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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 27, 2010

Falar de Amor é sempre bom

A História da Música - Je t'aime... moi non plus (Jane Birkin & Gainsbourg)

22 de setembro, é comemorado o Dia dos Amantes e, em homenagem aos enamorados, o Passeando conta a história de uma das músicas mais sensuais de todos os tempos, "Je t'aime... moi non plus", canção francesa escrita por Serge Gainsbourg (cantor, compositor, ator e diretor francês).
O título da canção, cuja tradução em português é "Eu te amo... Eu também não", foi inspirado em uma famosa frase do pintor espanhol Salvador Dali que, quando perguntado sobre o que o diferenciava de Pablo Picasso, teria respondido: "Picasso é espanhol, eu também. Picasso é um gênio, eu também. Picasso é comunista, eu também não".
A canção foi escrita originalmente para Brigitte Bardot, com quem Gainsbourg teve um ardente caso de amor no final de 1967. Bardot pediu a Gainsbourg para escrever "a canção de amor mais bonita que podia imaginar", e ele escreveu "Je t'aime" e "Bonnie e Clyde". O casal gravou a música em um estúdio de Paris, em uma sessão de duas horas, em uma pequena cabine de vidro. No entanto, o single não foi lançado. Há a versão de que a notícia da gravação teria vazado para a imprensa, o que teria irritado o marido de Bardot, o empresário alemão Gunter Sachs. Bardot teria então pedido a Gainsbourg que não liberasse a gravação. Entretanto, uma outra versão diz que o que impediu o lançamento da gravação foram os protestos do representante de Bardot, que temia pela imagem da atriz. Insatisfeito, Gainsbourg teria dito que "a música era muito pura, e que pela primeira vez na vida havia escrito uma canção de amor e ela tinha sido mal interpretada", porém, atendeu o pedido de Bardot.
Em 1968, Gainsbourg se apaixonou pela atriz inglesa Jane Birkin (na foto com Gainsbourg), que conheceu no set de seu filme "Slogan". Ele então pediu que Birkin gravasse a música com ele. Lançado em fevereiro de 1969, o single tinha uma capa simples, com as palavras "Interdit aux moins de 21 ans" (proibido para menores de 21 anos).
A letra de "Je t'aime... moi non plus" é um diálogo entre dois amantes durante um encontro sexual. "Eu vou e venho, entre suas partes íntimas", "Você é a onda, eu a ilha nua" e "O amor físico é sem sentido" são alguns trechos da canção. A letra é cantada, falada e sussurrada, e com muitos gemidos de prazer, culminando em um aparente orgasmo no final da canção (houve rumores de que o casal havia realmente praticado sexo durante as gravações).
Apesar do indiscutível sucesso em toda a Europa e de ter atingido o posto número 1 em vendas no Reino Unido e o 58 nos Estados Unidos, a canção (que muitos consideravam pornográfica) foi censurada nas rádios da Itália, Polônia, Islândia, Suécia, Espanha, Iugoslávia e Reino Unido, além de ter sido denunciada pelo Vaticano.
Em 1986, a versão original da canção, interpretada por Bardot, foi finalmente lançada, a pedido da própria atriz, que se arrependeu por não a ter liberado antes.
"Je t'aime... moi non plus" foi regravada mais tarde por Donna Summer e Ray Conniff, entre outros.
No primeiro vídeo, você confere a versão com Jane Birkin e, no segundo, a versão original, com Brigitte Bardot.
 
 
*comtextolivre



Brizola Neto fala e diz


*Brizolaço



cavalinhos
Às vezes, as correntes que nos impedem de sermos  livres são mais mentais do que físicas.

É hora de São Paulo pensar grande e dar basta ao provincianismo tucano.





É hoje, grande comício da vitória em São Paulo com Lula, Dilma e Mercadante

É hora de São Paulo pensar grande e dar basta ao provincianismo tucano.



Grande comício da vitória com Dilma, Mercadante, Lula, Marta e Netinho.
Dia: 27/09/2010 (segunda-feira)
Hora: a partir da 18hs (os discursos devem começar as 19hs)
Local: Sambódromo, Anhembi

Nosso blog transmitirá ao vivo pela internet.

Chega dessa tucanada que governam São Paulo há 16 anos (na verdade, desde 1983, há 28 anos, considerando as brigas de compadres).

Chega de governo da PPPP, privatização, presídio, PCC, pedágio e paulada em professores e policiais.

Chega de governo onde obra rápida é praça de pedágio.

Chega de tucanos que dá apagão no trânsito, no metrô, na educação, na segurança pública, na sáude, nos salários dos professores, policiais e outros funcionários, nos empregos, no custo dos fretes, na limpeza dos rios e córregos, no tratamento de esgoto, na falta d'água, no controle das represas para evitar enchentes, na poluição do ar, nas moradias de risco, nos incêndios nas favelas.

Chega de alagão, chega de CPI's abafadas, chega de desvio de dinheiro, que dava para construir mais quilômetros do metrô, e em vez disso, foi parar em contas de tucanos na Suiça (Caso Alstom).

Chega de corrupção jogada para baixo do tapete. Com tucano no poder a imprensa cala a boca. Com Mercadante, sofrerá marcação implacável da Folha, Estadão, Veja, Globo, JovemPan. Mesmo sofrendo acusações injustas, acaba fazendo um governo muito melhor, como fez Lula, que se depura.

Chega de pensar pequeno, daqueles que achavam que São Paulo era pequeno para ter um Banespa; que era pequeno para ter uma Nossa Caixa, que poderia estar financiando casas igual a CEF faz; que acha que São Paulo é pequeno para ter uma empresa de energia como a CESP; que acha que só espanhol sabe ter uma empresa de telefonia. Chega dessa mediocridade tucana que acha que só é bom o que vem dos EUA e Europa. Chega de São Paulo ficar para trás, pensando que está ganhando quando faz guerra fiscal com estados mais pobres, e acaba perdendo exportações de seus próprios produtos para aqueles estados, ao não deixar que também enriqueçam.

São Paulo precisa de Mercadante para fazer como Lula: apoiou os países pobres da América Latina a prosperarem, e exporta mais do que nunca para a região. O mesmo ocorre com países da África.

Chega de sossego, de se conformar com cinturões de pobreza em volta de bairros ricos, em vez de urbanizar, elevar para a classe média, com programas de moradia popular.

Chega de cracolândias sem destino, de meninos de rua sem rumo, de sem-tetos e de falta de apoio à agricultura familiar.

É hora da militância vestir a camisa, adesivar o carro, a janela, conversar com os amigos, com os companheiros de trabalho, da família, dos encontros com amigos, e explicar o quanto tudo pode ser melhor, se São Paulo pensar grande, parar de pensar pequeno e de forma submissa como fizeram Alckmin e Serra. É hora de colocar o estado sob nova direção. Com Mercadante em São Paulo e Dilma em Brasília, para fazer em Sâo Paulo o que Lula fez no Brasil, e que Dilma continuará fazendo.
*dosamigosdoPresidenteLula

Porque Dilma venceu o debate



O compacto acima mostra como foi a participação de Dilma no Debate. Reparem no quanto tem de conteúdo. Nenhum outro candidato chegou perto dela neste quesito.

Tente fazer um compacto com os "melhores momentos" do Serra. Dali não sai nada, ou é ele atacando os adversários ou contrariado com perguntas sobre FHC e sobre apagões na educação e outras áreas de seu governo em São Paulo.

De Marina também não se consegue extrair um compacto com conteúdo. Se espremer fica só a pregação genérica do desenvolvimento sustentável, permeada com críticas udenistas que não correspondem aos fatos, sem conseguir dizer a que veio.

A verdade é que o discurso de Marina desperta desconfiança em todos que votam consciente, porque ela fica em cima do muro, como quando foi perguntada sobre Belo Monte.

Desperta desconfiança quando ela "importa" para o pré-sal os problemas ambientais do golfo do México, causado lá por políticas neoliberais de deixar empresas privadas fazerem tudo por dinheiro. Lá nem foi vazamento em profundidades do pré-sal, e sim em profundidade que a Petrobras já explora há anos, sem qualquer problema.

Desperta desconfiança também quando age de forma oportunista, com o discurso udenista, quando todos sabem que o PV é uma frente partidária com muitos candidatos fisiológicos, aparelhados em prefeituras do DEMos, com Kassab (e já foram aliados de Cesar Maia no Rio quando o DEMo estava no poder), em governos tucanos de São Paulo. Que moral ela tem para criticar o PT, sendo filiada ao PV? E ela sabe como ex-ministra do meio-ambiente que qualquer órgão público ou privado está sujeito a um ou outro mau funcionário desviar sua conduta, e só será descoberto, ou quando uma fraude aparece, ou quando é denunciado antes da fraude aparecer.

Quanto a Marina, fica sempre aquela pergunta: qual é exatamente a posição dela? A gente vai conviver com apagões energéticos por ficar discutindo por décadas um projeto de hidrelétrica? O respeito ao meio-ambiente é fundamental. Ninguém abre mão da boa engenharia que respeita o meio-ambiente neste século XXI, mas quem é responsável por licenças ambientais precisa também aprender a respeitar a ecologia humana, e se empenhar para trabalhar na velocidade que a população pobre do Brasil precisa para sair da pobreza. Que exija as adequações necessárias, mas que não obstrua eternamente.

O discurso da Marina passa a impressão de que a senzala tem que esperar na fila para entrar na classe média, enquanto não se resolve o problema do lixo e da poluição produzidos na casa grande (sobretudo dos países ricos).

Plínio também não rende um bom compacto do debate. Independente de concordar ou não com as idéias dele, não foram passadas com a clareza com que usou no primeiro debate. Plínio conseguiu atacar as políticas dos outros 3 candidatos (e é papel de quem é oposição), mas saiu com a imagem de quem irá desmontar um monte de coisas boas que estão dando certo, como o ProUni, o Reuni, a política de aumento real garantido do salário mínimo; para colocar no lugar algo inatingível a curto prazo: uma suposta política perfeita para um futuro que sabe-se lá quando iria chegar. Por fim, foi desonesto ao sucumbir ao discurso udenista e falso, para exploração eleitoral.

Quando não há um "nocaute" durante o debate, vence quem consegue encaixar mensagens com melhor repercussão nos dias seguintes, e que fixam na cabeça do eleitor.

Ninguém venceu por nocaute (e seria difícil com as regras rígidas, a menos que alguém cometesse algum grande deslize). Mas para o cidadão que se preocupa com emprego, o mais importante foi ouvir Dilma falar dos 14,5 milhões de empregos. Para o estudante que está no ProUni ou quer entrar na universidade, o importante foi ouvir Dilma defendendo o programa. Para quem tem más lembranças do governo FHC, importante foi ver Serra se atrapalhar para defendê-lo. Para quem tem boas lembranças do governo Lula, importante foi ver Dilma defendendo este governo do ataque dos outros.

Por isso que reitero: Dilma conquistou mais votos do eleitor consciente que viu o debate, porque conversou com o eleitor sobre os problemas dele. Dilma fez um discurso politizado para a nova classe média que emergiu no governo Lula.
*osamigosdopresidenteLula

A “ditadura” em que se vota a toda hora





Saíram os resultados das eleição na Venezuela, a 11ª em 12 anos desde que Hugo Chávez chegou, também eleito, ao poder. A imprensa internacional comemora o fato de que a oposição do Presidente conseguiu, finalmente, superar um terço das cadeiras no parlamento e, portanto, terá o poder de impedir reformas constitucionais, embora as reformas propostas por Chávez, até hoje, tenham sido objeto de referendo popular. Um deles, aliás, perdido pelo presidente e respeitado.
A votação correu em paz, não há questionamento sobre sua lisura e o Partido Socialista Unido conquistou 94 das 165 cadeiras, ou 57% dos assentos no Parlamento. Com os representantes indígenas e outro agrupamento de esquerda, são mais de 60% do parlamento.
Normalidade, democracia, voto. Tudo o que a mídia diz que não há por lá.
Pode-se gostar ou não de tudo ou de parte do que faz o Governo da Venezuela.
Mas já é hora de parar com o terrorismo que se faz aqui, apontando como uma ditadura um regime que, todo ano, chama seu povo às urnas.
E onde a oposição, curiosamente, vale-se da abstenção – muito alta, pois o voto não é obrigatório – para reduzir o peso do voto popular nos resultados.
*Tijolaço

Dilma A Mulher mais poderosa do Mundo será a brasileira se Deus permitir

O que nossa mídia não publica



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Retiro, do blog do Rodrigo Vianna, um trecho da tradução do artigo publicado ontem pelo importante jornal inglês The Independent. Os jornais brasileiros, claro, não registraram uma linha. Talvez porque o articulista termine o texto dizendo que ela tem sofrido “campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental” e que sua vitória será “uma celebração da decência política – e do feminismo”.

“A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.
Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.
Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos”.
Leia a tradução do artigo, na íntegra, aqui no Escrevinhador.
*Tijolaço

Pink Floyd - Time