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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 30, 2014

  Senado aprova adicional de periculosidade para motoboys




O plenário do Senado aprovou ontem (28) o projeto de lei que determina o pagamento de adicional de periculosidade para os motoboys. A proposta, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), determina que os brasileiros que usam a moto para trabalhar com o transporte de passageiros e mercadorias, como mototaxista, motoboy e motofrete, recebam dos patrões um adicional de 30% sobre o salário. O texto segue para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

O projeto tramitou por mais de dois anos no Congresso e sofreu algumas mudanças ao longo do período, como a ampliação das atividades de motociclistas que podem estar contempladas, a retirada de categorias específicas e a exclusão do trecho que incluía atividades relacionadas a serviços comunitários de rua entre as beneficiadas.

Os senadores aprovaram o texto lembrando que os motociclistas são os mais atingidos pelos acidentes de trânsito, e representam o maior número entre os mortos e os feridos mais graves. “A profissão de motoboy tornou-se atividade de risco em todas as cidades brasileiras, principalmente nas grandes cidades”, alegou o relator da matéria na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

O autor da matéria, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), agradeceu aos colegas a aprovação do projeto em regime de urgência e disse esperar que os motoboys utilizem o adicional salário para comprar mais equipamentos de segurança, como casacos e capacetes melhores.

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Edição: Luana Lourenço       
*http://www.aasp.org.br/aasp/imprensa/clipping/cli_noticia.asp?idnot=16836                                  

6 mentiras publicadas pela TV Revolta


Portal especializado em desmascarar mentiras espalhadas na internet fez um levantamento preocupante: diversos conteúdos publicados pela TV Revolta e compartilhados por milhões de internautas são comprovadamente falsos

Pragmatismo Político
A TV Revolta, página notabilizada por um disfarce de niilismo político cujo objetivo, no fundo, é propagar ataques orquestrados e seletivos, tem hoje mais de 3,5 milhões de seguidores no Facebook.
A página foi criada em 2010, mas só em 2014 se transformou em um fenômeno de audiência. Na TV Revolta são veiculadas montagens simples, com frases curtas, contra, entre outros, programas sociais, a democratização da mídia e os direitos humanos. Apesar de ser uma das maiores fanpages da rede social no Brasil, suas publicações nem sempre são verdadeiras.
O site e-farsas, portal especializado em desmentir as falácias que se propagam na rede, fez uma seleção de seis boatos que foram publicados pela TV Revolta como se fossem verdade. As revelações despertam preocupação, já que milhões de usuários estão a compartilhar, muitas vezes, um conteúdo comprovadamente falso.
Seriam os internautas apenas vítimas da página, ou co-responsáveis por também disseminarem postagens inverídicas sem antes realizar uma pesquisa prévia?
Confira abaixo as publicações feitas pela TV Revolta (levantamento do e-farsas) que já foram provadas que são falsas:

1. O ministro da China dá dicas para o Brasil! (32 mil compartilhamentos)

De acordo com uma postagem feita na TV Revolta no dia 15 de maio de 2014, o primeiro ministro da China Wen Jiabao teria dado algumas dicas à presidente Dilma quanto à gestão do país, em recente visita ao Brasil!
Acontece que anos antes, em 2012, já havíamos publicado uma pesquisa a respeito onde provamos que essa notícia não passava de mais um boato eletrônico!

2. Travestis pedindo pro Ronaldo esquecer a Copa

A imagem abaixo mostra um trio de travestis segurando uma placa com os dizeres: “Ronaldo, esquece a Copa e volta pro nosso quarto!”
imagem ronaldo tv revolta
A foto real é essa abaixo, que foi tirada pelo fotógrafo Gilvan de Souza em outubro de 2010 (veja aqui), antes do jogo do Corinthians contra o Flamengo, no estádio do Engenhão (no Rio de Janeiro). Segundo o Lancenet, a brincadeira foi criada por um grupo de torcedores do Flamengo para tentar provocar o jogador, que na época jogava pelo Corinthians.
travestis ronaldo engenhão corinthians

3. Desvalorização do Real ao longo dos anos (24 mil compartilhamentos)

Essa apareceu na TV Revolta no dia 07 de maio de 2014. Uma colagem de imagens mostrando um carrinho com compras que aparece cada vez mais vazio a cada período desde 1997 até 2014. Com esse “dados”, o autor dá a entender que o poder aquisitivo do trabalhador foi diminuindo de 1997 até os dias atuais.
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No entanto, é bom lembrar que esses dados não estão corretos!
Se convertermos o salário mínimo em dólar, teremos o quadro abaixo (que surrupiamos do excelente Blog do Branquinho).
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Note que, ao compararmos com o dólar, o salário mínimo parece ser o maior da história. Lógico que ele ainda está muito abaixo do ideal, mas ainda assim, muito melhor do que nos anos anteriores.
O gráfico abaixo foi elaborado pelo Dieese e mostra os aumentos constantes no salário mínimo desde 2002:
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Além disso, precisamos lembrar que na época do Governo Itamar Franco (em 1994), o salário mínimo dava para comprar apenas uma cesta básica e hoje dá para comprar duas. Ainda não é muito, mas é o dobro.
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A inflação de 1997 a 2013 chegou a 116% (uma média de 7% ao ano), enquanto que no mesmo período houve um aumento no salário mínimo de um pouco mais do que 500%. Uma média de aproximadamente 29,5% ao ano.

4. Bolsa Bandido (9 mil compartilhamentos)

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Em postagens frequentes, a TV Revolta critica o Auxílio Reclusão ou o “bolsa bandido” (como é chamado o benefício na fanpage). De acordo com o que é divulgado por aí, o bandido teria direito a receber um salário enquanto está preso e essa mamata chega a dobrar de valor a cada filho a mais que o preso vir a ter.
Essa notícia não é completamente falsa, como já explicamos nesse artigo em fevereiro de 2011, mas não funciona da maneira como é sugerida pelo TV Revolta. O Auxílio Reclusão foi instituído em 1960 e é um valor único mensal que a família do preso recebe (independente da quantidade de filhos do presidiário), desde que o recluso tenha contribuído previamente para a previdência.
Além disso, a cada três meses, os dependentes do preso devem se apresentar em uma Agência da Previdência Social para continuarem a receber o benefício.

5. A moda das calças surgiu entre os detentos gays

Essa é uma lenda que circula pela web desde 2008 e diz que a moda das calças caídas tem origem entre os homossexuais presos nas penitenciarias dos Estados Unidos. O texto afirma que andar com calças abaixo da cintura era um código entre os presos, avisando que aquele homem estava disponível para fazer sexo com outros presos.
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Mostramos aqui no E-farsas há poucos dias atrás que as calças caídas surgiram, de fato, nos presídios dos Estados Unidos, mas os presos usam essas peças de roupas dessa maneira porque os cintos foram proibidos dentro das prisões!

6. Tossir durante um ataque do coração (530 MIL COMPARTILHAMENTOS)

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Uma publicação feita na TV Revolta em 14 de março de 2014 fala sobre um procedimento que deve ser feito no caso de você estar tendo um ataque do coração. De acordo com o texto, quando você estiver sentindo que está tendo um ataque do coração, basta tossir vigorosamente para que o sangue fique circulando normalmente pelo corpo.
Esse procedimento não funciona! Desde 2003 os médicos não conseguiram provar a eficácia da tosse no momento de um ataque cardíaco. Essa história surgiu em 2003, depois que um grupo de médicos poloneses afirmaram que a tosse poderia fazer com que o sangue ficasse circulando pelo corpo do doente enquanto não chegar a ajuda. Na época, a BBC foi investigar essa história e concluiu que a manobra é inócua e que a tosse pode servir apenas como um placebo, como uma ajuda para manter o paciente consciente.

Conclusão

Muito cuidado ao compartilhar informações de páginas do Facebook. Algumas delas podem ser falsas e você estará ajudando a espalhar mais desinformação pela web!
Leia mais: Os “segredos” da TV Revolta
*pragmatismopolitico

Este é o PSDB

Deleite - apesar de você Chico Buarque

quinta-feira, maio 29, 2014

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Cronologia dos atos violentos da direita venezuelana como é conhecido o ódio até quando

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DCM: CHAMAR REGULAÇÃO DA MÍDIA DE CENSURA É MÁ FÉ



Colunista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, resgata frase de Eça de Queirós, ao abordar como o tema da regulação da mídia vem sendo tratado pela mídia tradicional, que vê censura na iniciativa; "há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea", diz Nogueira, que vê a medida como essencial para a democratização do País

28 DE MAIO DE 2014 

Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo - O argumento mais imbecil contra a regulamentação da mídia é a que a associa com “censura”.

Na grande definição de Eça, há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea.

Todas as sociedades desenvolvidas regulam sua mídia. Estabelecem regras para diversas questões que são simplesmente ignoradas no vale tudo nacional.

Por exemplo: direito de resposta. Na Dinamarca, se você comete uma injustiça cabal, é obrigado a se retratar rapidamente e em espaço nobre.

Por exemplo: a Veja atribuiu a Gushiken um gasto exorbitante com dinheiro público numa refeição. Isto se provou calúnia, mentira, e não fato.

Gushiken, atacado na honra, jamais teve uma reparação na revista.

É certo isso? É bom isso? É certo e é bom apenas para as empresas de mídia, que recebem licença para matar moralmente seus inimigos.

Fiscal tem que ser fiscalizado. A mídia se coloca como fiscal, sem ter aliás recebido delegação popular para isso, mas se recusa a ser fiscalizada. É um paradoxo, e é um horror para a sociedade.

Nos Estados Unidos, para evitar o monopólio de opinião (e de negócio) e estimular a pluralidade, nenhum grupo pode ser dono de múltiplas mídias, como a Globo.

A Globo usa seus diversos braços, ou garras, de forma selvagem, para asfixiar a concorrência.

Um executivo da Unilever me contou que, nas negociações sobre publicidade, a Globo enfia o G1 goela abaixo do anunciante.

Para a livre concorrência, é um pesadelo. Para o monopólio da Globo – que hoje detém 60% da publicidade do Brasil com apenas 20% da audiência – é um sonho. Para a sociedade, uma tragédia.

Veja na prática: uma única voz que represente o conservadorismo e os interesses da Globo se multiplica por todas as mídias, e isso manieta a opinião pública.

Merval Pereira, digamos. Ele está no Globo, na Globonews, na CBN, no G1 etc etc. Ou Míriam Leitão. Ou Jabor.

Mais uma vez, é bom para a Globo, e para os colunistas que são sua voz. Estes, graças à superexposição, acabam tendo enormes facilidades para ganhar dinheiro em palestras nas quais vão repetir o que a Globo quer que eles digam.

Você vai encontrar feroz resistência à ideia da regulação nas grandes empresas de mídia – e em seus colunistas. Estes extraem vantagens consideráveis do status quo. Seus mensalões são duradouros e protegidos com imenso cuidado por quem abastece seus bolsos.

(continue lendo no Diário do Centro do Mundo)