O poder, a morte e o espetáculo
O episódio da morte de Osama Bin Laden, depois de 10 anos anulado como chefe minimamente capaz de qualquer estrutura terrorista, cuja a única preocupação era fugir da intensa perseguição que lhe faziao maior exército e os maiores meios tecnológicos do mundo, tem menos importância na questão do terrorismo do que nos rumos sombrios da ordem internacional vivida hoje pelo mundo.
Não se trata, aqui, de discutir o óbvio, a condenação como crime bárbaro da monstruosa morte de mais de três mil civis no World Trade Center.
A evidência curiosa – e terrível – este episódio é o exercício imperial do poder militar norteamericano de transformar sua vontade em lei e sua capacidade em transformar sua aplicação em espetáculos bélico-midiáticos e…eleitorais.
Em 2003 – ano da véspera de sua reeleição – Bush recuperou o prestígio de sua desastrosa admnistração com a Guerra do Iraque, a partir de março.
Saddam Hussein foi apresentado como um aliado de Bin Laden e um perigo atômico para o mundo. Num discurso so Congresso americano, Bush afirmou:
“Hussein tinha um programa de armas nucleares avançadas, tinha um projeto para uma arma nuclear e estava trabalhando em cinco diferentes métodos de enriquecimento de urânio para uma bomba. O governo britânico descobriu que Saddam Hussein procurou recentemente quantidades significativas de urânio da África. Fontes de inteligência nos dizem que tentou comprar tubos de alumínio de alta resistência apropriado para a produção de armas nucleares. Saddam Hussein não explicou essas atividades, de forma crível. Ele claramente tem muito a esconder.”
O ridículo destas palavras, hoje, é tão evidente que não se pode acreditar que tenham sido a razão de uma invasão avassaladora e de dezenas ou centenas de milhares de mortes.
É igualmente curioso – e terrível – o pronunciamento de ontem de Barack Obama. Teatral do início ao fim – inclusive na saída de costas, caminhando solitário pelo corredor da Casa Branca. O efeito dramático era o objetivo, pouco importando que se fosse anunciar ali a morte de um homem.
De um homem, mas não de uma política belicista. As tropas norte-americanas não estão arrumando suas mochilas para embarcar de volta.
Evidente que foi uma vitória desta política. Mas esta política jamais pode ser vitoriosa, definitivamente, porque violenta o principio da soberania das nações.
O mundo saudou a eleição de Barack Obama como uma esperança do fim da violência e da guerra como formas de resolver os problemas do mundo e as relações entre os países.
O Barack Obama que não pôde desmontar a prisão de Guantánamo com que Bush sujou a imagem de liverdade, lei e democracia que os americanos dizem lhes ser sagradas, conseguiu algo mais complexo: a morte do homem que ridicularizou a capacidade bélica do governo de seu antecessor, cuja afirmação custou muito mais vidas – inclusive de americanos – que o atentado das Torres Gêmeas.
Vamos viver um dia – ou alguns dias – mergulhados num espetáculo mórbido. “Como foi, quantos tiros, o corpo foi jogado ao mar ou não (chega a ser irônico que digam que iso teria sido feito para respeitar a li islâmica), se era ou não era ele”, os festejos semelhantes ao de um jogo de futebol vencido, são os temas que vão estar exaustivamente debatidos sobre o cadáver de Bin Laden.
Mas o essencial nada tem a ver com isso.
O que significou, em 2004, um triunfo para os republicanos de Bush vai significar, provavelmente, também uma vitória eleitoral para os democratas de Obama.
E, em qualquer caso, uma derrota para uma ordem internacional onde não haja mais uma “polícia do mundo” e, em seu lugar, floresçam povos livres. Livres, inclusive, dos ódios que levaram à tragédia do World Trade Center.
*Tijolaço
GilsonSampaio
Depois de 10 anos de procura, Obama anuncia a morte de seu homônimo no Paquistão.
Será que alguém ainda acredita que a poderosa CIA levou 10 (dez) anos para localizar Osama bin Laden? Circula versão que Bin Laden já estaria morto desde a semana passada e que o anúncio da morte ficou condicionado ao exame de DNA que só agora ficou pronto.
Com o genocídio do povo líbio em curso e a farsa da ajuda humanitária desmoralizada, nada como um fato novo para desviar a atenção do mundo.
* GilsonSampaio
Ataque da Otan atinge escola na Líbia e mata diversas crianças com Síndrome de Down
TRÍPOLI (Reuters) - Estilhaços de vidro cobriam o carpete da Sociedade Líbia da Síndrome de Down e a poeira recobria as fotos de crianças sorrindo que adornam o corredor após um ataque da OTAN na madrugada de sábado destruir o local.
Não ficou claro qual foi o alvo do ataque, embora as autoridades líbias afirmem que era o próprio Muammar Gaddafi, que fazia um pronunciamento ao vivo à TV no momento.
"Eles talvez quisessem atingir a televisão. Este prédio não é militar, não governamental", disse Mohammed al-Mahdi, chefe do conselho sociedades civis, que licencia e fiscaliza os grupos civis na Líbia.
O míssil destruiu completamente um escritório adjacente no complexo que abriga a comissão do governo para crianças.
A força da explosão arrancou as janelas e portas da escola financiada por pais para crianças com síndrome de Down, e os funcionários disseram que ela danificou um orfanato no andar de cima.
"Eu me senti realmente triste. Fiquei pensando, o que vamos fazer com essas crianças?", disse Ismail Seddigh, que montou a escola há 17 anos depois que sua filha nasceu com síndrome de Down.
*Brasilmostraatuacara
O ex-agente americano foi aparentemente morto no Paquistão. Curiosamente não era exatamente em alguma caverna que ele se escondia, mas sim numa mansão.
Bárbaros idiotizados pela mídia comemoram nas ruas, uma desgraça para os republicanos.
Eles que são terroristas que se entendam.
Esquerdop̶a̶t̶a̶