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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 02, 2014

ESCÂNDALO! - A funcionária da Receita que sumiu com o processo de sonegação da Globo

Queimando arquivos



Esta é a terceira reportagem da série sobre o processo de sonegação fiscal da Globo. É parte de um projeto de crowdfunding do DCM.  As matérias anteriores estãoaqui. De onde veio isso, tem mais. 

Cristina
Cristina

Quando o processo da Globo desapareceu no posto da Receita Federal em Ipanema, no dia 2 de janeiro de 2007, o Leão teve que se mexer.
Uma sindicância interna pegou um bagrinho, a funcionária pública Cristina Maris Ribeiro da Silva, agente administrativa, o cargo mais modesto da carreira na Receita Federal.
Mas, ao identificar Cristina, topou com um esquema de fraude gigantesco. Por trás do bagrinho, estão tubarões do empresariado brasileiro.
Cristina era dona da senha que abre os portões da sonegação e fecha os olhos do Leão. Literalmente.
Retirar o processo da Globo dos escaninhos da Receita foi a ação mais ousada de Cristina. Mas o que a sindicância apurou é que ela tinha uma intensa atividade criminosa, contra os interesses do Fisco.
A sindicância se desdobrou em processos judiciais e Cristina soma, até agora, pelo menos sete condenações, uma delas na ação pelo desaparecimento do processo de sonegação da Globo.
Em praticamente todas as varas federais criminais do Rio de Janeiro, há pelo menos uma condenação com o nome de Cristina, todas ligadas ao Fisco, todas iniciadas depois do desaparecimento do processo da Globo.
Lendo um dos processos, descobre-se, pela informação de uma procuradora da república, que, depois das condenações, Cristina mudou o nome.
Quando flagrada dando sumiço no processo, ela se chamava Cristina Maris Meinick Ribeiro. Hoje, seus documentos trazem o nome Cristina Maris Ribeiro da Silva.
A mudança dificultou a pesquisa que realizei nos arquivos da Justiça Federal, mas, uma vez localizados os processos, o que se descortina é uma história que alguns poderiam entender como assombrosa.
Cristina já foi condenada por emissão de CPFs novos para pessoas com nome sujo na praça. Delito pequeno, comparado ao que fazia no Comprot, o sistema informatizado que registra os dados dos processos físicos em tramitação na Receita.
Ela não tinha poderes para criar novos processos, mas podia modificá-los.
Num processo em que um taxista carioca pedia isenção do IPI para  um carro novo, ela mudou os dados da ação. Tirou o nome do taxista, João Pereira da Silva, e colocou o da empresa Cor e Sabor Distribuidora de Alimentos Ltda.
Também alterou a natureza do processo. Em vez da isenção de IPI, passou a constar crédito tributário para a empresa.
A Cor e Sabor Distribuidora de Alimentos, que é a maior fornecedora de quentinhas para os presídios do Estado do Rio de Janeiro, obteve assim declaração de compensação tributária e, em consequência, a certidão negativa de débito, necessária para celebrar contratos com o poder público.
Depois de cinco anos, a homologação da compensação se torna automática, ainda que o processo físico nunca tenha existido, e as informações colocadas no sistema sejam fictícias.
Em outro processo, uma pequena empresa, a Ótica 21, pediu seu reenquadramento no Simples, mas, com a inserção de dados falsos, se transformou num caso de compensação tributária em favor da Cipa Industrial de Produtos alimentares Ltda., dona da marca Mabel.
O Ministério Público Federal denunciou o presidente da empresa, Sérgio Scodro, como mandante do crime e pediu sua prisão preventiva, depois que os oficiais não conseguiram localizá-lo para entregar uma intimação.
A Justiça negou a prisão e, mais tarde, retirou seu nome do processo, por entender que a ação de Cristina não tinha produzido os efeitos pretendidos.
cristina - globo 2

Não foi o que aconteceu no processo em que a Megadata, que faz parte do grupo Ibope, foi denunciada por crime semelhante.
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Até o presidente da empresa, Homero Frederico Icaza Figner, sócio da Carlos Augusto Montenegro, foi condenado.
Homero tem o prenome e um dos sobrenomes (Icaza) de um antigo consultor de pesquisas da Globo, o panamenho Homero Icaza Sanchez, conhecido como El Brujo, morto em 2011.
Em 2013, o outro Homero Icaza, também envolvido com o negócio das pesquisas, foi condenado, inclusive pelo artigo 171 (estelionato), juntamente com Cristina.
Porém, um habeas corpus trancou o andamento da ação e um despacho do Tribunal Regional Federal determinou a extinção da punibilidade.
O processo tramitou na Segunda Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
No Judiciário, as condenações dos empresários acusados de contratar os serviços de Cristina estão caindo uma a uma, por decisões de tribunais superiores. Já as condenações da ex-funcionária pública se acumulam.
Mas não se pode dizer que o Ministério Público Federal tenha deixado de ser rigoroso com os empresários.
Exceto num caso, o do sumiço do processo de sonegação da Globo.
Os proprietários da emissora nunca foram chamados a depor, e não houve tentativa para apurar o mandante (ou mandantes) do crime.
Lendo o processo, o que se vê é que ela agiu por conta própria, embora a cronologia indique uma ação coordenada para beneficiar a Globo.
No dia 16 de outubro de 2006, o auditor fiscal Alberto Sodré Zile conclui sua investigação e autuou a Globo em mais de 600 milhões de reais, incluindo juros e multa, por sonegar os impostos que deveriam ser pagos na aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
Ao mesmo tempo, ele assina uma representação para que o Ministério Público Federal denuncie os donos da emissora por crimes contra a ordem tributária.
Zile qualifica os responsáveis pelo que ele considera crimes. Dá nome, endereço e número de documento dos irmãos Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho.
No dia 7 de novembro, um advogado da emissora recebe cópia de todo o processo, com a notificação da multa e a representação para fins penais.
No dia 29 de novembro, a emissora apresenta recurso a uma instância superior da Receita.
Num texto de 53 páginas, a defesa da Globo tenta desqualificar o trabalho de Alberto Sodré Zile, mas os três auditores da Delegacia de Julgamento não concordam.
Rejeitam a apelação, no julgamento realizado em dia 21 de dezembro.
No dia 29 de dezembro, o processo volta para o posto da Receita em Ipanema para que, dali, siga para a execução, incluindo o envio para o Ministério Público Federal.
É uma sexta-feira, e Cristina está de férias.
Na terça-feira seguinte, 2 de janeiro, o primeiro dia útil depois da remessa do processo, a agente administrativa vai ao escritório, embora ainda estivesse em período de férias, e sai de lá com dois volumes mais o apenso que compõem o processo.
A Receita abre sindicância para apurar desaparecimento e chega até Cristina.
Com o fim da investigação de caráter administrativo, manda cópia ao Ministério Público, com a comunicação do crime. Os procuradores a republicam a denunciam.
Em janeiro de 2013, Cristina Maris Meinick Ribeiro é condenada.
Mas quem foi o mandante do crime que ela cometeu?
O processo não tem nenhuma indicação de mandante (ou mandantes), embora o maior beneficiário do crime seja amplamente conhecido, a Globo, que paralisou um processo que tinha endereço certo: o Ministério Público Federal.
Em seus depoimentos, Cristina negou que tenha subtraído o processo, apesar dos testemunhos contrários.
Chegou a dizer que nem se lembrava de ter estado no escritório.
Nos processos que Cristina responde por beneficiar sonegadores, o padrão de defesa é o mesmo: seus advogados apresentam receitas médicas, para dizer que ela tomava remédios psiquiátricos e que, se cometeu algum erro, foi “num momento de ausência”.
Os advogados alegam que a ex-funcionária teve síndrome de pânico, mas o laudo médico que juntaram num dos processos é de 2008, posterior à época do crime.
Seus advogados apresentaram extratos bancários para dizer que Cristina não teve vantagem financeira, e informaram que ela vivia “de favor” no apartamento da mãe.
Uma procuradora contestou as informações com o argumento de que o dinheiro poderia estar na conta de outras pessoas. E outras vantagens poderiam estar ocultas.
O apartamento que ela diz ser da mãe é na avenida Atlântica, um dos metros quadrados mais caros do Brasil, e vale, segundo corretores, mais de 4 milhões de reais.
A mãe de Cristina, Vilma Meinick Ribeiro, não é nenhuma milionária.
Em 1971, segundo uma publicação do Diário Oficial da União, era datilógrafa no Ministério da Fazenda.
Por coincidência, um posto equivalente ao que Cristina viria a ocupar na Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda, vinte anos mais tarde e no qual permaneceu por quase trinta anos, até perder o cargo em consequência de uma das sentenças condenatórias.
O apartamento na Avenida Atlântica, no Rio

O apartamento na Avenida Atlântica, no Rio


Eu estive lá e, como era de se esperar, não fui recebido.
Em seu Facebook, Cristina tem uma foto recente, em que aparece num restaurante segurando uma taça. Tem também uma foto de rosto e duas de um cachorrinho.
Apresenta-se como aposentada e não faz nenhuma indicação de que tenha pertencido aos quadros da Receita.
Quem mandou Cristina sumir com o processo de sonegação da Globo?
Algumas pistas podem ser encontradas em outros processos nos quais Cristina aparece e já foi condenada.
O advogado Darwin Reis Martin, que tem escritório de contabilidade e consultoria tributária no centro do Rio, é um nome recorrente nas ações.
Ele aparece em algumas denúncias do Ministério Público Federal como o advogado contratado por empresas que, mais tarde, acabariam se beneficiando da ação fraudulenta de Cristina.
Segundo as denúncias, o papel dele seria fazer mover a mão de Cristina no interior da Receita.
Em um dos casos, Darwin aparece como intermediário entre os empresários Arthur César Menezes Soares e Eliane Pereira Cavalcante, sócios do Grupo Facility.
Em agosto deste ano, Arthur e Eliane foram condenados por fraude no sistema da Receita Federal, juntamente com Cristina.
A condenação de Arthur pela fraude no sistema da Receita ainda não foi publicada no Diário Oficial, mas Arthur se tornou bastante conhecido no Rio de Janeiro depois que o jornal O Globo, em março de 2010, publicou reportagem de uma página em que o chama de Rei Arthur.
Segundo o texto, Rei Arthur, “amigo íntimo do governador Sérgio Cabral”, tinha os maiores contratos com a administração pública estadual, coisa de R$ 1,5 bilhão.
A matéria teve desdobramento, com a notícia de que deputados se movimentavam para criar uma CPI em razão da aparente ilegalidade no aditamento de contratos.
O jornalista Dácio Malta escreveu em seu blog, o “Alguém Me Disse”, que o assunto depois sumiu do noticiário e o jornal publicou uma carta do governo do Estado “maior que a reportagem”, para dizer que as acusações eram infundadas.
O deputado Anthony Garotinho, ex-governador do Rio, inimigo declarado da Globo, escreveu também que Rei Arthur era quem mais se beneficiava das denúncias veiculadas no Fantástico que execravam concorrentes do Grupo Facility, na mesma linha da série atual “Cadê o Dinheiro que Estava Aqui?”.
Essas publicações na internet que vinculam o Rei Arthur à TV Globo são anteriores à descoberta de que, de fato, ambos têm um nome comum na Receita Federal.
Num momento, Cristina Maris insere dados falsos no sistema para ajudar o Grupo Facility. Em outro momento, posterior, faz sumir o processo de sonegação da Globo.
Pode ser tudo coincidência, mas, no que diz respeito à Globo, a investigação parou na funcionária pública. Já o Rei Arthur teve seu nome lançado no rol dos culpados juntamente com o de Cristina.
A segunda instância pode derrubar, como tem feito em outros casos, mas hoje eles estão no mesmo barco, quer dizer, na mesma lista.
A ligação do nome de Cristina Meinick a uma das maiores empresas de comunicação do mundo não teria vindo a público não fosse o advogado Eduardo Goldenberg, carioca da Tijuca.
Ele publicou em sua conta no Twitter a informação de que o processo de sonegação havia desaparecido da Receita.
Goldenberg informou o número do processo e o nome de Cristina, que depois foram parar em blogs e sites da internet.
Não foi a primeira vez que Eduardo constrangeu a Globo.
No ano 2000, durante um festival de música da emissora, ele foi entrevistado ao vivo pela repórter Renata Ceribelli e gritou: “Faz um 12, Brizola!”
Eduardo Goldenberg conta que planejou a cena quando estava em casa, se arrumando para ir ao festival, quando soube que a apresentação de sua amiga Beth Carvalho havia sido vetada pela Globo.
“Ela faria o encerramento do festival, mas tinha começado o horário eleitoral na TV e Beth Carvalho cantava o jingle do ‘Velho’ (é assim que se refere a Brizola).”
A chance de ser entrevistado era uma em alguns milhares, mas, no intervalo da apresentação, Eduardo se viu diante da repórter, que perguntou o que ele achava do festival e estendeu o microfone.
“Faz um 12, Brizola!”.
“A Globo sempre ferrou o Brasil, e não me arrependo do que fiz”, afirma.
Iniciou-se assim uma amizade com Brizola, que quis conhecê-lo. Hoje, quando fala das vezes em que esteve com o ex-governador do Rio, se emociona.
Numa das últimas vezes, numa reunião de amigos, encontrou também Beth Carvalho.
“Foi a única vez que vi o Velho beber e ficar um pouco alterado. Ele até cantou”, recorda.
Brizola, acompanhado por violão, silenciou a todos com os versos “felicidade, foi-se embora e a saudade no meu peito ainda mora…”
Quando fala de como soube do processo da Globo, é um pouco vago. “Eu sabia que existia o processo e, como sou advogado, pesquisei”, afirma.
Eduardo deu outras notícias quentes em seu twitter. Anunciou, em primeira mão, que o senador Aécio Neves havia sido parado numa blitz da lei seca.
Também escreveu que Soninha Francine tinha parentes empregados no governo do Estado de São Paulo.
“Já publiquei coisas a pedido de amigos”, admite. “Se é por uma boa causa, eles sabem que podem contar comigo, e pedem para eu colocar uma notinha”.
Não fosse a sua conta no twitter, Cristina seria apenas uma anônima caminhando pela calçada de Copacabana.

segunda-feira, dezembro 01, 2014

TRATAMENTO QUÍMICO JÁ! - FALCÃO PEITA AÉCIO E DIZ QUE "PT NÃO LEVA DESAFORO PARA CASA"

247 – O presidente do PT, Rui Falcão, anunciou que o partido está se preparando para interpelar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por sua declaração contra o partido em entrevista à Globonews. "Já estamos interpelando o senador mineiro derrotado. Em seguida, processo crime no STF. O PT não leva recado para casa", escreveu, em sua página no Twitter.
A intenção do partido é que Aécio confirme na Justiça a declaração que deu ao jornalista Roberto D´Ávila, de que não teria perdido a eleição para um partido político, mas para uma organização criminosa. Caso Aécio confirme, Rui Falcão anunciou ainda que o partido entrará com processo crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar tucano.
"Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinadas por esse grupo político que aí está", declarou o tucano no programa Roberto D´Ávila (assista aqui).
A declaração foi rebatida por lideranças petistas. "Alguém deve lembrar ao senador Aécio que ele foi derrotado por 54.501.118 milhões de brasileiros; aproveita e passe o endereço de um dos excelentes terapeutas que o Rio de Janeiro tem", disse o ministro Miguel Rosseto, que foi um dos coordenadores da campanha de Dilma, ao jornal O Globo.
"Aécio mostra que não sabe perder. Não é só um problema político, ele está abalado psicologicamente. A derrota em Minas abalou Aécio porque, ao perder no seu estado, perdeu também a corrida dentro do próprio PSDB", disse ontem o secretário de Comunicação do PT, José Américo.

Blogueiro que denunciou estupro envolvendo filho do diretor da RBS é encontrado morto

Mosquito foi o blogueiro mais incisivo nas denúncias sobre o caso de estupro envolvendo o filho do dono da poderosa RBS, afiliada da TV Globo

Blogueiro Mosquito
A quem interessava a morte de Mosquito?
Comentário do Site: A morte de Mosquito, que jamais se calou diante da operação abafa implementada por um grupo poderoso e pelos seus cúmplices, é um alívio para quem não estava nem um pouco acostumado a ter o calcanhar pisoteado. Agora já podem retomar tranquilamente a rotina. Caberá novamente às mídias alternativas fazer um pouco de barulho em meio ao silêncio conveniente; um silêncio que nem sequer esboça sinal de partida.
O blogueiro Amilton Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto em seu apartamento, em Palhoça, Santa Catarina, na tarde de ontem (13). Segundo a polícia, tratou-se de “suicídio por enforcamento”. A rápida conclusão, porém, não convenceu seus amigos e familiares, que exigem rigorosa apuração do caso.
Com suas “tijoladas” na internet, Mosquito fez inúmeros inimigos. Nos últimos tempos, ele alertou que estava sendo ameaçado. Na semana retrasada, ele anunciou o fim da sua página: “O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções”.
Um amigo pessoal de Mosquito, que pediu para ter o seu anonimato por ora preservado, revelou aPragmatismo Político suas importantes impressões sobre a misteriosa morte do blogueiro. As informações seguem caminho completamente contrário às versões oficiais.
“Quem conheceu Mosquito sabe que não se suicidaria”, disse, enumerando as diversas razões que indicam a impossibilidade de suicídio. “Ele era alvo de várias ameaças de morte. Era defensor dasustentabilidade, modo de vida saudável, andava de bicicleta, trocava frutas e verduras do quintal com seus vizinhos. Era defensor da transparência e combatia os poderosos. Era pai de uma adolescente. Filho querido de uma mãe ainda viva por quem tinha muito carinho. Um cidadão com esse perfil não se suicida. A porta da sua casa estava aberta. Sua casa é de esquina, de um lado os fundos, do outro, umterreno baldio. Foi encontrado com lençol enrolado no pescoço, quem se suicida de forma tão cruel, correndo risco de morte lenta e dolorosa? Sendo morador solitário, não seria mais fácil entupir-se de comprimidos?
Mosquito ganhou fama nacional ao denunciar um caso de estupro em Florianópolis, envolvendo o filho de um diretor da poderosa RBS, afiliada da TV Globo. A mídia corporativa abafou o escândalo, só noticiado pela TV Record (vídeo abaixo).
A morte de Mosquito não pode ser abafada. O que se exige é que o caso, bastante estranho, seja apurado com rigor!

Deleite - Marcelo D2 "Você Diz Que O Amor Não Dói" (

Não seria melhor se preocupar menos com o inferno e mais com o planeta, ou em dar igual oportunidade pra todos os seres humanos?

Mãe, me ensine “AMOR” e não precisará me ensinar mais nada

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Por Ana Burke
O que você está me ensinando mãe?
O que quer que eu aprenda? Que o inferno existe?
Não seria melhor se preocupar menos com o inferno e mais com o planeta, ou em dar igual oportunidade pra todos os seres humanos?
Como eu posso “TEMER” e “AMAR” a Deus ao mesmo tempo?
Não basta eu ter que superar os meus medos do dia-a-dia e me preocupar em como vencer as adversidades pra me manter vivo? Por quê eu devo temer a um Ser que você diz que é bom? Não se deve temer o que é bom, mas somente o mal.
Você diz que eu tenho um pai no céu que eu devo adular o tempo todo ou serei condenado. Será que não basta a Deus que eu admire, respeite e cuide das suas obras? Será que não basta a Ele que eu respeite os animais, as florestas e os rios? O que Ele fala sobre isto mãe? Nada? … Jesus matou a figueira!
Por quê eu tenho que me ajoelhar e abaixar a cabeça mãe? Eu não consigo ver a luz do sol
Por quê dar a outra face para a pessoa que me humilha ou me bate?
Me deixa viver mãe, me deixa crescer, ou este Ser me tirou a consciência e o discernimento para que eu não aprenda ou saiba distinguir o certo do errado?
Você me batizou quando eu ainda estava inconsciente. Te disseram que eu era impuro e você acreditou.
Por quê eu tenho que rezar, rezar, rezar, pedir, pedir, pedir e participar de rituais de adoração? Eu não gostaria disto se eu fosse um deus.
Você é MULHER! Olhe para a situação de todas as mulheres religiosas do mundo e verá que elas são seres inferiores para Deus, para Alá, para Buda ou qualquer outro Ser divino ou iluminado. Observe! Você é também inferior para qualquer homem seguidor ou representante de um deus ou divindade qualquer como um Pastor, Rabino, Guru, ou monge.
Não acredite mãe, por favor, não acredite que você é inferior, que você não pode, que você é incapaz e que têm sempre que obedecer e ser subjugada. Não mãe. Eu não nasci de um ser inferior e sem personalidade. Eu preciso que você me eduque e me ensine a ser forte, eu preciso ser capaz de me levantar sozinho quando cair e não quero necessitar demuletas. Um verdadeiro pai ou uma verdadeira mãe faz filhos independentes, e eu quero voar, escalar montanhas, atravessar pontes, mergulhar no mar…Me ame e me livre da sua religião.
O teu templo é de pedra, infestado de demônios, de gente subjugada, morta mentalmente, ou gritando e falando coisas desconexas. Você acha isto normal?
Você não percebe que a religião te faz, e nos faz, mais pobres?
Você não percebe que Buda, os deuses Indus, Maomé e Jesus nunca pregaram amor? Não consegue compreender que a espiritualidade é particular de cada um e não pode ser ensinada por nenhum ser humano?
Por favor, também não me fale de reencarnação ou de seitas que ensinam que este mundo é uma escola para infelizes e perdedores. São religiões compostas por pessoas apáticas para a realidade do mundo e aceitam injustiças, ou diferenças sociais como se estas fossem um Karma ou algo necessário para a evolução espiritual. Eu não quero encarar com naturalidade ou impassividade a miséria, doenças ou sofrimentos da maioria. Observe os budistas, hinduístas, jainistas ou espíritas e perceba a indiferença destes em relação ao mundo que os redeia. Todos são merecedores, ou da sua grande Fortuna, ou da sua grande Miséria ou doença e consideram as pessoas materialmente mais afortunadas ou mais saudáveis como sendo mais evoluídas.
Ressurreição? Reencarnação? Sou um ser humano bom, e só quero viver
*A.Burke

Aécio Neves e sua identidade com a CIA

Tucano comete ato falho ao comentar ida de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda 

A declaração do candidato derrotado à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, de que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda é como "um grande quadro da CIA ser convidado para assumir o comando da KGB" - numa referência aos serviços secretos dos Estados Unidos e da ex-União Soviética - mostra que o grupo que Aécio representa defende realmente os interesses dos Estados Unidos.
O ato falho do tucano, que associa Joaquim Levy - a quem elogiou afirmando que o economista é seu amigo há muitos anos - ao serviço secreto americano, é como uma homenagem à própria central de inteligência, feito por um político que foi candidato à Presidência do Brasil.
Aécio Neves
Aécio Neves
Homenagem à mesma central de inteligência que atuou no Iraque, que derrubou Jango, Getúlio Vargas e seu próprio avô, Tancredo Neves. CIA que também atuou no país durante a ditadura e as práticas de tortura.
Aécio quis dizer que Joaquim Levy é bom como a caguetagem, a delação, o dedo-duro? O tom de ironia do tucano mostra que a oposição não quer pessoas qualificadas no governo. Na verdade, joga contra os interesses do país.
Aécio tem toda a razão: Joaquim Levy é muito bom. As manifestações contrárias dentro do PT tem um cunho ideológico.
Uma observação: Joaquim Levy foi nomeado secretário do Tesouro Nacional pelo presidente Lula, em 2003.
*JB

Quer o emprego dos sonhos? O mercado da maconha tem vagas



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Em ascensão nos EUA, setores seduzem com salários estáveis. Oportunidades estão nos diversos elos da cadeia de negócios da erva: há agricultores, cortadores, gerentes e budtenders. Contadores, advogados e executivos de marketing também são seduzidos pela vanguarda de um movimento que deve atingir o país inteiro. As informações são do O Globo.
Bruce Nassau fez fortuna no mercado de televisão a cabo do Colorado. Agora, ele vê oportunidades na legalização da maconha. Nassau e seus sócios têm quatro lojas, com cerca de 75 funcionários, que servem a erva com finalidade medicinal e recreacional, e está abrindo a quinta unidade nesta semana. Ele espera ter cerca de 90 empregados até janeiro. Aos 61 anos, Nassau também está se associando a empreendedores na esperança de entrar no mercado de marijuana medicinal no Illinois e em Nevada.
No último dia 4, terça-feira, os eleitores do Alasca, Oregon e do Distritro de Columbia aprovaram a legalização do uso recreacional da maconha, seguindo o caminho trilhado pelo Colorado e Washington em 2012. Nesses dois estados, as vendas começaram no início deste ano. O produto é permitido em 23 estados americanos e está fomentando negócios legítimos e postos de trabalho.
Em Chicago, no Illinois, um dos 23 estados que permitem a comercialização de maconha, uma palestra sobre a indústria de maconha medicinal, realizada durante uma feira de empregos, atraiu aproximadamente 200 pessoas. O evento foi organizado por Todd Mitchem, de 43 anos, praticamente um veterano do setor no Colorado, onde a o uso medicinal da erva foi legalizado no ano 2000. Duas outras feiras de empregos em Denver, neste ano, concentraram 3.000 interessados em 650 vagas, diz Mitchem.
DADOS ENGATINHAM
As oportunidades estão nos diversos elos da cadeia de negócios da maconha: há agricultores, cortadores, gerentes e “budtenders”, uma corruptela de bartender e buddy (amigo, em inglês). Contadores, advogados e executivos de marketing também são seduzidos pela vanguarda de um movimento que deve atingir o país inteiro.
— É um setor completamente novo. É inacreditável — diz Nassau. — E há muitos, muitos empregos.
O potencial de criação de postos de trabalho ainda é tema de debate, mas os dados começam a ser coletados no Colorado. Negócios envolvendo o cultivo, a produção e a venda de maconha para finalidades medicinais e para uso recreativo empregaram 3.523 pessoas no Colorado nos três primeiros meses deste ano, incremento de 14,2% desde o fim de 2013, conforme dados compilados pelo Departamento de Trabalho e Emprego do Colorado. Conforme o fisco local, os primeiros nove meses após a legalização da erva no estado, mais de 12 mil residentes conseguiram licença para se empregar diretamente no segmento.
— Nós estamos nos primeiros nove meses de um processo de dez anos — afirma Nicholas Colas, chefe de estratégia de mercado da corretora ConvergEx Group, em Nova York, para comparar: — Nem começamos a jogar, ainda estamos no estacionamento.
Entre junho e outubro, a ConvergEx pesquisou dez lojas, a maioria em Dever e Boulder, e descobriu que os negócios seguem firmes, com algo entre cem e 300 clientes por dia que gastam entre US$ 50 e US$ 100 Por transação. A demanda mensal consistente está criando “empregos bons e estáveis”, assegura Cola.
Graduado na Universidade Estadual do Arizona, Chad Drew, de 38 anos, trabalhou por quatro anos no setor de maconha medicinal no Colorado. Mas, em 2012, deixou o emprego para trabalhar na área de venda de publicidade numa rádio, função que mais relacionada à sua formação. Porém, um ano depois, ele percebeu que seu novo emprego não era tudo que esperava. Obteve licença para trabalhar com a erva e, em janeiro, foi contratado como budtender pela Evergreen Apothecary, vendendo maconha e explicando seu uso a consumidores, ao custo de US$ 10 por uma hora. Agora, ele é assistente da gerência e ganha cerca de US$ 14 por hora. Diz que está grato por ter salário estável em vez de ser comissionado. Amigos perguntam como entrar neste mercado, e a resposta depende muito da expansão das lojas.
JOVENS PROFISSIONAIS
Os números, contudo, não satisfazem o economista Jeffrey Miron, da Universidade de Harvard, que advoga pela legalização há mais de uma década. Miron, que também é diretor de estudos econômicos do Instituto Cato, em Washington, publicou recentemente um artigo sobre os efeitos da política para a maconha no Colorado.
No que é a primeira parte de um estudo de longo prazo, ele analisou o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) e renda per capita no estado e disse que não há evidências impíricas de que a maconha medicinal estimou a economia ou criou postos de trabalho. A força de trabalho do setor é formada por pessoas oriundas de outros empregos ou do mercado ilegal, diz Miron, frisando que não há casos verossímeis de mudanças no mercado de trabalho da região.
John Hudak, pesquisador do Instituto Brookings, destaca que o setor está oferecendo oportunidades especialmente para os jovens.
— Isso pode ser um dado realmente positivo num estado que está tentando encontrar postos de trabalho para os jovens, e para uma indústria que não exige nível universitário para se obter um emprego.
John Heffelman, de 29 anos, se mudou para o Colorado em março a fim de “começar uma nova vida” no setor de maconha. Ele já havia trabalhado, por cinco anos, em cozinhas de restaurantes em Nova York, ganhando US$ 13 por hora. Em Denver, passou a picar a erva por US$ 10 a hora no Medicine Man, uma loja de propriedade familiar que foi escolhido como assunto de um reality show na TV. Em seis meses, ele foi promovido a assistente de liderança em seu setor e passou a ganhar US$ 14 por hora num ambiente que descreve como “zero estresse”.
Para Nany Kole, de 22 anos, um emprego como “budtender” em Boulder permite pagar as contas. Ela lutou para encontrou uma vaga em escritórios de arquitetura depois de obter seu diploma na Universidade do Colorado, em maio, mas encontrou apenas firmas que desejam profissionais mais experientes. O trabalho resolveu as coisas por hora, mas a jovem não abriu mão da carreira como arquiteta, no longo prazo.
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SALÁRIOS
Os salários no setor costumam ser de US$ 10 por hora, acima do salário mínimo no estado (US$ 8), e sobe na medida em que se escalam novas posições. O ganho semanal médio foi de US$ 555 no primeiro trimestre, de acordo dados do governo. As cifras atraíram pessoas como Josh Cusack, de 41 anos, que estava desempregado em 2010, quando conseguiu emprego numa loja de maconha medicinal, com salário de US$ 10 por hora. Agora, ele é gerente da Evergreen Apothecary e ganha quase US$ 20 por hora. Embora diga que tinha salário melhor em seu campo de trbalho original, ajudar os usuários de maconha medicional lhe deu a oportunidade de fazer algo apaixonadamente.
O próprio Cusack é usuário de maconha com fins medicinais devido à artrite:
— A invalidez é uma parte real do meu futuro, e estou apenas aproveitando enquanto posso, enquanto meu corpo me permitir fazer as coisas — afirma. — Não tem preço ir trabalhar e sair de lá com um sorriso no rosto.
ILEGALIDADE
O que começou como uma iniciativa para ajudar enfermos está amadurecendo para um negócio racional, que busca ganhos atraindo empreendedores e profissionais, diz o advogado Dan Riffle, ex-diretor do Projeto de Política para Marijuana. Mas, embora as companhias já estejam de olho na criação de marcas nacionais, o maconha continua ilegal pelas leis federais. Além do mais, a regulação varia conforme o município ou estado, tornando a expansão dos negócios desafiadora. No ano passado, o Departamento de Justiça disse que não desafiaria a legalização pelos estados, desde que as autoridades locais impeçam a distribuição interestadual e o acesso de menores, além de evitar que motoristas dirijam sob efeito da droga.
Mesmo com as restrições, a expectativa é de demanda crescente. Bruce Nassau, o ex-executivo do setor de TV a cabo, disse que foi atraído pelo mercado de maconha, há quatro anos, porque viu no setor o mesmo “potencial de consumo que havia para TV a cabo”. No novo ramo, ele começou como investidor e, gradualmente, foi assumindo a chefia do empresa. Além de se relacionar com as autoridades e outros empreendedores, ele também se anima ao ver seus jovens sócios se desenvolverem nos negócios.
— Não tem nada igual — avalia. — Quantas vezes você tem a chance de participar da criação de um setor completamente novo?
*http://smkbd.com/quer-o-emprego-dos-sonhos-o-mercado-da-maconha-tem-vagas/

o exemplo de Cuba, que alcançou a excelência nesse setor e é o único país do continente que dispõe de um corpo docente de alta qualidade.

Cuba tem a melhor educação da América Latina, diz Banco Mundial

Banco Mundial diz que Cuba tem a melhor Educação da América Latina e do Caribe. De acordo com a organização internacional, trata-se do único país da região que dispõe de um sistema educativo de alta qualidade

educação cuba
Educação de Cuba é a melhor da América Latina e Caribe, garante Banco Mundial (divulgação)
O Banco Mundial acaba de publicar um relatório revelador sobre a problemática da educação na América Latina e no Caribe. Intitulado Professores excelentes. Como melhorar a aprendizagem na América Latina e no Caribe, o estudo analisa os sistemas educativos públicos dos países do continente e os principais desafios que enfrentam. 1
Na América Latina, os professores de educação básica (pré-escolar, primária e secundária) constituem um capital humano de 7 milhões de pessoas, ou seja, 4% da população ativa da região, e mais de 20% dos trabalhadores técnicos e profissionais. Seus salários absorvem 4% do PIB do continente e suas condições de trabalho variam de uma região para outra, inclusive dentro das fronteiras nacionais. Os professores, mal remunerados, são, em sua maioria, mulheres — uma média de 75% — e pertencem às classes sociais modestas. Além disso, o corpo docente supera os 40 anos de idade e considera-se que esteja “envelhecido”. 2
O Banco Mundial lembra que todos os governos do planeta escrutinam com atenção “a qualidade e o desempenho dos professores” no momento em que os objetivos dos sistemas educativos se adaptam às novas realidades. Agora, o foco está na aquisição de competências e não apenas no simples acúmulo de conhecimentos.
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As conclusões do relatório são implacáveis. O Banco Mundial enfatiza “a baixa qualidade média dos professores da América Latina e do Caribe”, o que constitui o principal obstáculo para o avanço da educação no continente. Os conteúdos acadêmicos são inadequados e as práticas ineficientes. Pouco e mal formados, os professores consagram apenas 65% do tempo de aula à instrução, “o que equivale a perder um dia completo de instrução por semana”. Por outro lado, o material didático disponível continua sendo pouco utilizado, particularmente as novas tecnologias de informação e comunicação. Além disso, os professores não conseguem impor sua autoridade, manter a atenção dos alunos e estimular a participação. 3
De acordo com a instituição financeira internacional, “nenhum corpo docente da região pode ser considerado de alta qualidade em comparação aos parâmetros mundiais”, com a notável exceção de Cuba. O Banco Mundial aponta que “na atualidade, nenhum sistema escolar latino-americano, com a possível exceção de Cuba, está perto de mostrar os parâmetros elevados, o forte talento académico, as remunerações altas ou, ao menos, adequadas e a elevada autonomia profissional que caracteriza os sistemas educativos mais eficazes do mundo, como os da Finlândia, Singapura, Xangai (China), da República da Coreia, dos Países Baixos e do Canadá”. 4
De fato, apenas Cuba, onde a educação tem sido a principal prioridade desde 1959, dispõe de um sistema educativo eficiente e com professores de alto nível. O país antilhano não tem nada para invejar das nações mais desenvolvidas. A ilha do Caribe é, além disso, a nação do mundo que dedica a parte mais elevada do orçamento nacional (13%) para a educação. 5
Não é a primeira vez que o Banco Mundial elogia o sistema educacional de Cuba. Em um relatório anterior, a organização lembrava a excelência do sistema social da ilha:
“Cuba é internacionalmente reconhecida por seus êxitos nos campos da educação e da saúde, com um serviço social que supera o da maior parte dos países em vias de desenvolvimento e em certos setores se compara ao dos países desenvolvidos. Desde a Revolução Cubana, em 1959, e do subsequente estabelecimento de um governo comunista com partido único, o país criou um sistema de serviços sociais que garante o acesso universal à educação e à saúde, proporcionado pelo Estado. Esse modelo permitiu a Cuba alcançar a alfabetização universal, erradicar certas doenças, [prover] acesso geral à água potável e salubridade pública de base, [atingir] as taxas mais baixas da região de mortalidade infantil e uma das maiores expectativas de vida. Uma revisão dos indicadores sociais de Cuba revela uma melhora quase contínua de 1960 até 1980. Vários indicadores principais, como a expectativa de vida e a taxa de mortalidade infantil continuaram melhorando durante a crise econômica do país nos anos 90 […]. Atualmente, os serviços sociais de Cuba são parte dos melhores do mundo em desenvolvimento, como documentam numerosas fontes internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, além de outras agências da ONU e o Banco Mundial […]. Cuba supera amplamente a América Latina, o Caribe e outros países de renda média nos indicadores principais: educação, saúde e salubridade pública”. 6
O Banco Mundial lembra que a elaboração de bons sistemas educacionais é vital para o futuro da América Latina e do Caribe. Reforça, também, o exemplo de Cuba, que alcançou a excelência nesse setor e é o único país do continente que dispõe de um corpo docente de alta qualidade. Esses resultados são explicados pela vontade política do governo do país caribenho de colocar a juventude no centro do projeto de sociedade, dedicando os recursos necessários para a aquisição de saberes e competências. Apesar dos recursos limitados de uma nação do Terceiro Mundo e do estado de sítio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século, Cuba, baseando-se no adágio de José Martí, seu apóstolo e herói nacional, “ser culto para ser livre”, demonstra que uma educação de qualidade está ao alcance de todas as nações.
1. Barbara Bruns & Javier Luque, Profesores excelentes. Cómo mejorar el aprendizaje en América Latina y el Caribe, Washington, Banco Mundial, 2014. (site consultado no dia 30 de agosto de 2014).
2. Ibid.
3. Ibid.
4. Ibid.
5. Salim Lamrani, Cuba : les médias face au défi de l’impartialité, Paris, Estrella, 2013, p. 40.
6. Ibid., p. 87-88.
Salim Lamrani, Opera Mundi

Economista francês diz que “Marx é possivelmente mais importante que Jesus”

Autor do polêmico 'Capital no século XXI', economista francês Thomas Piketty está no Brasil e participou de tarde de debates na USP. Através da análise de dados estatísticos, Piketty aponta as contradições do capitalismo e as suas respectivas mazelas, como concentração de renda e desigualdade

Thomas Piketty economista francês
O economista francês Thomas Piketty (divulgação)
“A diminuição de desigualdade de renda depende de políticas de valorização do salário mínimo e de políticas inclusivas. A difusão de educação de qualidade é o mais importante mecanismo para diminuir a desigualdade de renda. É preciso também criar taxações progressivas de renda e fortalecer movimentos trabalhistas.”
São palavras do economista francês Thomas Piketty, em São Paulo. Ele está na cidade para promover o lançamento de seu polêmico livro “O Capital no século XXI”. Piketty participou na tarde desta quinta de um debate sobre a sua obra na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP).
O título de seu livro remete ao clássico de Karl Marx. “Marx é possivelmente mais importante que Jesus”, disse ele na FEA.

Desigualdade e capitalismo

O livro de Piketty, recém-lançado em português no Brasil, vem sendo considerada uma atualização do livro de Karl Marx, “O Capital”, e transformou o economista em uma celebridade. Em seu provocativo livro, o autor conclui que a desigualdade de renda, que caiu por muitas décadas no século passado, voltou a aumentar no mundo.
O estudo avalia padrões econômicos e sociais, a partir da análise de dados inéditos de 20 países, em pesquisa que remonta ao século XVIII. A obra aponta uma contradição central no capitalismo que, em vez de dar oportunidades iguais de crescimento para todos, estaria tornando a desigualdade mais extrema, já que quem tem mais dinheiro consegue a riqueza em escala maior.
Segundo o economista, a desigualdade está aumentando porque o rendimento sobre o capital (aluguéis, ações, aplicações) tem sido maior que o da renda obtida com o trabalho e superior à taxa média de expansão da economia. Assim, quem tem dinheiro sobrando para investir vê o montante crescer mais que os que não têm.
De acordo com o autor, a sociedade estaria retornando ao “capitalismo patrimonial”, no qual as grandes economias vêm de dinastias familiares. Como possível solução, Piketty defende elevar o imposto pago pelos mais ricos e taxar as grandes fortunas.
informações de DCM e G1
*Pragmatismopolitico