Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 28, 2014

Charge foto e frase do dia



























































































































Quantos deuses existem no Cristianismo?


Olympians

Por Ana Burke
.
Temos dois deuses…não? Estou enganada, são três deuses que são misericordiosos, justos e bons…não? Realmente não são três…são muitos e todos fazem milagres. Eu me esqueci da infinidade de santos que estão por trás deles, dos deuses principais, ou seja, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sendo que este último faz um estrago danado e foi inventado no Concílio de Níceia para dar suporte ao segundo deus na escala, Jesus Cristo. Ah! E foi nesta época também que, Jesus foi promovido, e de um simples profeta, se transformou em deus.
Estes três deuses do cristianismo são os deuses do Olimpo. São os deuses do panteão sendo “Deus” (dizem que têm nome) o mais importante deles, está sentado num trono no céu, mesmo sendo infinitamente grande. Eu não consigo imaginar como algo imensurávelmente grande e sendo um espírito consiga se sentar em um trono, e usar uma coroa na sua cabeça infinitamente grande e imensurável. Pior ainda é que o espírito incomensuravelmente grande… e infinito…usa roupa e têm barba.
Pra mim…olhando…olhando…Ele têm a mesma cara de Zeus que usava também uma coroa e estava sentado num trono, no Olimpo, rodeado de seres mágicos com asas…Igualzinho os anjos e arcanjos do cristianismo. A única diferença entre eles é que os seres mágicos de asas dos gregos não usavam roupas e os anjos do cristianismo usam roupas…e muitas roupas… Que pensem com seus botões quem tem botões…Eu acho que resolveram cobrir as “vergonhas” dos seres mágicos auxiliares de Zeus e os chamaram de anjos. Incrível! Até os demônios têm roupas.
Zeus, digo Júpiter…não…não…não, Deus, é o Pai dos deuses e dos homens, o deus criador. Ele criou tudo o que existe, é o chefe da tribo.
Só acredita que Horus…não! Errei. Jesus é Deus quem nunca leu a bíblia. E algum cristão lê a bíblia? Católicos não lêem e nem o padre ou o pastor lê…eu penso. Embolam tudo, interpretam de acordo com a conveniência de cada um ou da igreja a qual pertencem. Só falam besteira pra ameba acreditar.
*****

Comparando os dois deuses principais da bíblia


O que DEUS nos ensina de importante? Moral? Bons costumes? Como sermos felizes? A amar o próximo? Ele nos ensina que a Natureza deve ser preservada, que os animais devem ser respeitados? Será que ele nos ama realmente como um Pai deve amar um filho? Será que Deus é realmente Justo? Será? Veremos…sem o véu da fé, usando a razão, o discernimento, o bom senso e a inteligência que possuímos…Penso que somos inteligentes, não? Muito resumidamente e tendo Deus como exemplo…os filhos sempre seguem o exemplo dos pais, vamos abrir a bíblia e estudar um pouquinho. Vejamos:
Ele fez dez mandamentos que nem Ele mesmo cumpriu, muito pelo contrário, ou seja, faça o que eu mando e não o que eu faço.
Não matar – Ele matou a humanidade inteira incluindo crianças de colo e crianças que estavam por nascer, animais, plantas e todos os seres vivos existentes quando nos mandou o dilúvio…mas se preocupar pra quê…Encontre uma…uma única família na bíblia como exemplo de união, felicidade, amor, moral e que possa nos ensinar bons costumes. Não existe. No Velho Testamento têm todo o tipo de velhacaria, imoralidade e violência que nem o ser humano mais imperfeito que já existiu conseguiria conceber e realizar. E este é Zeus…Errei de novo. Este é Deus.
O outro deus é Jesus…o Cristo… e os católicos pensam inocentemente que Deus e Jesus é o mesmo. Mas são muito diferentes. Deus é o chefe da tribo e é também chamado de Pai e Senhor. Já o outro deus, Jesus, disse claramente na bíblia que Ele é o filho, o mais especial, o filho dileto, mas filho como todos os outros que seguem este deus. A única diferença entre Ele, Jesus, e os normais filhos de Deus é que Jesus era um profeta deste deus e por isto era considerado um filho especial. A própria bíblia atesta isto. E as mentiras lavoram por séculos seguidos.
Um deles…Deus, espalha sangue, miséria e destruição sem tréguas. Ele manda que os pais apedrejem o filho se este for beberrão e comilão, manda torturar e matar mulheres não virgens, crianças de colo por nada, motivo nenhum, simplesmente porque eram filhos de gentios (não israelitas), aprova a pedofilia, aprova sexo entre o pai e filhas, como no caso de Ló, meninas virgens são para serem usadas sexualmente pelos homens ( números 31: 1-35), faz guerras e incentiva guerras contra os gentios promovendo massacres para roubar terras para os israelitas, ensina membros da família a matar outros da família que não o seguem, ou seguem outros deuses, aprova a escravidão, deu ordens para que nenhum deficiente físico se aproximasse do seu altar, discriminava e ordenava matança de amigos, vizinhos e familiares. Salmos 137:9 ensina que feliz é o Pai que arrebenta os filhos nas pedras…Resumindo…Este é o deus do Velho Testamento…
O outro, o deus do Novo Testamento, Jesus, ensina o servo a obedecer ao seu Senhor, e se não for obediente, será açoitado. Veio para ensinar sofrimento e servidão e mostrar às ovelhas que o seguem o caminho a seguir para se tornarem perfeitos covardes e perdedores. Não é por acaso que os Judeus não seguem o cristianismo. Eles sabem que o cristianismo os transformariam em cordeiros e eles acreditam que nasceram para ser leões e predadores. A história confirma isto. Os judeus concentram as maiores fortunas do mundo, são formados nas melhores universidades, tem poder político enquanto os gentios estão ajoelhados ou carregando a cruz, conformados e achando bonito dar a outra face ao inimigo.
Jesus veio para fazer escravos para Israel, para os judeus. Ele é totalmente o oposto do deus de Israel ou deus dos exércitos. Jesus é aquele que deu a cara para o inimigo cuspir, escarrar e bater ensinando os cristãos como deveriam fazer para serem “salvos”. Ele trouxe para o mundo a ignorância e matou o cérebro das pessoas que o seguem transformando a todos em protozoários.
Este deus é muito pior que o deus do Velho Testamento. O deus do Velho Testamento matava o corpo e este matou o caráter, a vontade de viver e convenceu a todos que a senzala é o paraíso.
Um deus deu vida ao corpo e o outro fez do corpo de todos os seus seguidores um templo de demônios, além de exigir que partes deste corpo, que pecam, devem ser arrancados fora e jogados no inferno…Isto mesmo, Ele trouxe com Ele também o Inferno com tormento eterno, um ensinamento totalmente oposto àquilo que ensinou o deus do Velho Testamento, já que em todo o Velho Testamento inferno é SEPULTURA. Não que Jesus tenha ensinado que existe o tormento eterno. Não existe isto na bíblia, mas os mercenários da fé resolveram adotar a noção de inferno com tormento eterno do paganismo (Tártaro).
Um trouxe as leis, o outro trouxe a cruz, e ambos trouxeram a salvação da morte, que eles mesmos criaram para a humanidade.
O diabo? Ele é o opositor, aquele que discorda dos deuses, do sistema religioso, e de suas leis. É aquele que usa a razão, o que pensa e que não se submete a si mesmo ou a sua família à escravidão e aos abusos e mentiras dos mercenários que criaram as religiões.
Temos ainda um terceiro deus, o Espírito Santo criado…inventado muito depois e inserido na bíblia para dar suporte a leis posteriores que seriam inventadas pelas igrejas. Basta o lider religioso afirmar que foi inspirado pelo Espírito Santo para que se torne verdade na cabeça do gado. Portanto, o espírito de Zeus…digo, Deus justifica qualquer absurdo ou barbaridade cometida em nome da fé, em nome do deus de Israel ou do cristianismo.
E de qual deus é este espírito? É o espírito do criador de Israel…que os tolos e otários acreditam ser o deus da humanidade.
“EU SOU O SENHOR, VOSSO SANTO, O CRIADOR DE ISRAEL, VOSSO REI.” Isaías 43:15
Mas não acabou. Não mesmo. No século IV introduziram o quarto deus…Maria, depois do Concílio de Êfeso. E a ela, que chamaram mãe de deus, se seguiram outros…e outros…uma infinidade deles. São estátuas, defuntos e pedaços de defuntos santos por todo o planeta.
Dizem que em terra de cego quem tem um olho é rei, e eu digo que em terra de analfabeto, quem sabe o B-A-BA é o dono da boiada.
*A.Burke

Por que Alckmin está tão na frente mesmo com o caos da água

Alckmin no debate da Record
Alckmin no debate da Record
Maringoni, do PSOL, aterrorizou os principais candidatos ao governo de São Paulo no debate de sexta na Record.
Ninguém queria fazer perguntas a ele por medo do que ele poderia responder.
Foi mais ou menos o que ocorreu com Aécio Neves depois que perguntou a Luciana Genro quais eram suas ideias para a educação e ouviu umas verdades duras que tão cedo não esquecerá.
Foi Maringoni quem enfim colocou em discussão o assunto que mais comove hoje os paulistas: o drama da água.
O abastecimento de água é atribuição do governo de São Paulo, especificamente da Sabesp. De Alckmin, portanto.
Esse problema deveria supostamente custar a Alckmin a reeleição. Ou, pelo menos, complicá-la.
Mas não é o que acontece. Alckmin tem grandes CHANCES DE GANHAR já no primeiro turno.
Por quê?
Maringoni, professor universitário e historiador, tem uma boa tese. Primeiro, Alckmin goza de imensa blindagem por parte da mídia. É como se ele nada tivesse a ver, por exemplo, com o escândalo do Metrô.
Depois, o cidadão médio não costuma atribuir responsabilidade por nada aos governadores. Prefeitos e presidentes são muito cobrados, mas governadores não.
Se acabar a água em São Paulo, é provável que os paulistanos pensem que a culpa é de Haddad ou de Dilma.
A Sabesp é uma pequena tragédia tucana, como mostrou Maringoni.
O governo paulista vendeu 49% das ações da empresa. As ações são negociadas na Bolsa de Nova York.
Em 2012, a Bolsa de Nova York celebrou o “Sabesp Day”. Ali, a diretoria fez prognósticos maravilhosos, registrados no site da companhia.
Até 2014, a Sabesp se comprometia a “oferecer 100% de água tratada, 100% de coleta de esgoto e 100% de tratamento de esgoto em todo o interior de São Paulo”.
Disse a presidente da empresa, Dilma Pena, na ocasião: “A cada novo ano, a Sabesp mostra ter condições de executar seu objetivo com eficiência, de maneira sólida, dinâmica, inovadora e sustentável em termos financeiros, ambientais e sociais.”
Em dez anos de Bolsa de Nova York, os papéis da Sabesp tinham se valorizarado, em 2012, 601%. É um poderoso sinal de que foram vendidos a preço vil.
Mas, como notou Maringoni, Alckmin parece nada ter a ver com a Sabesp.
Não fosse Maringoni, as pessoas que viram o debate da Record talvez não soubessem que caso seque a torneira de sua casa a culpa será de Alckmin.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Discurso de Hassan Rouhani Presidente da República Islâmica do Irã na 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU

25/9/2014
Tradução não oficial realizada pelo pessoal da Vila Vudu

Hassan Rouhani na ONU em 25/7/2014
Senhor Presidente,
Excelências,
Senhoras e Senhores,

Graças a Deus, o Senhor dos Dois Mundos e Pregador, e que a paz esteja com nosso Profeta Maomé, sua família e seus companheiros.

De início, quero estender minhas sinceras congratulações por sua muito merecida eleição à presidência dessa 69ª Sessão da Assembleia Geral. E meus cumprimentos também a Sua Excia. Sr. Ban Ki-moon, por seus esforços.

É minha esperança sincera que a Sessão dessa Assembleia Geral desse ano leve o mundo, na sua situação atual crítica, um passo mais próximo da segurança e da tranquilidade para os seres humanos – que é, claro, um dos objetivos fundamentais da ONU.

Sr. Presidente,

Venho de uma região do mundo cujas muitas partes ardem hoje no fogo do extremismo e dos excessos. A Leste e a Oeste do meu país, extremistas ameaçam nossos vizinhos, recorrem à violência e derramam sangue. Não falam todos, é claro, uma mesma língua; não têm todos a mesma cor de pele, nem a mesma nacionalidade; e chegaram àquela parte do mundo, o Oriente Médio, provenientes de todo o mundo. Mas, sim, eles têm uma mesma ideologia: “violência e extremismo”. E têm todos, também, um único objetivo: “a destruição da civilização, gerando a islamofobia e criando campo fértil para mais intervenções de exércitos estrangeiros em nossa região”.

Lamento profundamente ter de dizer que o terrorismo é hoje globalizado: “De New York a Mosul, de Damasco a Bagdá, do mais extremo oriente ao mais extremo ocidente do mundo, da Al-Qaeda ao Daesh”. Os extremistas do mundo se encontraram uns os outros e conclamam: “extremistas de todo mundo uni-vos”. Mas e nós? Estamos unidos contra os extremistas?!

O extremismo não é questão regional com a qual só as nações de nossa região tenham de lidar: o extremismo é uma questão global.

Alguns estados ajudaram a criar o extremismo e hoje já não conseguem enfrentá-lo ou controlá-lo. E atualmente os nossos povos estão pagando o preço.

O antiocidentalismo de hoje é fruto do colonialismo de ontem.

O antiocidentalismo de hoje é reação contra o racismo de ontem.

Algumas agências de inteligência puseram punhais nas mãos de possessos que hoje já não poupam ninguém. Todos os que tiveram qualquer função na criação desses grupos terroristas e no apoio que deram a eles devem reconhecer os próprios erros que levaram ao extremismo. Têm de pedir desculpas não só à geração passada, mas também à geração futura.

Para combater as causas subjacentes do terrorismo, é preciso conhecer suas raízes e fazer secar suas fontes. O terrorismo germina onde reine a miséria, o desemprego, a discriminação, a humilhação e a injustiça. E cresce com a cultura da violência. Para erradicar o extremismo é preciso distribuir desenvolvimento e justiça e corrigir as distorções dos ensinamentos divinos postos hoje para justificar brutalidade e crueldade. A dor é aumentada quando esses terroristas espalham sangue e morte em nome da religião, ou degolam em nome do Islã.

O que querem é manter ocultada a incontroversa verdade da história que se baseia nos ensinamentos de todos os profetas divinos, de Abraão e Moisés e Jesus a Maomé (que a Paz esteja com Ele), para os quais tirar uma única vida inocente equivale a assassinar toda a humanidade.

Espanta-me imensamente que esses grupos de assassinos se declarem grupo islâmico. E mais ainda me surpreende que a imprensa-empresa ocidental, alinhada com aqueles assassinos, repita essa mentira, repetição que provoca a ira de todos os muçulmanos.

O povo muçulmano que todos os dias relembra Deus como o Mais Generoso e o Mais Compassivo, e que tantas lições de bondade e empatia aprendeu de seu Profeta, toma essa difamação diária como parte de um projeto para disseminar a islamofobia.

Os fracassos e erros estratégicos do Ocidente no Oriente Médio, Ásia Central e Cáucasos converteram essas partes do mundo em abrigo seguro para terroristas e extremistas.

A agressão militar contra o Afeganistão e contra o Iraque e a interferência imprópria e indevida nos desenvolvimentos na Síria são exemplos claros da abordagem estratégica errada no Oriente Médio.

Como abordagem não pacífica, a agressão e a ocupação atacam a vida e os espaços de moradia e sobrevivência de pessoas comuns; a agressão e a ocupação resultam em consequências comportamentais e psicológicas de aversão, que hoje se manifestam sob a forma de violência e morte no Oriente Médio e no Norte da África, a ponto, mesmo, de atrair para lá cidadãos de outras partes do mundo. A violência atualmente se difunde para todos os cantos do mundo, como doença contagiosa.

Nós sempre acreditamos que a democracia não pode ser transplantada de terras distantes; democracia é resultado de desenvolvimento e crescimento; não é resultado de guerra e agressão. Democracia não é item de exportação que possa ser comercialmente exportado do ocidente para o oriente. Numa sociedade subdesenvolvida, democracia importada só gera governos fracos e vulneráveis.

Quando generais põem os coturnos numa região, que não esperem ser recebidos com afeto pelos diplomatas: quando a guerra começa, a diplomacia tende a parar. Quando a atmosfera no Oriente Médio for de confiança e segurança, a resposta será, também de confiança e segurança. Mas se se impõem sanções, começa simultaneamente a implantar-se uma ira profunda contra os sancionadores.

Os interesses dos países ocidentais em nossa região estão associados ao reconhecimento de nossas crenças, por aqueles países; e ao reconhecimento por eles, também, de que nosso povo deseja governo democrático na região.

A experiência de criação da Al-Qaeda, dos Talibã, dos modernos grupos extremistas demonstrou que é possível servir-se de grupos extremistas como instrumento contra estado não amistoso e, ao mesmo tempo, fingir que não se veem as consequências de um extremismo sempre crescente. Causa grande perplexidade que se repitam os mesmos erros, apesar das muitas dolorosas experiências.

Relembremos que o Irã convidou todos para um “diálogo” antes dos atos criminosos de 11 de setembro; e que também clamamos por “um mundo contra a violência e o extremismo” antes que eclodissem as atuais atrocidades. Talvez, no passado, pouca gente fosse capaz de prever o incêndio que arde hoje. Mas agora o extremismo e a violência absolutamente fora de controle são ameaça iminente para o mundo.

É autoevidente que sem compreensão acurada de como se geraram as condições que há hoje, jamais encontraremos as solução certas. Hoje, mais uma vez, tenho de alertar contra a disseminação do extremismo e o perigo imposto pela compreensão inadequada e por qualquer abordagem errada desse fenômeno.

O Oriente Médio anseia por desenvolvimento e está farto de guerras. É direito natural dos povos das terras férteis do Oriente Médio viver em paz e prosperidade.

No passado, o colonialismo negou esse direito a eles e, hoje, a sombra da guerra e da violência ameaça a segurança daqueles mesmos povos.

Em nossa região há políticos moderados e elites que gozam da confiança do povo. Não são nem anti-Ocidente nem pró-Ocidente. Embora não esqueçam o papel que teve o colonialismo no atrasamento de suas nações, não esquecem que suas próprias nações são capazes de, elas mesmas, alcançar o desenvolvimento pelo qual anseiam.

Não que absolvam o ocidente pelos seus muitos erros e malfeitos, mas sabem ver também os próprios fracassos. Esses homens e mulheres podem assumir posições de liderança ativa e reunir à volta deles a confiança de suas respectivas sociedades, e estabelecer as mais potentes coalizões nacionais e internacionais contra a violência.

As vozes desses homens e mulheres são as verdadeiras vozes da moderação no mundo islâmico; a fala familiar de um afegão farto de guerras; de um iraquiano vítima do extremismo; de um sírio horrorizado com a ação de terroristas; de um libanês que é atormentado pela violência e pelo sectarismo.

Entendo que há erro estratégico, se países de longe da região se autoproclamem líderes de uma ou outra coalizão, exclusivamente para tentar proteger a própria hegemonia na região.

Obviamente, porque a dor é velha conhecida dos povos do Oriente, não dos que chegam de longe, a melhor coalizão possível será a que se forme na própria região, e que assuma sobre os próprios ombros a responsabilidade por liderar a luta contra a violência e o terrorismo. E se outras nações do mundo tiverem real desejo e interesse legítimo em agir contra o terrorismo, sempre poderão acorrer e apoiar a coalizão local.

Advirto que, se não soubermos aliar nossas forças contra o extremismo e a violência hoje, e se fracassarmos no trabalho de alistar os povos da região para que resistam contra o extremismo, amanhã o mundo já não será seguro para ninguém.

Sr. Presidente,

Ano passado, tentei cumprir o papel do meu país na realização da paz nos dois níveis, regional e internacional, e ofereci uma proposta sobre “um mundo contra a Violência e o Extremismo” – que mereceu apoio geral.

Na tumultuada, caótica região que é o Oriente Médio, o Irã é uma das nações mais tranquilas, seguras e estáveis. Mas todas as nações da região têm de manter em mente que estamos no mesmo barco. Assim, precisamos de ampla cooperação para tudo que tenha a ver com nossa vida social e política, e com questões de segurança e defesa, com vistas a alcançar compreensão durável e comum a nós todos.

Se já houvesse maior cooperação e melhor coordenação no Oriente Médio, milhares de palestinos inocentes não teriam tombado em Gaza, vítimas da agressão pelo regime sionista. Entendemos que a interação e a construção de confiança entre os estados da região é fundamentalmente essencial para a resolução de conflitos. Apoiamos qualquer medida que promova cooperação entre nações islâmicas para combater o extremismo, as ameaças e a agressão e, nesse campo, estamos preparados para cumprir nosso papel construtivo e positivo permanente.

Sr. Presidente,

As opressivas sanções impostas ao Irã prosseguem, na sequência de erro estratégico contra nação independente e moderada, considerado o delicado quadro geral em nossa região. Durante o ano passado, nos engajamos no diálogo mais transparente, para construir confiança em torno do programa nuclear iraniano para finalidades pacíficas. Abrimos agenda para negociações sérias e honestas, não como resultado de sanções ou efeito de ameaças, mas porque era desejo do povo do Irã que seu governo negociasse.

Somos de opinião que a questão nuclear só pode ser resolvida mediante negociação, e quem considere qualquer outra via comete erro grave. Qualquer demora que adie um acordo final só faz aumentar os custos; não só para prejuízo do Irã, mas também para prejuízo da economia de outras partes envolvidas e das possibilidades de desenvolvimento e segurança em nossa região. Ninguém deve duvidar de que concessões e acordos, nessa questão, sempre serão feitos com vistas ao melhor interesse de todos, sobretudo das nações da região.

As negociações nucleares entre o Irã e o Grupo 5+1 prosseguiram, ano passado, com seriedade e otimismo de ambas as partes. Segundo todos os observadores internacionais, a República Islâmica do Irã cumpriu, de boa fé, todos os compromissos que assumiu. Apesar disso, algumas das observações e ações de nossos contrapartes criaram algumas dúvidas sobre a determinação deles e o realismo da posição deles. Mesmo assim esperamos ainda que as negociações em andamento levem a um acordo final, no curto período de tempo que resta para negociar.

Estamos comprometidos a perseverar em nosso programa nuclear para finalidades pacíficas, inclusive com enriquecimento de urânio, e a usufruir plenamente todos os direitos nucleares que são nossos em território iraniano, nos termos prescritos pela lei internacional.

Estamos decididos a continuar as negociações com nossos interlocutores em honestidade e boa fé, baseados no respeito e na confiança mútuos, na remoção de todas as preocupações de ambos os lados, em pés de igualdade e reconhecidos todas as normas e princípios internacionais. Creio que os dois lados devem manter-se aderidos à estrita implementação dos compromissos. Evitar demandas excessivas nas negociações, por nossos contrapartes, é pré-requisito para o sucesso das negociações. Um acordo final sobre o programa nuclear para finalidades pacíficas do Irã pode servir como primeiro movimento de uma colaboração multilateral para promover segurança, paz e desenvolvimento em nossa região e além dela.

O povo do Irã, que tem sido submetido a pressões, especialmente nos últimos três anos, como efeito de continuadas sanções, não pode confiar em nenhuma cooperação de segurança entre seu próprio governo e os que impuseram aquelas sanções e criaram tantos obstáculos contra a satisfação das mais básicas necessidades do povo do Irã, como comida e remédios. As sanções criarão impedimentos ainda adicionais, no caminho de qualquer cooperação futura de longo prazo.

O povo do Irã é devotado a alguns princípios e valores no topo dos quais estão a independência, o desenvolvimento e o orgulho nacional. Nosso povo avalia o comportamento de seu governo pelos mesmos critérios. Se esse óbvio fato nacional não é compreendidos pelos nossos parceiros negociadores e eles cometem erros ofensas graves no processo, uma oportunidade histórica e excepcional será desperdiçada.

Como os senhores sabem, durante as negociações nucleares que estão em negociação nesse ano, o governo iraniano tomou algumas iniciativas que criaram novas condições favoráveis, que resultara, naquela fase, no Plano Conjunto de Ação de Genebra. Estamos determinados a continuar na nossa abordagem de construir confiança e oferecer máxima transparência nesse processo. Se nossos interlocutores estão igualmente motivados e são igualmente flexíveis, podemos superar o problema e alcançar acordo duradouro, mesmo no curto tempo que nos resta. Nesse caso, emergirá um ambiente inteiramente novo, para cooperação nos planos regional e internacional, permitindo maior foco em algumas questões regionais muito importantes como combater a violência e o extremismo na região.

Chegar a um acordo nuclear final e compreensivo com o Irã será oportunidade histórica para que o ocidente mostre que não se opõe ao avanço e ao desenvolvimento de outros países e não discrimina no que tenha a ver com respeitar leis e regulações internacionais. Esse acordo pode levar mensagem de paz e segurança, indicando que o modo pelo qual alcançar a resolução dos conflitos é a negociação e o respeito, nunca o conflito e a sanção.

Sr. Presidente, Senhoras e senhores,

Ano passado a grande nação do Irã participou de amplas, calmas, importantes eleições presidenciais, e endossou o discurso de “Antevisão, Esperança e Moderação Prudente”. Depois das eleições, o povo do Irã apoia o seu governo eleito nos esforços para construir o país. Enquanto alguns dos países em torno do Irã caíram presa da guerra e dos tumultos, o Irã permanece em segurança, estável e calmo.

A política baseada em princípios de meu governo existe para trabalhar na direção de interações construtivas com nossos vizinhos, baseada em mútuo respeito e com ênfase em interesses comuns. A noção de que o Irã buscaria controlar outros países na região é mito reposto em circulação em anos recentes, no contexto de um projeto iranofóbico. Os que dizem que o Irã buscaria controlar outros países carecem de inimigos imaginados, para manter vivas as tensões e semear divisões e conflitos e, assim, vão trabalhando para que os recursos nacionais não sejam aplicados no desenvolvimento do nosso país. Nós trabalhamos para pôr fim a essa iranofobia delirante, preparando as condições para construir parcerias estratégicas com nossos vizinhos.

Concluindo, ano passado alertei contra a expansão da violência e do extremismo. Esse ano volto a alertar: se a abordagem correta não for adotada para enfrentar as questões que se veem à nossa volta, nos aproximamos ainda mais de ter região turbulenta e tumultuada, o que terá repercussões em todo o mundo. A solução correta para as dificuldades que há nasce dentro da região e provê regionalmente as soluções necessárias; com o apoio internacional, sim, mas não vinda de fora da região.

Deus Todo Poderoso prometeu aos que creem e cumprem bem os próprios deveres, que Ele lhes garantiria a sucessão na autoridade sobre a terra, e que todos os medos dos homens e mulheres seriam convertidos em paz e segurança.

Minha mais sincera esperança é que nossa geração cumpra o seu dever e deixe um planeta mais seguro e desenvolvido, como legado dela à próxima geração. Desejo sucesso a todos.

Obrigado.

Cuba: EEUU y OTAN con armas intentan repartirse el mundo

Via Hispan
Pic
de Cuba, Bruno Rodríguez, ante el pleno del 69 periodo de sesiones de la Asamblea General de Naciones Unidas (AGNU), advirtió el sábado que EE.UU. y la OTAN intentan hacer un nuevo reparto del mundo por la fuerza de las armas que, a su juicio, conducirá a la ingobernabilidad, entre otras graves consecuencias.
Rechazó también la intervención extranjera en Siria, mediante el financiamiento y entrega de armas a grupos terroristas, así como los bombardeos unilaterales del Pentágono en Irak y Siria, "sin respetar fronteras ni Estados soberanos, aunque las disimule con dudosas coaliciones".
Sobre Palestina, defendió su derecho a convertirse en miembro pleno de las Naciones Unidas, con un Estado establecido dentro de las fronteras de 1967 y con Al-Quds (Jerusalén) como su capital.
El jefe de la Diplomacia cubana señaló que las leyes estadounidenses fuera de sus fronteras se han convertido en "una herramienta de política externa de castigo, amenaza y obtención espuria de recursos financieros".
Al respecto, especificó el caso contra el banco francés BNP Paribas. El pasado julio, una corte estadounidense sentenció a este banco al pago de una multa de 8900 millones de dólares por haber violado el embargo estadounidense a transacciones financieras con Sudán, Cuba e Irán.
Rodríguez también condenó el bloqueo de Estados Unidos contra Cuba y el hecho de mantenerla en la lista "unilateral y arbitraria" de países "patrocinadores de terrorismo".
ncl/ktg/nal

*GilsonSampaio