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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, novembro 12, 2015
Estudantes de São Paulo prometem novas ocupações de escolas na próxima semana
Movimento contra reorganização do ensino imposta por Alckmin cresce. Já estão previstas ocupações colégios na zona leste da capital, em Osasco e Sorocaba, a partir de segunda-feira (16)
DANILO RAMOS / RBA
Estudantes afirmam, em palavras de ordem, que se a escola for desocupada, eles ocuparão outras duas
São Paulo – A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) promete uma série de novas ocupações deescolas na próxima semana, em resposta ao fechamento de pelo menos 94 instituições pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), em nome de seu projeto de "reorganização" do ensino público. Já estão previstas ocupações em colégios na zona leste de São Paulo, em Osasco e em Sorocaba, a partir de segunda-feira (16).
Entre a noite de hoje (11) e domingo (15) pelo menos mil estudantes secundaristas paulistas estarão reunidos em um congresso nacional, em Brasília, onde serão definidas as novas estratégias de resistência contra o fechamento das escolas.
"É um movimento de resistência que vai crescer", afirma a presidenta da instituição, Ângela Meyer.
Só ontem (10), duas escolas estaduais foram ocupadas por estudantes e professores: a Fernão Dias, em Pinheiros, e a Escola Estadual Diadema, localizada no município de mesmo nome. Os manifestantes prometem ficar no local até que o governo do estado reveja a decisão.
Na Fernão Dias, um efetivo de pelo menos 100 policiais isolou o colégio, onde 30 estudantes mantém a ocupação. A Procuradoria Geral do Estado já entrou com pedido de reintegração de posse, que pode ser aceito a qualquer momento. Os estudantes afirmam, em palavras de ordem, que se a escola for desocupada, eles ocuparão outras duas.
"A tendência é que a ocupação de escolas cresça. Os alunos estão defendendo as escolas em que estudam e é o governo que vai ter que lidar com essa briga", diz a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, que participa da ocupação da Fernão Dias.
Em declaração oficial, a diretoria de ensino responsável pela instituição afirmou que não haviam estudantes na ocupação. Como resposta, os alunos saíram para o pátio vestindo uniformes e responderam a uma lista de presença pública. Eles levantaram cartazes dizendo "Fernão Dias resiste" e "Parabéns E.E. Diadema pela luta".
"É a resposta que os estudantes estão dando ao governo e a sociedade. As ocupações são um exemplo de resistência", afirma o deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol).
No sábado (14), quando ocorrem as reuniões de pais, os estudantes e militantes de movimentos sociais vão fazer uma vigília das 94 escolas que serão fechadas, e alertar para os pais que a chamada "reorganização" tem por trás uma proposta de economia de dinheiro.
Outro ato de protesto será o boicote às provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), programadas para serem aplicadas nos dias 24 e 25 deste mês.
O governo Alckmin justificou o fechamento das escolas dizendo que vai reunir apenas alunos do mesmo ciclo – fundamental I e II e médio – nas escolas e com isso melhorar a qualidade do ensino. Professores e estudantes temem que as mudanças levem à superlotação de salas, demissão de docentes e à redução de salário decorrente da redução de jornada. Além disso, a Apeoesp acredita que o número de escolas a serem fechadas será muito maior.
Apesar dessa crise de superlotação no início do ano, o secretário Voorwald afirmou ao telejornal Bom Dia São Paulo, em 22 de setembro, que São Paulo tem 2 milhões de vagas ociosas. "O momento é absolutamente apropriado para isso porque houve redução de dois milhões de alunos na rede, a estrutura física que foi preparada há mais de 20 anos para receber 6 milhões de alunos em um processo de universalização, hoje, por conta da queda na taxa de natalidade, viabiliza que eu tenha escolas ociosas. A rede foi desenvolvida para absorver até 6 milhões de alunos, hoje tem 4 milhões."
Ângela, da Upes, defendeu em entrevista à RBA que essa "janela demográfica" seja usada para reduzir o número de estudantes por sala de aula, uma reivindicação histórica do movimento estudantil. “Nos últimos dez anos, a rede pública diminui quase 2 milhões de estudantes. Uma parte evadiu, mas pelo menos 600 mil ingressaram em escolas particulares. A rede privada de ensino aumentou 36%, um dado muito preocupante, que evidencia um projeto de privatizar a educação.”
Professores ligados à Apeoesp concordam e reivindicam que a estrutura das escolas seja otimizada para que as salas de aula tenham no máximo 20 alunos, em qualquer dos ciclos. Os docentes reclamam ainda que a chamada reorganização da educação foi anunciada sem nenhuma discussão prévia com a comunidade escolar e com entidades ligadas à educação. O governo Alckmin já havia adotado a mesma postura com o Plano Estadual da Educação, elaborado pelo governo e apresentado pelo à Assembleia Legislativa por Alckmin sem participação popular.
São Paulo tem hoje 5.108 escolas, das quais 1.443 são de ciclo único. Outras 3.186 mantêm dois ciclos e 479 escolas têm três ciclos. Essas últimas devem ser transformadas em escolas de ciclo único, assim como grande parte das de dois ciclos. Só neste ano, pelo menos 3.390 salas de aula foram fechadas no estado. Muitas escolas iniciaram o ano letivo com até 60 estudantes por classe, em turmas do ensino regular, e até cem estudantes por classe em turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), segundo a Apeoesp.
No último dia 15, depois de uma série de mobilizações estudantis, o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública de São Paulo cobraram explicações do governo sobre o projeto da suposta "reorganização" do ensino. Os processos estão em andamento.
*RBA
quarta-feira, novembro 11, 2015
SEGUEM ROUBANDO O POVO! Monstraaa SONEGAÇÃO
500 empresas devem R$ 392 bilhões à União; mineradora Vale lidera o ranking
17% do montante das dívidas equivalem aos R$ 66 bilhões da meta do ajuste fiscal deste ano.
Por Márcio Zonta e José Coutinho Júnior
Da Página do MST
Da Página do MST
O Ministério da Fazenda divulgou uma lista com as 500 empresas que mais devem à União. Juntas, as dívidas somadas chegam a mais de R$ 392 bilhões. Caso 17% desse valor voltasse aos cofres públicos de uma vez, já alcançaria os R$ 66 bilhões da meta do ajuste fiscal deste ano, que vem cortando investimentos de diversas áreas sociais, como saúde e educação. Além disso, o rombo nas contas públicas de 2014, que é de R$ 32,5 bilhões, também poderia ser compensado com parte do montante das dívidas.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou, por meio de nota, que a divulgação da lista faz parte da gestão do ministro da Fazenda Joaquim Levy de “promover um incremento da recuperação de créditos inscritos em Dívida Ativa da União, na busca pela justiça fiscal", e que "o objetivo é dar a máxima transparência aos dados da Dívida Ativa da União”.
Primeiro lugar
A mineradora Vale é a maior devedora, com R$ 41,9 bilhões em dívidas. Desta quantia, o pagamento de R$ 32,8 bilhões está suspenso por decisões judiciais. A empresa deve cerca de R$ 17 bilhões a mais do que a segunda devedora da lista, a empresa Carital Brasil LTDA, antiga Parmalat, com R$ 24,9 bilhões de dívidas.
Apesar de dever para a União, a Vale recebe investimentos estatais para continuar operando no país. Estudo da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) aponta que, para minerar na Amazônia, a Vale obteve 70% do valor de R$ 506,96 milhões que foi distribuído para as mineradoras que atuam na Amazônia, via Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), entre 2007 e 2012. Esse montante foi injetado na mineração altamente lucrativa do ferro e cobre nas minas de Carajás.
Segundo o governo do Pará, por consequência da Lei Kandir, criada em 1996 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, a Vale está isenta de pagar tributos às operações relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS). Isso já subtraiu dos cofres públicos do estado R$ 25 bilhões.
De acordo com o Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), os acionistas da empresa em diversas partes do mundo embolsaram US$ 4,5 bilhões, no ano de 2013. A mineradora ainda aprovou uma segunda parcela de US$ 1,74 bilhão, chamada de remuneração mínima, ao mesmo grupo, paga no fim de 2013, além de um valor adicional de US$ 500 milhões.
“O Estado brasileiro deveria tomar uma atitude mais contundente para com os devedores do próprio Estado, começando pela Vale, ao cobrar a dívida através das ações que a mineradora distribui”, afirma Jarbas Vieira, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).
Bancos
Entre os que receberam essas quantias da Vale, está a JP Morgan Chase & Company. O Banco J.P. Morgan S.A. figura na lista de devedores da fazenda em 79º lugar, com dívida de R$ 841 milhões.
Os bancos, setor que tem lucrado muito este ano, mesmo com a crise econômica, também registram dívidas na Receita.
O lucro do Bradesco no primeiro semestre de 2015 foi acima de R$ 8,7 bilhões; sua dívida com a Receita é a sétima maior da lista, em mais de R$ 4,8 bilhões. Somado com a dívida de R$ 408 milhões da filial Bradesco Financiamentos S.A., em 222º lugar na lista, o banco deve um total de R$ 5,279 bilhões.
O Itaú, por sua vez, teve lucro de R$ 11,7 bilhões, e deve, por conta da Itaucard S.A., braço responsável pela emissão e administração de cartões de crédito, a 44ª maior dívida na lista; R$ 1,35 bilhão.
Já o Santander, que teve lucro de R$ 3,3 bilhões, tem duas dívidas, a do Banco Santander Brasil S.A. está em 69º lugar, com R$ 978 bilhões, e a da Santander Leasing S.A, que é a 353ª maior, com R$ 288 milhões, que totalizam R$ 1,266 bilhão em dívidas.
Confira a lista das 10 empresas mais devedoras (em bilhões)
1 - Vale: R$ 41,9
2 - Carital Brasil Ltda: R$ 24,9
3 - Petrobras: R$ 15,6
4 - Industrias de Papel R Ramenzoni S/A: R$ 9,7
5 - Duagro Adm e Participações: R$ 6,5
6 - Viação Aérea São Paulo (Vasp): 6,2
7 - Banco Bradesco: 4,8
8 - Varig: 4,6
9 - American Virginia Ind e Comércio Exp. De Tabacos Ltda: 4,1
10 - Condor Factoring Fomento Comercial: 4,1
dissolução da URSS x A resistência de Cuba
A resistência de Cuba: Discursos de Fidel Castro sobre a dissolução da URSS
30.º Aniversário da Revolução Cubana, 1989. |
Trechos de discursos de Fidel Castro, ocorridos entre o final da década de 80 e início de 90, sobre a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Mostra como Cuba decidiu resistir em prol de sua Revolução e do socialismo, mesmo com o fim da URSS e o regresso do capitalismo no Leste Europeu.
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50 anos da primeira viagem de Fidel a URSS!
Fidel Castro: Nosso direito de sermos marxistas-leninistas
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