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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 26, 2011

Uma atitude nobre e inédita

O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que foi proporcionalmente o mais bem votado do país com 266.465 votos, com 18,95% dos votos válidos do DF, estreou na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa.
Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600.
Segundo os ofícios, abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão.
“A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Esses gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou fazendo a minha parte e honrando o compromisso que assumi com meus eleitores”, afirmou Reguffe em discurso no plenário.
Fonte - http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2011-02-05/politica/1848/ESTREIA-COM-EXEMPLO-DE-AUSTERIDADE.pnhtml

Serra e Alckmin se "esqueceram" de limpar o Rio Tietê por 3 anos

O trecho metropolitano do rio Tietê — destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano — ficou sem limpeza entre 2006, 2007 e parte de 2008. O governo paulista, a cargo do PSDB há 16 anos, admitiu que, por mais de mil dias, não foi feito o serviço de desassoreamento do leito que corta São Paulo.

Os transbordamentos do Tietê, em dias de forte chuva na capital, interrompem o tráfego na marginal e trazem o caos aos paulistanos. Só nos primeiros três meses deste ano, foram registrados três episódios do tipo.

Nota oficial emitida em 22 de março pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, confirma que houve uma suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio.

“A obra de aprofundamento da calha do rio Tietê possibilitou condições de escoamento das vazões que dispensaram a necessidade de realização do serviço de desassoreamento em 2006 e 2007”, afirma o texto, acrescentando que a tarefa só foi retomada no final de 2008.

Na opinião de especialistas, a suspensão da limpeza é temerária e pode até ter prejudicado os ganhos obtidos com o rebaixamento da calha do Tietê, obra entregue em 2005, sob o custo de R$ 2 bilhões. A obra alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros.

Como apontam engenheiros e geólogos, o Tietê é um rio plano, com baixa velocidade da água e limitada capacidade de autolimpeza. Por isso, precisaria ser desassoreado sempre — apesar de essa ser uma tarefa cara (retirar 1 milhão de metros cúbicos custa R$ 64 milhões) e com pouca visibilidade política.

Aluisio Canholi, doutor em engenharia e coordenador do Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (1998), afirma que a suspensão no serviço é "menos grave" por ter sido concentrada no período imediatamente posterior à entrega da obra de rebaixamento da calha, mas critica a ação do governo. "Se eram poucos os resíduos, não teria tanto problema em suspender a limpeza. De toda forma, todo rio urbano precisa ser desassoreado constantemente."

Segundo o especialista, só ser possível saber a extensão exata do problema – e suas reais consequências – se for feita uma análise dos resultados das medições do Tietê em 2006, 2007 e 2008. "É necessário ver o que apontam os relatórios de batimetria (técnica que mede a profundidade do rio) e vazão. Se o assoreamento estava de fato interferindo significativamente na vazão do rio, a questão é gravíssima."

Guardião de tais relatórios, o DAEE foi solicitado em 1º de março deste ano a fornecer os resultados dos estudos de batimetria e vazão. O órgão não havia respondido o pedido até ontem (23 dias depois), quando foi cobrado novamente. Por meio de sua assessoria de imprensa, o DAEE informou que não iria fornecer à imprensa tais informações.

Histórico de idas e vindas
A necessidade de continuar o trabalho de limpeza foi lembrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), no dia da cerimônia de entrega da obra de rebaixamento da calha, em 19 de março de 2006. Na ocasião, além de prometer que o Tietê não voltaria e encher tão cedo, o então postulante ao Planalto anunciou aos presentes que uma Parceria Público Privada (PPP) seria lançada para garantir a manutenção da obra recém-inaugurada, enquanto outras empresas governamentais — Sabesp, Nossa Caixa, Cetesb e Cesp — cuidariam dos 50 quilômetros de jardim na marginal.

“A manutenção já começa imediatamente. Começamos com quatro empresas do governo e pretendemos ampliar com a iniciativa privada”, disse na ocasião. Apesar do corte da vegetação marginal ter sido feito, a PPP nunca foi adiante no Palácio dos Bandeirantes, que passou a ser comandado em março de 2006 por Claudio Lembo. Foi somente no final de 2008, na gestão José Serra (PSDB), que o serviço foi retomado, em contratação anunciada no dia 14 de outubro na página 129 do Diário Oficial do Estado.

Segundo o DAEE, no ano da assinatura do contrato, máquinas removeram 117 mil metros cúbicos de sedimentos (contra o 1 milhão que chega anualmente) em pontos mais críticos do rio Tietê (como a foz dos rios Tamanduateí e Aricanduva), o que representou um investimento de R$ 7 milhões.

Na temporada de chuvas do ano passado, no entanto, após ser alvo de críticas quando a marginal encheu e interrompeu o trânsito novamente, Serra anunciou que o volume de resíduos que voltou a ser retirado precisava ser ampliado. Em fevereiro de 2010, ele afirmou que aumentaria o serviço: passaria de 400 mil metros cúbicos para 1 milhão de metros cúbicos anuais.

Desde então, o contrato foi várias vezes adiado. Foi somente neste ano, quando Alckmin retornou ao poder, que o governo resolveu fazer novas licitações para o setor. Assim que enfrentou a primeira leva de críticas após o caos visto em São Paulo com a chuva de 10 de janeiro de 2011, o tucano lançou um novo programa de contenção de enchentes.

Alckmin, que mudou o rumo de vários projetos do antecessor, incluiu no pacote uma revisão do que se vinha fazendo com o Tietê. Na primeira ação anunciada, ele disse que passaria a retirar 2,1 milhões de metros cúbicos de resíduos do rio neste ano, contra meta anterior de 1 milhão de metros cúbicos.

No total, entre todos os pacotes anunciados, o governador afirmou que investirá cerca de R$ 558 milhões em ações antienchentes. O governo estadual calcula que, hoje, o rio tenha cerca de 2 milhões de metros cúbicos de resíduos.



Não foi Deus. Cerra alagou São Paulo

https://lh6.googleusercontent.com/-TPaDjXofQIA/TY3NDAQEEsI/AAAAAAAARIY/fZcl6mR5iHM/s1600/bessinha_531.jpg
O Conversa Afiada se curva à importante sugestão dos seguintes amigos navegantes:

Marcos

Serra não mandou limpar o Rio Tietê:

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/03/25/governo-de-sp-deixou-de-limpar-o-rio-tiete-por-quase-tres-anos.jhtm


Paulo

Depois de tantas enchentes em São Paulo, até o Uol acusa o ex-gernador do Estado de não limpar o rio Tietê. Se manca Zé! Será que você não vê que até o otavinho mandou lhe fritar?


Dóri Edson

VEJAM ESSA:

RIO TIETÊ FICOU QUASE TRES ANOS SEM LIMPEZA. CONDIÇÃO QUE CONTRIBUIU PARA OS ALAGAMENTOS NA CAPITAL


Navalha
Cerra atribuiu os alagamentos que afundaram São Paulo à obra de Deus.
Deve ser o Deus do Antigo Testamento.
O fundador do Partido Anti-Cerra atribuiu os alagamentos à chuva.
Agora se vê que a culpa é do jenio:

Rio Tietê ficou sem limpeza por quase três anos em São Paulo

Arthur Guimarães Do UOL Notícias

Para tirar o atraso, governo Alckmin dobrou metas de limpeza e anunciou aporte de R$ 558 milhões

Destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano, o trecho metropolitano do rio Tietê ficou sem limpeza entre 2006, 2007 e parte de 2008.

O governo estadual assumiu nesta semana, em resposta a questionamento feito há 24 dias pelo UOL Notícias, que por mais de 1.000 dias não foi feito o serviço de desassoreamento do leito que corta São Paulo e cujos transbordamentos, em dias de forte chuva na capital, interrompem o tráfego na marginal e trazem o caos aos paulistanos. Só nos primeiros três meses deste ano, foram registrados três episódios do tipo.

Nota oficial emitida em 22 de março pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, confirma que houve uma suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio.

“A obra de aprofundamento da calha do rio Tietê possibilitou condições de escoamento das vazões que dispensaram a necessidade de realização do serviço de desassoreamento em 2006 e 2007”, afirma o texto, acrescentando que a tarefa só foi retomada no final de 2008.

Na análise de especialistas, no entanto, tal suspensão é temerária e pode, inclusive, ter prejudicado os ganhos obtidos com o rebaixamento da calha do Tietê, obra entregue em 2005, sob o custo de R$ 2 bilhões, e que alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros.

Como apontam engenheiros e geólogos, o Tietê é um rio plano, com baixa velocidade da água e limitada capacidade de autolimpeza. Por isso, precisaria ser desassoreado sempre –apesar de essa ser uma tarefa cara (retirar 1 milhão de metros cúbicos custa R$ 64 milhões) e com pouca visibilidade política.

Aluisio Canholi, doutor em engenharia e coordenador do Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (1998), afirma que a suspensão no serviço é “menos grave” por ter sido concentrada no período imediatamente posterior à entrega da obra de rebaixamento da calha.

Como ele explica, o revestimento de concreto aplicado em 2005 nas paredes do leito, em tese, fez com que os resíduos se acumulassem em menor escala nos anos seguintes à inauguração. Além disso, as intervenções aumentaram a vazão do rio e sua velocidade, facilitando a dispersão dos dejetos. “Se eram poucos os resíduos, não teria tanto problema em suspender a limpeza. De toda forma, todo rio urbano precisa ser desassoreado constantemente”, pondera.

Segundo o especialista, no entanto, só é possível saber a extensão exata do problema –e suas reais consequências– se fosse feita uma análise dos resultados das medições do Tietê em 2006, 2007 e 2008. “É necessário ver o que apontam os relatórios de batimetria (técnica que mede a profundidade do rio) e vazão. Se o assoreamento estava de fato interferindo significativamente na vazão do rio, a questão é gravíssima.”

Guardião de tais relatórios, o DAEE foi solicitado em 1º de março deste ano a fornecer os resultados dos estudos de batimetria e vazão. O órgão não havia respondido o pedido até ontem (23 dias depois), quando foi cobrado novamente. Por meio de sua assessoria de imprensa, o DAEE informou que não iria fornecer à imprensa tais informações. Histórico de idas e vindas

A necessidade de continuar o trabalho de limpeza foi lembrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), no dia da cerimônia de entrega da obra de rebaixamento da calha, em 19 de março de 2006.

Na ocasião, além de prometer que o Tietê não voltaria e encher tão cedo, o então postulante ao Planalto anunciou aos presentes que uma Parceria Público Privada (PPP) seria lançada para garantir a manutenção da obra recém-inaugurada, enquanto outras empresas governamentais –Sabesp, Nossa Caixa, Cetesb e Cesp – cuidariam dos 50 quilômetros de jardim na marginal. “A manutenção já começa imediatamente. Começamos com quatro empresas do governo e pretendemos ampliar com a iniciativa privada”, disse na ocasião.

Apesar do corte da vegetação marginal ter sido feito, a PPP nunca foi adiante no Palácio dos Bandeirantes, que passou a ser comandado em março de 2006 por Claudio Lembo. Foi somente no final de 2008, na gestão José Serra (PSDB), que o serviço foi retomado, em contratação anunciada no dia 14 de outubro na página 129 do Diário Oficial do Estado.

R$ 2,1 bilhões/mês É o prejuízo estimado causado pelas enchentes às empresas de São Paulo, segundo dados da Fiesp

Segundo o DAEE, no ano da assinatura do contrato, máquinas removeram 117 mil metros cúbicos de sedimentos (contra o 1 milhão que chega anualmente) em pontos mais críticos do rio Tietê (como a foz dos rios Tamanduateí e Aricanduva), o que representou um investimento de R$ 7 milhões.

Na temporada de chuvas do ano passado, no entanto, após ser alvo de críticas quando a marginal encheu e interrompeu o trânsito novamente, Serra anunciou que o volume de resíduos que voltou a ser retirado precisava ser ampliado. Em fevereiro de 2010, ele afirmou que aumentaria o serviço: passaria de 400 mil metros cúbicos para 1 milhão de metros cúbicos anuais.

Desde então, o contrato foi várias vezes aditado. Foi somente neste ano, quando Alckmin retornou ao poder, que o governo resolveu fazer novas licitações para o setor. Assim que enfrentou a primeira leva de críticas após o caos visto em São Paulo com a chuva de 10 de janeiro de 2011, o tucano lançou um novo programa de contenção de enchentes.

Alckmin, que mudou o rumo de vários projetos do antecessor, incluiu no pacote uma revisão do que se vinha fazendo com o Tietê. Na primeira ação anunciada, ele disse que passaria a retirar 2,1 milhões de metros cúbicos de resíduos do rio neste ano, contra meta anterior de 1 milhão de metros cúbicos.

No total, entre todos os pacotes anunciados, o governador afirmou que irá investir cerca de R$ 558 milhões em ações contra as enchentes. O governo estadual calcula que, hoje, o rio tenha cerca de 2 milhões de metros cúbicos de resíduos. Outro lado

O ex-governador José Serra foi procurado para se posicionar sobre a reportagem. Apesar do contato feito com sua assessora de imprensa e das perguntas enviadas, não houve retorno até a publicação deste texto.

O DAEE, que desde o começo do mês é solicitado a passar ao UOL Notícias dados sobre a questão, enviou apenas um texto em que elenca de forma genérica os principais projetos e as promessas do órgão.

Mesmo sendo solicitado diversas vezes a detalhar os dados que forneceu, o DAEE não divulgou mais informações e não agendou entrevistas com os técnicos do órgão, como foi solicitado pela reportagem.

CHARGE DO PS PORTUGUÊS

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NÃO É COINCIDÊNCIA COM O BRASILEIRO
 
*historiavermelha

Frase do dia

"A idéia de que, só porque um país é democrático, os seus cidadãos  após debaterem entre si, têm legitimidade para bombardear os cidadãos de outro país é uma idéia que acabará por matar a democracia."

Emmanuel Todd
*esquerdopata 

Concerto para uma Voz



*docemistériodavida

Estados Unidos caminham para a Ditadura



Michigan: Projeto de lei atribui aos gestores poder ditatorial sobre cidades e escolas
Tom Elley
World Socialist Web Site
Tradução de Diário Liberdade
Um projeto de lei que pode ser sancionado essa semana pelo Governador de Michigan, Rick Snyder (foto), daria para gestores financeiros de emergência não eleitos (EFM) [do inglês Emergency Financial Managers - NT] poderes ditatoriais sobre qualquer entidade do governo local - municípios, cidades e colégios - setores cujos poderes são democraticamente eleitos, para revogar qualquer lei ou portaria local, cancelar acordos coletivos, apreender e vender ativos públicos, determinar cortes draconianos aos serviços sociais e aos salários dos trabalhadores.
Como a lei antitrabalhista aprovada em Wisconsin e as leis similares que têm tomado o país, a intenção expressa da lei do EFM de Michigan é criar um quadro autoritário respaldado legalmente para impor cortes de custos e de salários. Isso poderia estabelecer um regime onde o governo pelo decreto fosse o modus operandi básico do governo local. Como um Senador Estatal Republicano coloca, a lei se aplica a regiões em que é necessário uma "lei marcial financeira".
Enquanto detalhes são trabalhados entre duas diferentes versões da lei que circula na Câmara e Senado de Michigan, Snyder já disse que assinaria a lei essa semana. A lei permitiria a um gestor financeiro, não eleito e sem compromisso para com eleitores, a possibilidade de simplesmente dissolver unidades do governo que ele ou ela considere falho. Os EFM's poderiam eliminar leis e políticas que ele considerasse passível de objeção.
Como alternativa, o projeto de lei inclui um "termo de consentimento" que concederia EFM's para autoridades locais que estivessem dispostos a impor cortes. Um prefeito que tenderia a procurar tais autoridades é Dave Bing, de Detroit, que reivindica poder para abolir serviços sociais vitais para grande parcela da cidade de aproximadamente um milhão de habitantes. O prefeito de Flint, Dayne Walling, também declarou que irá procurar fazer acordos com autoridades para impor cortes salariais massivos a bombeiros e policiais.
A lei tende a cair em um uso muito mais abrangente. Embora atualmente apenas um punhado de autarquias estejam sob controle de um EFM, incluindo escolas públicas de Detroit, a lei permitirá ao Estado adotar "prevenções", tomando poderes sobre cidades e escolas que tenham entrado em crise financeira.
A crise enfrentada por colégios e governos locais está sendo intencionalmente provocada por politicas adotadas a nível estatal e federal. O orçamento do governador de Michigan, Rick Snyder dá 1,8 biliões de dólares em benefícios fiscais para corporações e ricos, atacando o financiamento para educação e serviços sociais, além de impor novas taxas aos idosos e trabalhadores. O auxílio para governos locais vão ser reduzidas em 400 milhões de dólares, esgotando 178 milhões de dólares do orçamento de Detroit e 8,1 milhões de Flint - ou 40% das despesas de toda a cidade. O financiamento publico das escolas sofrerá redução em torno de 250 dólares para cada pessoa. Estes cortes vêm depois de anos de medidas de austeridade do antecessor do Democrata Snyder, Jennifer Granholm. (leia: http://www.wsws.org/articles/2011/feb2011/mich-f22.shtml [em inglês])
O efeito liquido é que os colégios distritais, cidades e vilas em todo o Estado estão pendurados por um fio. A lei do EFM irá permitir a aplicação de cortes sem levar em conta seus impactos sociais.
O Secretário do Tesouro, Andy Dillon, disse que "espera um grande número de governantes locais declarando falência nos próximos anos", segundo a imprensa. Ele está num processo de formação de cerca de 170 "futuros EFM's" em sessões ocorridas a cada dois dias na Universidade do Estado de Michigan. É provável que os EFM's sejam muito bem pagos - uma alteração no limite de compensação de 159 mil dólares foi rejeitada no Senado.
Aqueles que acreditam que o projeto é uma medida puramente republicana, como os diretores sindicais e o cineasta Michael Morre, são desonestos ou iludidos.
A força motriz por traz da medida é Dillon, ex-lider democrata da Câmara, que foi nomeado para o cargo de secretário do Tesouro por Snyder. Como disse o colunista do Detroit Free Press, Stephen Henderson, apoiador do projeto, "É importante notar, para beneficio daqueles que caracterizam este esforço como alguma tentativa da direita a assumir as cidades do Estado, que a maioria dessas ideias vêm de Dillon, um Democrata, que falava sobre eles bem antes de ter sido indicado para o gabinete do governador republicano Rick Snyder." Na verdade, o projeto é uma conspiração da direita que é apoiada tanta pelos republicanos quando pelos democratas.
A inspiração do projeto de lei é o EFM da Escola Publica de Detroit, Robert Bobb, que ano passado entrou num conflito legal com a chapa do colégio eleitoral eleita por seus métodos ditatoriais. Granholm apoiou nomeando Bobb para a disputa, e os legisladores começaram a pensar caminhos pelos quais os EFM's poderiam adquirir poderes para atropelar toda a oposição. A lei do EFM é o resultado desse processo.
Tanto Nova Iorque como Illinois, cujas legislaturas e mansão do governador são controlados pelos Democratas, estão avançando com a lei que poderia também permitir que empregadores do governo tivessem poder para desmantelar contratos, alegando coação financeira. Nestes Estados, juízes do trabalho seriam legalmente obrigados a analisar a situação financeira quando das decisões acerca de disputas sobre negociações coletivas entre trabalhadores e empregadores.
Nos locais onde os Democratas controlam assembleias legislativas, os sindicatos estão trabalhando com eles para impor cortes, assim como a UAW [United Auto Workers - Organização de trabalhadores da indústria automotiva - N.T] trabalhou de mãos dadas com a administração de Obama para fechar fábricas, reduzir os salários da indústria automobilística e rasgar os benefícios dos aposentados na "reorganização" da General Motors e da Chrysler em 2009.
Os sindicatos se opõem aos esforços Republicanos que aboliram as conquistas coletivas não porque se opunham ao corte de salários ou porque estão comprometidos em defender os direitos democráticos dos trabalhadores, mas porque eles insistem que têm um papel vital a desempenhar na supervisão dos cortes. Nos Estados dominados por Republicanos, como Wisconsin, Ohio, Arizona e Tenessi, as leis passaram ou estão prestes a tal para atacar a contribuição sindical, acordos coletivos informais para funcionários do governo e concede poderes extraordinários ao Estado para reprimir greves, lentidão de trabalho e piquete.
Nenhuma dessas medidas são acidentais ou vêm como respostas de improviso à crise no orçamento de curto prazo. Há, nos círculos do poder, uma crescente tendência a acreditar que o saque da riqueza social em beneficio da elite financeira - que foi liderada pelo governo de Obama e seu socorro a Wall Street - irá inevitavelmente provocar resistência na classe trabalhadora.
Os protestos massivos de Wisconsin e as manifestações de outros Estados, incluindo Michigan, indica que isso já começou a acontecer.
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Traduzido para Diário Liberdade pro Bruno Baader

*cronicasecriticasdaamericalatina

O que é bom para os EUA, não é bom para o Brasil

Brasil vence mais uma disputa comercial contra os Estados Unidos na OMC
A Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu que algumas taxas antidumping impostas pelos Estados Unidos sobre importações de suco de laranja brasileiro violam as leis do comércio internacional. O relatório final com o parecer favorável ao Brasil foi divulgado hoje (25), em Genebra, para todos os países associados da OMC. O relatório é resultado de um apelo feito pelo Brasil na OMC em 2008, no qual denunciou a ilegalidade dos critérios adotados pelos Estados Unidos para definir a prática de dumping no suco de laranja produzido no país.
A OMC acatou os argumentos do Brasil e considerou que método de cálculo, chamado zeroing, aplicado pelos americanos, “é incompatível” com a acordo antidumping. O texto aponta que “uma metodologia de comparação que ignora transações, que se tivessem sido levadas em conta resultariam em uma margem menor de dumping, deve ser considerada injusta”.
Com isso, a organização recomendou que os Estados Unidos tomem as medidas necessárias para tornar suas exigências compatíveis com o Acordo Antidumping. A decisão do painel deve ser aplicada pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC entre 20 e 60 dias a contar de hoje. A data pode ser alterada se houver recurso ao Órgão de Apelação do organismo multilateral.
Além do Brasil, a União Europeia e oito países (Canadá, Japão, Equador, Tailândia, México, Coreia, Vietnã e China) abriram painéis contra os Estados Unidos na OMC sobre o mesmo assunto.

Com Agência Brasil