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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 02, 2010

Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.(João 8:32)

 

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 Parabéns a todos e a todas que acreditaram, mas não só isto fizeram, conversaram com as pessoas, fizeram a sua luta, a sua parte.
Brasil um país de todos!
DILMA PRESIDENTE DO BRASIL! 

*MiguelGrazziotin

Afora a belezura que foi a eleição da Dilma, um não acontecimento me deixou muito, mas muito mesmo, contente.

Efeito colateral da eleição da Dilma





Pouco vi do tal do raloím, festa importada da matriz  por mauricinhos e patricinhas alienadas que sonham em viver em Miami.
A cultura popular da matriz é promovida, valorizada, copiada como um padrão. Já a cultura popular daqui, é tratada como coisa  de pobre, subdesenvolvido, gente sem estudo, ignorante… e por aí vai.
Viva o Saci! Viva o Caapora! Viva a Mãe d’Agua!
Viva a todos os outros mitos brasileiros!

São Luiz do Paraitinga satiriza dia das bruxas com 'raloim caipira', dedicado ao Saci


O Saci, por José Luiz Ohi
Cidade conhecida por sua tradição festeira, São Luiz do Paraitinga realizará a Festa do Saci nos próximos dias 29, 30 e 31 de outubro e 1º de novembro. O mito do moleque arteiro motivou a comemoração no município, que se nega a celebrar o halloween – dia das bruxas nos moldes "importados" dos Estados Unidos. Entre contos de "causos", histórias, música, teatro, brincadeiras e oficinas, a festa reúne observadores, curiosos e interessados em saber mais sobre a cultura popular.
Em São Luiz, a festa este ano ganha um significado maior. No início do ano, a cidade enfrentou uma enchente que deixou seu patrimônio arquitetônico parcialmente destruído, e agora está sendo reerguida do estrago que as chuvas causaram ao município. Mas, ao visitá-la, é possivel perceber que a festividade da população não foi abalada na tragédia.
Mesmo ainda com o centro histório cercado de obras, resultado da lentidão com que os recursos públicos têm entrado na cidade, São Luiz e seus moradores esperam pelos turistas com a mesma receptividade costumeira. Praticamente todos os restaurantes e pousadas já estão reabertos.
O "Raloim caipira" é uma iniciativa da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci). A festa insere na cultura local uma comemoração dedicada a um personagem genuinamente brasileiro. Das suas artimanhas, ouve-se histórias de moradores que afirmam conviver há anos com as traquinagens do saci.
No estado de São Paulo, 31 de outubro é oficialmente o "Dia do Saci e seus Amigos". Leis semelhantes definiram a data em São Paulo (SP), São Luiz do Paraitinga (SP), Guaratinguetá (SP), Embu das Artes (SP), São José do Rio Preto (SP), Uberaba (MG), Poços de Caldas (MG), Vitória (ES), Fortaleza (CE) e Independência (CE).

A 1ª entrevista da Presidenta Eleita



A primeira entrevista exclusiva para a TV da presidente eleita Dilma Rousseff, não foi para a Rede Globo, foi para o Jornal da Record (foi ao ar na noite desta segunda-feira).

As entrevistadoras também foram mulheres: Ana Paula Padrão e Adriana Araújo.

Jornal Nacional: do golpismo ao lobismo

No Jornal Nacional, na editoria política, ou há golpismo ou lobismo, jornalismo político que é bom passa longe.

Até as eleições imperou o golpismo. Passada as eleições, vimos manifestação explícita de lobismo, pelo menos por enquanto.

É razoável que uma primeira entrevista após as eleições com uma nova presidente eleita fosse mais leve (qualquer que fosse o eleito). O telespectador tem curiosidade sobre os próximos passos de como será o novo governo, e sobre a presidenta.

A Globo fez uma edição até razoavelmente simpática e sem truques, entrecortada com trechos biográficos e depoimentos de pessoas que conviveram com Dilma (mais ou menos como aqueles programas "esta é minha vida"), mas deu para ver na pauta da Globo, mais a tentativa de desfazer a imagem golpista e de ter feito campanha pró-Serra, do que informar ao telespectador.

Todo mundo se lembra da grosseria de William Bonner ao dizer que Dilma "tinha fama de maltratar seus colegas de trabalho", em entrevista durante a campanha. Bonner chegou a começar bater boca, dizendo que tinha gravação do presidente Lula dizendo que ela "maltratava colegas" em discurso público, como se o presidente tivesse dito a sério.

Hoje suavizaram. Tocaram novamente no assunto, mas eliminaram a palavra "maltratar". Apresentaram ela como uma pessoa com fama de durona, no sentido de exigente e rigorosa (o que deixou de ser crítica para virar elogio), e colocando as imagens do presidente Lula falando no assunto, mas com a narradora ressaltando que Lula falava em tom de humor.

Foi a forma da Globo querer consertar a grosseria que Bonner fez.

O resto teve um pouco de puxa-saquismo, e no fim teve o lobismo explícito. Bonner fechou a entrevista elogiando Dilma ter defendido no discurso de ontem a liberdade de imprensa.

A entrevista ao Jornal Nacional não foi a primeira de Dilma após eleita. Essa primazia a Globo não teve. A primeira entrevista da nova presidente foi no Jornal da Record, com menos lobby e mais jornalismo.

*amigosdoPresidenteLula

Não às lagartas, sim às borboletas






Soraya F.
Ontem acabou o suplício de quatro meses com uma alegria indescritível. Depois de vibrar muito e acompanhar a nossa futura presidenta nos noticiários, fui dormir o sono dos justos. Há muito não dormia como ontem. Acordei ao meio dia, alma leve e coração tranquilo.
Durante o processo de campanha, com o ataque feroz e covarde da imprensa golpista e, especialmente no segundo turno, com o ataque da tropa de choque da calúnia eletrônica, nada me deixou tão triste como o pronunciamento da autora Ruth Rocha. A virulência desses meios era esperado, mas a dessa senhora, escritora de livros infantis, me chocou.
Sou professora de crianças pequenas por opção. Atualmente trabalho com duas turmas de 1º ano, isso aos 29 anos de profissão. Tenho uma pequena biblioteca em sala de aula, a grande maioria de livros infantis que eu comprei com o meu salário. Literatura infantil é parte do meu cotidiano e essa autora integrava a minha ‘best list”…Não mais.
Em um dos seus livros, A Primavera da Lagarta, a autora questiona o preconceito. Em outro intitulado As coisas que a gente fala, critica a mentira e a dificuldade que é juntar os cacos de uma calúnia. Há outros, a maioria nessa linha.
Imaginem qual não foi a minha surpresa em ver o vídeo onde afirma que sempre foi tucana? Que apoiava o Serra! Logo o Serra o representante encarnado de tudo o que ela questiona em seus livros?!! Meus olhos enxergaram, naquele momento, a bruxa da Branca de Neve que veste de boa velhinha para entregar a maça envenenada.
Esqueceu-se a sra. Ruth Rocha que os professores e professoras ouviram suas manifestações (espero que a maioria não tenham tido o desprazer de assistir o video)e que,certamente, se preocuparam com sua tão consciente escolha. Os professores não gostam de ser tratados com truculência, enganados e desrespeitados. Ah! E são os maiores consumidores de literatura infantil!
Gostaria de dizer em meu nome, pois não falo por outra pessoa além de mim, que a honestidade é um valor que não tem preço. Dizer uma coisa e fazer outra é o pior exemplo que se pode dar a uma criança. Ver uma autora que critica a calúnia participando ativamente da maior delas, me deu náuseas e profunda tristeza.
Ontem começou a Feira do Livro em Porto Alegre. Amanhã lá estarei com os meus pequenos, mostrando pelo exemplo a importância e o valor de um bom livro. Durante a semana, assim com a grande maioria dos professores, volto para comprar. Muitos autores estarão em minha lista, mas uma ausência é certa. O “faz o que eu digo ,mas não faz o que eu faço” é perverso e deseduca.
Quanto a campanha como um todo o saldo foi super positivo: vencemos o ódio, a calúnia e o medo; elegemos a primeira presidenta do Brasil; conquistamos parcerias e amizades virtuais; fortalecemos-nos como militância unida em suas proximidades e diferenças; conquistamos um espaço de livre expressão; tivemos acesso ao melhor da política  e ao melhor do jornalismo; e a torpeza da campanha de nosso adversário, fez cair algumas máscaras.
Enfim, podemos apreciar mais uma vez a primavera, com borboletas multicoloridas. As formigas, o camaleão e louva-a-deus não conseguiram expulsar as lagartas.

*Tijolaço

O jornal nacional bajula com mêdo dos médios




O tratamento que o Casal 45 do jn dispensou à presidente Dilma Rousseff, na entrevista que se seguiu à da Record, foi chocante.

Clique aqui para ler “Dilma fura a Globo”.

Antes, o Casal 45 desempenhou o papel de algoz e tratou Dilma com fúria.

Era “ou Serra ou nada” !

A ponto de a mulher cutucar o marido, em cena, para ser mais cortês na sessão de tortura à Dilma.

Ontem, não.

Tratou a presidente eleita a leite e mel, como se faz nos Spirituals.

O marido do Casal 45 já tinha dito um “me perdoe” ao Serra.

E, ontem, com a mesma entonação adulosa, fez questão de observar que aquela entrevista era uma forma de a Dilma demonstrar respeito à  liberdade de imprensa (da família Marinho).

Observação tão estulta quanto inapropriada.

A Dilma já disse e repetiu que prefere a Globo e a Veja, a última flor do Fascio, ao silêncio da ditadura.

E considera a liberdade escandalosa que a Globo e a Veja detêm hoje  resultado, também, da luta que ela e outros – que não fugiram para o Chile – empreenderam contra a ditadura que a Globo e a Veja defenderam – com unhas e grana.

É muito pouco provável que a Presidente Dilma Rousseff se deixe encantar pela cortesia forçada do Casal 45 – e de seus patrões, subitamente encantados com a ex-guerrilheira.

Espera-se que a Presidente Dilma se lembre do que padeceu na mão do PiG (*).

Em que canal de televisão da França, digamos, se ouviria um apresentador de televisão (de feições patibulares) se referir a uma candidata a Presidente como “manda essa mulher calar a boca !” ?

Cabe lembrar que o direito à Comunicação é um bem do cidadão, assegurado pela Carta dos Direitos do Homem da Revolução Francesa.

A propósito, seria interessante se a Helena Chaves, feita Ministra da Comunicação pela Folha (*), desse à Presidente para ler na viagem a ADIN por Omissão com que o professor emérito Fábio Comparato pretende fazer o Congresso legislar sobre os capítulos da Constituição de 88 que tratam da Comunicação.

Aprovar uma Ley de Medios é dever de um presidente democrata.

Assegurar ao cidadão o acesso à informação objetiva, universal, com o sagrado direito de resposta.

Nenhuma campanha presidencial foi tão suja quanto a que empreendeu o José Serra, o candidato do aborto e da farsa da bolinha de papel.

Serra oscilou entre a calhordice e a sordidez.

Que isso fique claro, antes que ele entardeça.

E tudo com o apoio despudorado do PiG (**).

Ou não foi o Casal 45 quem trouxe o “perito” Molina para provar que Serra tinha sido vítima do atentado ao Duque de Sarajevo, com aquela mortífera fita de adesivo ?

A presidente Dilma não pode esperar os 45’ do segundo tempo para, enfim, descobrir que o PiG (**) é um atentado à democracia.

A propósito, o bom amigo Luiz Felipe de Alencastro enviou e-mail de Paris com texto do Monde com uma ação pontual do Conselho Superior dos Meios Áudio-Visuais.

Trata-se do órgão francês que põe em prática uma Ley de Medios.

É bom dar o exemplo da França, para a Judith Britto, presidente da ANJ, não dizer que isso é coisa de argentino.

Cadê a Judith Brito, por falar nisso ?, a auto-proclamada “líder da Oposição” ?

Vai levar o “perito” Molina para o Conselho de Tecnologia Aplicada da ANJ ?

O Conselho de Áudio-Visual vai punir o canal France 2 porque exibiu declaração do “perfumeiro” Jean-Paul Guerlain, que disse ter trabalho como “um negro” para produzir o perfume Samsara.

Guerlain chegou ao requinte de dizer que não tinha certeza se, de fato, os negros são capazes de trabalhar muito.

O Conselho de Áudio-Visual entrou em campo.

A punição pode ser a multa e, até, o fechamento do canal.

Vive la France !

*conversaafiada







10 a Finados





.
O desenrolar dos fatos desde ontem,
para quem não acompanha as analises,
os fatos são muitos:

1) racha no P$DB com acusações de parte a parte,
Minas foi O fracasso para ssERRA,
ficou atrás por 1,7M de votos;

2) fracasso maior só SP onde ele esperava vantagem de 3M de votos,
foram só 1,8M;

3) tucanos paulistas apedrejam mineiros,
mineiros riem desbragadamente das agruras do careca;

4) Aécio super eleito e forte;

5) ssERRA derrotado e fraco,
encastelado em SP mas com o tímido,
quase relutante apoio de Alckmin,
que já foi traído por ssERRA 3 vezes,
ameaçado pelo passar do tempo
e pelo poder minguante dos sem mandato
(vou criar MPST Movimento dos Políticos Sem Teta);

5) ao mesmo tempo Aécio não tem cacife para liderar o P$DB,
seus hábitos e costumes ilícitos são uma vidraça grande demais para deixar exposto,
a criação do novo partido fica ameaçada por que ssERRA tem ainda o poder do abraço do afogado,
e pode tanto tomar-lhe o mandato (coisa que nem o PT fez com Murina ou HH)
quanto jogar sua lama (pó?) no ventilador,
sobra-lhe a posição de ter o papel de independência dentro do P$DB para fazer oposição responsável;

6) DEMos em revoada com suas asinhas de morcego bandeando pros lados do PMDB e já afiando suas presas pensando até em cargos no governo Dilma!

7) quase todos os grandes caciques derrubados e arrasados, vendo as perspectivas de seu poder político desaparecer.
.
Enfim,
quem fica assistindo rede GROBO,
BAND,
GROBONIUS,
vendo os ANAListas prevendo crises e maremotos pra Dilma,
conspirando nos bastidores do PIG,
está perdendo a verdadeira trama,
com tons de dramalhão mexicano (vai ver daí tiraram a idéia de mexicanização!!!)
uma novela de fazer inveja a Gloria Magadan ou Janete Clair,
que rola no depenado ninho tucano!
.
 bons pesadelos Tucanalha!

*amoralnato

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O ignorante político




O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.



Breve comentário sobre o preconceito no Twitter
O twitter amanheceu hoje com uma enxurrada de preconceitos contra moradores da região Nordeste por conta da expressiva votação que a região garantiu à presidente eleita Dilma Roussef. Os microposts foram extremamente ofensivos e degradantes. O segundo turno mais baixo nível de todos os tempos só podia terminar dessa forma, revelando o que há de mais obscuro na alma das pessoas.
Todo mundo erra – eu sou um dos piores. E estes momentos são didáticos para que aprendamos com esses erros, façamos correções de rumo e possamos nos reconstruir e construir uma sociedade melhor. Mas há algumas coisas que li por lá e fiquei assustado.
Ao mesmo tempo, colegas jornalistas receberam spams que defendiam a necessidade de separar o Estado de São Paulo e a Região Sul do restante do país por conta do resultado da votação. Nada sobre juntar quem não concorda com o governo eleito e fazer uma oposição firme, programática e responsável. Até porque, como sabemos, a tática do “perder e levar a bola embora” é super madura e fortalece a democracia. Tudo bem, é meia dúzia de pessoas que acha que “São Paulo é meu país”, mas estes reproduzem em profusão argumentos na internet, também estranhos e mais palatáveis, feito Gremlins.
Além do mais, se São Paulo se separasse do restante do país, como defende meia dúzia de analistas de boteco, daria um jeito de continuar superexplorando trabalhadores de outros lugares. Ao invés do migrante nordestino, seria o imigrante brasileiro. Da mesma forma que a gente faz com o bolivianos, paraguaios e peruanos.
Por mais que o filme original não seja um primor de roteiro e de execução, seria extremamente didático para esse pessoal que espuma preconceito se houvesse uma versão tupiniquim do norte-americano “Um Dia sem Mexicanos”. A idéia da película simples: os imigrantes latino-americanos, que custam algumas centenas de milhões em serviço social e retornam bilhões em mão-de-obra, um dia somem da Califórnia – para a alegria dos xenófobos. Mas a vida se torna um caos com o sumiço deles. Por aqui, seria algo como “Um Dia sem Nordestinos”, com roteiro gravado em São Paulo:
A socialite acorda e vê seu poodle completamente despenteado. Tem um piti e grita pela empregada responsável pelo serviço. Nada. O empresário chega de seu cooper matinal e percebe que seu suco de laranja não está espremido como devido. Grita pelo mordomo. Nada. O editor reclama que o fotógrafo não apareceu para entregar a imagem que prometeu. Nada. O cantor postar não aparece para o show e duas amigas, nervosas porque a maquiagem começa a derreter na pista de dança, entram em estado de pré-pânico. Nada.
“Deve ser enchente na favela. Ela nunca falta, sabe? É pobre, mas tem caráter. Nunca sumiu nada lá em casa.”/”É o quarto dia que aquele sujeito não vem. Sabe o que é isso? É o Bolsa Família! Torna as pessoas vagabundas. Deve estar bebendo em um bar”/ “Combinei uma coisa com ele e ele não veio. Esse povinho do Nordeste, viu?” / “Por isso que eu sempre digo: coloca mais duas horas no tíquete de show desse povo, viu amiga. É questão de cultura, sabe? Não é que nem nós, que tivemos criação.” (agradeço aos leitores e leitoras pelas sugestões)
E por aí vai. Até porque, como todos sabemos e o preconceito rastaquela paulistano reafirma diariamente, os nordestinos em São Paulo estão apenas em ocupações subalternas.
Seja na superfície, através de risinhos, ironias e preconceitos, seja estruturalmente, via baixos salários e uma desigualdade gritante, já passamos o recado de quem manda e quem obedece. Direitos sociais e econômicos já são sistematicamente negados. Agora passamos a dizer não também aos direitos políticos? Qual o próximo passo? Revogar a Lei Áurea?


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O dia em que o preconceito tomou conta do Twitter
Preconceito e discriminação dois males que infectam o país
Ontem, dia do resultado das eleições presidenciais, que deveria ser um dia de festa da democracia, ficou marcado como um dia em que o preconceito e o ódio tomou conta do Twitter, tão popular que é no Brasil. Um dia em que os Nordestinos foram tratados de forma altamente discriminatória. Um dia para não ser esquecido.
No Brasil, é muito comum se escandalizar com preconceito contra negros e gays. Casos assim ocupam páginas de jornais, provocam discussão e tem o tratamento que merecem ter.
Mas, infelizmente, ainda existe o preconceito com relação à região de procedência, que é algo ainda pouco levado a sério e divulgado pela imprensa. E é algo que me assusta pela proporção com que tem crescido. Como diz a brasileira a seguir:
Eu sou Nordestina, de Fortaleza, Ceará. Nascida e criada aqui, com todos os sotaques e trejeitos característicos da região. Falo “oxente” e “vixe”, porque cresci com estas palavras fazendo parte do meu vocabulário. E tenho um baita orgulho de ser cearense. Por nada sairia daqui, porque aqui é o lugar que eu amo e onde me sinto feliz, com seus defeitos e virtudes. Por isso, me senti muito ofendida e triste com as mensagens que vi ontem no Twitter.
Para quem não acompanhou, tivemos um espetáculo digno de Goebbels. Vergonhoso, repugnante, capaz de fazer qualquer nordestino se sentir mal. Ver pessoas incitando a discriminação, pessoas com estudo e conhecimento incompatível com suas palavras, me provocou uma profunda tristeza.
Vejam vocês a que nível chegamos:
A opinião da ignorante que prega extermínio de irmãos:
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A mensagem de um desumano e sem noção de país:

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São dois casos, mas outros acompanharam esse caminho, que tristeza em um dia em que a democracia prevaleceu constatar que ainda temos pessoas na população que agem e pensam dessa maneira tão ignorante e fora da atualidade, e pior ainda jovens manifestantes que poderiam representar o futuro da nação.
*CelsoJardim

SERÁ MAIS FÁCIL TIRAR 25 MILHÕES DA MISÉRIA DO QUE ACABAR COM A POBREZA DE ESPÍRITO DA IMPRENSA CORRUPTA,GOLPISTA E RACISTA BRASILEIRA


COMO EU SEMPRE DIGO : "AMIGOS SE CONHECE NO FRAGOR DA BATALHA".
APÓS A VITÓRIA É BAJULAÇÃO OU CAPITULAÇÃO.
O CUIDADO DEVE SER REDOBRADO COM O 'JN' PORQUE ESSA GENTE ESTÁ APENAS ESPERANDO UMA OPORTUNIDADE PARA ATACAR.

segunda-feira, novembro 01, 2010

Shell envolvida em disputa por apropriação de terra indígena no Brasil


shell skull Shell envolvida em disputa por apropriação de terra indígena no Brasi
Por Survival Internacional
As autoridades brasileiras têm escrito ao gigante energético Shell, para expressar sua preocupação pelas atividades de seu novo sócio brasileiro em uma empresa conjunta que está produzindo biocombustíveis em terras tradicionais de um empobrecido povo indígena. No mês passado, a Shell firmou um acordo avaliado em 12 milhões de dólares para produzir biocombustíveis de cana de açúcar com o gigante brasileiro, Cosan. Porém, parte da cana de açúcar da Cosan é cultivada em terras que pertencem legalmente aos indígenas Guarani. Um fiscal brasileiro com poderes constitucionais para defender os direitos indígenas nos tribunais tem escrito à Shell advertindo de que sua participação na empresa conjunta “põe em risco o compromisso da empresa com a biodiversidade e a sustentabilidade”. Leia Mais… Shell envolvida em disputa por apropriação de terra indígena no Brasil

*webbrasilindigena.org

Novo Tempo




Abril apenas expressam seus valores vulgares e sua indigência político-cultural. Só no grotesco Castelo de Caras, a revista dos cafonas endinheirados e dos basbaques que os admiram

Tucanos e papagaios de pirata


31 de outubro: grande derrota do pro-imperialismo neoliberal

João Quartim de Moraes *
Chico Buarque sintetizou com insuperável concisão, num ato em apoio à candidatura Dilma Rousseff, os dois princípios complementares da política externa da tucanagem: falar fino com os Estados Unidos, falar grosso com a Bolívia e o Paraguai. São princípios tradicionais da direita liberal, sempre subserviente ao “colosso do Norte”, como dizem carinhosamente, sempre arrogante porém com os povos em luta.
Dentre as maneiras de tentar justificar a servidão voluntária ao “colosso”, é especialmente insidiosa uma que está exposta em peçonhenta revista do plutocrata Civita. No momento em que, após ter submetido o Afeganistão a um holocausto balístico em que massacrou indiscriminadamente a população civil, como já havia feito tantas vezes no passado, o Pentágono preparava a invasão do Iraque, Veja (nº 1.791, de 26 de fevereiro de 2003) ofereceu a seguinte explicação para a indignação da melhor parcela da humanidade perante esta escalada de atrocidades:
"Os americanos são ainda odiados por um motivo mais prosaico: porque há décadas vivem uma era de prosperidade sem igual na história humana. Num planeta em que 45% das pessoas subsistem com menos de 2 dólares por dia, os americanos são os beneficiários de uma opulência que agride os brios dos países retardatários. Além disso, os Estados Unidos têm valores, como a democracia e a liberdade absoluta de manifestação de idéias e crenças, que chocam todos aqueles que aprovam regimes totalitários, entre eles os radicais islâmicos. Os EUA, como país, resultaram da convivência das diferenças. O individualismo de seu povo é uma característica cujos resultados são assombrosamente positivos. Isso produz ressentimento".






Tenham ou não haurido de Nietzsche essa denúncia do “ressentimento”, os poodles do truste Abril apenas expressam seus valores vulgares e sua indigência político-cultural. Só no grotesco Castelo de Caras, a revista dos cafonas endinheirados e dos basbaques que os admiram, é possível falar em “era de prosperidade sem igual na história humana” sem cair no ridículo. Em Wall Street, viveiro do dólar gerando dólar, prosperam os Madoffs e outros canalhas; enquanto isso, na periferia do imperialismo, quando se ouve um gringo do Pentágono cacarejar “democracy, democracy” (pronuncia-se “dimócraci”), todos vão logo correndo se entocar, porque os mísseis costumam vir logo atrás. Ronald Reagan, pioneiro da Cruzada neoliberal de recolonização do planeta, justificava o apoio militar que concedia aos talebãs em luta contra os comunistas afegãos, argumentando que eles “não eram terroristas e sim guerrilheiros da liberdade”. Os “democratas-ocidentais”, sob o comando de Bush pai, de Clinton e de Bush filho prosseguiram na Cruzada assassina contra o que chamam “Eixo do Mal”, composto na verdade pelos países que se recusam a lamber as botas do Pentágono e de seus sócios da OTAN.
No Iraque, o holocausto começou antes mesmo da invasão e ocupação do país pelos mercenários do mentecapto G.W.Bush. O embargo econômico decretado contra aquele país pelo “democrat” Clinton e executado por sua secretária de Estado, Madeleine Albright, fez cerca de 500 mil crianças morreram de fome. Quando lhe pediram para explicar essa monstruosidade, a secretária respondeu: “é um preço que nós pagamos pela democracia”. Nós quem, harpia?
No mesmo momento, Veja incumbia-se do trabalho rasteiro de ajudar a satanizar Saddam Hussein. Entre outras safadezas pró-imperialistas, publicou matéria intitulada “Chumbo na chuteira” (nº 1.612, de 25 de agosto de 1999). Dizendo basear-se no jornal britânico The Sunday Times, acusa Udai, filho de Saddam Hussein, de mandar espancar e até torturar jogadores da equipe nacional do Iraque quando perdiam partidas importantes. Em princípio, uma denúncia pode ser verdadeira ou falsa. Mas considerando que a mediática imperialista, inclusive a britânica, divulgou toda sorte de pretextos mentirosos para se apoderar do petróleo iraquiano, não dá para acreditar na raivosa compilação da revista do Mister Civita. De qualquer modo, a tropa da Veja deve ter exultado mais adiante, quando Udai, junto com o irmão Qusai, foram executados à queima roupa pelos pistoleiros do Pentágono. O pai foi em seguida enforcado, após um simulacro de processo mais grotesco do que o dos nazistas. Tudo em nome da “democracy”, claro. 
Não é só a tucanagem, porém que fala fino com os Estados Unidos e grosso com os recalcitrantes da periferia. Havíamos já deplorado que Marina Silva (a nova maneira do capital fazer política) tenha escolhido exatamente a hora em que o Cartel da Otan ameaça incendiar o Irã para declamar em Washington, no dia 24 de abril passado, a ladainha que os gringos queriam ouvir: "O Brasil é a única democracia ocidental que tem dado audiência para o Ahmadinejad. A própria China não tem dado, nem a Rússia". A declaração, além de eleitoreira (caçando votos anti-Lula na faixa pró-imperialista que come na mão da Rede Globo), é ideologicamente sintomática: auto-identificação subalterna com a “democracia ocidental” (a “dimócraci”), subserviência aos interesses da Casa Branca e alusão pejorativa à “própria” China. Entre as espécies verdes com quem Marina se identifica estão, pelo visto, os papagaios de pirata da mediática capitalista.
Coerente com sua opção pró-imperialista, a candidata do PV chamou para seu principal assessor econômico o ultra-liberal Eduardo Giannetti da Fonseca.  Sem medo de desfiar as mais surradas trivialidades do receituário econômico da direita, o assessor alertou  seu bando (em entrevista reproduzida em Estadão.com de 23 de agosto passado): “com Dilma, vemos um avanço de um estatismo e dirigismo na economia, o governo criando estatais de seguros, telefonia, e os bancos estatais promovendo uma marcha forçada de crescimento”. Terrível, não? Explicou também a propósito da competitividade das exportações brasileiras que "é reduzindo o custo Brasil que vamos resolver esse problema, não é com administração de câmbio".  A expressão “custo Brasil” já denota o sabujo, para o qual a culpa é sempre do Brasil. Ademais, só a um imbecil escapa que com o dólar, digamos a 2,5 reais é mais fácil exportar do que com um dólar a 1,7 reais. Enfim, revelando um traço profundo dos verdes, de que seus eleitores bem intencionados não se deram conta, é pela direita que Giannetti discorda dos tucanos: "Juros são sintoma, não são causa do nosso problema", disse ele contrapondo-se às “críticas duras” que Serra fez contra o Banco Central, questionando sua autonomia. Como todos os ultra-liberais, o assessor de Marina quer um Banco Central independente das orientações políticas do governo e dos legisladores eleitos pelo sufrágio universal. 
Nesse aspecto importante, Serra é, como diz o caboclo, menos pior que Marina. Ia terminar meu pequeno artigo mensal com essa não sectária ponderação quando, sacudindo a poeira de meu vasto e um tanto caótico arquivo de jornais, deparei-me na primeira página do Estadão/Mesquitão de 22 de maio de 1996, sob o título “Light é privatizada em leilão recorde”, com uma foto de figurões sorridentes, felizes. No centro da foto está Serra, rindo ao bater o martelo. Na seção de economia do mesmo jornal, mais esclarecimentos sob o título “Estatal francesa compra Light por preço mínimo”. O candidato à presidência duas vezes derrotado partilha com FHC a responsabilidade de ter entregue a um Estado estrangeiro, a preço vil, um setor estratégico de nossa economia. Felizmente, o eleitor brasileiro derrotou tucanos e papagaios de pirata.
* Professor universitário, pesquisador do marxismo e analista político.