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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, junho 30, 2012
Mas a saga dos Civita, no Brasil, será conhecida por duas fases: a do velho Victor Civita com suas histórias em quadrinhos, suas coleções de livros de economia, filosofia e música, a ousadia em lançar Realidade, Quatro Rodas e Veja. E a era de Roberto Civita, que errou em todas suas estratégias e transformou a menina dos olhos da Abril - a revista Veja - no mais repelente modelo de jornalismo que o país jamais teve em toda sua história.
Lula e Civita: a solidariedade no câncer
Luis Nassif
Desceram ao apartamento de Roberto Civita acompanhado do oncologista de Lula, Roberto Kalil. Civita se emocionou com a visita e pediu desculpas pelos ataques a Lula e ao filho. Lula lhe disse para não se emocionar muito para não atrapalhar o tratamento.
Kalil viu sinais de ironia no alerta de Lula. Quem o conhece, viu a solidariedade para com o próximo.
A visita foi para a pessoa de Roberto Civita. Mas em nada mudou o julgamento de Lula sobre o publisher Roberto Civita.
Desdobramentos
Algumas deduções e desdobramentos da notícia acima.
Ganha consistência o rumor de que João Roberto Marinho esteve na Casa Civil do governo Dilma, solicitando o empenho do governo para a não convocação de Roberto Civita pela CPI, devido à doença. Da Abril ele seria a única pessoa a poder responder pelos movimentos da Veja nos últimos anos. Nenhum executivo - com exceção de Fábio Barbosa - tem acesso às instâncias mais altas da República.
A notícia do agravamento da doença, além disso, lança nuvens de suspeita sobre o futuro da editora. Os herdeiros não demonstram pique para segurar o timão. Analista do mercado - com quem acabo de conversar agora - julga que se encerra o ciclo Civita na mídia brasileira, sem conseguir chegar até a terceira geração. Não significa o fim da Abril, mas, a médio prazo, dos Civita à frente do grupo.
Roberto recebeu uma editora sólida do pai e teve oportunidades de criar um império. A influência da mídia sobre o governo Sarney permitiu-lhe conquistar uma rede de TV a cabo, a TVA. Depois, com a BOL, foi o primeiro grupo de mídia a tentar explorar as possibilidades da Internet.
Na segunda metade dos anos 90, junto com Otávio Frias de Oliveira, tentou adquirir a Rede Bandeirantes. Na época, fiz uma espécie de meio campo entre ele, Frias e João Saad.
Gradativamente, o grupo foi fracassando em todas as frentes. A BOL acabou fundindo-se com a UOL - da Folha. Mais à frente, Civita foi engolido por Luiz Frias que, na primeira capitalização do grupo, adquiriu a participação da Abril. De um lado, Civita tentava reduzir o endividamento. De outro, julgava que na hora em que quisesse, o conteúdo do grupo permitiria montar uma nova UOL. Perdeu o bonde.
Mais tarde, também para reduzir a dívida, vendeu a TVA para o grupo Telefonica, matando sua última oportunidade de virar um grupo multimidia.
Finalmente, houve um processo de capitalização em que o sul-africano Nasper adquiriu 30% da Abril. Outros 20% ficaram com duas holdings de Delaware, cujo controle nunca foi revelado. Quando vendeu a TVA, provavelmente a Abril recomprou os 20% adicionais.
Alguns anos atrás, a Abril lançou a toalha do lado midiático. Civita passou a investir em educação, montando cursos apostilados e adquirindo editoras de livros didáticos. O poder de intimidação da Veja, as parcerias políticas permitiram avançar em algumas frentes.
Montou estratégias de ataques a concorrentes. Atacou um curso de Ribeirão Preto com informações mentirosas. Depois, apoiou-se em uma ONG recem aberta para ataques macartistas contra concorrentes. A aproximação com jornalistas de outros veículos fez com que, uma semana depois de conceder duas páginas ao livro de um deles, este publicasse em O Globo artigo criminalizando politicamente livro de história de editora concorrente.
Ainda há chão pela frente.
Mas a saga dos Civita, no Brasil, será conhecida por duas fases: a do velho Victor Civita com suas histórias em quadrinhos, suas coleções de livros de economia, filosofia e música, a ousadia em lançar Realidade, Quatro Rodas e Veja. E a era de Roberto Civita, que errou em todas suas estratégias e transformou a menina dos olhos da Abril - a revista Veja - no mais repelente modelo de jornalismo que o país jamais teve em toda sua história.
Não é a fé que perpetua a Igreja, é o dinheiro
Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que as falhas humanas estão na origem do “drama da história do próprio papado” e que a Igreja Católica é mais forte do que “as forças do mal”.
*DiarioAteista Venezuela será incorporada ao Mercosul em 31 de julho
A Venezuela será incorporada ao Mercosul em reunião especial que será
realizada em 31 de julho no Rio de Janeiro, anunciou nesta sexta-feira a
presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no âmbito da
Cúpula de chefes de Estado do bloco.
O acordo tem a assinatura dos líderes de Brasil, Uruguai e Argentina
(membros pleno do Mercosul). O Paraguai, que não havia ratificado essa
decisão em seu Parlamento, está suspenso do bloco devido à deposição do
ex-presidente Fernando Lugo.
(…)
O Golpe “democrático” no Paraguai era para fortalecer o interesse nacional americano.Por isso tantos colonistas mervais, como a Catanhede e o de muitos chapéus – clique aqui para ler – , defenderam a “legalidade” do golpe.O que menos interessa ao interesse nacional americano é o fortalecimento do Mercosul.É por isso que o Padim Pade Cerra queria dinamitá-lo.O maior obstáculo à entrada da Venezuela no Mercosul foi o presidente Sarney.No Continente, o Senado paraguaio golpista é o que impedia isso.Os americanos foram o Espírito Santo de orelha do golpe “democrático” e não esperavam que a Dilma e a Cristina Kirchner aproveitassem a ausência do Paraguai para trazer Chavez para a mesa de trabalhos.Merval, Merval…Paulo Henrique Amorim
*Conversa Afiada
Brasil caminha para algo raro: mudança de religião hegemônica
Título original: Revolução quase silenciosa
por Hélio Schwartsman
Número de evangélicos cresce 61,45% em 10 anos, diz IBGE.
por Hélio Schwartsman
Número de evangélico continuará
a crescer, preveem demógrafos
|
Dados do IBGE mostram que a proporção de católicos no Brasil continuou
caindo entre 2000 e 2010 e que, pela primeira vez, verificou-se também
uma redução em seu número absoluto. Isso tudo era mais ou menos
esperado. A questão que intriga os especialistas é saber se há ou não um
fundo do poço, um piso abaixo do qual os católicos não despencam.
E uma análise dos números de 2010 sugere que não. No ainda inédito artigo acadêmico "A dinâmica das filiações religiosas no Brasil entre 2000 e 2010", os demógrafos José Eustáquio Diniz Alves, Luiz Felipe Walter Barros e Suzana Cavenaghi mostram que a população evangélica tem proporcionalmente mais mulheres e jovens, e menos idosos. Isso significa que apenas pelo efeito da inércia demográfica, ou seja, mesmo que não houvesse novas conversões, o rebanho evangélico já cresceria mais do que o católico.
Mais interessante ainda, o texto mostra que o colar da região metropolitana do Rio de Janeiro, excluída a capital, funciona como uma espécie de "eu sou você amanhã" para o Brasil. O que ocorre nessa área em termos de religião acaba se repetindo no país 20 ou 30 anos depois.
E, olhado para esse conurbado, verificamos que os católicos são só 39%, enquanto os evangélicos já chegam a 34%. Mantidas as tendências atuais, no Brasil, até 2030, os católicos serão menos de 50% e, até 2040, deverá haver empate entre as filiações de católicos e evangélicos. Detalhe importante: os católicos caem com mais rapidez onde é maior a pluralidade de denominações. Ou seja, diversidade gera diversidade.
Ao que tudo indica, o Brasil caminha para um feito relativamente raro na história das nações, que é o de mudar sua religião hegemônica. E deve fazê-lo sem derramamento de sangue ou autos de fé. Só não será uma revolução silenciosa, brincam os autores, porque evangélicos não costumam respeitar a lei do silêncio.
E uma análise dos números de 2010 sugere que não. No ainda inédito artigo acadêmico "A dinâmica das filiações religiosas no Brasil entre 2000 e 2010", os demógrafos José Eustáquio Diniz Alves, Luiz Felipe Walter Barros e Suzana Cavenaghi mostram que a população evangélica tem proporcionalmente mais mulheres e jovens, e menos idosos. Isso significa que apenas pelo efeito da inércia demográfica, ou seja, mesmo que não houvesse novas conversões, o rebanho evangélico já cresceria mais do que o católico.
Mais interessante ainda, o texto mostra que o colar da região metropolitana do Rio de Janeiro, excluída a capital, funciona como uma espécie de "eu sou você amanhã" para o Brasil. O que ocorre nessa área em termos de religião acaba se repetindo no país 20 ou 30 anos depois.
E, olhado para esse conurbado, verificamos que os católicos são só 39%, enquanto os evangélicos já chegam a 34%. Mantidas as tendências atuais, no Brasil, até 2030, os católicos serão menos de 50% e, até 2040, deverá haver empate entre as filiações de católicos e evangélicos. Detalhe importante: os católicos caem com mais rapidez onde é maior a pluralidade de denominações. Ou seja, diversidade gera diversidade.
Ao que tudo indica, o Brasil caminha para um feito relativamente raro na história das nações, que é o de mudar sua religião hegemônica. E deve fazê-lo sem derramamento de sangue ou autos de fé. Só não será uma revolução silenciosa, brincam os autores, porque evangélicos não costumam respeitar a lei do silêncio.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1zIcIb54H
Paulopes
Essa dupla incomoda muita gente
Afinidade entre Brasil e Argentina nunca foi tão grande como agora; lá,
Cristina Kirchner se reelegeu com 70% dos votos, percentual semelhante
ao dos brasileiros que, hoje, aprovam o governo Dilma; é a volta do
efeito Orloff?
Na história de Brasil e Argentina, criou-se o mito do efeito Orloff: o
que lá acontecia, pouco tempo depois se repetia no Brasil. Na década de
80, os argentinos fizeram, com Raul Alfonsín, um plano para estabilizar a
economia, que, no Brasil, foi copiado por José Sarney com o Cruzado –
ambos fracassaram. Na de 90, eles dolarizaram a economia com Carlos
Menem e a ideia foi levada ao então presidente Fernando Collor pelo
economista André Lara Resende – como Collor caiu antes, o Brasil escapou
da feitiçaria.
Agora, Brasil e Argentina vivem momento de rara sintonia, com as
presidentes Cristina Kirchner e Dilma Rousseff. Mais do que líderes de
nações que se complementam economicamente, as duas são amigas pessoais. E
têm conduzido agendas que, em vários pontos, são convergentes. Um
exemplo é a Comissão da Verdade. Na Argentina, onde a ditadura foi mais
aguda do que no Brasil, as punições também têm sido mais severas – lá,
torturadores e até generais já foram julgados. Aqui, Dilma tem adotado
uma posição mais cautelosa.
Na economia, no entanto, ambas têm dado demonstrações de coragem. O
grande ato de Cristina foi a retomada do controle da petroleira YPF das
mãos da espanhola Repsol – o que foi aprovado por praticamente toda a
população argentina. No Brasil, Dilma conheceu hoje os resultados de uma
pesquisa que ampliou seus índices de aprovação pessoal e isso foi
motivado – em grande medida – por sua decisão de abrir guerra aos juros
altos cobrados pelas instituições financeiras.
Hoje, Dilma é aprovada
por 72% dos brasileiros e 77% avalizam o seu governo. Isso significa
que ela tem grandes chances de obter uma reeleição consagradora em 2014,
nos moldes da obtida por Cristina no ano passado – onde ela obteve 70%
dos votos. Há, portanto, grandes chances de que o efeito Orloff se
repita.
Mas muitos eleitores de Dilma, mais à esquerda, gostariam que ela se
mirasse ainda mais no exemplo de Cristina. Além de punir generais e
torturadores, a presidente argentina avançou mais em outros pontos, como
na agenda da democratização dos meios de comunicação com a sua Ley de
Medios. Uma lei que impede a concentração da propriedade da mídia nas
mãos de poucas famílias, o que abriu uma guerra com o grupo Clarín.
Aqui, embora um projeto nesses moldes tenha sido elaborado pelo
ex-ministro Franklin Martins, ele foi engavetado por Paulo Bernardo.
De todo modo, a agenda argentina aos poucos se impõe no continente. Foi
Cristina quem, hoje, em Mendoza, anunciou o ingresso da Venezuela no
Mercosul. E partiram também da chancelaria argentina as posições mais
duras em relação ao evento ocorrido no Paraguai na semana passada. Sem
meias palavras, Cristina tratou como “golpe” a deposição de Fernando
Lugo.
À sua maneira, mais discreta, Dilma tem parecido concordar com as
posições argentinas. O Brasil é o gigante regional, mas os dois países
hoje falam a mesma língua. E Cristina fala mais.Brasil 247
Nave espacial com a primeira astronauta chinesa retorna à Terra
Liu Yang acena ao retornar de missão espacial |
Após 13 dias de missão, os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e Liu Yang aterrissaram em boas condições, segundo equipe médica
EFE - iG
A nave espacial chinesa Shenzhou IX, lançada ao espaço no último dia 16,
retornou nesta sexta-feira à Terra após completar com sucesso o
primeiro acoplamento espacial manual realizado pela China, informou a
agência de notícias "Xinhua".
A nave aterrissou por volta das 10h locais (23h de Brasília) no condado
de Siziwang, ao norte da região autônoma da Mongólia Interior (norte da
China). Após 13 dias de missão, os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e
Liu Yang, esta última a primeira mulher chinesa a viajar ao espaço,
voltaram para casa em "boas condições", segundo indicou a equipe médica
que os atendeu após a aterrissagem.
Os astronautas foram recebidos com uma breve cerimônia, após
adaptarem-se à gravidade da Terra e saírem da nave, uma hora depois da
aterrissagem. A tripulação do Shenzhou IX entrará para a história da
China por completar com sucesso a quarta missão tripulada produzida pelo
país asiático e conseguir realizar o primeiro acoplamento manual entre
uma nave chinesa e o módulo espacial Tiangong I, embrião da futura base
espacial do gigante asiático.
"Esta conquista teve um significado muito importante para a corrida
espacial chinesa", destacou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no
Centro de Controle Aeroespacial de Pequim. A China, o terceiro país a
levar astronautas ao espaço, quer demonstrar com seu programa espacial
que está capacitada tecnologicamente para trabalhar em bases permanentes
no cosmos, em resposta à reserva de países como os Estados Unidos
quanto à sua participação na Estação Espacial Internacional (ISS). O
país asiático espera instalar seu primeiro laboratório no espaço em 2016
e dispor de uma base permanente até o final desta década.
*esquerdopata
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