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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 31, 2013

Poesia | Pablo Neruda - Em Sua Morte



Camarada Stalin, eu estava junto ao mar na Ilha Negra,
descansando de lutas e de viagens,
quando a notícia de tua morte chegou como um choque de oceano.

Foi primeiro o silêncio, o esturpor das coisas, e depois chegou do mar uma onda grande
de algas, metais e homens, pedras, espuma e lágrimas estava feita esta onda.
de história, espaço e tempo recolheu sua matéira
e se elevou chorando sobre o mundo
até que diante de mim veio para golpear a costa
e derrubou em minhas portas sua mensagem de luto
com um grito gigante
como se de repente se quebrasse a terra.

Era em 1914.
Nas fábricas se acumulavam sujeiras e dores.
Os ricos do novo século
repartiam-se a dentadas o petróleo e as ilhas, o cobre e os canais.
Nem uma só bandeira levantou suas cores
sem os respingos do sangue.
De Hong Kong a Chicago a polícia
buscava documentos e ensaiava a metralhadoras na carne do povo.
As marchas militares desde a aurora
mandavam soldadinhos para morrer.
Frenético era o baile dos estrangeiros
nas boates de Paris cheias de fumo.
Sangrava o homem.
Uma chuva de sangue
caía do planeta,
manchava as estrelas.
A morte estreou então armaduras de aço.
A fome
Nos caminhos da Europa
foi como um vento gelado aventando folhas secas e quebrantando ossos.
O outono soprava os farrapos.
A guerra havia eriçado os caminhos.
Olor de inverno e sangue
emanava da Europa
como de um matadouro abandonado.
Enquanto isso os donos
do carvão,
do ferro,
do aço,
do fumo,
dos bancos,
do gás,
do ouro,
da farinha,
do salitre,
do jornal El Mercúrio,
os donos de bordéis,
os senadores norte-americanos,
os flibusteiros
carregados de ouro e sangue
de todos os países,
eram também os donos
da História.
Ali estavam sentados
de fraque, ocupadíssimos
em dispensar-se condecorações,
em presentear-se cheques na entrada
e roubá-los na saída,
em presentear-se ações da carnificina
e repartir-se a dentadas
pedaços de povo e de geografia.

Então com modesto
vestido e gorro operário,
entrou o vento,
entrou o vento do povo.
Era Lênin.
Mudou a terra, o homem, a vida.
O ar livre revolucionário
transtornou os papéis
manchados. Nasceu uma pátria
que não deixou de crescer.
É grande como um mundo, mas cabe
até no coração do mais
humilde
trabalhador de usina e oficina,
de agricultura ou barco.
Era a União Soviética.

Junto a Lênin
Stalin avançava
e assim, com blusa branca,
com gorro cinzento de operário,
Stalin,
com seu passo tranqüilo,
entrou na História acompanhado
de Lênin e do vento.
Stalin desde então
foi construindo. Tudo
fazia falta. Lênin
recebeu dos czares
teias de aranha e farrapos.
Lênin deixou uma herança
de pátria livre e vasta.
Stalin a povoou
com escolas e farinha,
imprensas e maçãs.
Stalin desde o Volga
até a neve
do norte inacessível
pôs sua mão e em sua mão um homem
começou a construir.
As cidades nasceram.
Os desertos cantaram
pela primeira vez com a voz da água.
Os minerais
acudiram,
saíram
de seus sonhos escuros,
levantaram-se,
tornaram-se trilhos, rodas,
locomotivas, fios
que levaram as silabas elétricas
por toda extensão e distância.
Stalin
construía.
Nasceram de suas mãos
cereais,
tratores,
ensinamentos,
caminhos,
e ele ali
simples como tu e como eu,
se tu e eu conseguíssemos
ser simples como ele.
Porém aprenderemos.
Sua simplicidade e sua sabedoria,
sua estrutura
de bondoso coração e de aço inflexível
nos ajuda a ser homens cada dia,
diariamente nos ajuda a ser homens.

Ser homens! É esta
a lei Staliniana!
Ser comunista é difícil.
Há que aprender a sê-lo.
Ser homens comunistas,
é ainda mais difícil,
e há que aprender de Stalin
sua intensidade serena,
sua claridade concreta,
seu desprezo
ao ouropel vazio,
à oca abstração editorial.
Ele foi diretamente
desenlaçando o nó
e mostrando a reta
claridade da linha,
entrando nos problemas
sem as frases que ocultando
o vazio,
direto ao centro débil
que em nossa luta retificaremos
podando as folhagens
e mostrando o desígnio dos frutos.
Stalin é o meio-dia,
A madureza dos homens e dos povos.
Na guerra o viram
as cidades queimadas
extrair do escombro
a esperança,
refundida de novo,
fazê-la aço,
a atacar com seus raios
destruindo
a fortificação das trevas.
Mas também ajudou as macieiras
da Sibéria
a dar suas frutas debaixo da tormenta.

Ensinou a todos
a crescer, a crescer,
plantas e metais,
criaturas e rios
ensinou-lhes a crescer,
a dar frutos e fogo.
Ensinou-lhe a Paz
e assim deteve
com seu peito estendido
os lobos da guerra.

Diante do mar de Ilha Negra, na manhã,
icei a meia haste a bandeira do Chile.
Estava solitária a costa e uma névoa de prata
se mesclava à espuma solene do oceano,
Em metade do seu mastro, no campo de azul,
a estrela solitária de minha pátria
parecia uma lágrima entre o céu e a terra.
Passou um homem do povo, saudou compreendendo,
e tirou o chapéu.
Veio um rapaz e me apertou a mão.

Mais tarde o pescador de ouriços, o velho búzio
e poeta,
Gonzalito, acercou-se para acompanhar-me sob a bandeira.
“Era mais sábio que todos os homens juntos”, me disse
olhando o mar com seus velhos olhos, com velhos
olhos do povo.
E logo por longo instante não nos falamos nada.
Uma onda
estremeceu as pedras da margem.
“Porém Malenkov agora continuará sua obra”, prosseguiu
levantando-se o pobre pescador de jaqueta surrada.
Eu o fitei surpreendido pensando: como, como o sabe?
De onde, nesta costa solitária?
E compreendi que o mar lhe havia ensinado.

E ali velamos juntos, um poeta
um pescador e o mar
ao Capitão remoto que ao entrar na morte
deixou a todos os povos, como herança, a vida.



Pablo Neruda
*Ocomunista




O Jornal do Brasil mantém a confiança na chefia do estado Democrático
O mundo inteiro passa por uma crise econômica e social, decorrente da ganância dos banqueiros, que controlam o valor das moedas, o fluxo de crédito, o preço internacional das commodities. Diante deles, os governos se sentem amedrontados, ou cúmplices, conforme o caso e poucos resistem.

A União Europeia desmantela-se: o fim do estado de bem-estar, o corte nos orçamentos sociais, a desconfiança entre os países associados, a indignação dos cidadãos e a incapacidade dos governantes em controlar politicamente a crise, que tem a sua expressão maior no desemprego e na pauperização de povos. Se não forem adotadas medidas corajosas contra os grandes bancos, podemos esperar o caos planetário, que a irresponsabilidade arquiteta.

A China, exposta como modelo de crescimento, é o caso mais desolador de crescente desigualdade social no mundo, com a ostentação de seus bilionários em uma região industrializada e centenas de milhões de pessoas na miséria no resto do país. Isso sem falar nas condições semiescravas de seus trabalhadores – já denunciadas como sendo inerentes ao “Sistema Asiático de Produção”. Os Estados Unidos, pátria do capitalismo liberal e neoliberal, foram obrigados a intervir pesadamente no mercado financeiro a fim de salvar e reestruturar bancos e agênciasde seguro, além de evitar a falência da General Motors.

Neste mundo sombrio, o Brasil se destaca com sua política social. Está eliminando, passo a passo , a pobreza absoluta, ampliando a formação universitária de jovens de origem modesta, abrindo novas fronteiras agrícolas e obtendo os menores níveis de desemprego de sua história.

Não obstante esses êxitos nacionais, o governo está sob ataque histérico dos grandes meios político-financeiros. Na falta de motivo, o pretexto agora é a inflação. Ora, todas as fontes demonstram que a inflação do governo anterior a Lula foi muito maior que nos últimos 10 anos. 

O Jornal do Brasil, fiel a sua tradição secular, mantém a confiança na chefia do Estado Democrático e denúncia, como de lesa-pátria, porque sabota a economia, a campanha orquestrada contra o Governo – que lembra outros momentos de nossa história, alguns deles com desfecho trágico e o sofrimento de toda a nação.
*Ajusticeiradeesquerda

quinta-feira, maio 30, 2013

Estudante de 19 anos cria máquina capaz de limpar todo o plástico dos oceanos em 5 anos

Boyan Slat, holandês e estudante de engenharia, desenvolveu o projeto de uma máquina que seria capaz de retirar mais de 7 milhões de toneladas de plástico dos oceanos.
O invento se chama Ocean Cleanup Array, e se trata de uma estrutura que se comporta como um gigantesco filtro. Ela seria posicionada em pontos estratégicos dos oceanos, onde há maior concentração de lixo, e seria capaz de recolher todo o material flutuante. Após isso uma equipe recolheria o OCA e separaria a vida marinha do plástico. Como o lixo recolhido ainda fica em contato com a água, a fauna oceânica ficaria segura, mesmo sendo recolhida. O plástico “limpo” restante seria encaminhado a reciclagem.
De acordo com Boyan, seu invento seria capaz de limpar os oceanos em um período de 5 anos, tornando os mares completamente livres dos plásticos flutuantes e eliminando a ilha de lixo presente no Oceano Pacífico.
O jovem ganhou seu primeiro prêmio aos 14 anos,  Melhor Ideia do Sul da Holanda, e entrou para o livro dos recordes.
Veja o estudante explicando como funciona o seu invento (escolha a legenda no vídeo):
*comtextolivre

Ação de reintegração de posse contra Terenas deixa um morto e vários feridos no MS

do Lingua Ferina
Foto



Na semana em que o governo federal anunciou a suspensão da demarcação de terras indígenas também no Mato Grosso do Sul, a execução de uma ação de reintegração de posse em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, deixou um indígena morto e vários feridos.
Informações iniciais divulgadas pela grande imprensa dão conta de que agentes da Polícia Federal e da tropa de choque da Polícia Militar estadual teriam usado balas de borracha e bombas de efeito moral contra indígenas da etnia terena, que retomaram várias fazendas nas últimas semanas, em área declarada como indígena. No conflito durante a desocupação da fazenda Buriti, vários indígenas teriam ficado feridos e um teria sido morto, informação confirmada pela imprensa.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), conforme informações de lideranças Terena, o indígena Osiel Gabriel morreu na manhã desta quinta-feira, 30, depois de ser levado com graves ferimentos de arma de fogo para um hospital. Outros indígenas estariam refugiados numa mata.
A área alvo da ação de reintegração foi declarada como de posse dos terenas em 2010 a partir da delimitação por laudo antropológico produzido 2001, dependendo apenas do governo federal para homologada.
Após a declaração, o processo seguiu para a Casa Civil, para a homologação da presidência da República, o que ainda não foi feito, enquanto nessa o governo o governo federal se reunia com representantes de sindicatos ruralistas e anunciavam a suspensão da demarcação de terras indígenas em todo o estado do Mato Grosso do Sul, seguindo o que já havia sido também anunciado para os estados do Paraná e Rio Grande do Sul.


Na foto. os ministros Gleise Hoffmann (Casa Civil), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Luís Adams (Advocacia Geral da União) reunidos com a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu e ruralistas do Mato Grosso do Sul no dia 28 de maio. Após a conversa, é anunciado o "mapeamento das propriedades rurais invadidas por índios" e a suspensão das demarcações.
A fazenda Buriti foi a primeira a ser ocupada e única que ainda continua com indígenas dentro de seus limites. Os terena também chegaram a entrar em outras três propriedades, Santa Helena, Querência e Cambará, mas já deixaram esses locais.
A área fazenda Buriti, a única que ainda não havia sido desocupada é reivindicada pelo fazendeiro Ricardo Bacha, que já foi deputado estadual e candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pelo PSDB.
*GilsonSampaio

Charge foto e frase do dia




































Postado em: 29 mai 2013 às 18:11

Tribalistas lançam música a favor do casamento gay. Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte gravaram canção em apoio à campanha do deputado Jean Wyllys

Para celebrar a regulamentação do casamento igualitário em todo Brasil pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e para fortalecer a luta pela legalização no Congresso Nacional, Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes voltam a reunir-se, após 10 anos do grande sucesso obtido pelos Tribalistas no Brasil e no exterior, com a música “Joga arroz”.
tribalistas-joga-arroz
Tribalistas lança música para apoiar legalização do Casamento Gay no Congresso Nacional. Decisão da justiça já obriga cartórios a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo (Foto: Divulgação)
Uma criativa e bem-humorada música sobre as diferentes e justas formas de amar, a música se soma às iniciativas da campanha do casamento civil igualitário iniciada em 2011 pelo deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), e à qual já aderiram outros grandes nomes da música, da teledramaturgia e da academia brasileira.
“Agradeço muito aos três artistas – Marisa, Brown e Antunes – pela coragem de colocar seus talentos a serviço das liberdades individuais e dos direitos civis para todas e todos! “Joga arroz”, que vai embalar a 17ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, já nasce um sucesso na medida em que celebra a conquista do CNJ e impulsiona a luta para que essa conquista vire lei. Leve-a na ponta língua para todos os lugares em que o amor ouse dizer o nome e não se esqueça da chuva de arroz aos noivos e noivas”, diz Wyllys.
A campanha, iniciada em abril de 2011, tem como objetivo apoiar a aprovação do projeto de lei e da proposta de emenda constitucional que legalize o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, de autoria dos deputados Jean Wyllys e Erika Kokay (PT-DF). Segundo o deputado Wyllys, apesar das decisões do Supremo Tribunal Federal que, em 2011, reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, e do Conselho Nacional de Justiça, que, no início deste mês regularizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que vai dar força à essas decisões é o Congresso Nacional.
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“Na prática, o casamento civil igualitário, a partir da decisão do CNJ, é uma realidade no Brasil. Agora o Congresso precisa votar um projeto de lei que altera do código civil e uma proposta de emenda que altera o artigo 226º da Constituição Federal do Brasil, onde os direitos ao casamento e à união estável estão reconhecidos. Estas duas proposições legislativas darão essa força de lei que precisamos para materializar essa igualdade proclamada na Constituição”, diz Wyllys.
Abaixo, vídeo da música Joga Arroz

Já aderiram à campanha artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Marisa Monte, Daniela Mercury, Wagner Moura, Isabella Taviani, Arlette Sales, Mariana Ximenes, Ney Matogrosso, MV Bill, Zélia Duncan, Sandra de Sá, Alexandre Nero, Bebel Gilberto, Mônica Martelli, Rita Benneditto, Serjão Loroza, Luis Miranda, Tuca Andrada, Fafá de Belém e Marcelo Tas, entre muitos/as outros/as, que vestiram a camisa da campanha, assinaram uma declaração de apoio ao casamento civil igualitário.
Além de assinarem ao abaixo-assinado, a maior parte dos ilustres apoiadores participaram de uma série de vídeos que a campanha vem produzindo, tais vídeos podem vistos no canal oficial da campanha no youtube Casamento Igualitario.
com Revista Fórum

Deleite - Soy loco por ti america