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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 02, 2010

usa querem + guerra






EUA anunciam que têm plano de ataque ao Irã

As tensões entre os Estados Unidos e o Irã voltaram a emergir ontem, depois que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, almirante Mike Mullen, afirmou que seu país tem um plano pronto para atacar o Irã. "A opção militar tem estado sobre a mesa e segue sobre a mesa", afirmou Mullen, o militar de maior hierarquia no país, no programa "Meet the Press", da TV NBC. "É uma das opções que o presidente (Barack Obama) tem."

Ele ressaltou, no entanto, que uma ação militar seria provavelmente uma má ideia e que está extremamente preocupado com as consequências que uma ofensiva como essa pode ter. "De novo, espero que nós não cheguemos a esse ponto, mas é uma opção importante e que é muito bem entendida (pelo Irã)", declarou o oficial.

Os EUA dizem promover política de mão dupla em relação ao país persa - que defende a via diplomática - mas não prescinde das pressões, como no caso da aprovação de novas sanções contra Teerã, há dois meses, no Conselho de Segurança da ONU.

Mullen alertou, no entanto, que o eventual ataque ao Irã teria consequências imprevisíveis para a estabilidade de todo o Oriente Médio e poderia ter um efeito em cascata. Questionado sobre se o que o preocupa mais são as consequências de uma guerra ou a possibilidade de um Irã nuclear, o militar se disse "extremamente preocupado com as duas" possibilidades. Mullen não entrou em detalhe sobre o suposto plano.

As ameaças dos EUA ocorrem no momento em que o Exército norte-americano se prepara para ativar um escudo antimíssil no sul da Europa como parte dos esforços para impedir o programa nuclear iraniano. Embora o Irã, que é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, assegure que enriquece urânio apenas para fins pacíficos, os Estados Únicos - mesma potência responsável pelo ataque nuclear a Hiroshima e Nagasaki - afirma que o objetivo da nação é desenvolver armas.

Reação

As declarações do chefe das Forças Armadas americanas foram rebatidas ainda ontem por líderes iranianos, que prometeram "resposta esmagadora" a um ataque. O número dois da Guarda Revolucionária, Yadollah Javani, disse que a segurança do golfo Pérsico, de grande importância para o comércio de petróleo, estará ameaçada "no caso de os americanos cometerem o menor deslize".

"Segurança no Golfo Pérsico para todos ou para ninguém. O Golfo é uma região estratégica. Se a segurança nessa região ficar comprometida, eles sofrerão também, e nossa resposta será dura. O Irã dará uma resposta esmagadora aos inimigos", disse, de acordo com a agência semioficial iraniana Irna.

Os EUA e Israel já declararam no passado que a opção de atacar o Irã deve ser mantida sobre a mesa, mas evitavam dizer se havia um plano pronto para isso. Ontem, o embaixador iraniano na ONU alertou que Teerã atacaria Tel Aviv se Israel se atravesse a agredir o Irã. "Se o regime sionista cometer a menor das agressões contra o solo iraniano, vamos deixar Tel Aviv em chamas", ameaçou Mohammad Khazai.

Cara a cara com Obama

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta segunda-feira (2) que está disposto a manter um diálogo "cara a cara" com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para tratar de "questões mundiais". Em discurso transmitido pela televisão estatal iraniana, Ahmadinejad deu a entender que gostaria de encontrar Obama em Nova York, nos EUA, durante a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), prevista para setembro.

"Tenho que viajar em setembro a Nova York para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas. Estou disposto a sentar com Obama, cara a cara, de homem para homem, para falar livremente sobre questões mundiais, diante dos meios de comunicação, para encontrar uma melhor solução", colocou.

Brasil

Já o ministro brasileiro do Exterior, Celso Amorim, disse estar "muito otimista" sobre a possibilidade de o Irã e as potências nucleares reatarem negociações em breve. Em entrevista ao jornal argentino "Clarín", o chanceler afirmou que, "se houver negociações", o Irã pode suspender o enriquecimento de urânio a 20% -nível próprio apenas para fins medicinais.

Para manter a hegemonia, a força

A existência do plano para atacar o Irã é uma demonstração cabal de que o imperialismo estadunidense continua apostando na ação militar, desfazendo as ilusões quanto a uma suposta tendência pacifista e democrática da atual administração.

Os Estados Unidos não abrem mão da hegemonia mundial nem da primazia militar. Isto representa um foco permanente de tensões e conflitos na conjuntura mundial.

As reafirmações recentes de autoridades norte-americanas da política de “guerra ao terrorismo” formulada durante o governo Bush (2001-2008) e a escalada dos preparativos de um ataque contra o Irã trazem a discussão sobre o perigo de guerra na atual conjuntura do terreno das elucubrações para o da política concreta, exigindo resposta das forças progressistas e amantes da paz em todo o mundo.

Com agências
dovermelho

Uribe, o herói do PiG, quando será julgado?!?




Uribe, o herói do PiG, fez

a maior vala comum do mundo


Na foto, a maior – e mais funda - obra de Uribe

Só Hitler foi capaz de ir tão longe – e tão fundo.

Esse Uribe, queridinho do PiG (*), transformou as FARC no Iraque do Bush e deixou o Exército e os Exércitos Privados transacionarem com o trafico e massacrar os camponeses.

Clique aqui
para ler “PiG cansa do jenio e põe o Uribe no lugar”.

Clique aqui para ler no New York Times deste domingo, a “Nação da Cocaína”.

O Conversa Afiada publica texto enviado pela amiga navegante Marilia

Encontrada na Colômbia a maior vala comum da América Latina

Recentemente, na Colômbia, foi descoberta a maior vala comum da história contemporânea do continente latino-americano, horrenda descoberta que foi quase totalmente invisibilizada pelos meios de comunicação de massa na Colômbia e no mundo. A vala comum contém os restos de ao menos 2.000 pessoas e está em La Macarena, departamento de Meta. Desde 2005, o Exército, espalhado pela zona, enterrou ali milhares de pessoas, sepultadas sem nome.

A reportagem está publicada no sítio colombiano Cronicón, 29-07-2010. A tradução é do Cepat.

A população da região, alertada pelas infiltrações putrefatas dos cadáveres na água potável, e afetada pelos desaparecimentos, já havia denunciado a existência da vala em várias ocasiões ao longo de 2009: havia sido em vão, pois a fiscalia não realizava as investigações. Foi graças à perseverança dos familiares de desaparecidos e à visita de uma delegação de sindicalistas e parlamentares britânicos que investigava a situação dos direitos humanos na Colômbia, em dezembro de 2009, que se conseguiu trazer à luz este horrendo crime perpetrado pelos agentes militares de um Estado que lhes garantia a impunidade.

Trata-se da maior vala comum do continente. Dois mil corpos em uma vala comum, isso é um assunto grave para o Estado colombiano, mas sua mídia, e a mídia mundial, cúmplices do genocídio, se encarregaram de mantê-lo quase totalmente em silêncio, quando para encontrar uma atrocidade parecida é preciso remontar às valas nazistas. Este silêncio midiático está sem dúvida vinculado aos imensos recursos naturais da Colômbia e aos mega-negócios que ali se gestam em base aos massacres.

A Comissão Asturiana de Direitos Humanos, que visitou a Colômbia em janeiro de 2010 (menos de um mês depois da descoberta da vala), perguntou às autoridades sobre o caso. As respostas foram preocupantes: na fiscalia, na procuradoria, no Ministério do Interior, na ONU, todos tentam se esquivar do assunto. E enquanto isso, tratam de “operar” a vala para minimizá-la, mas a delegação britânica a constatou, e as próprias autoridades reconheceram ao menos 2.000 cadáveres. Em dezembro, “o prefeito, aliado do governo, o denunciou também junto ao sepulteiro”, mas depois, as pressões oficiais tendem a fazer “diminuir suas apreciações sobre o número de corpos”.

A Delegação Asturiana denunciou a ostensiva vontade de alterar a cena do crime: “ninguém está protegendo o lugar. Ninguém está impedindo que se possam alterar as provas. Que um trator possa entrar e voltar a misturar os cadáveres anônimos, a tirá-los e levá-los para outro lugar”. “Solicitamos às instituições responsáveis do Governo e do Estado colombiano que implementem as medidas cautelares necessárias para assegurar as informações já registradas nos documentos oficiais, que tomem as medidas cautelares necessárias com a finalidade de assegurar o perímetro para prevenir a modificação da cena, a exumação ilegal dos cadáveres e a destruição do material probatório que ali se encontra (…) É fundamental a criação de um Centro de Identificação Forense em La Macarena com a finalidade de conseguir a individualização e plena identificação dos cadáveres ali sepultados”.

A Delegação Asturiana transmitiu às autoridades outra denúncia. As autoridades aduziram desconhecimento, e alegaram incapacidade operativa: “há tantas valas comuns em nosso país que…”. Trata-se do município de Argelia em Cauca: “Um ‘matadouro’ de gente, onde as famílias não puderam ir buscar os corpos de seus desaparecidos, pois os paramilitares não as deixaram entrar novamente em suas comunidades: deslocaram os sobreviventes”. As vítimas sobreviventes relataram: “havia pessoas amarradas que soltavam aos cachorros esfomeados para que os assassinassem pouco a pouco”.

Na Colômbia, a Estratégia Paramilitar do Estado colombiano, combinada com a ação de policiais e militares, foi o instrumento de expansão de latifúndios. O Estado colombiano desapareceu com mais de 50.000 pessoas através de seus aparelhos assumidos (policiais, militares) e de seu aparelho encoberto: sua Estratégia Paramilitar. O Estado colombiano é o instrumento da oligarquia e das multinacionais para a sua guerra classista contra a população: é o garante do saque, a Estratégia Paramilitar se inscreve nessa lógica econômica.

A invisibilização de uma vala comum das dimensões da vala de La Macarena se inscreve no contexto de que os negócios de multinacionais e oligarquias se baseiam nesse horror, e em que esta vala seja produto de assassinatos diretamente perpetrados pelo Exército nacional da Colômbia, o que prova ainda mais o caráter genocida do Estado colombiano em seu conjunto (para além do seu presidente Uribe, cujos negócios e vínculos com o narcotráfico e o paramilitarismo estão mais do que comprovados).

A cumplicidade da grande imprensa é criminosa, tanto a nível nacional como internacional. Os povos devem romper o silêncio com que se pretende ocultar o genocídio. Urge solidariedade internacional: a Colômbia é, sem dúvida, um dos lugares do planeta no qual o horror do capitalismo se plasma da forma mais evidente, em seu paroxismo mais absoluto.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

doconversaafiada

Mercosul Brasil






Lula fortalece Mercosul que Serra despreza


Lula sempre entendeu o Mercosul como um bloco político, não apenas comercial

Ao desembarcar esta noite na província de San Juan, no oeste da Argentina, o presidente Lula será recebido pelos seus parceiros do Mercosul com distinção especial. Amanhã, o presidente brasileiro assume a presidência do bloco, função que vai exercer até o dia 31 de dezembro. A presidência brasileira se inicia no momento que o Mercado Comum do Sul completa 20 anos e tem como tema “Mercosul, os próximos 20 anos.”

Lula é um dos maiores defensores do bloco, ao contrário do candidato tucano à Presidência, que prefere comercializar com os EUA e deixar os vizinhos de lado. Entre as principais iniciativas da presidência brasileira estarão o esforço para aumentar a visibilidade do Mercosul, o fortalecimento institucional do bloco,o apoio à participação social, e o reforço da agenda social, como informa o portal Brasil .

Lula quer deixar sua marca pessoal e vai se esforçar para isso. Afinal, o momento em que passará o cargo para um novo parceiro, em dezembro, coincidirá com os últimos dias dele como presidente do Brasil. Lula nunca escondeu que houve momentos de dificuldades, de desavenças, mas também sempre deixou claro que o Mercosul é um sucesso no que se refere, principalmente, à aproximação dos quatro países que o compõem (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), além de expandir suas ideias e seus projetos a outros seis países.

A América do Sul se fortaleceu nesses últimos anos graças a decisões tomadas pelos integrantes do bloco. Lula sempre acreditou que mais que um projeto econômico e comercial, o Mercosul é um projeto político. Na véspera de assumir, Lula mandou um recado a José Serra para ver se o tucano entende o significado do bloco comercial, : “Aos que propalam o suposto fracasso do Mercosul, lembro que as quatro economias que mais cresceram na América são exatamente aquelas do nosso bloco.”

Para o presidente é uma questão de honra marcar sua passagem com uma agenda extensa e com ações inovadoras. Lula dirá amanhã, em San Juan, no discurso de posse, que o Brasil sente orgulho em defender e proteger os interesses da América do Sul e que se sente honrado em poder comandar nos próximos seis meses este processo contínuo de fortalecimento do bloco.

dotijolaço

QUANDO serão julgados os CRIMES de GUERRA dos eua e de israel???






Israel já se meteu pela União Europeia adentro... e ninguém viu!


Robert Fisk, The Independent, UK,

A morte de cinco soldados israelenses num acidente de helicóptero na Romênia, essa semana, praticamente nem foi noticiada.
Estava em curso um exercício militar conjunto OTAN-Israel. Ah, sim, então está entendido. Sim, mas... imaginem o que aconteceria se morressem cinco militantes do Hamás num acidente de helicóptero na Romênia, essa semana. Todos ainda estaríamos investigando tão extraordinário evento. Atenção! Não estou comparando Israel e Hamás. Israel é o exército que, muito justificadamente, massacrou mais de 1.300 palestinos em Gaza há 19 meses – mais de 300 dos quais, crianças. Enquanto os sanguinários terroristas do Hamás mataram 13 israelenses (três dos quais soldados que, já se sabe, atiraram uns nos outros, por engano).
Mas, num detalhe, podem ser comparados. O juiz Richard Goldstone, eminente juiz judeu sul-africano, decidiu, em inquérito de 575 páginas sobre o massacre de Gaza, que os dois lados cometeram crimes de guerra. E, sim, claro, foi corretamente declarado “do mal” por todos os tipos de muito justos e justificados ofendidos apoiadores de Israel nos EUA. E seu excelente trabalho foi rejeitado por sete governos de países da União Europeia – e, assim sendo, a pergunta impõe-se.
O que a OTAN está fazendo, brincando de guerra, ao lado de um exército acusado de ter cometido crimes de guerra?
Ou, mais diretamente ao ponto, o que, diabos, a União Europeia faz, exibindo-se em termos tão amigáveis com os israelenses?
Em livro notável, detalhado – embora um pouco furioso demais – que será publicado em novembro, o infatigável David Cronin oferecerá análise microscópica de “nossas” relações com Israel. Acabo de ler o manuscrito. Estou sem ar.
Como Cronin diz no prefácio, “Israel desenvolveu laços políticos e econômicos tão poderosos com a União Europeia, na última década, que se tornou estado-membro de fato, da União Europeia, em todos os sentidos, exceto formalmente.”
A verdade é que Javier Solana, o imundo cão líder da matilha da política externa da União Europeia (ex-secretário geral da OTAN), disse, de fato, ano passado, que “Israel, permitam-me que diga, é membro da União Europeia, embora sem ser membro da instituição".
Com licença, mas... ele já sabia? Já sabíamos? Votamos e aprovamos a inclusão de Israel? Quem permitiu que acontecesse? David Cameron – hoje tão empenhado em ‘marketar’ a entrada da Turquia na União Europeia – concorda com isso? É possível que sim, dado que continuou a apresentar-se como “amigo de Israel” depois de Israel ter sido apanhado com os bolsos cheios de excelentes passaportes britânicos adulterados para permitir que assassinos israelenses entrassem sem ser importunados em Dubai.
Como escreve Cronin, “a covardia da União Europeia ante Israel faz espantoso contraste com a firme posição que a instituição adotou quando ocorreram grandes atrocidades em outros conflitos”. Depois da guerra Rússia-Geórgia em 2008, por exemplo, a União Europeia criou missão independente para determinar quando houver a infração a leis internacionais; e exigiu investigação detalhada de suspeita de crimes contra os direitos humanos depois da guerra do Sri Lanka contra os Tigres do Tamil. Cronin não evita a questão da responsabilidade da Europa no Holocausto de judeus, e concorda com que os governos europeus tenham “um dever moral” de assegurar que não se repita (mas observei que Cameron esqueceu-se de mencionar o Holocausto de armênios, essa semana, quando bajulava os turcos).
Mas não se trata disso, agora. Em 1999, as vendas de armas a Israel – que ocupa a Cisjordânia (e também Gaza) e está construindo colônias ilegais exclusivas para judeus em terra que pertence a árabes – chegaram a 11,5 milhões de libras; em dois anos, as vendas já praticamente duplicaram, e chegam a 22,5 milhões de libras. Foram vendidas armas leves, kits para fabricação de granadas e equipamentos para jatos bombardeiros e tanques. Houve alguns empecilhos depois que Israel usou tanques Centurion modificados contra os palestinos em 2002, mas em 2006, no ano em que Israel massacrou outros 1.300 libaneses, quase todos civis, em outra cruzada contra o chamado “mundo do terror” do Hizbollah, a Grã-Bretanha licenciou mais de 200 armas e equipamento bélico.
Algumas das armas fabricadas na Grã-Bretanha, é claro, chegam a Israel via os EUA. Em 2002, a Grã-Bretanha forneceu “head-up displays”[1] fabricados pela BAE Systems para a Lockheed Martin, que prontamente os instalou nos caça-bombardeiros F-16 destinados a Israel. A União Europeia não fez objeção alguma. No mesmo ano, é bom que se diga, os britânicos admitiram para treinamento 13 militares israelenses. Os aviões norte-americanos de transporte de armas para Israel, quando da Guerra do Líbano em 2006, eram reabastecidos em aeroportos britânicos (e, infelizmente, parece que também em aeroportos irlandeses). Nos três primeiros meses de 2008, os britânicos licenciamos mais 20 milhões de libras em armas para Israel – bem a tempo de serem usadas no massacre de palestinos em Gaza. Os helicópteros Apache usados contra os palestinos, diz Cronin, incluíam partes fabricadas pela SPS Aerostructures em Nottinghamshire, Smiths Industries em Cheltenham, Page Aerospace em Middlesex e Meggit Avionics em Hampshire.
Preciso explicar mais? Israel, aliás, foi elogiada pelo apoio “logístico” que deu à OTAN no Afeganistão – onde os britânicos matamos anualmente mais afegãos que os israelenses matam palestinos – o que não deve surpreender ninguém, porque o chefão militar israelense Gabi Ashkenazi visitou o quartel-general da OTAN em Bruxelas, para construir laços mais íntimos com a OTAN.


Cronin também expõe, com bons argumentos, um extraordinário – quase obscenamente belo – arranjo financeiro vigente na “Palestina”. A União Europeia financia projetos de milhões de libras em Gaza. Imediatamente, tudo o que é construído é regularmente destruído pelas armas israelenses-norte-americanas. E assim vão. Os contribuintes europeus pagam pelos projetos. Os contribuintes norte-americanos pagam pelas armas que Israel usa para destruir os projetos. Então, os contribuintes europeus pagam outra vez para reconstruir tudo. Então, os contribuintes norte-americanos... Ok. Vocês já entenderam.
Israel, além do mais, já tem também um “programa de cooperação individual” diretamente com a OTAN, que serve para manter Israel nas redes de computadores da OTAN.
Em resumo, parece ser bom ter ao nosso lado aliado tão valente quanto Israel, por mais que o exército israelense seja um bando desorganizado e alguns daqueles homens sejam criminosos de guerra. Aliás, falando nisso, por que não convidam o Hizbollah a trabalhar com a OTAN? As táticas de guerrilha do Hizbollah seriam utilíssimas aos nossos camaradinhas britânicos em Helmand. E, dado que os helicópteros Apache seguidamente matam civis libaneses – como, em 1996, mataram uma ambulância cheia de mulheres e crianças, que voaram aos pedaços pelos ares, atingidas por um míssil ar-terra Boeing Hellfire AGM 114C – tomara que os libaneses lembrem-se de mandar um cartão de agradecimento ao pessoal de Nottinghamshire, Middlesex, Hampshire e, claro, de Cheltenham.
[1] Para saber o que são, ver em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Head_up_display
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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

Como todos sabem, Roberto Freire é ex-comunista e dono do PPS, partido verruga do PSDB.

PPS registra candidata com foto falsa e sem assinatura

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GilsonSampaio

Como todos sabem, Roberto Freire é ex-comunista e dono do PPS, partido verruga do PSDB.

Por conta da simpatia e generosidade de Zé Pedágio, recebe dos bolsos paulistas uma modesta tribuneca de R$ 12 mil por um cargo de “aspone”, vulgar e plebeicamente conhecido como “assessor de porra nenhuma”. As massas mal cheirosas também foram informadas que o partido-verruga-de-tucano tem seu norte fincado na ética, probidade, transparência e ficha limpa, embora, isto não tenha sido impedimento para que o primeiro político impedido pela justiça eleitoral tenha sido dos seus quadros.

No grobo de hoje, a coluna do Ancelmo informa um “engano” que o partido detentor de tantos predicados cometeu. Minha ameba lobotomizada está aos gritos e berros dizendo que é falsidade ideológica. Tipificar esse “engano” é coisa pra advogados. Tô fora. Leiam e tirem suas conclusões.

“Retrato policial”

“Quem reparou, foi o MPE. Dias antes do prazo, a deputada Marina Maggessi avisou que não seria candidata.

Ainda assim, o PPS deu entrada no TRE no registro da candidatura de Marina sem assinatura. No lugar da foto da policial, colocaram a de uma loura mais jovem.”

Obama deve anunciar







O final da missão militar no Iraque


Da BBC Brasil

Obama deve confirmar fim de missão militar no Iraque

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve confirmar que todas as tropas americanas serão retiradas de combate no Iraque em agosto.

O anúncio deve ser feito durante um discurso na Associação de Veteranos Deficientes em Atlanta, na Geórgia, nesta segunda-feira.

Dos atuais 65 mil soldados no Iraque, 50 mil permanecerão até o fim de 2011 para auxiliar as forças iraquianas e proteger os interesses dos EUA no país.

Durante o discurso, Obama deverá enfatizar seu compromisso com as tropas em serviço nas duas guerras, do Iraque e do Afeganistão, assim como os veteranos.

o"Nosso compromisso com o Iraque está mudando de um esforço militar liderado por nossas tropas para um esforço civil liderado por nossos diplomatas", diz um trecho do discurso que o presidente lerá na convenção dos veteranos de guerra.

"Logo no início do governo, anunciei nossa nova estratégia para o Iraque e para uma transição rumo à total responsabilidade iraquiana, e deixei claro que até o dia 31 de agosto de 2010 a missão de combate da América no Iraque se encerraria."

"Isso é exatamente o que estamos fazendo, como prometido, dentro do cronograma."

Enquanto retira suas tropas do Iraque, o presidente Obama eleva a presença militar dos EUA no Afeganistão, para onde serão enviados mais 30 mil soldados americanos.

Mortes

O anúncio do governo americano chega no momento em que Washington e Bagdá se desentendem em relação ao número de mortos no conflito iraquiano.

No fim de semana, o governo iraquiano afirmou que 535 pessoas morreram em ataques em julho – o nível mais alto de violência em mais de dois anos no país.

CliqueLeia também na BBC Brasil: Iraque teve mês mais violento em mais de 2 anos

O governo americano afirma que o número de mortos foi 222. Entretanto, nenhuma razão foi oferecida para explicar por que os números provenientes de ambas as fontes são tão diferentes.

Depois que o governo iraquiano divulgou suas estatísticas, analistas interpretaram o aumento da violência no país à incerteza criada pelo vácuo político desde as eleições de março deste ano.

Os grupos vencedores ainda não chegaram a um acordo sobre quem deverá ser o primeiro-ministro do país.

O pleito, no dia 7 de março, terminou com a vitória da coalizão liderada pelo ex-premiê Iyad Allawi, que conquistou 91 cadeiras no Parlamento. Já o bloco do atual primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al-Maliki, conquistou duas cadeiras a menos.

Ambos os grupos ficaram bastante aquém dos 163 parlamentares necessários para formar um governo.

Segundo a site independente www.iraqbodycount.org, cerca de 100 mil civis morreram no país de mortes violentas desde a invasão do país por forças lideradas pelos Estados Unidos, em 2003.

doluisnassif

SERRA PERDE ONDE ALCKMIN PERDEU; E NÃO IGUALA A VANTAGEM ONDE ELE GANHOU

2010 X 2006



As pesquisas divulgadas pelo Ibope revelam uma aproximação do cenário eleitoral deste ano com o resultado das urnas no primeiro turno de 2006, vencido pelo presidente Lula...Alguns dos maiores colégios eleitorais, como Minas, Rio e SP, que somam 41,5% dos votos, mostram uma distância entre Dilma e Serra semelhante à diferença entre Lula e Alckmin em 2006. No Rio, a diferença de 20,3 pontos a favor de Lula em 2006 (49,1% a 28,8%), ficou em 19 pontos pró-Dilma (46% a 27%). Em Minas, Lula venceu Alckmin no primeiro turno de 2006 por 10,2 pontos (50,8% a 40,6%). Agora, sua candidata derrotaria Serra por 44% a 32% - 12 pontos. Em São Paulo, em contrapartida, Serra ainda não conseguiu o mesmo apoio de seu antecessor (17,4 de vantagem em 2006 contra uma diferença de 11 pontos hoje). Em outros regiões e estados importantes, exceto no Espírito Santo --onde Lula levou a dianteira em 15,8 pontos e Dilma ainda está dois pontos abaixo de Serra-- quando há diferença frente ao padrão de 2006, a tendência é essa: derrota de Serra, como no Distrito Federal --onde Alckmin teve vantagem de 7 pontos e hoje Dilma tem 11 de supremacia--, ou o estreitamento da liderança tucana em relação ao que obteve Alckmin há quatro anos.

Emir Sader