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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 03, 2012

FELIPÃO COMANDARÁ O TITANIC BRASILEIRO EM 2014

 

Via Jogaretti (*)
O Estado de S. Paulo informa que Luiz Felipe Scolari será anunciado nesta 5ª feira (29) como novo técnico da Seleção Brasileira pela dupla de filhotes da ditadura José Maria Marin/Marco Polo Del Nero, cuja condição de antigos colaboradores do regime militar já foi exaustivamente provada pelo Juca Kfouri.
É a PIOR escolha possível. Assim como Dunga, trata-se de um antigo cabeça-de-bagre dos gramados, que jamais esqueceu como era humilhado pelos craques. Depois, como técnico, passou o resto da vida priorizando a transpiração e  detestando os que têm inspiração.
No seu caso, o ressentimento dos limitados contra os naturalmente talentosos atinge o paroxismo. Sempre preparou as equipes para a guerra, não para competições esportivas. Daí  suas conquista serem quase todas em torneios de curta duração, nos quais o entusiasmo  às vezes prevalecia.
Antes de se tornar totalmente superado, como está agora, ele vencia mata-matas --e não medíocres como a Copa do Brasil 2012, seu canto do cisne.
Só que, após a conquista do Mundial de 2002, até como técnico  motivador ele tem fracassado melancolicamente.
Jogadores do Palmeiras sabotaram Felipão por ter colocado as torcidas organizadas contra eles
Foi o maior responsável pelo rebaixamento do Palmeiras, tendo perdido totalmente a autoridade moral sobre o elenco quando os jogadores ficaram sabendo que, por meio de um capacho, ele vazara às torcidas organizadas o nome de jogadores baladeiros, para que os brucutus os fossem hostilizar. Como os boleiros detestam traíras, o Palmeiras, a partir daí, entrou inexoravelmente no rumo da 2ª divisão.
E, perante quaisquer esportistas de verdade, Felipão se desqualificou definitivamente ao admitir que o Palmeiras entregasse jogos para prejudicar o Corinthians no Brasileirão 2010. Chegou ao cúmulo de liberar todos os titulares para férias antes da última partida.
O pior de tudo é que sua indicação é uma aposta dos saudosos do autoritarismo na fabricação de um clima patrioteiro, idêntico ao que havia no Brasil em 1970 e na Argentina em 1978.
Não funcionará, é claro, com o Brasil tendendo a ser detonado pela Argentina do grande Messi ou pela excelência do jogo coletivo da Espanha e Alemanha. Para superar nossa evidente inferioridade diante de tais adversários, precisamos de técnicos estrategistas, não trogloditas.
Se seguirmos adiante com Marin, Del Nero e Felipão, o  maracanazzo de 1950 não vai se repetir... porque nem sequer chegaremos à finalíssima. O mais provável é não passarmos nem das quartas-de-final, com o mestre Felipão se igualando a seu discípulo Dunga.
* jornalista, escritor e ex-preso político
*GilsonSampaio

Uma edição cínica do JN para desconstruir Lula. Até quando?


porAugusto Ferreira 

CINISMO DO JN/GLOBO! 

Em mais uma edição de seu JN, a Globo veio ontem com mais um "exclusivo" [quem os concede?] tentando apertar um pouco mais sua intenção de ligar Lula à concessão de cargos e benefícios de compadrio em seu governo. 


Esbarra no discernimento dos telespectadores que percebem cada vez mais o enorme cinismo hipócrita de quem hoje só tem o poder que tem graças aos compadrios sistemáticos desde sua fundação.


do Blog OLHOS DO SERTÃO
*cutucandodelve

"Janio surpreende-se com prêmio do STF a chantagista"


:
Segundo o jornalista Janio de Freitas, Supremo Tribunal Federal deu "interpretação muito original" ao papel desempenhado por Roberto Jefferson na trama do mensalão; sua acusação era "uma cobrança dos milhões que queria receber do PT" e não uma proposta de colaboração com a Justiça 
do Brasil 247 -
*cutucandodeleve 

Robert coombs: fotografia, sexualidade e diversidade



 Robert Coombs nasceu em Michigan, EUA. Em 2006 era um ginasta e estava estudando fotografia.
Em 2009 sofreu um acidente o que o tornou tetraplégico. Mas nem por isso deixou de prosseguir seus estudos. Atualmente trabalha na área de fotografia artística.
“Queria mostrar imagens com diferentes tipos de vida física e sexual da vida de cada povo. Apesar das limitações, pessoas com deficiência continuam tendo desejos sexuais. Cada pessoa fotografada nua, força o espectador a olhar a pessoa  e não a deficiência”, diz Coombs.
Assista o vídeo:


*Deficienteciente

O caminho como arquétipo

Jornal do BrasilLeonardo Boff*
Tenho especial fascínio por caminhos, especialmente caminhos de roça, que sobem penosamente a montanha e desaparecem na curva da mata. Ou caminhos cobertos de folhas de outono, multicores e em tardes mortiças, pelos quais andava nos meus tempos de estudante, nos Alpes do sul da Alemanha. É que os caminhos estão dentro de nós. E há que se perguntar aos caminhos o porquê das distâncias, porque, por vezes, são tortuosos, cansativos e difíceis de percorrer. Eles guardam os segredos dos pés dos caminhantes, o peso de sua tristeza, a leveza de sua alegria ao encontrar a pessoa amada.
O caminho constitui um dos arquétipos mais ancestrais da psiqué humana. O ser humano guarda a memória de todo o caminho perseguido pelos 13,7 bilhões de anos do processo de evolução. Especialmente guarda a memória de quando nossos antepassados emergiram: o ramo dos vertebrados, a classe dos mamíferos, a ordem dos primatas, a família dos hominidas, o gênero homo, a espécie sapiens/demens  atual.
Por causa desta incomensurável memória, o caminho humano apresenta-se tão complexo e, por vezes, indecifrável. No caminho de cada pessoa trabalham sempre milhões e milhões de experiências de caminhos passados e andados por infindáveis gerações. A tarefa de cada um é prolongar este caminho e fazer o seu caminho de tal forma que melhore e aprofunde o caminho recebido, endireite o torto e legue aos futuros caminhantes um caminho enriquecido com sua pisada.
Sempre o caminho foi e continua sendo uma experiência de rumo que indica a meta, e, simultaneamente, ele é o meio pelo qual se alcança a meta. Sem caminho nos sentimos perdidos, interior e exteriormente. Mergulhamos na escuridão e na confusão. Como hoje, a humanidade, sem rumo e num voo cego, sem bússola e estrelas a orientar as noites ameaçadoras.
Cada ser humano é homo viator, é um caminhante pelas estradas da vida. Como diz o poeta cantante indígena argentino Atahulpa Yupanki, “o ser humano é a Terra que caminha”. Não recebemos a existência pronta. Devemos construí-la. E para isso importa rasgar caminho, a partir e para além dos caminhos andados que nos antecederam. Mesmo assim, o nosso caminho pessoal e particular nunca é dado uma vez por todas. Tem que ser construído com criatividade e destemor. Como diz o poeta espanhol António Machado: “Caminhante, não há caminho, se faz caminho caminhando”.
Efetivamente, estamos sempre a caminho de nós mesmos. Fundamentalmente, ou nos realizamos ou nos perdemos. Por isso, há basicamente dois caminhos como diz o primeiro salmo da Bíblia: o caminho do justo e o caminho do ímpio, o caminho da luz ou o caminho das trevas, o caminho do egoísmo ou o caminho da solidariedade, o caminho do amor ou o caminho da indiferença, o caminho da paz ou o caminho do conflito. Numa palavra: ou o caminho que leva a um fim bom ou o caminho que leva a um abismo.
Mas, prestemos atenção: a condição humana concreta é sempre a coexistência dos dois caminhos e o entrecruzamento entre eles. No bom caminho se esconde também o mau. No mau, o bom. Ambos atravessam nosso coração. Esse é o nosso drama, que pode se transformar em crise e até em tragédia.
Como é difícil separar totalmente o joio do trigo, o bom do mau caminho, somos obrigados a fazer uma opção fundamental por um deles: pelo bom, embora nos custe renúncias e até nos traga desvantagens; mas pelo menos nos dá a paz da consciência e a percepção de fazermos o certo. E há os que optam pelo caminho do mal: este é mais fácil, não impõe nenhum constrangimento, pois vale tudo, contanto que traga vantagens. Mas cobra um preço: a acusação da consciência e os riscos de punições e até da eliminação.   
Mas a opção fundamental confere a qualidade ética ao caminho humano. Se optamos pelo bom caminho, não serão pequenos passos equivocados ou tropeços que irão destruir o caminho e seu rumo. O que conta realmente, frente à consciência e diante dAquele que a todos julga com justiça, é esta opção fundamental.
Por esta razão, a tendência dominante na teologia moral cristã é substituir a linguagem de pecado venial ou mortal por outra mais adequada à unidade do caminho humano: fidelidade ou infidelidade à opção fundamental. Não se há de isolar atos e julgá-los desconectados da opção fundamental. Trata-se de captar a atitude básica e o projeto de fundo que se traduz em atos e que unifica a direção da vida. Se esta opta pelo bem, com constância e fidelidade, será ela que conferirá maior ou menor bondade aos atos, não obstante os altos e baixos que sempre ocorrem mas que não chegam a destruir o caminho do bem. Este vive no estado de graça. Mas há também os que optaram pelo caminho do mal. Por certo passarão pela severa clínica de Deus caso acolherem  misericórdia  de suas maldades.
Não há escapatória: temos que escolher que caminho construir e como seguir por ele, sabendo que “viver é perigoso” (G. Rosa). Mas nunca andamos sós. Multidões caminham conosco, solidárias no mesmo destino, acompanhadas por Alguém chamado ”Emanuel, Deus conosco”.
*Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é escritor. -  lboff@leonardoboff.com

domingo, dezembro 02, 2012

Deleite - Paulinho da Viola


E as multis batem palmas e pedem bis

 do Miro
Multis remetem bilhões ao exterior

Altamiro Borges
Apesar da grave e prolongada crise capitalista mundial, que penaliza o Brasil e reduz os efeitos das medidas anticíclicas adotadas pelo governo Dilma, as poderosas multinacionais continuam remetendo bilhões de dólares ao exterior. Com isto, elas procuram resolver os problemas de caixa nas suas matrizes explorando a força produtiva e as riquezas nacionais. A própria Folha, com a sua mentalidade colonizada, adverte que “as empresas estrangeiras instaladas no país aceleraram as remessas de lucros e dividendos como nunca”.
Em outubro passado, segundo o Banco Central, o Brasil teve o maior déficit histórico nas transações com o resto do mundo: US$ 5,3 bilhões. Além da remessa de lucros das multis, os gastos de brasileiros no exterior também contribuíram para o péssimo resultado. Eles passaram de US$ 2 bilhões em outubro. Apesar destes dados preocupantes, o governo insiste em afirmar que está tudo bem. “São sinais consistentes da retomada do crescimento”, afirma Fernando Alberto Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC.
*GilsonSampaio