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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 07, 2013

Charge foto e frase do dia

























































Pronunciamento 7 de Setembro



Nesta tarde de quinta-feira (05/09), o STF finaliza a fase de embargos declaratórios para rever possíveis erros na Penal AP 470, com a possibilidade real de diminuição de penas do réus do mensalão. Não se sabe ainda se isso livrará José Dirceu da cadeia.
Jovem idealista em pleno período da ditadura militar, Dirceu, foi estudante de direito da PUC, onde foi vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), foi do Partido Comunista Brasileiro. Foi exilado em 1969, depois de ser trocado pelo embaixador americano, Charles Burke Elbrick, que fora sequestrado pelo MR-8 e ALN.
José Dirceu na juventude

Depois de várias vindas ao Brasil, na clandestinidade, com nomes falsos e após fazer uma cirurgia plástica para mudar rosto, José Dirceu, voltou ao Brasil e ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT). Na vida pública foi deputado estadual e federal por São Paulo, quando ajudou na instalação da CPI pelo Impeachment de Collor em 1992. 
Ai começa seu primeiro erro político, quando entrou em embate com Roberto Jefferson, quando da CPI do orçamento, onde Jefferson fora citado como um dos 14 parlamentares que recebeu propina. Anos depois, Jefferson seria o delator do Mensalão, dizem que por causa de um cargo público que o petista teria negado a ele.
Com o tempo Lula ganhou as eleições presidenciais e as lutas de anos por melhores condições dos trabalhadores enfim chegou ao poder. O preconceito foi superado por uma mudança de postura de Lula, mas um sacrificio pelo Brasil melhor foi necessário.
Se houve realmente mensalão só o tempo dirá, hoje sabemos que não a provas e o julgamento no momento é tido como de exceção e pelo domínio do fato, onde o réu tem de provar sua inocência. O certo é que como Jesus segundo os cristãos foi sacrificado para dar a vida em "salvação da humanidade", José Dirceu, foi o sacrifício do governo do PT para que muitos hoje tenham acesso a alimentação por meio do Bolsa Família, tenham acesso ao ensino superior com o Prouni e as cotas para jovens negros e pobres.
Não podemos esquecer da ascensão de mais de 32 milhões de pessoas da linha da pobreza até a classe C. Mais a vida é dura para alguns. Nem todos conseguiram ver a liberdade, mas muitos morreram por ela. Posso dizer aqui no meu blog com tranquilidade, que me orgulhe de ter votado sempre no PT a minha vida toda e de saber que apesar de erros, o Brasil está no caminho certo.
A verdade é que a elite nunca aceitou de que quem mudou o país veio lá do meio do povo. E os intelectuais e artista que decidiram apoiar a esquerda foram massacrados pela mídia nojenta do Brasil.

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* Blog Justiceira de Esquerda

PAULO BERNARDO NO MINISTÉRIO: ESPIONAGEM DOS EUA, FIM DA REATIVAÇÃO DA TELEBRÁS E SERVIÇO RUIM DE INTERNET

Com vista grossa do governo, empresas boicotam Plano Nacional de Banda Larga

Rede Brasil Atual/por Rodrigo Gomes
Paulo Bernardo
Paulo Bernardo
São Paulo – As quatro empresas de telefonia habilitadas a oferecer o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), proposta de popularização da internet pelo custo de R$ 35 mensais, estão boicotando o acesso da população ao serviço.
O site do Ministério das Comunicações informa que o programa já “beneficia” 3.214 municípios, em 25 estados e no Distrito Federal. Na prática, porém, as empresas privadas  – que deveriam atuar em parceria o com governo – sonegam informações sobre o PNBL e criam todo tipo de dificuldade quando o cidadão insiste em obter o plano.
A reportagem da RBA tentou, sem sucesso, adquirir o serviço com as operadoras Telefônica/Vivo, CTBC/Telecom, Oi e Sercomtel, tanto pela internet como no atendimento telefônico das empresas.
Os obstáculos variam. Pela internet, as empresas não colocam a opção à disposição do usuário. Por telefone, os atendentes desconversam. Ora oferecem pacotes das próprias operadoras, ora mandam o cidadão procurar uma loja física para se informar, ora derrubam a ligação, e chegam a inventar exigências que não estão previstas no programa – como por exemplo, a de que para ter direito ao PNBL a pessoa  precisaria ser beneficiária do Bolsa Família.
O Programa Nacional de Banda Larga foi lançado em maio de 2010 graças à mobilização de um grupo dentro do Ministério do Planejamento. Na época, a ideia era reestruturar e capitalizar a estatal Telebrás, vinculada à pasta de Comunicações, para que esta ficasse responsável por sua execução.
Após desmontar o PNBL e entregar a questão ao setor privado, Bernardo não fiscaliza implementação

No ano seguinte, porém, o novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, decidiu passar a tarefa para as empresas privadas que oligopolizam o mercado. A partir do acordo celebrado por Bernardo com as operadoras, elas deveriam oferecer, em todos os lugares onde atuam, conexão com velocidade de 1 megabite por segundo, ao custo fixo de R$ 35 por mês, sem exigência de assinar outros serviços, como telefone fixo.
Ainda segundo a proposta original, poderiam adquirir o PNBL pessoas ou empresas de qualquer porte. O objetivo seria promover o acesso à internet para 40 milhões de pessoas.
Porém, nenhuma das operadoras divulga o programa na página principal. Nas áreas específicas de vendas de planos para a internet, a oferta do PNBL ou não existe, ou está escondida.

Telefônica/Vivo

Na página da Telefônica/Vivo são colocados à disposição três tipos de assinatura, mas o PNBL não é citado. A reportagem só encontrou o serviço utilizando o sistema de busca do site com a palavra-chave “PNBL”. Ele está cadastrado como “outros planos”. Mas na página não é possível assinar o serviço, nem há um número de telefone indicado para aquisição dele. Somente com uma nova pesquisa foi encontrado o atendimento de televendas da empresa.
Ao ser perguntada sobre o programa, a atendente ofereceu um serviço promocional da empresa em que, adquirindo também uma linha telefônica, a internet custaria R$ 29,90 por mês. Diante da insistência em adquirir o PNBL, a atendente solicitou o Número de Identificação Social, afirmando que o programa é direcionado apenas a beneficiários de políticas de inclusão social do governo federal, como o Bolsa Família.
Porém, segundo o ministério das Comunicações, não há necessidade de estar cadastrado em programas sociais de qualquer esfera de governo, nem limite de renda para solicitar o serviço. A pasta informa ainda que o serviço deve estar acessível em todos os canais de relação das empresas com os clientes.
*Educaçãopolitica

o povo organizado é autogestionado!

Cansei de ver o povo por baixo,
não falo só do povo brasileiro,
falo dos irmãos de todo o mundo.

Pessoas trabalhando muito a vida inteira,
para conseguir viver, para sobreviver.
Tanto trabalho não lhes deu felicidade,
como prometia a TV.
Nem lhes deu riqueza, como prometiam nas escolas. Nem lhes deu paz, como prometido na igreja.
Tanto trabalho lhes deu foi doença, e quando mais precisaram não havia disponível o tratamento necessário na saúde pública.
Lá na saúde privada a coisa era outra, tinha saúde a esbanjar, para quem pudesse pagar.
Mas tamanho benefício não era pra pobre trabalhador e sim para o patrão explorador.
O patrão? Ah sim, o grande patrão, se dizia homem tão bom: dava trabalho pra tanta gente, sem trabalho morriam de fome esses coitados.
O que não calculava esse povo é de onde somava tanta fartura o seu senhor.
Pois eu lhes digo, amigo, a fortuna desse rico vagabundo vem do teu suor diário, da tua labuta ardida que junto a dos teus semelhantes fazem somar mais e mais na montanha de grana do megaempresario, do latifundiário, do banqueiro, do governante e do pastor engravatado.

7 de setembro não é dia de comemorar, é dia de luto. Veste preto dos pés à face, te junta ao grito dos excluídos. Chega de bater palmas para o opressor, é hora de resistir. Os milicos, as elites, os detentores do poder, estes sentirão o amargo sabor de ver esse castelo cair. O povo já cansou de servir de mula, agora é a nossa vez de dizer como as coisas vão ser: sem patrão, sem polícia, sem milico, sem político metido a governante... o povo organizado é autogestionado!

Que o nosso único senhor sejamos nós mesmos. Sem pátria ou nação, o nosso lar é o mundo, onde todos somos irmãos.

~Texto de Henrique Sant'Anna
Cansei de ver o povo por baixo,
não falo só do povo brasileiro,
falo dos irmãos de todo o mundo.

Pessoas trabalhando muito a vida inteira,
para conseguir viver, para sobreviver.
Tanto trabalho não lhes deu felicidade,
como prometia a TV.
Nem lhes deu riqueza, como prometiam nas escolas. Nem lhes deu paz, como prometido na igreja.
Tanto trabalho lhes deu foi doença, e quando mais precisaram não havia disponível o tratamento necessário na saúde pública.
Lá na saúde privada a coisa era outra, tinha saúde a esbanjar, para quem pudesse pagar.
Mas tamanho benefício não era pra pobre trabalhador e sim para o patrão explorador.
O patrão? Ah sim, o grande patrão, se dizia homem tão bom: dava trabalho pra tanta gente, sem trabalho morriam de fome esses coitados.
O que não calculava esse povo é de onde somava tanta fartura o seu senhor.
Pois eu lhes digo, amigo, a fortuna desse rico vagabundo vem do teu suor diário, da tua labuta ardida que junto a dos teus semelhantes fazem somar mais e mais na montanha de grana do megaempresario, do latifundiário, do banqueiro, do governante e do pastor engravatado.

7 de setembro não é dia de comemorar, é dia de luto. Veste preto dos pés à face, te junta ao grito dos excluídos. Chega de bater palmas para o opressor, é hora de resistir. Os milicos, as elites, os detentores do poder, estes sentirão o amargo sabor de ver esse castelo cair. O povo já cansou de servir de mula, agora é a nossa vez de dizer como as coisas vão ser: sem patrão, sem polícia, sem milico, sem político metido a governante... o povo organizado é autogestionado!

Que o nosso único senhor sejamos nós mesmos. Sem pátria ou nação, o nosso lar é o mundo, onde todos somos irmãos.

~Texto de Henrique Sant'Anna

Monopólio privado das comunicações limita democracia no Brasil

Monopólio privado das comunicações limita democracia no Brasil

fndcAinda em dezembro de 2009, realizou-se, em Brasília, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Até chegar nela, foram anos de luta e espera por parte dos movimentos sociais organizados em torno deste tema, além, é claro, das cerca de 200 conferências municipais e estaduais que a precederam. Em suas resoluções finais a Confecom aprovou mais de 600 propostas, quase todas defendidas pelos delegados do setor da sociedade civil presentes ao evento, que contava também com delegações do poder público e do empresariado. A partir daí, aquelas propostas deixaram de ser anseios para se tornarem políticas públicas, ou seja, deveriam ser abraçadas pelos governos e órgãos, em seus diversos níveis, para, enfim, serem implementadas.
Mas isto não aconteceu. O Governo Federal não encaminhou nenhuma proposta relevante, optando, mais uma vez, por não enfrentar os nefastos interesses dos proprietários dos grandes meios de comunicação do Brasil. Tais interesses, inclusive, já estão fartamente representados no Parlamento brasileiro (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas) e no próprio Poder Executivo (Ministérios, Governos Estaduais, Prefeituras), uma vez que muitos são os capitalistas que ocupam cargos públicos (eletivos ou não). Estes, além de outros tipos de empresas, têm uma preferência especial por veículos de comunicação, tais como jornais, revistas, rádios, TVs, agências de publicidade, portais de internet, produtoras de filmes, músicas e espetáculos, e até operadoras de telefonia. Em resumo, a propriedade dos meios fundamentais das telecomunicações no Brasil pertence a um reduzido grupo de famílias milionárias, algumas, inclusive, associadas ao capital estrangeiro.
O próprio Governo Federal, porém, sofre constantemente ataques diretos e rasteiros dos setores mais reacionários da grande mídia burguesa, sedentos por restabelecer o poder nas mãos de seus filhos legítimos, dos partidos políticos mais tradicionais e direitistas. É, portanto, grave erro a postura assumida pelos Governos Lula e Dilma de não enfrentar abertamente esta questão.
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Os movimentos e entidades que sempre bancaram este debate se reúnem historicamente em torno do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que atingiu seu ápice de intervenção durante o processo de construção e realização da Confecom, conseguindo superar o boicote deliberado de grandes empresas como as TVs Globo e Record e os jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.
No entanto, pouco depois de obter uma marcante vitória na Conferência, o FNDC não conseguiu manter uma crescente mobilização para pressionar o Estado a implementar as resoluções aprovadas. Em dezembro de 2011, numa plenária deliberativa, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) perde seu posto na Coordenação Geral do Fórum, após 20 anos, assumindo em seu lugar a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A pauta da democratização da comunicação tem se apresentado, desde então, de uma forma mais ampla, especialmente no meio sindical, por ser a CUT a maior central de trabalhadores do Brasil, porém com alguns equívocos de formulação e de ação. O maior exemplo disso é a campanha pela coleta de um milhão e trezentas mil assinaturas para um de Projeto Lei de Iniciativa Popular da Comunicação Eletrônica. (Ver: www.paraexpressaraliberdade.org.br)
Esta campanha está sendo puxada em diversas cidades brasileiras e seu conteúdo está, na essência, correto. Deve, portanto, ser apoiada e difundida. No entanto, ela precisa ser encarada como mais uma ação para alcançarmos o Marco Regulatório para todo o setor das comunicações e, por isso, deve exigir também que o Governo Federal pare de se omitir e cumpra seu papel.
Neste sentido, os principais equívocos da campanha são:
1. Apenas considerar as resoluções da Confecom como “base inspiradora” de um novo projeto, ao invés de reforçar suas decisões como fruto de um grande processo de mobilização popular que se processou no País durante meses, e que resultou em propostas concretas e de conteúdo pró-democratização.
2. Perder o foco de pressão sobre o Governo Federal como principal agente de Estado para encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de Marco Regulatório. Este vem a ser um conjunto de leis complementares e modificantes das já existentes no sentido de regulamentar, de fato, as comunicações no Brasil, acabando com o cenário hoje existente, que é de total poder para as empresas e nenhum para a sociedade, baseado num conceito deturpado de liberdade de imprensa.
3. Não tratar explicitamente de como coibir e punir os abusos constantemente cometidos pelos grandes meios de comunicação aos direitos humanos, às organizações populares, em especial em relação à criminalização da luta social.
4. Tratar apenas da regulamentação para TVs e rádios, esquecendo que atualmente é impossível se pensar as comunicações fora da lógica da convergência de mídias (todos os tipos de mídias estão absolutamente interligados, especialmente pelo advento da internet).
Democratização já!
Para avançar nesta luta, é preciso que o FNDC aglutine cada vez mais setores populares, retome como ação central a defesa das resoluções da Confecom e sua trajetória de independência em relação aos interesses privados e aos governos. Aliás, o segundo equívoco apontado aqui não se dá por acaso. Uma vez tendo à frente de sua Coordenação Geral a CUT, atrelada à orientação política do PT e, portanto, pouco crítica das políticas do Governo Federal, o FNDC desvia o foco das cobranças de cima do Governo Dilma para mirar no Congresso Nacional. Busca, assim, tirar da Presidência da República toda a responsabilidade que tem, do ponto de vista de suas atribuições constitucionais, de encaminhar propostas de alterações na própria Constituição Federal ao Congresso e principalmente de executar tudo aquilo que está no âmbito das responsabilidades do Ministério das Comunicações, o que, dentro das mais de 600 propostas da Confecom, já seria muita coisa.
O movimento pela democratização da comunicação precisa identificar e combater claramente os interesses e agentes (públicos e privados) que deliberadamente impedem o avanço desta causa. O Governo Federal e os grandes conglomerados de comunicação do País não podem “sair ilesos” deste processo de cobrança, crítica, fiscalização e punição.
Entendemos que só uma luta muito maior do que estas reformas na legislação podem, de fato, resolver o problema central: só com o fim da propriedade privada sobre os meios de comunicação teremos liberdade de expressão e uma comunicação voltada para o bem da sociedade, e só com um amplo processo revolucionário alcançaremos o fim da propriedade capitalista sobre este e todos os demais setores fundamentais da vida e da economia brasileira.
A grande mídia no Brasil é uma das mais concentradas do mundo, estando reduzida hoje nas mãos de menos de dez famílias/grupos, que controlam cerca de 70% de tudo que é produzido. Portanto, seria ilusão de classe tratar a coisa de outra forma, que não a de destruir este monopólio.
Para isso, temos que mirar o futuro encarando os desafios do presente, e é indispensável conquistarmos vitórias parciais, avançar aqui e ali para fortalecer uma consciência coletiva sobre o que acabamos de afirmar. É preciso aproveitar o novo momento de mobilizações populares no Brasil para ganhar o conjunto do povo brasileiro para esta bandeira de luta.
Por isso, defendemos, como questões imediatas, os seguintes pontos:
  1. Um novo Marco Regulatório para todo o setor da comunicação, sob o princípio do controle público, entendido como o conjunto de mecanismos e espaços deliberativos para impedir o predomínio de interesses privados, capitalistas, sobre os reais interesses e a soberania do povo brasileiro.
  2. Que o Governo Federal e o Congresso Nacional encaminhem as propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação.
  3. Universalização da banda larga de internet como ponto estratégico para a difusão do conhecimento e democratização do acesso à informação.
  4. Pressão sobre o Congresso Nacional para que aprove o projeto da nova Lei de Imprensa, que está pronto para votação há mais de dez anos, e que garante, entre outras coisas, o direito de resposta aos cidadãos e organizações atingidos por veículos de comunicação, o que hoje não está mais regulamentado.
  5. Criação do Conselho Nacional de Comunicação, como órgão deliberativo e autônomo, composto majoritariamente por representantes da sociedade civil.
  6. Fim imediato da perseguição e criminalização das rádios comunitárias por parte da Anatel e da Polícia Federal; absolvição de todos os comunicadores populares indiciados injustamente.
  7. Profunda auditoria nas contas dos grandes conglomerados de comunicação no Brasil; investigação e punição sobre as colaborações destes à Ditadura Militar; revisão de suas outorgas (autorizações de funcionamento); repartição de seus bens entre entidades de classe, movimentos populares e instituições públicas educacionais e culturais para, de fato, iniciar a democratização dos meios de comunicação.
 Rafael Freire, presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba
*Averdade