Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 06, 2016

Lula repudiou a ação da Polícia Civil que foi considerada repressiva e abusiva contra militantes do MST;


Em discurso na Escola Nacional Florestan Fernandes neste sábado, o ex-presidente Lula repudiou a ação da Polícia Civil que foi considerada repressiva e abusiva contra militantes do MST; "A gente tem que se preocupar mais com os movimentos sociais, porque se a moda de criminalizar pessoas pega..."; o ex-presidente elevou o tom e disse que o poder público quer criminalizar os movimentos sociais; "Há um processo de criminalização da esquerda nesse país, em que as instituições estão totalmente desmoralizadas. O país perdeu a autoridade"; Lula criticou Michel Temer no contexto da PEC 241; "Eles vão efetivamente destruir o que nós construímos. Os adversários foram mais fortes que a gente. Enquanto a gente ficou gritando 'Fora, Temer', eles foram lá e tiraram a Dilma. Fizeram o golpe, mas não vão parar por aí. Tem razões políticas, econômicas e ideológicas nesse negócio"

SP 247 - Em discurso na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema-SP, neste sábado (5), o ex-presidente Lula repudiou a ação da Polícia Civil na sexta-feira (4) que foi considerada repressiva e abusiva pelos militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). "A gente tem que se preocupar mais com os movimentos sociais, porque se a moda de criminalizar pessoas pega...", disse Lula.

O ex-presidente elevou o tom e disse que o poder público quer criminalizar os movimentos sociais. "Há um processo de criminalização da esquerda nesse país, em que as instituições estão totalmente desmoralizadas, o país perdeu a autoridade".

Lula afirmou aos militantes presentes ao evento solidário ao MST que não se incomoda com a perseguição que ele alega sofrer. "Meu caso é o de menos. Eu tenho casco de tartaruga, 71 anos de idade".

O líder maior do PT defendeu a "necessidade" de formar uma frente política de esquerda. "Esse momento de solidariedade ao MST, com tanta gente que veio para cá, é a hora de começar a construir uma coisa mais forte, de cada um deixar seus probleminhas de lado. Não é partido, entidade, é um movimento, como foi o das Diretas. Precisamos criar um movimento para restabelecer a democracia no país. Somos um país grande demais para termos um governo eleito por uma Câmara de forma ilegal".

Para Lula, a frente que ele propõe seria capaz de "unificar o país" e superaria a "torre de Babel que existe hoje, em que cada um fica gritando no seu canto".

Para fechar a conta, o ex-presidente fez críticas duras a Michel Temer, no contexto da PEC 241, que congela por 20 anos os investimentos do governo, incluindo áreas como saúde e educação.

"Eles vão efetivamente destruir o que nós construímos no Brasil. Os adversários foram mais fortes que a gente, enquanto a gente ficou gritando 'Fora, Temer', eles foram lá e tiraram a Dilma. Fizeram o golpe, mas não vão parar por aí. Tem razões políticas, econômicas e ideológicas nesse negócio".

Nenhum comentário:

Postar um comentário