Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, março 07, 2014
“Forças Armadas devem um pedido de perdão à sociedade brasileira”
Rosa Cardoso, integrante da Comissão da Verdade, fala sobre os trabalhos da comissão que entrega relatório final em dezembro
Por Dario Pignotti,
Da Carta Maior
Dizem
que Rosa Cardoso está entre as pessoas a quem Dilma Rousseff escuta
com mais atenção quando necessita de uma opinião sobre Direitos
Humanos. A presidenta sabe da lealdade de sua advogada defensora durante
a ditadura a quem designou como integrante da Comissão da Verdade que
em dezembro apresentará seu informe final. A doutora Cardoso não
desperdiça o tempo: trabalha a pleno vapor para concluir o relatório
sobre os crimes da ditadura, que chama de “fábrica” de mentiras,
instalada há 50 anos com a derrubada do presidente João Goulart.
Apesar
de sua agenda saturada de compromissos, Rosa conversou durante uma hora
com a Carta Maior, período no qual não evitou nenhum tema, abordando
todos de um modo direto, como quando, por exemplo, se referiu à atitude
omissa dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica frente
aos delitos perpetrados por seus colegas de armas nos anos de chumbo.
“Primeiro
quero dizer que até hoje as Forças Armadas devem um pedido de perdão à
sociedade brasileira, com o que estariam assumindo uma posição
civilizada e democrática, que é, afinal de contas, o que se espera dos
militares no século 21. Lamentavelmente, até agora, não recebemos nenhum
sinal, nenhuma mensagem, que nos indique que haja algum desejo, por
parte dos militares, de pedir desculpas. Assim como a Rede Globo,
respondendo a motivos diversos e oportunistas, inclusive a razões de
mercado, fez uma autocrítica (sobre sua cumplicidade com os militares), é
preciso que as Forças Armadas façam uma autocrítica política sobre seu
comportamento”.
Ela prossegue:
“Até
hoje os militares escondem o que ocorreu, nas escolas militares segue
se estudando uma versão fantasiosa do que aconteceu. Chama a atenção a
capacidade que têm de fabricar histórias e de mantê-las ao longo do
tempo. Devem deixar de dizer coisas inverossímeis. Eles continuam com a
farsa do suicídio de Vladimir Herzog e a versão absurda de que Rubens
Paiva morreu em um enfrentamento. A Constituição de 46 fez com que as
Forças Armadas assumissem um papel como poder moderador, uma visão que
ainda perdura na corporação. Volta e meia algum general enuncia essa
ideia. O general Leônidas Pires ainda repete que as Forças Armadas não
deveriam estar submetidas ao poder civil”.
Anistia, Barbosa e STF
Há
cerca de um ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, disse a correspondentes estrangeiros que era a favor que, em
algum momento, fossem revisados os alcances da Lei da Anistia, um
assunto sobre o qual houve posições divergentes dentro da própria
Comissão da Verdade. Rosa Cardoso avalia:
“A
mudança de posição do STF sobre a auto-anistia vai depender muito da
mobilização da sociedade. Se a mobilização for importante, isso pode
contribuir para que haja uma mudança de posição dos ministros. Há
ministros sensíveis à opinião pública. Em minha opinião, essa
mobilização poderá ocorrer a partir da apresentação do informe da
Comissão que ocorrerá em dezembro. Não sei se o STF vai dar esse passo
sobre a auto-anistia em 2014, ano do cinquentenário do golpe. Talvez dê,
talvez não dê. Mas não considero adequado que, neste momento, os
integrantes da Comissão da Verdade iniciem uma luta contra a
auto-anistia no STF. Mas creio que, necessariamente, dentro das
considerações finais de nosso relatório, deve se recomendar o
cumprimento de uma sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos,
a qual somos obrigados a cumprir, que questiona essa auto-anistia”.
A advogada prossegue:
“A
Corte Interamericana se pronunciou sobre o Araguaia, dizendo que o
Brasil tem que punir os crimes de lesa humanidade que são
imprescritíveis, como a tortura, a desaparição e o ocultamento de
cadáver. Os trabalhos da Comissão terminam em dezembro. Ia ser até maio.
Nosso desafio é enfrentar todas as tarefas e realiza-las,
principalmente escutar as vítimas, dar-lhes voz, escutar todas as
pessoas interessadas, ver todo o material nos arquivos estaduais e no
Arquivo Nacional. É preciso trabalhar na elaboração das recomendações
enlaçando o passado e o presente, a revisão dos currículos das escolas
públicas, das escolas militares, das escolas de polícia. Temos que fazer
audiências exemplares porque não podemos cumprir todos os casos dos
torturadores. Temos que aprofundar a investigação sobre a Casa da Morte
de Petrópolis, que era um centro de extermínio. Talvez tenha sido o mais
importante centro de extermínio. Temos que fazer uma audiência na Casa
da Morte, uma audiência no Araguaia, uma audiência sobre o Riocentro,
que é o exemplo mais claro das farsas montadas”.
Washington, 1964: converter o Brasil e um Vietnã
Rosa Cardoso falou também sobre o golpe de 1964:
“O
golpe foi realizado pela elite militar, não por todos os militares, mas
muitos dos que participaram da deposição do presidente Goulart em 64
haviam participado em outras conspirações que serviram como ensaio. Por
exemplo, a que se fez contra Getúlio Vargas. É preciso lembrar que
Getúlio se suicidou para evitar um golpe. Mais tarde, os militares
quiseram impedir que Juscelino assumisse o governo. Houve outra
tentativa de golpe quando se quis impedir que Goulart assumisse em
1961”.
“Na
Comissão da Verdade, estamos revisitando o golpe. É importante a
reconstrução desde uma ótica própria, revisar essa ditadura tão longa
que deixou tantas marcas profundas. A recente liberação de documentos e a
possibilidade de reconstruir a história oral ouvindo as vítimas
permitem que abordemos outros ângulos. Cada vez fica mais evidente a
participação no golpe a partir da penetração norte-americana desde o
final da Segunda Guerra, compreender a visão estratégica que os Estados
Unidos tinham acerca do Brasil e o que queriam do Brasil. Desde os anos
50, os Estados Unidos exigiam posições e pressionavam os governos
brasileiros para que se alinhassem a Washington. Os EUA chegaram a
planejar uma guerra civil, como a das duas Coreias, ou a do Vietnã,
contando com o apoio de alguns membros das forças de segurança.
Interessava a eles dividir o país. Isso quebraria a hegemonia do Brasil
na América Latina. Chegaram a escolher Minas Gerais como estado
independente do resto”.
Obama e Kissinger
Rosa
Cardoso nos recebeu em um escritório simples, sem adornos ou móveis
suntuosos, pertencente à Presidência da República. Ela desmente a ideia,
propalada na imprensa tradicional, de que a ditadura é uma peça do
passado e, como exemplo de sua atualidade, conta que o governo de Barack
Obama não prestou apoio à Comissão da Verdade, seguramente pressionado
por grupos de interesse e ex-líderes como Henry Kissinger, de larga e
suspeita amizade com o chanceler Azeredo da Silveira (1974-1979) e,
sobretudo, fiador do Plano Condor.
“Nós
pedimos formalmente documentos aos Estados Unidos, por meio do
Itamaraty, no início de nossa atividade como Comissão da Verdade, e até
hoje não recebemos nenhuma resposta. Pensamos que na visita da
presidenta Dilma (prevista para outubro do ano passado) seria possível
apresentar outra vez o pedido, creio a presidenta estaria de acordo em
respaldar essa solicitação, mas a viagem foi suspensa em protesto contra
a espionagem dos Estados Unidos. Seja como for, creio que em alguns
meses será propício pedir novamente documentos aos EUA e seja possível
se chegar a um entendimento para que o próximo governo possa retomar
esse requerimento também”.
“Você
pergunta por que é tão demorada a liberação de papeis sobre a ditadura
brasileira, que é a caixa preta do período do Condor. Essa talvez seja
uma manobra protelatória para proteger personagens vivos. É uma
suposição, mas é uma suposição racional imaginar que se proteja
personagens como Kissinger. É claro que isso é possível. Nós temos
documentos que não deixam dúvida sobre isso (a cumplicidade de Kissinger
com o Plano Condor). Até agora conhecemos muito poucos documentos sobre
a operação Condor, resta muito por conhecer sobre a participação de
Kissinger nessa rede terrorista. O Plano Condor é o momento mais
revelador do terrorismo de estado, em um plano que revela claramente a
índole da ditadura. Seguramente há documentos secretos muito
importantes. Tive acesso a alguns papeis publicados por uma professora
norte-americana que mostra o quanto Kissinger sabia e estava envolvido”.
*InversodoContraditorio
**
quarta-feira, março 05, 2014
Demóstenes voltará a ser “fiscal da lei”? Gilmar Mendes decide…
O Ministro Gilmar Mendes despachou hoje o pedido de seu amigo Demóstenes Torres para voltar à ativa como Promotor em Goiás.
Ordenou que o Conselho Nacional do Ministério Público informe imediatamente o andamento e a previsão de julgamento do processo disciplinar a que responde o ex-senador por seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes sustenta que não há provas contra ele, senão as conversas “muy amables” com o bicheiro, onde se prontifica a cuidar dos seus interesses legislativos.
Além do mais, diz que já passou o tempo máximo que poderia ser porto na geladeira e que, portanto, seu “ afastamento (das funções) é ilegal”
Demóstenes foi cassado em julho, voltou ao MP goiano até outubro, quando foi afastado falta de “ilibada conduta pública e particular”.
O Conselho Nacional do MP só abriu inquérito contra ele em dezembro e o caso se arrastou por mais de um ano.
Do jeito que as coisas vão, Gilmar Mendes – que não se sentiu impedido de apreciar o caso de um amigo – não terá muitas dificuldades em conceder de novo a Torres o garboso papel de “fiscal da Lei”, sem precisar de muita “sanha reformadora”.
E o Joaquim Barbosa , quieto, não é?
Vou esperar ansioso o jornal de amanhã para ler as reações indignadas de Merval Pereira contra este absurdo, o que acham?
*Tijolaço
Golpe: Os 50 anos da campanha “Ouro para o bem do Brasil" _+_A “Copa do Medo”, o falsificador e o terrorismo dos brucutus atucanados _++++
Geraldo Nunes em seu blog
O ano de 2014 marca o cinquentenário de uma campanha que enganou
famílias inteiras e até hoje ninguém explicou o que aconteceu com os
valores arrecadados. O nome do golpe: “Ouro para o bem do Brasil”. Tudo
aconteceu em 1964 após a crise política alicerçada pela inflação
galopante, que levou as Forças Armadas a promoverem uma quartelada que
levou ao poder o marechal, Humberto de Alencar Castelo Branco.
Evidentemente, o país estava de cofres vazios, sem reservas cambiais que
pudessem conter a alta exorbitante do dólar. Diante do quadro
desolador, os Diários e Emissoras Associados – grupo de mídia comandado
por Assis Chateaubriand, o “Chatô” – lançam uma campanha na qual a
população doaria joias em ouro para gerar lastro e assim produzir
dinheiro que ajudaria o Brasil a sair da crise. Os casais que doassem
suas alianças de casamento, por exemplo, receberiam de volta alianças de
metal e um diploma com os dizeres: “Doei ouro para o bem do Brasil”.
**********************************
Geraldo Alckmin e o falsificador Luiz Surianni.
A “Copa do Medo”, o falsificador e o terrorismo dos brucutus atucanados
.
Vai ter Copa: Desmontada a farsa do texto adulterado da revista France Football
Medo de ir ao aeroporto durante a Copa? No Natal e no Ano Novo é bem pior
.
Joaquim Barbosa, a marionete do golpe, morreu pela boca
.
Joaquim Barbosa planejou friamente a sentença e a pena para fechar José Dirceu na cadeia
.
Em 2013, brasileiros sonegaram R$415 bilhões em impostos
.
FHC quer ser o guru de todos os golpes
.
Mais do que camisa verde-amarela, Lula leva a Fidel apoio do Brasil à Revolução
.
A oposição não tem ódio da “falta de moral” do PT, mas sim do PT
.
Janio de Freitas coloca Joaquim Barbosa onde ele merece: Fora do Direito e da Justiça
Rachel Sheherazade convoca “Marcha da Família”
.
Analista alemã confirma: EUA manipulam “protestos” em todo mundo
.
Ramona Rodriguez: Justiça nega liminar à desertora do Programa Mais Médicos
.
Estudantes nas ruas apoiam a direita na Venezuela
.
Como a Globo manipula a Justiça brasileira por meio do Instituto Innovare
.
Paulo Moreira Leite: A guerra contra Delúbio
.
Carlos Neder: Alckmin fez opção pela lógica da violência
.
OsAntiPira: BNDES teve lucro de R$8,15 bilhões em 2013
.
Governo responde editorial do Financial Times sobre economia brasileira
.
Quem deveria cair: Mantega ou seu colega inglês?
.
OsAntiPira: Brasil é um dos países que mais cresceu no mundo em 2013, superando EUA e Japão
Alckmin e Marcola: A volta dos que não foram ou a fuga dos que não fugiram
.
Luciano Martins Costa: O inexorável peso dos fatos
.
Família Perrella indica: Para animar seu Carnaval, o Baile do Pó Royal
.*ajusticeiradeesquerda
UCRÂNIA - O OCIDENTE ESTA CUTUCANDO O URSO COM VARA CURTA
A arquitetura da balcanização
por Mauro Santayana
O mundo vive horas perigosas. A Rússia enviou tropas para a Península da
Crimeia. O governo provisório que está no poder na Ucrânia convoca reservistas,
enquanto oficiais e soldados se bandeiam para o lado russo, evidenciando a
divisão do país. O G-8 suspende o encontro que estava programado para Sochi, na
Rússia.
A Alemanha e os Estados Unidos querem montar um “grupo de contato” para
promover “negociações”, mas, em gesto de aberta provocação, Washington
envia o secretário de Estado John Kerry a Kiev, para manifestar o apoio dos EUA
aos rebeldes que tomaram o poder na capital ucraniana.
Se houver
combate entre as tropas que estão entrando na Crimeia para
defender a população de origem russa que vive na região e se esses
confrontos degenerarem em prolongada guerra civil, a responsabilidade
por esse novo
massacre será dos Estados Unidos e da União Europeia.
Seria
inadmissível que Putin enviasse um senador para discursar
diretamente aos manifestantes do movimento Occupy Wall Street, em Nova
York, como fez John Mcain (foto abaixo) no centro de Kiev...
ou que os russos promovessem em Porto Rico a prolongada campanha de desinformação e provocação que o “Ocidente” está desenvolvendo há meses na Ucrânia, empurrando a parte da população que não é de etnia russa para um conflito contra a segunda maior potência militar do planeta e a maior da região.
ou que os russos promovessem em Porto Rico a prolongada campanha de desinformação e provocação que o “Ocidente” está desenvolvendo há meses na Ucrânia, empurrando a parte da população que não é de etnia russa para um conflito contra a segunda maior potência militar do planeta e a maior da região.
A Otan sabe muito bem que não poderá intervir militarmente — e atacar
Moscou, que conta com milhares de ogivas atômicas, que podem atingir em minutos
Berlim, Londres e Paris — para defender os manifestantes que ela jogou o tempo
todo contra o governo ucraniano.
Sua intenção é levar o país ao caos, pressionando Yanukovitch a tentar
recuperar o poder com apoio de Putin, para depois acusá-lo — junto com o líder
russo — de déspota e de genocida, e posar de defensora dos direitos humanos, da
liberdade e da “democracia”.
Se conseguir alcançar seu objetivo de desestruturar o país, o “Ocidente”
poderá somar os milhares de mortos, de estupros, de refugiados, e os bilhões de
dólares de prejuízo da destruição da Ucrânia, a uma longa lista de crimes
perpetrados nos últimos 12 anos, no contexto de sua Arquitetura da balcanização.
Inaugurada nos anos 90, essa tática foi testada, primeiro, na eliminação
da Iugoslávia e na sangrenta guerra que se seguiu...
que acabou dividindo o país
de Tito em Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Macedônia, Montenegro,
Sérvia...
e em enclaves menores como o Kosovo.
O mesmo processo de fragmentar, para dividir e dominar...
destroçando o
destino de milhares, milhões de idosos, mulheres e crianças...
IMAGENS QUE POSSUEM A 'MARCA REGISTRADA' DO UNIVERSO HITLERISTA
foi mais
tarde repetido no Iraque e no Afeganistão- jogando etnia contra etnia, cultura
contra cultura — no contexto da “Guerra contra o Terror” — montada a
partir de mentiras como as “armas de destruição em massa” de Saddam Hussein,
que nunca existiram.
O mesmo ocorreu, depois, na Tunísia, Líbia, Egito, Iêmen, Síria, a
partir do macabro engodo da “Primavera Árabe” — também insuflada, de fora,
em nome da “liberdade” - que, como maior resultado, colocou em poucos meses
crianças que antes frequentavam, em condições normais, os bancos escolares,
para comer — sob a pena de perecer de fome — a carne de cães putrefatos,
recolhida nos escombros.
O objetivo da Arquitetura da balcanização no entorno russo é
gerar condições para a derrubada de regimes simpáticos a Moscou na região,promovendo
o caos, a destruição, o ódio entre culturas e famílias que convivem há décadas
pacificamente para obter a sua divisão em pequenos países, que possam ser mais
facilmente cooptados pela Otan, com sua definitiva sujeição ao “Ocidente”.
Sua esperança é a de que, levando Moscou a intervir em antigas repúblicas soviéticas —para proteger seu status geopolítico e suas minorias étnicas — os russos se envolvam em várias guerras de desgaste, que venham a enfraquecer a Federação Russa, ameaçando a união social e territorial do país.
Ao se meter na área de influência de Moscou, insuflando protestos em países que já pertenceram à URSS, a Europa e os EUA estão — como antes já fizeram Hitler e Napoleão - cutucando o Urso com vara curta, e empurrando, insensatamente, o mundo para a beira do abismo.
A Rússia de hoje, com 177 bilhões de dólares de superávit comercial no último ano, e o segundo maior exportador de energia do mundo — o que lhe permitiria congelar virtualmente a Europa se cortasse o fornecimento de gás nos meses de inverno — não é a mesma nação acuada que era no início da guerra de 1990, quando os norte-americanos acreditavam, arrogantes, na fantasia do “Fim da História” e em sua vitória na Guerra Fria.
A Federação Russa tem gasto muito para manter e modernizar sua capacidade de defesa e de dissuasão nuclear nos últimos anos. Putin sabe muito bem o que está em jogo na Ucrânia. E já deu mostras de que, se preciso for, irá enfrentar, pela força, o cerco da Europa e dos Estados Unidos.
Ele já provou que está disposto a levar até o fim a decisão que tomou
de não se deixar confundir, em nenhuma hipótese, com uma espécie de Gorbachev
do Terceiro Milênio.
Free ilustration by: militanciaviva!
Free ilustration by: militanciaviva!
terça-feira, março 04, 2014
COMO COMETER CRIMES SEM IR PARA A CADEIA NEM MANCHAR A REPUTAÇÃO
Rodrigo César Dias"Meu filho, hoje quero lhe ensinar uma coisa importante, que poderá um dia lhe ser muito útil. Você tem se revelado, para minha grata surpresa, um rapaz de índole generosa, altruísta e afetuosa. Não consigo sequer imaginá-lo perpetrando alguma baixeza, mesmo aquelas de aparência insignificante a que o vulgo costuma se entregar sem remorsos. Sobram-lhe escrúpulos para evitar a mentira, o ludibrio e a impostura. Fui testemunha de como outro dia você se esquivou da mentira para salvar a própria pele, quando sua mãe acusou o seu amiguinho José de quebrar o vaso de gesso que ataviava a estante. Você corajosamente disse a verdade, assumindo sozinho a culpa, mesmo conhecendo o ciúme que ela sempre teve desse objeto.
Só que a vida, meu garoto, amiúde nos reserva circunstâncias em que agir corretamente parece estar acima de nossas forças. Mesmo a virtude mais experimentada está sujeita a fraquejar diante da oportunidade de um ganho ilícito, ou do usufruto imoral de um prazer espúrio. Nossos ouvidos nunca estão totalmente vedados aos conselhos desestabilizadores do Diabo, e é certamente mais fácil cair em tentação do que resistir a ela, sacrificando um prazer certo. Os esforços necessários para nos manter incorruptíveis são, muitas vezes, mais excruciantes que a consciência dos males provocados.
Contudo, se não existe invulnerabilidade ao pecado, há pelo menos imunidade ao castigo... Atualmente a forma mais eficaz de conseguir esse benefício é entrar para a vida religiosa. Os políticos, é claro, fazem leis que atendem a seus interesses pessoais e legitimam seus privilégios indecentes. Também eles gozam do privilégio da imunidade, sendo por esse motivo que nunca os vemos na cadeia. Eles podem desviar verbas públicas, comprar votos, superfaturar obras e ainda assim continuar soltos, gozando da boa vida que a gatunagem lhes proporcionou. Mas, apesar dessas regalias, eles quase nunca escapam da condenação moral da opinião pública. Se não conseguimos mandá-los para a cadeia, nos vingamos cobrindo-os de insultos.
Melhor que ser político é ser um 'servo de Deus'. Você pode enganar, roubar, extorquir, violar mulheres e crianças, acobertar criminosos, e tudo isso sem passar um só dia na cadeia e perder a estima pública. Eu poderia lhe dar aqui uma infinidade de exemplos para demonstrar essa verdade, mas vou ficar com apenas um.
Suponhamos que você seja diretor de uma escola qualquer e que, um belo dia, chegue aos seus ouvidos a notícia de que o professor de Matemática molestou uma aluna dentro da sala de aula, durante um recreio. Você, em vez de denunciar o criminoso, decide acobertá-lo transferindo-o para outra unidade da mesma instituição de ensino, onde ele tempos depois faz novas vítimas. Se um dia uma notícia dessas vazar para a imprensa, você pode ter certeza de que sua vida estará definitivamente arruinada. Pais revoltosos e populares indignados, munidos de paus e pedras, irão vandalizar a escola e ameaçar a sua integridade física. Sua casa será pichada, apedrejada e saqueada. Você nunca mais terá tranqüilidade ao andar na rua; aonde quer que você for ressoarão os insultos, as vaias e as ameaças de morte. Muitos chegarão até a agredi-lo com socos e pontapés. E você não escapará das garras da justiça. Responderá a um processo por cumplicidade com a pedofilia e, se for condenado, terá que rezar para não ser morto na cadeia, porque é possível que os presos confundam o agressor sexual com quem o acobertou. Se não acredita, pesquise sobre o caso Escola Base.
O que acontece na Igreja Católica não é muito diferente disso. Padres molestam crianças, são transferidos para outras paróquias, molestam mais crianças, voltam a ser transferidos, fazem novas vítimas, e assim sucessivamente. Mas o que acontece com o líder dessa instituição, o homem que é sabidamente responsável pela aprovação de um documento que obriga todos os seus subordinados a manter silêncio em caso de escândalo sexual? Nada! O santo papa viaja o mundo inteiro e, onde quer que desembarque, é recebido com uma deferência e um entusiasmo que nem Atenas dispensou aos heróis responsáveis pela queda de Tróia. Aparentemente, sua reputação e sua imagem estão imunes aos crimes que ele comete ou acoberta, bem como às bobagens que diz e que faz. Os devotos correm para vê-lo na sacada do prédio onde ele se digna a aparecer por dois minutos. E jogam beijos, e balançam as mãozinhas, e cantam hinos em seu louvor. Ninguém ali acha que está endossando todas as práticas da instituição dirigida por ele, ninguém se sente responsável pelos abusos sexuais cometidos por sacerdotes que ele ajudou a proteger. É simplesmente 'o espetáculo da fé' - o sórdido espetáculo da fé que continuará mesmo após a partida do ilustre visitante. Os devotos correrão para as igrejas com sua bolsinha cheia de dinheiro e, depois de terem financiado moralmente o abuso sexual de crianças, irão agora financiá-lo economicamente."
*http://www.euracional.com.br/index.php/religiao/item/179-como-cometer-crimes-sem-ir-para-a-cadeia-nem-manchar-a-reputacao
Assinar:
Postagens (Atom)