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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, junho 29, 2013
Viva o Clô! Metade dos deputados já basta!
Do Tijolaço
Está começando a ganhar corpo nas redes sociais um movimento pela
aprovação da PEC 280, que reduz a 250 o número de deputados federais no
Brasil.
A proposta, do falecido Clodovil Hernandez, foi apresentada em 2008 e, é claro, ainda está longe de ser votada.
Chegou a ser arquivada, em 2011, mas foi desarquivada no final do mesmo
ano. Está, portanto, em condições de fazer parte das deliberações do
Congresso.
Veja que maravilha a explicação de Clodovil para a proposta:
O parlamentar destaca que a atual composição da Câmara dos
Deputados, com representantes de todos os estados e do Distrito Federal,
“resulta em um Parlamento com diversidade de idéias, bastante plural, o
que é imensamente positivo”. Entretanto, ele considera que o atual
número de deputados é excessivo, especialmente “em um momento em que a
sociedade se volta contra a classe política e exige a depuração de seus
quadros”.
Para o deputado, “uma Câmara com 250 membros já possuirá amplas
condições de representar a diversidade da sociedade brasileira, e
possibilitará um enxugamento de estruturas administrativas que redundará
até mesmo em significativa diminuição de despesas públicas como ganho
secundário”.
Além disso, o parlamentar ressalta que o funcionamento da Casa, com a
simplificação, deve melhorar. “Preservado o federalismo com a
manutenção da representação igualitária do Senado, estamos certos de
aprimorar nossa democracia”, acrescenta.
Suprema ironia com os lobistas do preconceito, que fazem da
representação política uma forma oportunista de recusar que a sociedade
avança.
É bom que os deputados pensem bem na frase de Clodovil e vejam o que o povão vai dizer disso:
“Será que precisamos de gravata ou de seriedade?”
Os deputados “cura-gay” são um lixo, mas o Clodovil é um luxo!
Por: Fernando Brito
*AmoralNAto
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