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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 07, 2015

Maconha encolhe drasticamente forma agressiva de câncer no cérebro, aponta estudo

MACONHA

Nos últimos anos, pesquisas têm revelado que a maconha é capaz tanto de destruir certas células cancerígenas quanto de reduzir o crescimento de outras.
Agora, um novo estudo, realizado em um grupo de ratos, descobriu que quando combinada com um tratamento de radiação, a maconha pode encolher efetivamente um dos tipos mais agressivos de tumores no cérebro.
Em um artigo publicado na Molecular Cancer Therapies, pesquisadores da Universidade de St. George descreveram "reduções dramáticas" em tumores glioma de alto grau, uma forma mortal de câncer no cérebro, quando tratados com uma combinação de radiação e dois compostos diferentes da maconha, também conhecidos como canabinoides.
Em muitos casos, os tumores encolheram para um décimo de seu tamanho, se comparados aos do grupo de controle.
"Nós mostramos que os canabinoides são capazes de desempenhar um papel relevante no tratamento de um dos cânceres mais agressivos em adultos", escreveu dr. Wai Liu, um dos principais autores do estudo, em um artigo. "Os resultados são promissores... eles poderiam oferecer uma forma de romper com o glioma e salvar mais vidas."
Em um e-mail para The Huffington Post, Liu indicou que a pesquisa em torno das propriedades anticancerígenas da maconha não seja nenhuma novidade, mas sua equipe é a primeira a documentar o seu efeito sobre a doença quando usada juntamente com radiação.
"Os resultados mostraram que o efeito final era superior à soma dos componentes", ele disse. "Nós esperamos que esses resultados influenciem o início de testes formais dessa combinação em humanos.”
Liu e seus colaboradores examinaram ratinhos que tinham sido infectados com glioma e, subsequentemente, trataram alguns apenas com radiação e outros em combinação com dois níveis diferentes de compostos de cannabis: o tetraidrocanabinol (THC), um composto psicoativo, associado com a sensação de "ficar alto", e o canabidiol (CBD) que não produz efeitos colaterais psicoativos.
Eles descobriram que os tumores tiveram melhores resultados ao serem tratados com baixas doses de ambos, THC e CBD, que ao serem usados em conjunto deixaram os tumores mais receptivos ao tratamento com radiação.
"Nossos dados sugerem que a abordagem dessa ‘ameaça tripla’, usando os três componentes, poderia ser valiosa", disse Liu ao HuffPost.
Os pesquisadores também descobriram que juntas, as baixas doses de THC e CBD produziam um efeito semelhante ao de uma grande dose de qualquer um dos compostos, o que é notável, pois indica que os pacientes poderiam apresentar menos efeitos colaterais.
O THC e o CBD são apenas dois de dezenas de compostos químicos encontrados na planta cannabis. Embora as pesquisas em torno dos efeitos terapêuticos destes compostos tenham sido limitadas, uma equipe de cientistas do Reino Unido, no ano passado, descobriu que uma combinação de seis canabinoides são capazes de matar as células cancerígenas encontradas em indivíduos com leucemia.
Entretanto, quando utilizado sozinho, como forma de tratamento, o THC demonstrou que é capaz de reduzir o tamanho de outros tumores cancerígenos e parar a propagação do HIV, e as cepas do CDB da maconha têm tido um efeito profundo em crianças e adultos que sofrem com distúrbios convulsivos debilitantes.
Apesar dessas descobertas, a maconha ainda é classificada como uma droga de Classe I nos Estados Unidos, ou seja, o governo federal acredita que não tenha nenhum valor medicinal.
O Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA) cultiva uma limitada quantidade de maconha no Mississippi que é usada para pesquisas sancionadas pelo governo. Enquanto os críticos há muito tempo acusam o NIDA de apenas financiar experimentos que examinam os efeitos negativos da substância, a agência já realizou vários estudos que analisam seus potenciais benefícios.
Embora 23 estados e o Distrito de Columbia já tenham legalizado a maconha para fins terapêuticos, muitos especialistas argumentam que a falta de estudos sobre a maconha, regulamentada pelo governo federal, limita a compreensão de médicos e cientistas de todos os benefícios terapêuticos da planta, o que ocasiona uma atitude de tentativa e erro no tratamento.
"Você pode encontrar publicações dos anos 70 e 80 que mostram que o canabidiol puro é um anticonvulsivo," disse Catherine Jacobson, diretora de pesquisa da Fundação de Epilepsia, ao HuffPost no mês passado". E aqui estamos nós, 40 anos depois ainda não temos nenhuma informação nova a respeito".
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.

APÓS ATACAR MÉDICOS CUBANOS, GLOBO AGORA DIZ QUE 37% DOS MÉDICOS BRASILEIROS FAZEM PARTE DA “MÁFIA DAS PRÓTESES”

medical

JÁ IMAGINOU MÉDICOS QUE MANDAM FAZER CIRURGIAS DE PRÓTESES SEM NECESSIDADE, SÓ PARA GANHAR COMISSÃO SOBRE O PREÇO DESSES IMPLANTES?

Ou então gastar muito mais material do que o necessário, também para faturar um dinheiro por fora? Esses golpes milionários, dados pela máfia das próteses, são o tema da reportagem de Giovanni Grizotti, que você vai ver agora.
O Fantástico revela um retrato escandaloso do que acontece dentro de alguns consultórios e hospitais do Brasil. O Fantástico investigou, durante três meses, um esquema que transforma a saúde do país em um balcão de negócios.
O repórter Giovani Grizotti viajou por cinco estados e se passou por médico para flagrar as negociatas. Empresas que vendem próteses oferecem dinheiro para que médicos usem os seus produtos.
Presentes e pagamento de comissões a médicos
A oferta de presentes e o pagamento de comissões a médicos é uma prática comum, e não vem de hoje. Foi o que concluiu uma pesquisa do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, entre 2009 e 2010. Trinta e sete por cento dos entrevistados admitiram que receberam presentes com valor superior a R$ 500 nos 12 meses anteriores à pesquisa. E o assédio começa cedo, logo na faculdade: 74% dos entrevistados disseram que receberam ou viram um colega receber benefícios da indústria durante os seis anos do curso de medicina.
“O Código de Ética Médica veda essa interação, com o intuito de vantagens, com a indústria e/ou a farmácia. Óbvio que as punições são previstas em lei. Estabelece desde uma censura e a até mesmo a cassação do exercício da profissão”, explica Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina.
Mas não é a ética que preocupa os vendedores de próteses que pagam comissões a médicos.
“A gente sabe que esses órgãos não vão discutir nada disso, porque isso é uma discussão sem fim”, diz um vendedor.
*http://diariodobrasil.org/?p=18403

Demissão de 800 na Volks provoca greve no ABC

Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil - A Volkswagen anunciou hoje (6) a demissão de 800 metalúrgicos da fábrica Anchieta, na região do ABC Paulista. Contra a decisão, os empregados decidiram, durante assembleia no início da manhã, entrar em greve por tempo indeterminado, até que as demissões sejam revertidas, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
De acordo com o sindicato, aproximadamente sete mil trabalhadores, que entram no primeiro turno de trabalho, participaram da assembleia. No total, a fábrica emprega 13 mil funcionários. A assessoria de imprensa do sindicato informou que os metalúrgicos estão dentro da fábrica, mas permanecem de braços cruzados. A Volkswagen, por sua vez, preferiu não comentar a respeito.
Desde o ano passado, a Volkswagen adota medidas como férias coletivas e suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off) na fábrica. Segundo a empresa, os funcionários demitidos entram em licença remunerada por 30 dias e depois serão desligados.
Os empregados foram informados das demissões por meio de uma carta, enviada no dia 31 de dezembro, dizendo que os metalúrgicos não deveriam retornar aos postos de trabalho após as férias coletivas, e que deveriam procurar o setor de Recursos Humanos da empresa.
Segundo a Volkswagen, o cenário de retração da indústria automobilística no país nos últimos dois anos e o aumento da concorrência impactaram em seus resultados. Segundo a montadora, de janeiro a dezembro de 2014 a indústria automotiva brasileira teve queda aproximada de 7% nas vendas e de mais de 40% nas exportações, comparado com o ano de 2013, resultando numa retração de 15% na produção.
Em 2012, o sindicato e a Volkswagen firmaram um acordo coletivo, com validade até 2016, prevendo questões como estabilidade e politica de reajustes. No ano passado, porém, a empresa quis rever o acordo, mas a proposta foi rejeitada em assembleia pelos metalúrgicos. O sindicato reclama que a empresa, desde então, não chamou os trabalhadores para negociar e tomou uma decisão unilateral com as demissões.
A empresa argumenta que, quando o acordo foi firmado, após anos de crescimento, a perspectiva para a indústria automobilística era positiva, pois acreditava-se que seriam vendidas quatro milhões de unidades em 2014. “O que ocorreu foi uma retração para 3,3 milhões. É importante lembrar que, na unidade Anchieta, o nível de remuneração médio é mais alto que os principais concorrentes, inclusive na região”, diz a nota da empresa.

Nossa Idade Média: Wikileaks revela documentos que mostram que Bento XVI articulou nos bastidores contra Hugo Chávez, contra o governo cubano, contra o Brasil e a favor da queda de Zelaya em Honduras


Papéis do WikiLeaks expõem ação política do Vaticano na América Latina

do MSN

por Jamil Chade

Cerca de 130 telegramas mostram que pontificado de Bento XVI agiu nos bastidores para influenciar região, incluindo articulação com EUA para que avião que traria papa ao País em 2007 fizesse escala forçada em Caracas para pressionar Chávez

23 de fevereiro de 2013


GENEBRA - O regime cubano, a "ameaça" de Hugo Chávez, a crise em Honduras ou mesmo os acordos comerciais do Brasil. O Vaticano sob o pontificado de Bento XVI, longe de ter uma postura de mero espectador, adotou iniciativas políticas nos bastidores para influenciar a situação na América Latina nos últimos anos e defender seus interesses.

É o que revelam mais de 130 telegramas vazados pelo site WikiLeaks, e obtidos com exclusividade pelo Estado, apontando para as entranhas das relações políticas do Vaticano desde 2005 na região latino-americana, que representa mais de 40% de seus fiéis no mundo.

Tentando ter um papel político central no continente, a Santa Sé tratou de algumas das crises no hemisfério com o presidente dos EUA, Barack Obama. Documentos revelam que o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, fez propostas concretas para o governo americano sobre a situação em Honduras quando se reuniu, em 10 de julho de 2009, com o presidente Obama.

Num telegrama de 15 de julho de 2009, a embaixada americana na Santa Sé relata um encontro de diplomatas americanos com monsenhor Francisco Forjan em que o Vaticano rejeita chamar a retirada de Manuel Zelaya da presidência como um "golpe de Estado". A Igreja pedia ao governo americano que insistisse com seus parceiros para que explicassem ao público as "ações anticonstitucionais de Zelaya que precipitaram a crise". O líder da Igreja nesse assunto era o cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e hoje considerado como um dos potenciais candidatos a papa.

Um dos temas mais constantes nas reuniões entre diplomatas americanos e cardeais do Vaticano é a situação de Cuba. Um telegrama de 19 de agosto de 2009 revela que uma viagem de cardeais e bispos americanos a Cuba naquele ano não era apenas uma visita episcopal. A meta era também a de pressionar o governo de Havana em relação aos prisioneiros políticos, um pedido de Washington.

O telegrama escrito pela representação americana em Cuba conta que o cardeal de Boston, Sean O'Malley, um dos que estarão no conclave, reuniu-se com o presidente da Assembleia Nacional de Cuba, Ricardo Alarcón. O documento revela que os cardeais e bispos relataram ponto a ponto ao governo americano como havia sido a conversa com Alarcón. "Apreciamos o fato de a delegação (de religiosos) ter levantado os problemas de prisioneiros políticos", indicou o telegrama.

No dia 15 de janeiro de 2010, o Vaticano fez uma sugestão concreta ao governo americano para enfraquecer o regime cubano: baratear os custos de ligações entre Cuba e os EUA. A proposta foi apresentada por monsenhor Nicolas Thevenin, conselheiro político de Bertone. "Isso poderia ter um impacto positivo na promoção de uma mudança política", indicou.

A Venezuela de Hugo Chávez é apresentada pela Santa Sé como a grande preocupação na região. Para Accattino, um endurecimento da posição dos EUA diante de Cuba poderia acabar ajudando Chávez, "o novo sucesso de Fidel Castro na América Latina". "A diferença é que ele tem os recursos do petróleo", alertou. O Vaticano, em diversas conversas com diplomatas americanos, deixou claro que Caracas vinha pressionando a Igreja e transformado a Santa Sé em um de seus alvos de crítica.

Pressão contra Chávez. Três anos antes, no dia 1.º de fevereiro de 2007, o embaixador americano em Caracas, William Brownfield, e o cardeal Jorge Urosa Savino se reuniram na casa do núncio apostólico na capital venezuelana para discutir a possibilidade de que o papa Bento XVI usasse sua viagem que faria naquele ano ao Brasil para pressionar Chávez. Uma viagem oficial a Caracas estaria descartada pelo Vaticano. "Chávez não o convidaria", disse o cardeal.

Os dois passaram a debater a possibilidade de que o avião que traria o papa de Roma a São Paulo, em maio, fizesse uma parada de 45 minutos em Caracas, com a justificativa de reabastecer. Nesse período, o papa receberia bispos e faria uma declaração. "O cardeal concordou que qualquer parada teria uma importância simbólica", indicou o telegrama, apontando para a reação positiva de Savino. A escala acabou não ocorrendo.

*CibéliaPires

Onde está a gritaria das associações de médicos contra a “máfia das próteses”?



"O cara que fez o cartãozinho "vá pedir pra Dilma" é o mesmo médico ortopedista da máfia das próteses - Médico Fernando Gritsch Sanchis.
Do nada vc faz uma pesquisinha e descobre que ele tbm havia dado "apoio" para o grupo de médicos que pedia a castração química de nordestinos.
Uma lógica estranha - a Caixinha de natal dele foi pequena pra não querer dar pro garçom.
PRYsilva

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medicos

Onde estão as declarações indignadas das entidades médicas contra a chamada “máfia das próteses”? Onde os protestos veementes da categoria? Onde metade daquele povo que foi aos aeroportos agredir os cubanos, denunciar a invasão comunista, o trabalho escravo e a roubalheira?
O Fantástico fez uma reportagem denunciando um esquema em que fabricantes de próteses pagavam comissões para profissionais de saúde prescreverem seus produtos. O negócio estaria ocorrendo em cinco estados.
Alguns ganhavam 100 mil reais por mês pelo serviço. Funcionava assim: o paciente — ou melhor, cliente –, depois de esperar pela cirurgia na fila da rede pública, ia para uma consulta, onde o médico indicava um advogado. Ele ajudava a pessoa a entrar na Justiça pedindo uma liminar que obrigava o governo a pagar pelo procedimento.
O Cade vai averiguar a existência de um cartel dos fabricantes. Segundo o Tribunal de Contas da União, os gastos com medicamentos e insumos para cumprimento de decisões judiciais passaram de 2,5 milhões reais em 2005 para 266 milhões em 2011.
Ou seja, a história é antiga. De acordo com a Zero Hora, quatro casos estão há um ano sob investigação do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers). Os processos, diz o jornal, “ocorrem sob sigilo e estão em fase de julgamento”.
Um dos nomes envolvidos na bandalheira é o do ortopedista Fernando Sanchis. Entre outras coisas, Sanchis estaria metido num pedido de liminar para que um plano bancasse uma cirurgia de coluna de um homem em Pelotas. O advogado indicado por Sanchis entrou com o pedido, orçado em 110 mil reais. A liminar foi suspensa e a operação foi realizado por pouco mais de 9 mil.
Sanchis é um combatente ativo contra o programa Mais Médicos. Nas redes sociais — e também para seus clientes, é claro –, gritava contra a corrupção, o socialismo e postava estranhas fotos de execuções policiais. Criou um cartão como uma espécie de resposta para as caixinhas de Natal: “Você votou na Dilma porque ela disse que o Brasil estava maravilhoso e é pra mim que você vem pedir doação ou gorjeta? Vá pedir para a Dilma”, lê-se.
Distribuidores e dirigentes de hospitais estão sendo investigados. Na terça, o presidente da Associação Médica Brasileira soltou uma nota: “Condenamos relação comercial entre médicos e indústria que influenciem condutas, assim como levantem suspeitas sobre a atividade médica. A confiança no médico é fundamental para pacientes. Incentivamos segunda opinião, especialmente em casos mais complexos.”
Se os conselhos e entidades de classe empregarem um milésimo da energia que gastaram contra o “bolivarianismo” para tentar apurar essa sujeira, já será um avanço. Mas eu aposto com você que, no que depender dos médicos, há assuntos mais importantes a tratar.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Patrus traz Kátia à realidade. Conflito agrário existe, não pode haver é violência no campo


franciscokatia
Coube ao  Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, hoje, chamar à realidade a colega da Agricultura, Kátia Abreu, pela tolice de ontem, ao dizer que “não existe mais latifúndio” no Brasil.
A nossa ruralista precisa entender que ela não é mais líder de um segmento da sociedade, mas uma agente pública de toda a sociedade para a produção rural.
Como dizem os gaúchos, um “trancaço” para Kátia Abreu aprender que governo é, para ser democrático, o encontro de visões diferentes e o alcançar da síntese possível e produtiva para todos.
Aliás, um “trancaço” com direito às palavras do papa Francisco, a quem não se pode chamar de “bolivariano”.
O trabalhismo socialista, no Brasil, jamais negou a importância do produtor rural. Ao contrário: até Lula todos os seus grandes líderes eram ligado à produção e o ex-metalúrgico  não seguiu caminho diferente, dando ao agronegócio brasileiro um apoio que “nunca antes na história deste país” teve.
Existe latifúndio, é inevitável que exista no modo capitalista de produção no campo e o Brasil não tem, propriamente, uma escassez de terras para todos.
Quem passa pelos imensos campos do Centro-Oeste brasileiro, naquela amplidão, não pode imaginar aquela área produzindo só em pequenas chácaras ou minipropriedades.
Mas quem, nas franjas daquela imensidão, vê milhares de famílias vivendo com pequenos terrenos e em barracos de lona também não pode reduzir este problema a ação de “agitadores” que foi para lá acabar com a “calma” da escravidão senhorial.
Patrus deu uma aula de civilização a Kátia Abreu.
E também o que significa uma visão moderna de economia inclusiva, onde escalas de produção e realidades econômicas devem se integrar e oferecerem-se, mutuamente, os benefícios da sinergia.
A menos que o produtor rural brasileiro ainda tenha a visão do “velho oeste”, achando que seu perfil que sua cabeça e sua cintura se prestem apenas para usar chapéu e um coldre de revólver.
E cowboy, D. Kátia, nem no cinema mais anda passando….
Leia a cobertura da posse de Patrus no Valor:

Ignorar a desigualdade é uma forma de perpetuá-la, defende Patrus

Raphael Di Cunto e Andrea Jubé
Em contraste com a declaração da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), que declarou não existirem mais latifúndios no Brasil, o novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT-MG), afirmou nesta terça-feira, ao tomar posse no cargo, que “ignorar, ou negar, a permanência da desigualdade e da injustiça é uma forma de perpetuá-los”.
“Não basta derrubar as cercas do latifúndio. É preciso derrubar também as cercas individualistas e excludentes do processo social”, afirmou Patrus, aplaudido de pé pela plateia formada principalmente por representantes de movimentos sociais, funcionários do ministério e políticos do PT.  A cerimônia não foi acompanhada por Kátia Abreu, que, ao tomar posse na segunda-feira, disse que pretendia atuar próxima do Desenvolvimento Agrário.
Patrus disse trabalhará para fazer um país mais justo para todos os 200 milhões de brasileiros, mas que a reforma agrária não depende apenas do governo. “Não depende apenas da vontade da presidente da República e de seus ministros. Passa pelo Congresso Nacional, Poder Judiciário, pelo Ministério Público, passa sobretudo, pela sociedade, pelos meios de comunicação, pelas organizações sociais. No limite, é escolha feita pela própria sociedade”, afirmou.
O ministro citou os papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo II e Francisco como defensores da função social da terra e pregou que os conflitos no campo sejam resolvidos de forma pacífica. “Sabemos que a relação entre as pessoas, grupos e classes sociais são conflitantes. O que não significa o domínio da violência. As divergências podem ser processadas pelas vias civilizatórias da ética pública, do diálogo e da democracia”, discursou.
Para o petista, o princípio da função social da terra, “que está nas constituições brasileiras desde 1934”, precisa ser “cada vez mais reconhecido, regulamentado e implantado” para fazer a reforma agrária e urbana. “Não se trata de negar o direito de propriedade, que é uma conquista histórica e civilizatória. Trata-se de adequar o direito de propriedade aos outros direitos fundamentais, ao interesse público e ao desenvolvimento integrado do Brasil”, disse.
O novo ministro prometeu buscar ações conjuntas com todos os ministérios que tenham “áreas afins e complementares” e “adotar parcerias com governos estaduais e municipais, igrejas e tradições religiosas, universidades e centros de pesquisas, entidades sindicais e sociais”.
“O MDA, em sintonia com a liderança da presidenta Dilma, vai avançar nas conquistas sociais, assegu radas na legislação vigente e nas políticas já implementadas e em fase de execução”, disse Patrus, que substituiu Miguel Rossetto (PT), deslocado para a Secretaria Geral da Presidência da República, onde fará a interlocução com os movimentos sociais.
Compareceram ao ato os ministros Jaques Wagner (Defesa), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Manoel Dias (Trabalho), Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Hélder Barbalho (Pesca), Marcelo Néri (Assuntos Estratégicos), Nilma Gomes (Igualdade Racial), Eleonora Menicucci (Política p ara as Mulheres), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e Ideli Salvatti (Direitos Humanos).
*Tijolaço

Soviéticos e Cubanos (ou como Cuba resistiu ao fim da URSS)


Conferência do PCC
Por Breno Altman

Muitos se indagam o porquê de Cuba ter resistido ao colapso do socialismo, apesar de sua fragilidade econômica.

Uma das razões, penso, é que o discurso de Fidel e seus companheiros sempre expôs ao povo cubano, com clareza, frequentemente de maneira ríspida, os problemas e erros cometidos.

Mesmo enfrentando sacrifícios dramáticos, os cidadãos aprenderam a confiar em sua direção. Nem tanto por sua capacidade para resolver os estrangulamentos provocados pelo bloqueio, a falência da URSS e os graves equívocos cometidos, mas por estarem seguros que seus líderes não faltavam com a verdade e não os tratavam como audiência passiva.

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Ao contrário do que propagam os inimigos da revolução cubana, o Partido Comunista sempre incentivou, dentro de suas instâncias e na população, processos amplos de crítica e auto-crítica, cujo ápice ocorreu exatamente nestes 25 anos depois da quebra soviética.

Tudo isso apesar da situação de cerco e pressão provocada pelo embargo norte-americano.

Os soviéticos, ao menos desde Krushev, preferiram outro caminho, marcado pela linguagem do contente. Até os anos finais da crise, os cenários dos relatórios eram maravilhosos: pleno emprego, conquistas sociais e culturais formidáveis, desenvolvimento incessante, tremenda pujança em comparação ao capitalismo supostamente doente e terminal.

A população e parcelas expressivas da própria militância comunista, que tinham travado batalhas de vida ou morte para construir o socialismo e derrotar o nazismo, foram desacreditando de uma direção que propagava os logros revolucionários sem enfrentar com franqueza os evidentes problemas em curso.

Meu temor é que, na esquerda brasileira, venhamos a ter cada vez mais "soviéticos" e menos "cubanos"...

Breno Altman é jornalista brasileiro, direitor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.