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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 03, 2015

O valor sonegado ultrapassa o corte feito no Orçamento Geral da União, de R$ 69,946 bilhões...


QUEM PAGA A CONTA?
A sonegação fiscal no Brasil atingiu a marca de R$ 217 bilhões no inicio da noite desta terça-feira (2). O montante revela a quantidade de dinheiro que deixou de ser arrecado nos primeiros cinco meses deste ano.
O valor sonegado ultrapassa o corte feito no Orçamento Geral da União, de R$ 69,946 bilhões.
Leia na Agência ‪#‎PT‬ de Notícias http://goo.gl/FHKCSl

Franklin observa que uma das funções da internet é criticar a grande mídia, e que esta, se quiser sobreviver, terá que se adaptar a estas críticas, que são saudáveis e democráticas.

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Franklin Martins diz que “não houve” mensalão e que a Globo quer “comandar o país”

entrevista foi publicada, em outubro do ano passado, numa revista de Porto Alegre, chamadaBastião, cujos editores eu tive o privilégio de conhecer em Brasília na semana passada. Mas eu só li há alguns dias e logo constatei duas coisas: 1) ela ainda é super atual; 2) não circulou quase nada pela blosgosfera. Então ela é quase inédita!
Franklin Martins faz observações atiladas sobre a democratização da mídia. Ele observa que o Brasil promove mudanças lentas, porque a construção de maiorias costuma se formar mais vagarosamente no Brasil. Somos grandes demais, diversos demais. O processo de formar maiorias é mais difícil aqui.
Mas quando estas se formam, duram muito. Permanecem consolidadas com mais firmeza do que em outros países, que conseguem construir maiorias com mais agilidade, como a Argentina, onde tudo é mais rápido por ser o debate político muito concentrado apenas em Buenos Aires.
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Franklin observa que uma das funções da internet é criticar a grande mídia, e que esta, se quiser sobreviver, terá que se adaptar a estas críticas, que são saudáveis e democráticas.
Entretanto, o trecho que me chamou a atenção foi sua observação sobre a ruptura editorial da Globo, a partir da cobertura do mensalão. Franklin, que era comentarista político no Jornal da Globo, faz uma acusação grave ao jornalismo da emissora: ela se recusava a investigar a coisa mais importante, a origem do dinheiro do valerioduto, porque aquilo poderia atrapalhar a sua “teoria”.
Mais tarde, a Procuradoria, e Joaquim Barbosa – juiz responsável, desde o início, por acompanhar as investigações do Ministério Público – ajudariam a Globo a explicar a origem do dinheiro do valerioduto, ao encampar a tese do desvio do Fundo de Incentivo Visanet, em detrimento de um relatório da Polícia Federal, que dizia o contrário.
A PF, através do relatório do Inquérito 2474, assinado pelo delegado Luiz Flavio Zampronha, mostrava que a maior parte dos recursos de Marcos Valério tinha vindo de empresas controladas por Daniel Dantas, e que as negociatas de Valério tinham começado bem antes da era Lula.
Quanto ao Visanet, o Laudo 2828, também da PF, provaria que os recursos não estavam sob responsabilidade de Henrique Pizzolato, o único petista na cúpula do Banco do Brasil, derrubando a teoria de que havia um “núcleo petista” instalado dentro do BB, sob ordens secretas de Dirceu, para desviar os recursos necessários ao esquema de compra de voto.
“A Globo resolveu acabar com o pluralismo”, observa Martins, porque decidiu voltar a algo que estava em seu DNA: “comandar o país”.
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Franklin Martins torce para que a Globo não consiga realizar o seu intento (de comandar o país) em 2014. Nós também torcemos, caro Franklin. Nós também.

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*ocafezinho
  • Avión estadounidense lanza apoyos a los terroristas takfiríes.

    Avión estadounidense lanza apoyos a los terroristas takfiríes.

Un miembro del grupo takfirí EIIL (Daesh, en árabe) admite que los aviones de EE.UU. arrojan ayudas a esta banda extremista, que opera en Irak y Siria.

Un miembro del EIIL, arrestado por las fuerzas tribales iraquíes, confesó que los aviones estadounidenses habían lanzado dos veces ayudas armamentísticas y alimentarias a Daesh en Irak, según un video publicado el martes en el portal independienteVeteranstoday.
 "Vi en dos ocasiones con mis propios ojos que los aviones estadounidenses lanzaban ayudas a los combatientes del EIIL en la ciudad de Mosul, norte de Irak", aseguró el terrorista al ser interrogado por un responsable militar iraquí.
"Una aeronave de carga estadounidense nos arrojó cajas llenas de armas, proyectiles, cohetes, granadas, armas ligeras y pesadas de fabricación made in USA", afirmó, para después añadir que "también nos lanzó comida y bebida".  
En reiteradas ocasiones los aviones de combate de la coalición anti-EIIL liderada por EE.UU. han lanzado grandes cantidades de armas y municiones a los elementos del EIIL en Irak y Siria, aduciendo que se trata de un error.
Estas ayudas de EE.UU. a los terroristas ya no extrañan a nadie: Mayed al-Qarawi, miembro de la Comisión de Seguridad y Defensa del Parlamento iraquí, reveló a principios del pasado enero que un avión del Ejército estadounidense había lanzado armamentos como ayuda a los takfiríes en la provincia de Salah al-Din, centro de Irak.
Avión de EE.UU lanza ayudas utilizando paracaídas.

Según Edward Snowden, exanalista de la Agencia de Seguridad Nacional de EE.UU. (NSA, por sus siglas en inglés), el grupo terrorista EIIL nació de la labor conjunta de los servicios de Inteligencia de EE.UU., el Reino Unido y el régimen de Israel.  
Un informe publicado recientemente por la agenciaBloombergview reveló que EE.UU. tenía conocimiento del plan del grupo takfirí EIIL para ocupar la ciudad iraquí de Al-Ramadi, capital de la provincia de Al-Anbar (oeste), pero no avisaron al Gobierno iraquí.
El EIIL, con miles de integrantes extranjeros, opera actualmente en Irak y Siria, y comete crímenes de lesa humanidad contra todos los grupos étnicos y religiosos, incluidos chiíes, suníes, kurdos y cristianos.
mkh/nii/
*http://hispantv.com/newsdetail/Irak/33794/Video-Terrorista-del-EIIL-confiesa-ayudas-armamentisticas-lanzadas-por-aviones-de-EEUU

STEPHEN HAWKING SE DEFINE COMO SOCIALISTA Y ATEO




un hombre trascedente como hawking tiene ideas superiores producto de su profunda investigación científica y social .admirable y valiente posicion que...
PERIODICODIGITALWEBGUERRILLERO.BLOGSPOT.COM

Stephen Hawking dice que “no hay ningún Dios”, y asegura que es ateo; explica que para él los milagros no son compatibles con la ciencia.
Un diario español le preguntó al astrofísico si cambió su opinión en este terreno y si se considera agnóstico o ateo.
Su respuesta fue rotunda: “En el pasado, antes de que entendiéramos la ciencia, era lógico creer que Dios creó el Universo. Pero ahora la ciencia ofrece una explicación más convincente. Lo que quise decir cuando dije que conoceríamos ‘la mente de Dios’ era que comprenderíamos todo lo que Dios sería capaz de comprender si acaso existiera. Pero no hay ningún Dios. Soy ateo. La religión cree en los milagros, pero éstos no son compatibles con la ciencia”.
Si su conexión con el universo abstracto de la física teórica es milagrosa, no lo es menos su preocupación por asuntos sociales que uno podría suponerle remotos. Su compromiso social y político puede apreciarse en algunas de sus declaraciones y también en sus elegidos silencios. Es un férreo defensor de la sanidad pública y de la necesidad de invertir en investigación científica. Se define ideológicamente como socialista: “El futuro de la humanidad y de la vida en la Tierra es muy incierto. Estamos en peligro de destruirnos a nosotros mismos por nuestra codicia y estupidez”.
elpais.com/cubadebate.cu

O conhecimento e, claro, um pouco de bom humor, que não faz mal a ninguém, não tem contraindicações, nem causa dependência.

A maconha da lata


por Fernando Evangelista*

 Se existisse a possibilidade de viajar no tempo...
 Já existe – ele interrompeu.
 Existindo a possibilidade de viajar no tempo, para onde o senhor iria?
Já passava das dez da noite e ninguém arredava o pé do auditório da faculdade. Todos os lugares, os oficiais e os de improviso, estavam ocupados. 
Doutor honoris causa em diversas universidades, com quase 80 anos, lúcido e bem-humorado, o nobre cientista respondeu:
 Se pudesse viajar no tempo, eu iria para o Rio de Janeiro em 1987. 
Como ninguém entendeu, ele explicou. E fez a alegria da plateia.
Em setembro de 1987, tripulantes do Solana Star, barco pesqueiro de bandeira panamenha que navegava próximo à costa brasileira, despejaram 22 toneladas de maconha no mar. A erva estava em latas de alumínio, parecidas com latas de leite em pó, cada uma de um quilo e meio.
Os tripulantes livraram-se do entorpecente porque descobriram que a Polícia Federal brasileira, alertada pelo DEA – órgão de combate às drogas da Polícia Federal americana –, já sabia do carregamento. Para evitar o flagrante, jogaram tudo no mar.
A peripécia do Solana Star, e de seus sete tripulantes, quase todos americanos, começa na Austrália, passa por Cingapura, onde permanece alguns dias e onde teria sido abastecido com as latas, e segue em direção ao Brasil. O plano era repassar a maconha para duas outras embarcações menores no Rio e levá-la para Miami, o destino final. Não deu certo.
Os traficantes, porém, não se desesperaram. Com o barco “limpo”, fundearam calmamente no porto do Rio e, sem serem incomodados, saíram do país para nunca mais voltar. Ficou só o cozinheiro, o único tripulante preso nessa história. Condenado em primeira instância a 20 anos de prisão, foi absolvido por falta de provas pelo Tribunal Federal de Recursos.
E assim, como por encanto, 15 mil latas chegaram às praias brasileiras, concentrando-se em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tanto para os policiais, quanto para a turma do fumacê, foi um Deus nos acuda – não só pela quantidade, mas também pela qualidade da erva.
Qualidade jamais vista na história deste país, extremamente pura e potente. No livro Verão da Lata, do jornalista Wilson Aquino, o delegado Antônio Royal resume o inusitado da situação: “Imagine o sujeito que é usuário de droga, está na praia, vê uma lata boiando, abre e está cheia de maconha. Quer dizer, isso é como a lâmpada do Aladim! Onde já se viu maconha boiando de graça?”.
Nunca ninguém tinha visto, nem boiando, nem de graça. Nem mesmo o experiente pescador Messias, entrevistado por Aquino: “Por causa da força da situação, eu experimentei. Fiz um charutão numa folha de banana, dei uma, duas e não consegui dar a terceira tragada. Comecei a rir sem parar. Chamei a minha mulher, ela experimentou e caiu na risada. A gente ficou muito louco”.
Loucos ficaram também os traficantes locais, que viram os clientes minguarem. Ninguém precisava comprar porque todo mundo tinha, da melhor e de graça. A turma ficou feliz da vida, os policiais furiosos e o fato entrou para a história da cultura underground brasileira.


Muitas pessoas, lembrou o velho cientista, resgataram quantidades significativas de latas e as entregaram às autoridades. Multiplicaram-se surfistas e pescadores e o desafio policial era diferenciar quem eram os “do bem” ou “do mal”. Um delegado adotou uma solução curiosa: quem fosse pego com um abridor de latas, flanando serelepe pela praia com cara de felicidade, seria sumariamente levado para a delegacia.
Segundo testemunhas oculares, o verão carioca de 1987-1988 foi o mais festivo, pacífico e divertido da década. Nunca se foi tanto à praia, nunca se matou tanta aula chata e tanto trabalho inútil. Paz e amor em versão completa, sob a proteção do Cristo Redentor.
Das dezenas de reportagens veiculadas na tevê sobre o caso, uma é especialmente reveladora. Um delegado caçador de latas, Marlboro nas mãos, afirma: “As drogas são o mal do mundo”. A cena seguinte é de um promotor, entrevistado em casa, dizendo que quem for pego com as latas será severamente punido. Atrás do digníssimo promotor, uma estante de bebidas alcoólicas de todos os tipos.
Há algum tempo, psiquiatras, psicólogos e outros especialistas debateram a questão dos entorpecentes no Senado. A droga, segundo eles, que mais causa dano à sociedade é o álcool. Estudo publicado na revista inglesa The Lancet, medindo os danos à sociedade e ao usuário, também coloca o álcool no topo da lista. Em segundo e terceiro lugares, estão a heroína e o crack. De acordo com esse estudo, o tabaco é mais prejudicial do que a maconha.
Depois de contar a história, provocando risadas na plateia, o cientista lamentou: “Naquele momento, o Brasil perdeu uma grande chance de discutir aberta e profundamente a questão das drogas”. E concluiu: “Só o conhecimento pode nos salvar”.
O conhecimento e, claro, um pouco de bom humor, que não faz mal a ninguém, não tem contraindicações, nem causa dependência.
                                                        
                                                        *notaderodapé
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terça-feira, junho 02, 2015

Imposto sobre Grandes Fortunas: está aí o projeto de lei!

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Paim protocola projeto de imposto sobre grandes fortunas

Imposto sobre Grandes Fortunas: está aí o projeto de lei!
Por Luiz Afonso Alencastre Escosteguy, em seu blog.
Discussões à parte, o Senador Paulo Paim (PT/RS) protocolou o PLS 315/2015 que “Institui o Imposto sobre Grandes Fortunas, de que trata o art. 153, inciso VII, da Constituição Federal e dá outras providências”.
Clique no link para ler o texto completo: IGF – PLC Paim
Que não se alegue ser projeto de origem “comunista” ou coisa de petralha – defesa que certamente farão os contrários ao imposto, com ajuda das famílias bilionárias da mídia oligárquica – pois é norma inserida na carta constitucional dita “cidadã”, elaborada por uma constituinte soberana na sua representação da sociedade e do povo brasileiros.
É mais do que hora de recuperarmos a cidadania constitucional e colocarmos em prática a justiça tributária, tão cara e necessária para que tenhamos uma pátria de fato para todos.
A campanha que a mídia oligárquica tem feito e fará contra o projeto, já se sabe, será intensa e covarde, pois busca e buscará defender seus bilionários donos e os bilionários investidores em publicidade/propaganda de suas empresas.
O projeto está na mesa, não adianta mais fugir ao debate.
Atentem apenas ao canto que as sereias cantarão para enganar os menos avisados e cooptá-los para a defesa de algo que os atinge diretamente, pois não é crível que assalariados, de qualquer classe, aceitem de boa-fé defender que uns poucos usurpem a riqueza do país, construída com o trabalho e não com a especulação ou acumulação de patrimônio.
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PS O Cafezinho.
Encontrei um estudo interessante, do IPEA, que traz comparativos internacionais, para o Imposto sobre Grandes Fortunas. E o parâmetro do estudo é o projeto do Paim.
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*Ocafezinho

Conspiração judicial sofre a sua primeira grande derrota



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Moro, recebendo propina, publicamente, da Globo.


Se o juiz Sergio Moro nunca leu Montesquieu, o ministro Teori Zavaski fez questão de mostrar que leu, gostou e entendeu.
Trecho de seu voto, ao mandar Moro abrir os portões das masmorras do Paraná.
“(…)não consta ter o paciente (do Habeas Corpus concedido ontem) se disposto a realizar colaboração premiada, como ocorreu em relação aos outros. Todavia, essa circunstância é aqui absolutamente irrelevante, até porque seria extrema arbitrariedade – que certamente passou longe da cogitação do juiz de primeiro grau e dos Tribunais que examinaram o presente caso, o TRF da 4ª Região e o Superior Tribunal de Justiça – manter a prisão preventiva como mecanismo para extrair do preso uma colaboração premiada, que, segundo a Lei, deve ser voluntária (Lei 12.850/13, art. 4º, caput e § 6º). Subterfúgio dessa natureza, além de atentatório aos mais fundamentais direitos consagrados na Constituição, constituiria medida medievalesca que cobriria de vergonha qualquer sociedade civilizada.
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Teori foi educadíssimo e elegante, como convém a um ministro do Supremo. Felizmente, os tempos das truculências verbais já se foram com Joaquim Barbosa, de triste memória.
Mas a elegância pode ferir mais que uma ofensa. E Teori entendeu que, diante dos arbítrios midiáticos de Sergio Moro, era importante defender alguns princípios básicos da nossa Constituição democrática. E o primeiro deles é não condenar ninguém antes de lhe proporcionar amplo direito de se defender.
Regrinha básica que Roma e Grécia implantaram há alguns milhares de anos, mas que, de vez em quando, o nosso Judiciário (com chancela de uma mídia que deveria ser guardiã de valores democráticos) parece esquecer.
O recado de Teori não poderia ser mais claro. Não se pode prender ninguém para “forçar” delação premiada. Isso é o que fazia a Santa Inquisição.
Isso “constituiria medida medievalesca”.
Ora, era justamente isso que Moro, promotores e delegados do Paraná vinham tentando fazer.
Na verdade, conseguiram com Paulo Roberto Costa – que depois mudou ou retificou o seu depoimento – após a República do Paraná ameaçar prender sua família inteira.
Conseguiram com Pedro Barusco e Alberto Youssef, ambos doentes.
O problema é que essas delações não são confiáveis. Se fossem confiáveis, porque não “prender preventivamente” o senador Aécio Neves, se Youssef declarou que ele recebia mesada de US$ 120 mil, através do esquema entre a Bauruense e a Furnas?
Não se pode combater corrupção violando os princípios fundamentais de uma democracia. Até porque seria um falso combate, uma farsa, que não combateria nada.
A República do Paraná – essa “força-tarefa” que reúne Moro, alguns promotores, alguns delegados e mídia – queria manipular as delações, para atingir Dilma e, sobretudo, Lula.
Era uma conspiração judicial infame. Que ainda não sabemos se falhou, porque eles têm muita força, e estão determinados.
Mas sofreram um profundo revés com a decisão de Teori de botar os pingos nos is.
Falta agora soltar o Vaccari e sua mulher, pois se eles são culpados (e que eu saiba, ainda vigora em nossa democracia o princípio da presunção da inocência), podem esperar a sentença e os recursos em liberdade, como deveria ser a regra para todo cidadão brasileiro perseguido, justa ou injustamente, pelo Estado.