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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 30, 2014

Os meios de comunicação, com seu apoio incondicional às privatizações, foram um dos responsáveis pelo prejuízo de R$ 2,4 bilhões

Maior escândalo de corrupção da História do Brasil foi a privataria tucana

Os meios de comunicação, com seu apoio incondicional às privatizações, foram um dos responsáveis pelo prejuízo de R$ 2,4 bilhões que teve o povo brasileiro



Luciano Pereira / Aloysio Nunes - Flickr
O país teve um prejuízo de pelo menos R$ 2,4 bilhões com as privatizações do patrimônio público dado a preço de banana a grandes corporações privadas, durante o governo FHC.
 
A estimativa foi feita no clássico estudo escrito pelo jornalista Aloysio Biondi, que, em seu livro "O Brasil privatizado", afirma: 
 
"O governo diz que arrecadou 85,2 bilhões de reais com as privatizações. Mas contas “escondidas” mostram que há um valor maior, de 87,6 bilhões de reais, a ser descontado daquela 'entrada de caixa'"(p. 68)  
 

José Cruz / EBC
 
A obra essencial de Biondi, que chegou a vender mais de 140 mil cópias, acaba de ganhar uma nova edição na coleção História Agora, da Geração Editorial  (256 págs, R$ 29,90).
 
O cálculo dos prejuízos das privatizações não considera os possíveis ganhos e valorizações posteriores, cujos montantes Biondi reputa incalculáveis. 
 
As privatizações da mineradora estatal Vale do Rio Doce, em 1997, e do sistema Telebrás, em 1998, foram as mais emblemáticas e vultosas. 
 
Além de as empresas terem sido subavaliadas, foram entregues com dinheiro em caixa aos que as arremataram em leilões. É como alguém vender uma casa com dinheiro no cofre.
 

Wilson Dias / EBC
 
A análise de Biondi expõe a importância crucial dos meios de comunicação para criar a indiferença ou mesmo incitar o apoio da população à venda desenfreada das estatais, feita por aquele governo:
 
"Sem sombra de dúvida, os meios de comunicação, com seu apoio incondicional às privatizações, foram um aliado poderoso. Houve a campanha de desmoralização das estatais e a ladainha do 'esgotamento dos recursos do Estado'." (p. 21).
 
O alerta de Biondi é absolutamente atual, haja vista a sanha desencadeada contra toda a empresa Petrobrás em um escândalo no qual o acusado por falcatruas está preso e indiciado por seus crimes, bem diferente do padrão anterior de conivência dos governos diante da corrupção.
 

 
A comparação que pode ser feita pela tabela acima, mostrando os números de cada escândalo, evidencia a deliberada desproporcionalidade conferida ao mensalão e às denúncias contra a Petrobrás em relação a outros casos.
 
O ódio insuflado pelo mercado contra o atual governo Dilma se presta ao infame papel de distorcer a compreensão sobre essa página infeliz de nossa história.
 
O livro de Biondi, relançado, nos dá a chance de nunca esquecer o que fizeram com o Brasil, para jamais permitir que isso se repita.
 
Referências Bibliográficas: BIONDI, Aloysio. O Brasil Privatizado: um balanço do desmonte do Estado. 11ª edição. São Paulo: Editora da Fundação Perseu Abramo, 1999.


(*) Antonio Lassance é cientista político.


Créditos da foto: Luciano Pereira / Aloysio Nunes - Flickr
*cartamaior

Por que Levy Fidelix fala o que quer?

Por Jean Wyllys, na revista CartaCapital:
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O "combate contra essa minoria" que o candidato Levy Fidelix propôs ontem na TV Record já começou a dar frutos: num comentário publicado na web da Folha de São Paulo, um sujeito chamado Alan Whitney (esse é o nome que ele usa na rede social, não sei se é verdadeiro ou um alias) me ameaça de morte: "Temos que destruir isso na raíz e matar Jean Wyllys", ele disse, fazendo referência à apelação de Fidelix. Não é a primeira vez que eu sou ameaçado e já teve um caso de um criminoso fascista e homofóbico com um plano para me matar que foi desarticulado pela Polícia Federal, que o apreendeu.

Mas agora eu peço a vocês que fechem os olhos e imaginem a seguinte cena: durante o debate presidencial, ao vivo, um dos candidatos diz, referindo-se aos judeus: "Nós somos a maioria e vamos combater essa minoria". Ou então, referindo-se aos negros, alude ao excremento: "Aparato excretor não reproduz". Em rede nacional! Qual teria sido a reação do moderador do debate? E a dos outros candidatos? A platéia teria rido, como riu ontem quando o candidato Levy Fidelix usou essas expressões para se referir aos homossexuais, como se fosse engraçado? Qual seria a manchete dos jornais de hoje? O Ministério Público teria feito alguma coisa? E a justiça eleitoral? Ele seria convidado ao próximo debate?

A história tem exemplos práticos que mostram as consequências dessa prédica. Adolf Hitler também achava que os judeus eram uma minoria nojenta que devia ser "combatida" e isso custou uma guerra mundial e mais de seis milhões de mortos - tanto judeus quanto homossexuais, ciganos, comunistas, deficientes e outros grupos que o nazismo escolheu como inimigos públicos do povo alemão. Não aprendemos nada?

A naturalização do discurso de ódio e da incitação à violência contra a população LGBT é assustadora. E ainda tem gente que acha que tudo isso é liberdade de expressão ou opinião. Enquanto isso, assistimos ao recrudescimento da violência letal contra gays, lésbicas, travestis e transexuais. Nas últimas semanas, foram vários casos. Um candidato gay do PSOL do Amapá recebeu ameaças homofóbicas e, dias depois, uma pedrada na cabeça, e acabou no hospital. Um menino gay de 19 anos foi sequestrado, torturado e queimado vivo durante um "ritual de purificação" em Betim, Belo Horizonte. Sobreviveu, foi socorrido por amigos que o levaram ao hospital e acharam ao lado dele, que estava inconsciente, uma nota que dizia que o grupo que o atacou faria "uma limpeza em Betim (para) trazer o fogo da purificação a cada um que andar nas ruas declarando seu ‘amor’ bestial". Outro jovem gay de 19 anos, em Interlagos, São Paulo, foi espancado e sofreu uma tentativa de estupro.“Você quer ser mulher? Então agora vai apanhar como mulher”, falaram para ele. Tudo isso em uma semana.

O "combate" que Levy Fidelix propôs durante o debate presidencial não é, como ele diz, da "maioria heterossexual" contra a "minoria homossexual", porque a maioria dos heterossexuais não tem o pensamento doentio desse canalha. Quem agride, espanca, mata e espalha ódio é uma minoria fundamentalista e fascista - minoria, felizmente, mas altamente perigosa - que se sente legitimada pelo discurso de ódio de pessoas como Levy, Feliciano, Bolsonaro, Malafaia e outras figuras caricatas como eles.

O problema não é a estupidez deles, mas a omissão daqueles que deveriam reagir desde o governo, o parlamento e a justiça. Se o discurso de Levy Fidelix consegue ser pronunciado em rede nacional sem causar as reações que deveria numa sociedade civilizada, é porque o Brasil não tem políticas públicas de promoção da igualdade, afirmação dos direitos civis da população LGBT e combate ao preconceito que se abate sobre ela.

É porque o governo federal cancelou o programa "Escola sem homofobia", é porque o Congresso ainda se omite da sua responsabilidade na aprovação das leis de casamento igualitário e identidade de gênero (ambos os projetos de minha autoria junto com a deputada Érika Kokay), é porque a candidata Marina jogou no lixo o programa que seu partido tinha elaborado com excelentes propostas para a comunidade LGBT, é porque o candidato Aécio não se posiciona diante dos escandalosos projetos homofóbicos de deputados do PSDB, como o projeto de "cura gay" de João Campos, é porque os grandes partidos fazem alianças com os fundamentalistas em troca de apoio eleitoral, palanques e tempo de TV. A maioria da classe política brasileira não tem coragem de enfrentar o discurso de ódio e continua refém da chantagem dos vendilhões do templo.

Com relação a Levy Fidelix, meu mandato vai entrar na justiça, junto com a candidata Luciana Genro, para que seja punido de acordo com a legislação eleitoral. A prédica de ódio não cabe na democracia. Mas não podemos reduzir o problema a esa figura caricata e estúpida. Toda a dirigência política democrática do Brasil deveria fazer já, agora mesmo, um pacto nacional contra o preconceito e a favor da cidadania da população LGBT, com uma agenda positiva de afirmação de direitos e políticas públicas que comprometa o próximo governo e a próxima legislatura, independentemente de quem resultar vencedor das eleições de 5 de outubro. É urgente e não dá mais para tolerar a omissão de quem tem responsabilidades e poder para acabar com esta loucura.

Manifestação em frente ao Banco Central No dia 02 de outubro,

Posted: 29 Sep 2014 05:52 PM PDT
IMG_1184Trabalhadores e trabalhadoras em bancos públicos e privados começam sua greve nacional a partir de amanhã. Após apresentarem sua pauta de reivindicação aos banqueiros em julho, os trabalhadores assistiram à intransigência dos patrões tanto nas reivindicações econômicas quanto nas sociais. A Federação dos Bancos oferece um aumento de apenas 7,35%, o que representa um aumento real de menos de 1%.
Enquanto isso, o lucro dos bancos continua crescendo de maneira assustadora no país que tem as mais altas taxas de juro do mundo. Em 2014, os banqueiros lucraram 16% a mais do que em 2013, e as taxas bancárias ficaram 10% mais caras.
Há casos, inclusive, de bancos que estão se negando a pagar a participação nos lucros aos trabalhadores, enquanto os acionistas e executivos receberam seus bônus e prêmios, como no banco HSBC.
Mas as reivindicações dos bancários vão além de exigir sua justa parte nos ganhos da empresa. Eles exigem que tenham fim as abusivas metas de vendas de planos, seguros e outras mercadorias financeiras. Essas metas geram altos níveis de pressão sobre a categoria que sofre com doenças funcionais e fazem com que o serviço do banco, que  é uma concessão pública, não sirva para gerar facilidades para o conjunto da sociedade.
Manifestação em frente ao Banco Central
No dia 02 de outubro, próxima quinta-feira, a categoria bancária vai realizar um ato em frente à sede do Banco Central na avenida paulista, em conjunto com diversos movimentos sociais. O objetivo é repudiar as propostas que querem deixar o BC sob total controle do mercado financeiro e independente do controle social.
A manifestação também dará divulgação à greve reivindicando maior participação dos bancos públicos no financiamento de programas sociais como a construção de moradias populares e do incentivo à agricultura familiar e à reforma agrária.
As principais reivindicações da greve dos bancários podem ser encontradas aqui.
*AVERDADE

Atenção, antes de votar para senador em SP veja estas imagens estarrecedoras

Esta postagem é da última eleição presidencial, quando o país varreu o Zé Nosferato do cenário político nacional. Há dois anos, os paulistanos, num surto de responsabilidade política, deram uma nova banana para o natimorto. Agora, ele pode voltar, via senado, mais para obter  foro privilegiado e se livrar de dezenas de processos que tem nas costas, do que para qualquer outra coisa. Será uma tremenda sacanagem substituir Suplicy, um sujeito e sério e honesto, acima de tudo, por um traste desses. Alo paulistas, sobretudo os do interior, o que o coisa ruim fez mesmo para receber tanto crédito político? 

Título da postagem foi: "Ensaio fotográfico de José Serra, um luxo!" Vamos ver se dessa vez temos sorte de novo.


Vá de retro!




Te pegamos em...




Chegando em casa, após exaustivo dia de serviço no suntuoso Palácio dos Bandeirantes (Hj, ele não faz porra nenhuma a não ser fugir da justiça)



Surpreendido ao saber de badernas na USP (na USP que ele ajudou a quebrar)



A bordo de seu novo e luxuoso iate (iates, apartamentos de 1 milhão de reais, etc...)



Pequena pausa para um descanso, afinal, ninguém é de ferro! (descanso teremos nós, o dia em que este traste deixar a política)


Ops, verba do propinoduto, tb quero!



Aos quatro anos, ahhh....

POR QUE OS "DEMÔNIOS ENCOSTOS" SÓ "BAIXAM" EM EVANJÉGUES DEMENTES, MULHERES ENCARDIDAS MENTALMENTE E CRISTÃOS LUNÁTICOS DEMENTES?
POR QUE DEUS SÓ FALA AO CORAÇÃO DOS IDIOTAS EVANJÉGUES
POR QUE O "DIABO DEUS" NÃO BAIXA EM ATEUS?
E por que somente o "diabo' fala em igrejas de crentinos evanjégues e pastores trambiqueiros curandeiros?
POR QUE JESUS NÃO APARECE NENHUMA VEZ PARA PREGAR NAS IGREJAS?
Descurtir*pequenasigrejasgrandesnegocios

PADILHA JÁ


segunda-feira, setembro 29, 2014

Marina mentiu sobre a CPMF!

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Dessa vez, Marina foi flagrada numa mentira de primeira grandeza. E o pior: que vem repetindo há quatro anos.

Marina mentiu descaradamente ao afirmar que votou em favor da CPMF, na contramão de seu partido, que foi contra a lei quando ela foi proposta pela primeira vez, na era tucana.

Os arquivos do Congresso mostram que ela votou contra a lei, em 1995, novamente em 1999, e se absteve em 2002.



Desde que se candidatou à presidente pela primeira vez, em 2010, Marina Silva repete o mantra de que não é oposição nem situação, e que nunca fez oposição pela oposição. E usa o exemplo da CPMF como argumento principal, asseverando que votou a favor da lei, mesmo contra seu partido.

Mentira.

Marina não escolheu a tema à tôa. De fato, o caso da CPMF ilustra como nenhum outro a irresponsabilidade e incoerência que caracterizam a política partidária brasileira (quiçá mundial).

Na década de 90, o PSDB criou a CPMF para financiar a saúde pública. O PT votou contra. Anos depois, quando o PT assumiu o poder, quis manter a CPMF, por razões óbvias, e o PSDB rasgou os argumentos que usara antes, e votou contra.

O mau caratismo do PSDB, no entanto, foi pior.

O principal problema da CPMF era que o imposto vinha sendo desviado para outros fins que não o seu original, de financiar a saúde. Por ocasião da última votação sobre sua prorrogação, contudo, a lei fora aprimorada, com a instauração de mecanismo que impediria esse desvio.

Além disso, a alíquota fora reduzida a um índice ainda menor, e haveria dispositivo para isentar a classe média para baixo.

Mesmo assim, o imposto continuaria gerando mais de R$ 40 bilhões por ano, e ajudaria imensamente a financiar o sempre deficitário sistema público de saúde. Desde sua extinção, em 2007, até hoje, o sumiço do imposto já tirou centenas de bilhões de reais da saúde.

As instituições que combatem a lavagem de dinheiro e a corrupção, como o Ministério Público, a Receita, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) defenderam o imposto, dizendo que ele tinha se tornado uma ferramenta importante de controle de irregularidades financeiras.

Era um sistema perfeito de rastreamento de toda e qualquer movimentação bancária acima de certo valor.

Os governadores, mesmo da oposição, tentaram convencer os senadores da importância do imposto para as saúdes estaduais e municipais.

Não adiantou.

A mídia fez campanha violentíssima contra o imposto e o Senado, que em 2007 ainda era dominado pela oposição, derrubou-o, produzindo uma perigosíssima queda nas finanças da saúde pública brasileira.

Um fator determinante foi uma matéria falaciosa da Globo, publicada no mesmo dia da votação, dizendo que os pobres pagavam mais CPMF que os ricos. Um senador da oposição leu o artigo no alto da tribuna.

Vídeo de Marina, em 2010, explorando uma “contradição” que era a dela mesma:

Na campanha deste ano, Marina repetiu inúmeras vezes a história da CPMF, sempre mentindo.

No debate da Band, realizado há algumas semanas, ela volta a falar que apoiou a CPMF quando o PSDB era governo.

Assista aqui, a mentira de Marina pode ser vista aos 22:30.

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Globo e Veja, no afã de interromper a transferência de votos de Aécio para Marina, também identificaram a mentira de Marina sobre a CPMF.