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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, janeiro 03, 2014
Conselho Nacional de Justiça : Demissão do desembargador do TJRN, Dilermando Mota, por abuso de autoridade.
Esta petição está esperando pela aprovação da Comunidade da Avaaz.
10,000
5,997
Por que isto é importante
Segundo clientes presentes na manhã do
dia 29/12/2013 à Padaria Mercatto em Natal, o desembargador Dilermando
Mota humilhou um garçom que o atendia. Ele "aos gritos, no meio do
salão, dizia ao garçom que este não o havia atendido direito, deixando
de colocar gelo em seu copo e gritava pelo gerente, exigindo que o
punisse naquele momento, e ele queria presenciar. Não satisfeito com
esse escândalo, o desembargador puxou o garçom pelo ombro e exigiu que
lhe olhasse nos olhos e o tratasse como Excelência, e disse que deveria
quebrar o copo em sua cara." O comportamento de sua excelência seria
inaceitável vindo de qualquer um, mas se torna ainda mais absurdo,
porque vem de um servidor público que deveria ser exemplo de boa conduta
e símbolo da justiça. Digamos não a essa incivilidade que desonra o
Poder Judiciário do Rio Grande do Norte e envergonha todos os cidadãos
brasileiros.
https://secure.avaaz.org/po/petition/Conselho_Nacional_de_Justica_Demissao_do_desembargador_do_RN_Dilermando_Mota_por_abuso_de_autoridade/sign/?aYowmeb
https://secure.avaaz.org/po/petition/Conselho_Nacional_de_Justica_Demissao_do_desembargador_do_RN_Dilermando_Mota_por_abuso_de_autoridade/sign/?aYowmeb
QUEREMOS SABER :Onde foi parar o helicóptero com cocaína dos Perrella?
O estranho caso do helicóptero engavetado: A mídia não quis investigar o caso do helicóptero dos Perrella.
Paulo Nogueira, via Diário do Centro do Mundo
Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013
respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos
Perrella. Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.
Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte,
por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína: 100 vezes
menos, portanto. Na mídia de Londres, ela é chamada de “Vovó Inglesa”,
por ter netos. Sua defesa ainda luta para transformar a pena de morte em
prisão perpétua.
Na Indonésia, como na China, a lei é extraordinariamente severa com o
tráfico de drogas em consequência dos traumas sofridos no século 19,
quando os britânicos impuseram, na base dos canhões, aos asiáticos o
consumo de ópio. Essa página obscena do império britânico passaria à
história como as Guerras do Ópio, sobre as quais escrevi algumas vezes
no DCM.
Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico. Mas,
jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo
comportamento da mídia brasileira, não são nada. Ninguém se esforçou,
então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou
esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos
dos Perrellas e conhecido festeiro.
Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.
Na ausência de qualquer esforço investigativo, o assunto foi minguando e
hoje é quase nada. O helicóptero foi, simplesmente, engavetado.
No futuro próximo, a internet terá recursos suficientes para bancar
investigações que a mídia corporativa não quer fazer. Ou ocrowdfunding –
o financiamento da comunidade de leitores – ou a publicidade trará
dinheiro que hoje é escasso.
Até lá, as pessoas interessadas em jornalismo independente e informação
isenta terão de conviver com coisas estapafúrdias como este caso.
Notícia, para a mídia “livre”, é aquilo que é favorável a ela ou a seu
grupo de amigos e parceiros, e desfavorável para seus desafetos. Compare
a cobertura dada ao helicóptero com a cobertura dada a uma oferta de
emprego para Dirceu, e você vai entender o que move a mídia.
Por isso ela é tão desacreditada. E por ser tão revelador do espírito
bipolar das grandes companhias jornalísticas, o caso do helicóptero é o
fracasso do ano da mídia brasileira.
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