Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, abril 28, 2012
A relação de Murdoch com o governo do Reino Unido
Do Opera Mundi Inquérito sobre escândalo de escutas revela influência de Murdoch sobre governo britânico Desde 1988, magnata das telecomunicações se encontrou mais de cem vezes com lideranças políticas do país
A cada novo desdobramento do escândalo dos grampos telefônicos do
Reino Unido, as relações entre um dos maiores conglomerados midiáticos
do planeta e a cúpula da política britânica revelam-se mais íntimas.
Efe
Manifestantes exibem cartazes com protestos contra Murdoch e seu filho
*nassif
Durou décadas a ditadura em Portugal. A rigor, foram 48 anos entre os
anos de 1926 e 1974. Só Antônio de Oliveira Salazar governou por 36
anos, entre 1932 e 1968, e a Constituição de 1933, que implantou o
Estado Novo nos moldes do fascismo italiano com seu Partido Único,
permaneceu até 1974, por 41 anos.
Capa do jornal república de 25 de abril de 1974 (Clique para ampliar)
Acabou em 25 de abril de 1974 numa revolução quase sem tiros.
Morreram apenas quatro pessoas pela ação da DGS (ex-PIDE). A adesão aos
militares que protagonizaram o golpe na ditadura foi tão grande que as
cinco mortes mais pareceram um desatino final. O nome de “Revolução dos
Cravos” foi devido a um ato simbólico tomado por uma simples florista.
Ela iniciou uma distribuição de cravos vermelhos a populares e estes os
ofereceram aos soldados, que os colocaram nos canos das espingardas.
Tudo fora bem planejado. A ação começou em 24 de abril de forma muito
musical. Um grupo militar instalou secretamente um posto no quartel da
Pontinha, em Lisboa. Às 22h55 foi transmitida por uma estação de rádio a
canção E depois do adeus, de Paulo de Carvalho. Este era o sinal para todos tomarem seus postos. Aos 20 minutos do dia 25, outra emissora apresentou Grândola, Via Morena, de José Alfonso. Ao contrário da primeira canção, a qual era bastante popular, Grândola estava proibida, pois, segundo o governo, fazia clara alusão ao comunismo.
Passados 38 anos, todos reclamam em Portugal. Tendo no centro do
cenário a atual crise econômica, a esquerda considera que o espírito da
revolução se perdeu, assim como várias das conquistas dos primeiros
anos, enquanto a direita chora as estatizações do período
pós-revolucionário, afirmando que esta postura prejudicou o crescimento
da economia. O ex-presidente Mário Soares afirma que tudo o que ocorreu
nos últimos 38 anos pode ser discutido e reavaliado, mas que a
comparação entre o passado e o que há hoje é comparar “um passado de
miséria, de guerra e de ditadura” com um país onde há “respeito pela
dignidade do trabalho, pelos sindicatos e pela democracia pluralista”.
Deus, Pátria e Família (Clique para ampliar)
A
ditadura iniciou em 1926 com o decreto que nomeou interinamente o
general Carmona para a presidência da República. Após a dissolução do
parlamento, os militares ocuparam todas as principais posições do
governo. A ditadura teve o condão de unir todos os partidos que antes
disputavam entre si. Eles enviaram uma declaração conjunta às embaixadas
dos EUA, Inglaterra e França, informando que não reconheciam o governo.
Em resposta, a repressão policial foi acentuada e todos os que
assinaram a declaração foram presos em Cabo Verde, sem julgamento.
Todas as revoltas foram sufocadas enquanto os militares se viam às
voltas com uma crise econômica. Havia duas correntes: uma representada
pelo ministro das finanças, o general Sinel de Cordes, que desejava
recorrer a um empréstimo externo e outra, de um professor de finanças da
Universidade de Coimbra, Antônio de Oliveira Salazar, que pensava não
ser necessário o empréstimo externo para resolver a difícil situação
financeira do país. O empréstimo não foi feito em razão de que as
condições exigidas eram inaceitáveis – quase as mesmas que a “troika”
exigiu e levou atualmente. O resultado final do episódio foi o pedido de
demissão de Sinel de Cordes e o convite a Salazar para a pasta das
finanças.
O ditador solitário
Salazar impôs austeridade e rigoroso controle de contas. Obteve o
equilíbrio das contas de Portugal em 1929. Na imprensa, controlada pela
censura, Salazar era chamado de “o salvador da pátria”. O prestígio
ganho junto ao setor monárquico e católico, além da propaganda,
consolidavam pouco a pouco a posição de Salazar, abrindo espeço para sua
ascensão. Ele se tornou o esteio dos militares, que o consultavam para
tudo, principalmente para as reformas ministeriais. Enquanto a oposição
era dizimada, Salazar recusava o retorno ao parlamentarismo e à
democracia da Primeira República, criando a União Nacional em 1930,
preparando a instalação de um regime de partido único.
Em 1932, foi discutida uma nova Constituição que seria aprovada no
ano seguinte. Nela, é criado o Estado Novo, uma ditadura que dizia
defender “Deus, a Pátria e a Autoridade”, principalmente a terceira, que
depois foi alterada para Família. A ditadura portuguesa foi muitíssimo
pessoal e revelava claramente o caráter de seu chefe. Salazar era uma
estranha espécie de misantropo que governava um país ao mesmo tempo que
amava a solidão e posava de inacessível. Suas palavras são
surpreendentes, mesmo para um ditador. “Há várias maneiras de governar
e, a minha, exige isolamento… O isolamento muito me ajudou a desempenhar
minha tarefa e permitiu-me, no passado como hoje, concentrar-me, ser
senhor do meu tempo e dos meus sentimentos, evitar que fosse
influenciado ou atingido”. Muito católico, Salazar nunca casou e vivia
entre padres. O cardeal de Lisboa, D. Manuel Gonçalves, disse dele: “é
um celibatário austero que não bebe, não fuma, não conhece mulheres”,
mas, a fim de afastar qualquer inclinação homossexual, ressaltou: “mas
ele aprecia a companhia das mulheres e a sua beleza sem, no entanto,
deixar de levar uma vida de frade”.
Salazar e Franco: colaboração e frieza
Tal
como fazia na vida privada, Salazar criou uma curiosa política e um
bordão não menos. Praticava uma política de isolacionismo internacional
sob o lema Orgulhosamente sós. Atuava de forma tortuosa. Apoiou
Franco na Guerra Civil de 1936, mas manteve com este uma relação fria e
desconfiada. Durante a Segunda Guerra Mundial, agarrou-se à
neutralidade como se disto dependesse sua vida. Talvez tivesse razão.
Próximo ideologicamente do fascismo italiano, Portugal não hostilizou o
eixo Roma-Berlim-Tóquio, apesar de ter tornado ilegais os movimentos
fascistas, prendendo seus líderes. Comprou armas, mesmo durante a
Guerra, tanto na Alemanha quanto da Inglaterra, evitando o confronto e a
adesão. Acendendo uma vela para cada um dos lados, Salazar aceitava dar
vistos a judeus em trânsito vindos da Alemanha e da França. Também
concedeu aos Aliados uma base nos Açores.
O ditador foi homenageado por Fernando Pessoa.
Antonio de Oliveira Salazar
Antonio de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequencia regular…
Antonio é Antonio.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.
Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…
Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade,
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné,
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé,
Mas ninguém sabe porquê.
Mas, enfim, é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé:
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.
Após a Segunda Guerra Mundial, manteve a política do Orgulhosamente sós,
mas nem tanto assim, pois Salazar desejava permanecer orgulhosamente
só, porém, com suas colônias. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a
comunidade internacional e a ONU passaram a defender políticas de
autodeterminação dos povos em regiões colonizadas. Salazar ignorou o
fato, levando o país a sofrer consequências negativas tanto do ponto de
vista econômico como culturais.
Charge de 1957, publicada em jornal clandestino
Internamente, a violência da democracia de fachada de Salazar não
ficava nada a dever a suas congêneres latino-americanas. O Estado Novo
tinha sua polícia política, a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do
Estado), a qual era antes chamada de PVDE (Polícia de Vigilância e
Defesa do Estado) e depois de DGS (Direção-Geral de Segurança). Em
comum, a perseguição e morte aos opositores do regime. O regime
autoritário, mas sem violência é uma fantasia que
muitos católicos portugueses gostam de manter, pois a Igreja Católica
sempre era citada por ele. Até hoje, alguns saudosos de Salazar misturam
fascismo e catolicismo.
Em março de 1961, ocorreu uma chacina de colonos civis no norte de
Angola. A resposta de Salazar foi uma Guerra Colonial chamada Para Angola rapidamente e em força.
Depois, novas guerras em Guiné e Moçambique, sempre com o propósito de
permanecer orgulhosamente só, mas com as províncias ultramarinas sob sua
bandeira. As Guerras Coloniais tiveram como consequências milhares de
vítimas e forte impacto econômico sobre o país, tendo sido uma das
causas da queda do regime.
Salazar foi afastado do governo em 27 de Setembro de 1968, após uma
grave queda em casa, o que lhe causou uma trombose cerebral. Seu fim foi
digno de opereta: naquele 1968, o então Presidente da República,
Américo Tomás, chamou Marcello Caetano para substitui-lo. O curioso é
que, até morrer, em 1970, Salazar continuou a receber “visitas oficiais”
como se fosse ainda o presidente do país, nunca manifestando sequer a
suspeita de que já o não era, no que não foi contrariado.
Negociações para a rendição da PIDE/DGS, no dia 26 de Abril de 1974. Fotografia de Joaquim Lobo.
O longo inferno foi finalizado pelo 25 de Abril, tal como o conhecem
os portugueses. O Movimento das Forças Armadas (MFA) foi composto por
oficiais intermediários da hierarquia militar, na sua maioria, eram
capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que foram apoiados
por oficiais e estudantes universitários. Este movimento nasceu por
volta de 1973, baseado inicialmente em reivindicações corporativistas
das forças armadas envolvidas nas guerras coloniais, acabando por se
estender a protestos contra a ditadura. Sem grande apoio e com a adesão
em massa da população à Revolução dos Cravos, a resistência do regime
foi praticamente inexistente, registrando-se apenas cinco mortos em
Lisboa pelas balas da famigerada DGS.
Após o 25 de abril, foi criada a Junta de Salvação Nacional,
responsável pela nomeação do presidente da República. Assim, em 15 de
Maio de 1974, o general António de Spínola foi nomeado presidente.
Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da
Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou
em vigor no dia 25 de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições
legislativas da nova República.
Tanto Mar, de Chico Buarque
Sei que está em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
*Turquinho
PIG europeu toma partido; The Economist declara voto em Sarkozy
O PIG de lá morre de amores por Sarkozy e Carla Bruni, o daqui morre de amores por José Serra.
A eleição de François Hollande como presidente da França seria negativa
para o país e para a Europa, afirma a influente revista britânica The
Economist, que chama o candidato socialista de "perigoso" na capa.
Em um editorial mordaz, a revista destaca que se tivesse a
oportunidade votaria no atual presidente conservador e candidato à
reeleição, Nicolas Sarkoy, no segundo turno de 6 de maio, "não tanto por
seus méritos, mas para manter Hollande fora".
O texto também ressalta a necessidade de reformas na França.
"A
dívida pública é elevada e segue crescendo, o governo leva mais de 35
anos sem excedente orçamentário, os bancos estão subcapitalizados, o
desemprego é persistente e corrosivo e, com 56% do PIB, o peso do Estado
francês é maior ao de qualquer país do euro".
O programa de
Hollande "parece muito pobre na hora de responder a isto, especialmente
levando em consideração que os vizinhos da França têm realizado
verdadeiras reformas", afirma a revista, antes de completar que o
candidato socialista "fala muito de justiça social, mas quase nada da
necessidade de criar riqueza comum".
O editorial explica que
Hollande pretende elevar impostos, reconhece o mérito do candidato
enfrentar a dura austeridade defendida pela Alemanha que coloca em
perigo a recuperação da Eurozona, mas considera que ele faz isto "pelos
motivos equivocados". *Oterrordonordeste
O sionismo ensombra o Mundo
Eça de Queiroz comenta a acção dos judeus na Alemanha
[......] Mas
o pior ainda, na Alemanha, é o hábil plano com que fortificam a sua
prosperidade e garantem a sua influência – plano tão hábil que tem o
sabor de uma conspiração:(*) na
Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem se apoderado das duas
grandes forças sociais – a Bolsa e a Imprensa. Quase todas as casas
bancárias, quase todos os grandes jornais estão na posse do semita.
Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das
profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante, e o traz
dependente do capital; mas, injúria suprema, pela voz de seus jornais,
ordena-lhe o que há de fazer e com quem há de se bater! Tudo isso seria
suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo
judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As
muralhas formidáveis do templo de Salomão, que foram arrasadas,
continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de
Berlim há uma verdadeira Jerusalém, inexpugnável: aí se refugiam com o
seu Deus, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a
sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade
alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta
sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica. Só casam entre si;
entre si ajudamente, regiamente, dando-se uns aos outros milhões, mas
não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põe orgulho, um
coquetismo insolente em se diferenciar do resto da nação em tudo, desde a
maneira de pensar até a maneira de vestir. [......]
Eça de Queiróz
In Cartas de Inglaterra, Israelismo.
Livraria Chardron, Lelo & Irmão, Porto, 1907.
NOTA:
(*)
Se a desconfiança e a hostilidade contra os judeus tivesse surgido
somente num único país e só numa determinada época, seria fácil
identificar as razões dessa aversão. Mas, ao contrário, essa raça é,
desde há muito tempo, antipatizada pelos habitantes de todas as terras e
nações no seio das quais se estabeleceu. Como os inimigos dos judeus
existiram entre os mais diversos povos, os quais habitavam regiões
distantes entre si e eram regidos até por leis determinadas por
princípios opostos e se não tinham os mesmos costumes, e eram distintos
no espírito de suas culturas, então as causas do anti-semitismo devem
ser procuradas entre os próprios judeus, e não entre os seus
antagonistas.
Bernard Lazare
anarquista judeu
Antisémitisme, son histoire et ses causes, Paris 1934, Tomo I, pág.32
Há uma intensa movimentação dos monopólios midiáticos para
evitar que a CPI do Cachoeira apure também as relações do crime organizado com
setores da imprensa. A Operação Monte Carlo da PF já confirmou a existência desta
promíscua relação – só entre o editor da Veja, Policarpo Jr., e o mafioso
Carlinhos Cachoeira, foram mais de 200 telefonemas, além de jantares sinistros.
Neles muita coisa deve ter sido tramada para interferir nos rumos políticos do
país e para beneficiar alguns negócios “privados”.
A Justiça acaba de negar uma ação do trabalhador Gilson
Silva Sousa exigindo indenização por dano moral contra o apresentador Boris
Casoy, da TV Bandeirantes. O processo foi movido devido às declarações
preconceituosas do âncora do Jornal da Band na noite de 31 de dezembro de 2009.
Na ocasião, diante do vídeo de dois garis desejando feliz ano novo, Boris Casoy
explicitou todo o seu elitismo sem perceber um vazamento de áudio: “Que merda...
Dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... Dois
lixeiros... O mais baixo da escala do trabalho”.
O Ali Kamel, diretor da Globo, levou uma sova no STF. Por 10 x 0 (dez
votos a zero), o tribunal decidiu que são constitucionais - sim!!! – as
quotas para negros nas universidades brasileiras.
Kamel, como se sabe, nega que haja racismo no Brasil. “Não somos
racistas” é o título de um livro dele. Kamel é contra as quotas. E não
está sozinho. Outros ideólogos contra as quotas são Demetrio Magnoli,
ex-trotskista hoje especializado em dizer o que a Globo gosta de ouvir, e
Demostenes Torres, amigo de sala e cozinha de Carlinhos Cachoeira.
O que antes era só uma acusação, agora está documentalmente provado: no
dia 7 de fevereiro passado, os deputados tucanos Rogério Marinho (RN) e
Sérgio Guerra (PE), acompanhados de um assessor ainda não identificado,
participaram de um ato de destempero no sétimo andar do anexo IV da
Câmara dos Deputados, em Brasília. Estimulado por Guerra, que é
presidente nacional do PSDB, Marinho simplesmente arrancou um cartaz de
propaganda do livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro
Jr., então afixado na porta do gabinete do deputado Protógenes Queiroz
(PCdoB-SP). CartaCapital teve acesso às imagens captadas pelas câmeras
de segurança pelas quais se constata, quadro a quadro, como dois
parlamentares do maior partido de oposição do País se comportam de forma
pouco democrática nas dependências do Congresso Nacional.
No
dia 18.09.2010 no comício em Campinas, o presidente Lula revela que a
mídia se comporta como um partido político e que tem entre os tucanos o
seu candidato.
O vídeo foi editado, o original encontra-se no canal #dilmanarede
*SoaBrasil
Corrupção
Garotinho divulga vídeo de jantar de Sérgio Cabral com Cavendish, da Delta
O deputado, inimigo político do governador, promete mais publicações
Como havia prometido, o deputado Anthony Garotinho
publicou neste sábado, em seu blog, um vídeo
com imagens de um jantar que reuniu o governador do Rio, Sérgio Cabral,
sua mulher, Adriana Ancelmo, o empresário Fernando Cavendish, dono da
Delta, empresa que está no centro das investigações da CPI do Cachoeira,
a noiva do empresário, Jordana, e outros convidados. Segundo informa o
texto que acompanha o vídeo, as cenas foram registradas em "um suntuoso
restaurante (ainda não confirmamos se é em Paris ou em Montecarlo, no
Principado de Mônaco)".
A gravação teria ocorrido em 2009.
A divulgação do vídeo segue à publicação, nesta
sexta-feira, por Garotinho, de uma sequência de fotos do que seria uma
comemoração em Paris, em que aparece, além de Cabral e Cavendish, o alto
escalão do governo estadual.
Logo após a divulgação das imagens, o governador
divulgou nota tentando desmentir Garotinho. De acordo com a nota, o
encontro festivo aconteceu no Clube Inglês (e não no Hotel Ritz, como
informara Garotinho), para comemorar a condecoração recebida por Cabral
(e não o aniversário da primeira-dama Adriana Anselmo), durante viagem
oficial à França.
No vídeo divulgado neste sábado, contudo, há referências ao aniversário da primeira-dama. Comenta-se
também sobre o futuro casamento de Cavendish com Jordana, morta em
acidente de helicóptero em 2011. "Você é padrinho", diz o empresário ao
governador, que, momentos depois, pede aos noivos que se beijem.
A amizade entre Cabral e o empresário não é segredo.
Mas as suspeitas de favorecimento à construtora em contratos Brasil
afora – e a gorda participação da empresa em projetos com dinheiro
público no Rio – criam para Cabral um problemão diante da opinião
pública.
Garotinho promete lançar mais munição contra Cabral.
Ele diz possuir "farto material de vídeos e fotos"
relacionando o governador e o empresário. Ainda segundo o deputado, as
próximas publicações mostrarão Cabral e Cavendidsh "se deliciando no
show do U2, em Paris".
*Manoel Martins
Garotinho, Cabral e o sapato chique
sugerido pelo leitor Edmilson
por Luiz Carlos Azenha
O assunto que movimentou a rede, nas últimas horas, além do vazamento
pelo Brasil247 da íntegra da ação contra Demóstenes Torres, foi a
publicação pelo ex-governador carioca, Garotinho, de fotos e vídeos
mostrando o governador carioca Sergio Cabral no Exterior com o dono da
construtora Delta, Fernando Cavendish — ah, sim, com destaque para um par de sapatos chique.
Quem gravou tem intimidade com Cabral, já que estava sentado ao lado
dele em um restaurante. Quem vazou? Mistério de um milhão de dólares.
Qual o objetivo dos vazadores? Não tenho a mínima ideia.
A nota oficial de Cabral a respeito:
“Em missão oficial à França realizada nos dias 14 e 15 de setembro de
2009, o governador Sérgio Cabral participou do lançamento do ‘Guia
Verde Michelin Rio de Janeiro’, na Embaixada do Brasil em Paris;
participou de encontros de trabalho para a então campanha pelas
Olimpíadas de 2016 no Rio; e fez palestra na Câmara de Comércio
Brasil-França para investidores franceses. Entre os seus compromissos
oficiais, o governador recebeu, no dia 14, a condecoração máxima do
Governo da França: a Légion d’Honneur, no Senado daquele país. Coube ao
Presidente do Senado francês, Gerard Larcher, fazer a entrega. Após a
solenidade, o Barão francês Gerard de Waldner – casado com a brasileira
Sílvia Amélia de Waldner, chamou ao Clube Inglês convidados dele em
homenagem ao governador e à condecoração recebida. Estavam presentes,
secretários de estado, empresários brasileiros; o Presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman; empresários
portugueses, como Antonio Pereira Coutinho; empresários franceses, como
Thierry Peugeot, e Martin Bouygues”. Garotinho retrucou, mostrando cenas de um jantar privado:
As cenas do vídeo que reproduzimos abaixo não deixam dúvidas: Cabral mentiu na sua nota oficial de ontem,
quando mandou dizer que foi a Paris numa missão oficial da qual
Fernando Cavendish não fazia parte, apenas para um encontro do Guia
Michelin e para receber uma homenagem de um barão francês.
PS do Viomundo: O mais enigmático nesta história é o caco que o Jornal do Brasil incluiu em seu texto sobre o assunto: “O JB acredita
que as denúncias contidas no Blog do Garotinho não partem de inimigos
políticos do governador, e sim de alguns familiares que, por sentirem
dor forte e descaso dos responsáveis, estão sangrando”. Eu, hein?!