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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 27, 2014

Polícias Militares do Brasil são ridicularizadas na internet



Polícias Militares do Brasil são ridicularizadas na internet


Inspirados em uma campanha feita em Nova Iorque, internautas brasileiros criaram a página “Minha PM”, que reúne fotos que flagram a repressão e a violência policial. 
Da Redação 
Na última semana a polícia de Nova Iorque, nos Estados Unidos, iniciou uma campanha de marketing que incentivava os cidadãos a postarem fotos com os policiais com a hashtag #myNYPD. Em pouco tempo, no entanto, a hashtag foi para os Treding Topics do Twitter com os usuários se aproveitando para postar fotos denunciando os abusos e a violência cometida pela polícia nova iorquina. 
No Brasil, usuários da rede se inspiraram no inusitado protesto dos americanos e criaram o tumblr Minha PM, que traz fotos denunciando a violência das Polícias Militares pelas cidades do país. De maneira bem humorada e irônica, a página convoca os internautas a compartilharem fotos dos “seus lindos momentos com a Polícia Militar brasileira”.
As legendas das fotos ironizam a postura dos agentes do Estado em diversas situações e evidenciam a desproporcionalidade da ação policial em relação às vítimas da violência retratada.
Confira abaixo algumas das imagens reunidas pela página:
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM

Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM

Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM

Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
Foto: Reprodução/Tumblr Minha PM
*revistaforum

“Sou maconheiroooo, com muito orgulhoooooo, com muito amoooor....”. A avenida Paulista vibrou

Cachimbo da paz

Marcha da Maconha: música, bom-humor, consciência, poucos policiais e nenhum incidente. Milhares foram às ruas de SP pedir a liberação da erva. Por Laura Capriglione
por Laura Caprigilone — 
Yghor Boy
marcha prinipal.jpg
“Sou maconheiroooo, com muito orgulhoooooo, com muito amoooor....”. A avenida Paulista vibrou com a adaptação do hino da torcida brasileira em competições esportivas internacionais, ontem cantada por militantes contrários à proibição do consumo de maconha no Brasil.
Segundo os organizadores da 7ª edição da Marcha da Maconha, reuniram-se na manifestação 15.000 pessoas. A Polícia Militar calculou em 3.000 o número de presentes.
Para efeito de comparação, mesmo a estimativa mais conservadora dá conta de uma presença de público três vezes maior do que os últimos protestos contra a Copa do Mundo. Ou seis vezes maior do que a Marcha da Família com Deus e a Liberdade, realizada em 22 de março.
Maconheiros e simpatizantes, entretanto, deram show de organização (desmentindo, aliás, a má-fama ditada pelo preconceito).
Lição de maconheiro para outros movimentos sociais: cada pessoa que chegava ao vão livre do Masp recebia um folheto da comissão organizadora da Marcha com orientações de segurança.
“A Marcha da Maconha é Pacífica (...). Chega de guerra: a gente quer paz, liberdade”, conclamava o texto que também orientava os manifestantes para que não provocassem nem aceitassem “provocação da polícia”. Ah, também tinha dicas sobre como se portar em caso de prisão.
Nem foi necessário porque, ao contrário de tantas outras, a manifestação da Maconha não resultou em uma única detenção até o seu encerramento.
“Ei polícia! A maconha é uma delícia”. Em vez da pancadaria entre polícia e black-blocs, que já se tornou habitual, o que se viu foi uma coluna humana colorida, dançante, musical, divertida.
Desfilaram juntos anarco-punks, skatistas em seus skates, cicloativistas, estudantes secundaristas, lésbicas, gays, negros, alunos da USP, médicos, psicólogos, artistas, o deputado estadual pelo PT, Adriano Diogo, doentes e familiares de doentes que seriam beneficiados caso fosse liberado pelo menos o uso medicinal da maconha.
Jornalistas que compareceram ao ato munidos de capacetes e coletes de identificação fornecidos pela PM enfiaram esses equipamentos nos carros de reportagem, para não parecer que torciam pelo pior.
“Maconha é natural, coxinha é que faz mal!”, gritou a marcha, brincando com os poucos policiais que a acompanhavam --120 contra 1.500 do último ato anti-Copa. Pejorativamente, soldados da PM são chamados de “coxinhas” pelo hábito das viaturas de parar em padarias para degustar o salgado “na faixa”.
Corolário da excelência da organização, registre-se, foi a pontualidade britânica dos maconheiros. Exatamente às 4h20 da tarde, hora marcada, a Marcha pôs-se em movimento, homenageando a tradição canábica que vem dos anos 1970, quando um grupo de secundaristas da Califórnia (EUA) fixou essa hora como a de encontro para fumar maconha.
Às 16h20, estouraram no céu da avenida Paulista os rojões que anunciavam a saída da passeata.
A comissão de frente da manifestação, desta vez, era composta por um grupo de pessoas sofridas, que lutam pela legalização da maconha para fins medicinais.
Nada a ver com a imagem do “maluco maconheiro”, estava lá o comerciante da Vila Formosa (zona leste de São Paulo) Fábio Carvalho, 47 anos, marido de uma bancária e pai de Claria, uma menina de dez anos, portadora da Síndrome de Dravet, encefalopatia epilética de origem genética, que apareceu quando a menininha tinha apenas cinco meses e meio de vida.
Desde então, convulsões e febres, entre outros sintomas, são rotina na vida dessa família.
Ela já teve três paradas respiratórias, dois colapsos de segmentos do pulmão [atelectasia], onze pneumonias, 17 internações (sete na UTI, entubada, comendo por intermédio de sonda).
Só nos últimos dez dias, a menina teve seis crises, mesmo tomando todos os medicamentos legais à disposição: “Gardenal, Topiramato, Urbanil ou Keppra [importado]. “Eu não posso levar minha filha ao parque porque ela tem convulsão. Em locais com aglomeração, ela tem convulsão. E isso levando uma vida dopada à base de remédios, que causam irritabilidade, mal-estar, moleza, torpor”.
“Ei, policial! Maconha é medicinal!”, gritou a Marcha. Acontece que a internet tornou acessível, ao alcance de um clique, as descobertas sobre tudo –não haveria de ser diferente quanto à maconha. Nos Estados Unidos, já se usa maconha medicinal para controlar as convulsões decorrentes de quadros epiléticos. Também para reduzir os enjôos em quimioterapias, os sintomas de glaucoma etc. etc.
Em dezembro último, o FDA (Food and Drug Administration), a agência de regulamentação do uso de remédios nos Estados Unidos, aprovou os estudos visando ao desenvolvimento de uma forma medicinal de maconha para o tratamento de epilepsias graves em crianças.
A neurologista de Claria, no ano passado, compareceu a um congresso nos Estados Unidos sobre a Síndrome de Dravet. Ela viu lá o caso da Charlote, do Colorado, que estava sem andar, sem comer, de cama. Hoje, com o canabidiol, óleo derivado da maconha, ela brinca, anda de bicicleta e leva uma vida normal.
Difícil controlar a angústia de um pai que vê a filha sofrendo. “Eu acho uma ignorância, uma hipocrisia eu não poder tratar a minha filha”, disse Carvalho.
Mas também havia a bancada dos que fumam a maconha como arma anti-stress. É o caso da turma do skate e dos ciclo-ativistas, como Vanessa Bike, 34, promotora de vendas do frigorífico Aurora. Segundo Vanessa, a maconha (ao contrário do álcool) a deixa “conectada”. “Eu não fico aérea, como ficaria se tivesse bebido. Ao mesmo tempo, não me estresso no trânsito, como vejo acontecer com um monte de gente. Se alguém me xinga, fico numa boa. Não me dá vontade de matar o meu agressor”, diz.
A turma do skate, como a dos adolescentes Isabela, Anderson e Yago, da (zona leste de São Paulo), que usa a maconha diariamente para andar “melhor”, testemunha sobre a droga: “A maconha é uma substância útil para nos conectarmos de maneira mais harmônica com outras pessoas e com o meio-ambiente. É por isso que ela está tão ligada à cultura do surf e do skate. São esportes radicais em que um simples descuido pode custar caro demais. É preciso o máximo de atenção, desdobramento da consciência. Por isso a maconha”, dizem os amigos.
“Que contradição! A maconha é crime e a homofobia, não!” foi outro grito de guerra dos manifestantes em um momento em que já vários cigarros de maconha legítima marcavam presença, sendo dichavados, enrolados e fumados a céu aberto.
A entrada da Marcha na rua Augusta foi apoteótica. Meninos e meninas saíam dos bares para se juntar à passeata. Nos prédios, moradores surgiram nas varandas, acendendo seus baseados, em sinal de apoio à Marcha. Um idoso acenava com uma revista, na capa da qual se via, imensa, a foto característica da folha de maconha.
Quase chegando à Praça Roosevelt, às 18h a jornalista e organizadora da Marcha, Gabriela Moncau, 24, pediu para todos os participantes sentarem-se no chão da avenida Consolação e guardarem um minutos de silêncio em homenagem aos mortos na “guerra às drogas”.
Então, um imenso baseado (fake, cenográfico), carregado por 420 (sempre os números 4, 2 e zero) balões verdes, foram soltos.
No céu, o helicóptero Águia, da PM, apressou-se em cercar os balões e o baseado. Durou um segundo e o baseado seguiu e em sua “viagem”. Até a próxima Marcha --porque esta foi boa demais!


Comentários

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*CartaCapital

Lula: não houve mensalão !
E Dilma vai ganhar !


Esse Bessinha...

Em entrevista à RTP portuguesa , rede de televisão estatal, Lula disse: “não houve mensalão”.

O julgamento foi, segundo Lula, “80% político e 20% jurídico”.

Essa história ainda vai ser recontada, disse ele.

“O julgamento foi um massacre para destruir o PT e não conseguiu”.

Sobre a Copa, “deixa o povo ir pra rua !”

Um povo vai para a rua e outro para o estádio ver os jogos.

O povo foi para a rua – explicou Lula – pedir Saúde “padrão FIFA”, Educação “padrão FIFA”.

Lula explicou à entrevistadora:

Em 11 anos o Brasil criou 22 milhões de empregos, 36 milhões saíram da miséria absoluta e 42 subiram à Classe Média.

Tinha 3 milhões de universitários e agora tem 7 milhões.

E o povo quer mais !

É assim a humanidade.

Você hoje passou a comer contra-filé, mas vai querer filé !

O Brasil passou de 1 milhão 700 mil carros por ano a 3 milhões 800 mil: é o quatro mercado mundial e sétimo maior produtor.

E o carro vai ser produzido pra rico ? Pra classe média  e o povo andarem só de ônibus ?

Não !, o povo também tem que poder andar de carro.

Em onze anos não é possível resolver mazelas de cinco séculos.

Em 100 anos, o Brasil construiu 140 escolas técnicas (o Fernando Henrique proibiu construir escola técnica – PHA)

Em 11 anos construiu 365.

Ele, que não tem diploma universitário, construiu 14 universidades federais (o FHC, nenhuma !) e 146 extensões.

O pessoal quer mais !

Ótimo !

Tem que querer !

Sobre a Copa, não tem um tostão do Orçamento gasto em estádio.

Ainda no Governo dele fico estabelecido que seriam destinados R$ 400 milhões em EMPRÉSTIMOS a Governos e R$ 400 milhões em EMPRÉSTIMOS a empresas privadas que quisessem construir os estádios.

Os gastos em mobilidade urbana, ruas, metrôs, pontes … a FIFA não leva embora !

Mas, a Copa não é uma questão financeira.

É o encontro de civilizações através do Esporte.

Me perguntam: o que o estrangeiro vai ver na Copa ?

Ele responde: vai ver a cara do Brasil.

A pobreza e a beleza, a beleza de um povo maravilhoso, como ele é: índio, negro e europeu, como os portugueses !

Clique aqui para votar em trepidante enquete sobre quem não pediu licença a Alckmin para vir a São Paulo.

Clique aqui para ler a entrevista histórica de Lula aos blogueiros.

E aqui para ver que o PiG não pode deixar o Lula falar.

Imagine, amigo navegante: como ele mesmo diz: filho de pai analfabeto e mãe analfabeta, que não sabia fazer um “o” com um copo, desmoralizar a elite de São Paulo, essa aí, que acusa o governador – petista – do Acre de desovar haitiano e de ser coyote.

Essa elite não pode ver haitiano – nem o Lula !

Clique aqui para ver o telefonema de um Governador ao Alckmin sobre quem chega a Guarulhos !

Paulo Henrique Amorim


Em tempo:
Foi nessa mesma viagem que a Folha (*) e O Globo mentiram sobre uma declaração do Lula ao falar da Petrobras.




 Uruguai: o país da maconha estatal não presenteia o narcotráfico


Para Pepe Mujica, assumir o controle do processo de produção e venda da erva é não "presentear" o narcotráfico e garantir o "direito à experimentação".

O Uruguai, um pequeno país que quase não é visto no mapa, é o primeiro país do mundo a legalizar a maconha e a assumir o controle de todo o processo de produção e venda da erva. A regulamentação da produção da marijuana reforça a agenda progressista do governo de José Pepe Mujica, que recentemente também legalizou o aborto e a Lei do Matrimônio Igualitário, que permite a união de casais homossexuais

O Uruguai já esteve sob forte pressão por parte dos vizinhos Brasil e Argentina para que se afastasse da legalização da marijuana, além da Junta Internacional de Controle de Narcóticos das Nações Unidas, que avalia este fato como uma violação às obrigações dos tratados internacionais. Internamente, os partidos tradicionais se opuseram tenazmente, sob o argumento de que essa lei dispararia o consumo de drogas mais pesadas.

Depois de ser por anos o principal palco da guerra contra as drogas, a América Latina está se transformando no epicentro da busca por novas alternativas. Na Cúpula das Américas de 2012, em Cartagena, Colômbia, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Guatemala, Otto Pérez Molina, fizeram um chamado ao debate regional sobre a legalização e a descriminalização das drogas. Nos meses e anos seguintes, as iniciativas de descriminalização ganharam força na Colômbia, no Equador e no México.

País conservador de tradição liberal, onde fumar marijuana não é ilegal, ao contrário do que acontece no Brasil e em muitos outros países latinos, o Uruguai começou a discussão do assunto há quase uma década.

Nesse país, desde 1915 até os anos da ofensiva neoliberal, a produção e comercialização do álcool e de bebidas alcoólicas (uísque, derivados da cana, rum, conhaque, grappa) era monopólio do Estado, e seus dividendos eram destinados à manutenção da saúde pública. É o que tentarão fazer agora também com o fim da comercialização da marijuana. Já no começo do século 20, o Uruguai era um Estado laico, onde a mulher podia optar pelo divórcio e a prostituição era regulamentada.

Os vícios de Mujica

O próprio presidente foi o maior defensor da medida, e em seu característico tom bonachão e com uma certa ironia, foi desmontando pessoalmente as objeções de seus adversários, uma por uma. Enfatizou que o "único vício saudável que existe (…) é o amor. Os demais são uma praga, mas existem diferentes níveis". "Há muitos anos que sabemos que o tabaco é ruim, que mata, e que o álcool também. Entretanto, continuamos fumando e bebendo. E com a marijuana... não acredito que nenhum vício seja bom. É má, é venenosa. Mas mais venenoso é ocultar, então nós vamos por outro caminho", acrescentou.

Não existe qualquer clima de permissividade diante da sanção da lei, que deixa claro que, ao consumir a maconha, as pessoas podem procurar as drogas mais pesadas.

Mujica defendeu a autorização do consumo de 30 gramas de maconha por pessoa, argumentando que será possível identificar o consumidor, pois cada cigarro legalizado possui uma composição molecular e um código genético únicos.

Por outro lado, previu que "se tivermos [o consumidor] como perseguido e clandestino, e o criminalizarmos, estamos entregando-o para o narcotráfico". E alguém precisará explicar como um "velho" de 78 anos se transformou em ídolo dos jovens.

O presidente reconheceu que o país e seus cidadãos não estão "totalmente preparados" para uma decisão com tais características, mas reivindicou "o direito à experimentação social" para justificar a legalização da marijuana. "Não se pode conseguir soluções fazendo sempre o mesmo e se estiver fracassando. O que não quer dizer que tenhamos a pedra filosofal", admitiu.

A influência de Milton Friedman

Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro que se tornou presidente em 2010, explicou que a "ideologia" por trás do projeto se baseou em abordagens do economista liberal Milton Friedman com quem ele não concorda em nada, com exceção de sua defesa da legalização das drogas. Sua análise do mercado e da política de governo norte-americano com relação às drogas "foi o que me inspirou que é preciso mudar", afirmou.

Mujica falou sobre a negociação capitalista que existe por trás da marijuana. "Tendo uma demanda, aparece quem a cubra... um empresário de alto risco que intervenha e utilize todos os métodos, todos os caminhos porque existe uma taxa de lucros enorme assegurada por conta da repressão existente", explicou ele, depois de denunciar que "o dinheiro se faz nos Estados Unidos, o dinheiro grosso, o mercado grosso", mas a América Latina é que paga pelos mortos.

"Para combater o narcotráfico é preciso derrubar o mercado", enfatizou. Para Mujica, trata-se de uma decisão política que "não é bonita", mas que é tomada para não "presentear os membros do narcotráfico".

"Contra os métodos do narcotráfico qualquer coisa vale. A via repressiva está fracassando. Se não precisa haver repressão? Sim, precisa, mas não se deve aumentar essa medida, como os domadores, que colocam a comida em uma mão e o chicote na outra. Não estamos tirando os jovens da clandestinidade para entrar pela porta do consumo sem saber onde vão sair. É preciso ter audácia e buscar novos caminhos", sentenciou.

Com números nas mãos, argumentou que o país enfrenta uma guerra desigual: apenas os presos por posse e consumo de ganja custam ao país mais de 30 milhões de dólares. No Uruguai existem mais mortos pelo tráfico de drogas (80 em 2013 por acerto de contas entre grupos rivais) do que pelo consumo de drogas propriamente dito (apenas três por overdose). "Então, o que é pior, a droga ou o tráfico?", provocou.

Apesar de a lei estar vigente desde meados de dezembro, será necessário esperar a regulamentação para determinar como serão outorgados os alvarás para plantar, quais variedades da droga serão produzidas, entre outros aspectos legais. "Eu reivindico o direito à experimentação social. Não é usar as pessoas como cobaia: é entrar no laboratório real de uma sociedade com práticas diferentes", explicou Mujica.

Para além do baseado

A legalização da cannabis será acompanhada de uma política de educação sobre o consumo de drogas. Segundo a lei, os maiores de 18 anos poderão ter acesso à droga mediante o cultivo para o próprio consumo, em clubes de consumidores ou comprando em farmácias – em todos os casos com limites e com prévio registro diante do Estado. As autoridades já adiantaram que a venda será limitada aos residentes no país. A norma permitirá ao Estado regulamentar a importação, produção, distribuição e venda do cânhamo no país de 3,2 milhões de habitantes, esperando enfraquecer o narcotráfico e administrar o consumo.

O governo uruguaio estuda usar a marijuana no tratamento de doenças neurológicas, no tratamento de doentes em estado terminal e em viciados em drogas mais pesadas. No marco da regulamentação da medida que legalizou em dezembro a produção e a venda da cannabis no Uruguai, o Ministério de Saúde Pública (MSP) trabalha com o uso medicinal da maconha em doenças neurológicas degenerativas, nos cuidados paliativos e no tratamento da dor nos momentos finais da vida e em seu uso para diminuir o consumo de outras drogas mais pesadas, como a pasta base da cocaína.

O primeiro efeito da lei foi a legalização do cultivo para consumo próprio, mas para que seja iniciada a plantação e venda é necessário esperar pela regulamentação da norma, que definirá como serão concedidas as licenças para plantar, os tipos de cannabis utilizados, entre outros aspectos. A marijuana seria produzida mediante alvará a privados, mas no começo, por uma questão de segurança, apenas em estufas dentro de prédios militares.

O certo é que dezenas de empresários manifestaram interesse em plantar, apostando na qualidade e no preço para combater o mercado clandestino. A ideia é permitir a plantação – permitida a privados, residentes no país e sob controle estatal – de quatro a seis variedades da erva para dar diferentes alternativas aos consumidores, estimados oficialmente em 120 mil, enquanto associações de consumidores falam que esse número pode chegar a 200 mil, em um universo de 3,2 milhões de habitantes.

O Uruguai se colocou na vanguarda do debate sobre a legalização das drogas leves, apoiado por ex-governantes latinos, como o mexicano Vicente Fox, o chileno Ricardo Lagos e o brasileiro Fernando Henrique Cardoso. Claro, nenhum deles se animou a percorrer este caminho, nem a pagar o custo político quando foram presidentes...

Aram Aharonian, jornalista e professor uruguaio-venezuelano, diretor da revista Questión e fundador da Telesur.
No Carta Maior
*comtextolivre

EUA arrastam o mundo à guerra




[*] Paul Craig Roberts − Institute for Political Economy

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O regime Obama, chafurdando em húbris e arrogância, escalou temerariamente a crise ucraniana e fez dela uma crise com a Rússia. Intencionalmente, ou por estupidez, as mentiras de propaganda dos EUA estão agora fazendo da crise, guerra. Cansada de ouvir as ameaças tresloucadas dos EUA, Moscou já nem atende telefonemas de Obama e dos principais funcionários de Washington.

A crise na Ucrânia começou quando Washington derrubou o governo democrático eleito e o substituiu por idiotas escolhidos a dedo por Washington. Os idiotas puseram-se a atacar, com palavras e à bala, as populações de ex-territórios soviéticos que líderes comunistas soviéticos anexaram à Ucrânia. Consequência dessa política de doidos, é a agitação da população que fala russo, e que escolheu voltar a ser parte da Federação Russa. A Crimeia já se uniu à Rússia. Agora, o leste da Ucrânia e outras partes do sul da Ucrânia provavelmente também se unirão à Rússia.

Em vez de ver seus próprios erros, o regime Obama estimulou os idiotas que Washington instalou em Kiev a usar de violência contra as áreas onde vivem falantes de russo, que querem organizar referendos, para que possam votar e aprovar a reintegração das áreas em que vivem, à Rússia. O regime Obama encorajou os idiotas a usarem de violência, apesar da clara declaração do Presidente Putin, de que nenhuma força militar russa jamais ocuparia a Ucrânia, a menos que os manifestantes ucranianos que se opunham ao governo dos idiotas em Kiev fossem vítimas de violência.

A única conclusão possível é que ou Washington nada ouve do que lhe digam, ou, então, que Washington deseja violência.

Se nem os EUA nem a OTAN estão posicionadas dessa vez para mover força militar significativa para a Ucrânia, suficientes para confrontar o Exército Russo, por que o regime Obama tanto se esforça para provocar a ação dos militares russos?

Uma possível resposta é que, agora que o plano dos EUA de expulsar a Rússia de sua base naval no Mar Vermelho foi derrotado, Washington abraça o plano de sacrificar a Ucrânia a uma invasão russa, para que os EUA ponham-se a demonizar a Rússia e forcem vasto aumento nos gastos militares e no orçamento da OTAN e deslocamento de tropas da OTAN.

Em outras palavras, o negócio é uma nova guerra fria e mais milhões de dólares em lucros para o complexo militar/de segurança dos EUA.
A meia dúzia de soldados e aviões que Washington mandou para “garantir” os regimes incompetentes naqueles pontos perenes de problemas para o Ocidente – Polônia e países do Báltico – e os navios armados com mísseis enviados para o Mar Negro são NADA. São só provocação simbólica.

Sanções econômicas aplicadas a funcionários e milionários russos só fazem comprovar a impotência dos EUA. Sanções reais feririam os estados da OTAN, fantoches de Washington, muito mais do que feririam a Rússia.

É claro que Washington não tem qualquer intenção de acertar coisa alguma com o governo russo. As “exigências” de Washington foram “impostas”, porque não são aceitáveis. Washington está “exigindo” que o governo russo puxe o tapete debaixo dos pés dos manifestantes pacíficos no leste e no sul da Ucrânia e force populações russas na Ucrânia a submeterem-se aos idiotas dos EUA em Kiev. Os EUA também “exigem” que a Rússia renegue a reunificação da Crimeia e devolva a Crimeia aos EUA, para que Washington consiga, assim, completar o projeto de expulsar a Rússia de sua base no Mar Negro.

Em outras palavras, os EUA querem que a Rússia cole outra vez os cacos que resultaram da loucura de Washington na Crimeia e entregue a coisa, recomposta, aos EUA.

É “exigência” tão irrealista, tão alucinada, que ultrapassa qualquer arrogância. O Doido da Casa Branca está dizendo a Putin:

Me danei, quando tentei invadir seu quintal. Ordeno que você, agora, invada o seu quintal e me dê o seu quintal, para que eu me safe com uma boa “ameaça estratégica” que me permita expulsar você do seu quintal.

A imprensa-empresa prostituta, a press-tituta mídia ocidental (brasileira inclusive Nrc) e os estados-fantoches dos EUA na Europa estão apoiando essa “exigência” alucinada. Consequentemente, os líderes russos perderam qualquer confiança que tivessem nas palavras e nas intenções do ocidente; e é assim que começam as guerras.

Governos europeus estão pondo os próprios países em grave risco. E para ganharem o quê? Os líderes europeus são chantageados, ameaçados, subornados com sacos de dinheiro? Ou estão tão viciados em seguir o comando dos EUA que só sabem fazer isso, obedecer os EUA? O que Alemanha, Grã-Bretanha e França teriam a ganhar, por deixar que Washington os empurre a um confronto com a Rússia?

A arrogância dos EUA é coisa jamais vista e pode arrastar o mundo à destruição. Que fim levou o senso de autopreservação da Europa? Por que a Europa não emite mandados de prisão contra todos os membros do governo Obama? Sem a cobertura que lhe dão a Europa e a imprensa-empresa press-tituta, os EUA não conseguiriam arrastar o mundo à guerra.
_________________

[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street JournalBusiness Week e Scripps Howard News Service.Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch e no Information Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.
*SQN

sábado, abril 26, 2014

Americanos fabricaram evidências para atacar e desestabilizar Ucrânia, Síria e Iraque.


Do site washington Blogs e New York Times

O Jornal norte americano New York Times teve que admitir que os EUA fabricou evidências e fatos para gerar a Guerra do Iraque. Um ano depois da invasão o jornal pediu desculpas pela sua cobertura parcial dos fatos sobre o Iraque.

EUA e o Jornal New York Times haviam dito que o Governo Sírio havia sido responsável por ataques com armas químicas em seus próprios civis, mas a informação foi desmentida e o New York Times teve que retratar se alguns meses depois. A Mídia Alternativa e o Prêmio Pulitzer - prêmio de excelência de jornalismo-  premiou o repórter  Seymour Hersh que provou que rebeldes sírios é que utilizaram as armas químicas com apoio do Governo Turco.




O governo norte americano e o New York Times disseram possuir provas que os homens mascarados no lesteda Ucrânia  que formavam mílicas pró russas eram na realidade soldados russos, porém alguns dias depois tiveram novamente que se retratar com uma reportagem das mídias alternativas do Repórter Robert Parry e admitindo que suas "provas" eram tão fragéis quanto as de "armas quimicas e biológicas" do Iraque.


Ao que tudo indica a mídia alternativa está forçando o  New York Times a se retratar de sua propanda pró guerra  e pró governo norte americano e suas versões unilaterais de jornalismo.
*falandoverdades

Ex-líder da KKK teve relações com homem negro


Frazier Glenn Miller supremacia branca
Frazier Glenn Miller, ex-líder da Ku Kux Klan (Divulgação)
Frazier Glenn Miller, de 73 anos, ex-líder da Ku Kux Klan e fundador do Partido Patriota Branco está sendo julgado pela morte de três pessoas que ele pensava serem judias no Kansas (EUA) no início de abril. A promotoria pediu pena de morte.
O caso ganhou bastante repercussão nas imprensas nacional e internacional. Um detalhe, recentemente revelado, pôs o passado supremacista de Frazie em xeque. De acordo com registros policiais, o americano foi flagrado por agentes dentro de um carro fazendo sexo com um homem negro. O acompanhante do réu estava vestido de mulher, de acordo com documento obtido pela ABC News.
Nascido em Aurora (Missouri, EUA), o ex-líder da KKK é acusado da morte um médico de 69 anos e seu neto adolescente e também de homicídio qualificado pela morte de uma mulher de 53 anos que visitava sua mãe em uma residência para idosos. Frazier não conhecia as vítimas. Preso, ele teria gritado “Heil Hitler!” enquanto era levado por policiais.
*pragmatismopolitico