e ganha 27% a menos que o contratado de forma direta. Além disso, a cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados.

*Ajusticeiradeesquerda