Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 19, 2013

A lorota da polarização PT x PSDB

Dirceu e a
lorota da “polarização”

Outra lorota é o tripé da Tucarina, que, de fato, quer dizer mais juros – PHA


O Conversa Afiada publica artigo do Blog do Dirceu que desmonta o bláblá da Tucarina:

A lorota da polarização PT x PSDB



Muito papel e muita conversa da mídia oposicionista sobre as eleições de 2014. A primeira é sobre o fim da polarização PT x PSDB, que estaria ocorrendo agora por causa da candidatura Eduardo Campos-Marina Silva. Ora, essa polarização não existiu em 1989 e nem nas eleições de 2002 e 2010.

Só existiu na de 2006, quando no 1º turno Geraldo Alckmin (PSDB) obteve 41,6% e Lula (PT), 48,6%.  Em 2002, José Serra (PSDB) teve 23%; Anthony Garotinho (então no PSB) teve quase 18%, e Ciro Gomes (então PPS) chegou a 12%. Em 2010, Serra teve 32,6%  na 1ª etapa e Marina, 19%.

Essa conversa sobre a polarização, portanto, serve para esconder que, desde 1994, o que existe é a disputa entre dois projetos políticos para o país: um de centro esquerda liderado pelo PT, e o outro de centro direita sob a batuta do PSDB.

São projetos distintos sobre o papel do Estado, dos bancos e empresas públicas, sobre como crescer e a quem beneficiar, sobre a distribuição de renda, a educação e a saúde pública, a política industrial e a externa, a defesa comercial de nossa economia.

Aliados ao projeto derrotado

O fato relevante nesta eleição nacional de 2014 é que dois ex-aliados e responsáveis pelo projeto que levou o presidente Lula ao governo e o país a extraordinárias conquistas econômicas e sociais estão agora aliados ao projeto derrotado que vigorou lá nos anos 90, comandado pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, mas está derrotado desde 2002 pelos presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Basta ver hoje na mídia e nos últimos dias a concordância entre Aécio Neves (PSDB), Marina e Campos (PSB-Rede) sobre o tripé macroeconômico, bem na linha do capital financeiro. E também alinhados em todas as outras críticas ao governo Dilma, com Marina “costeando o alambrado”, como dizia o ex-governador Leonel Brizola, rumo a se alinhar com a direita.

Fora o fato de que algumas críticas não passam de falácias ou hipocrisia pura, como a do aparelhamento do Estado e acordos no Legislativo – Marina falou em “chantagem”. Como se em Minas, São Paulo e Pernambuco não fosse igual, os governos tucanos e de Campos não administrassem mediante coalizão com partidos às vezes antagônicos entre eles.

Não passam de falácias e hipocrisias, também, essas críticas sobre os atrasos de obras ou essas mentiras como a que o país deixou de ser prioridade para o Investimento Estrangeiro Direto (IED). Ora, neste ano, somos o 4º maior destino desses investimentos. Resta ver, agora, se Marina-Eduardo Campos vão continuar sua caminhada rumo ao projeto de centro-direita…



Clique aqui para ir à TV Afiada e acompanhar denúncia do Boechat e do Aldo Rebelo.
*PHA

Dom Eugênio, agente duplo

 Dom Eugênio, agente duplo


Documentos inéditos provam a colaboração do primaz com a ditadura

Dom Eugênio foi usado pelos militares como garoto de recados e recusou apoio a perseguidos
CNBB

Em 1976, sob a égide do Ato Institucional nº 5 e cercada por denúncias de torturas, prisões, desaparecimentos e mortes de presos políticos, como a do jornalista Vladimir Herzog, a ditadura começava a ruir em meio à transição “lenta, gradual e segura” anunciada pelo general Ernesto Geisel. A Igreja Católica, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cobrava do governo informações e esclarecimentos sobre os abusos e condenava o caráter arbitrário do regime militar.

Acuados, os generais buscavam minar o ímpeto das lideranças católicas dentro da própria CNBB. Contaram, para isso, com uma das figuras mais influentes do clero: o cardeal e então arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eugênio Salles. É o que revelam documentos oficiais obtidos por CartaCapital junto ao Arquivo Nacional em Brasília. Em relatório de 14 de março de 1976, o I Exército do Rio de Janeiro relata ao Serviço Nacional de Informações (SNI) como o cardeal conseguiu conter os esforços da própria CNBB de lançar uma campanha contra a repressão. Ao se referir ao “clero católico”, o documento dizia: “A CNBB pretendia fazer declarações sobre as atuais prisões, envolvendo elementos do PCB, no RJ/RJ. Dom Eugênio Salles conseguiu esvaziar o movimento da CNBB. Irah a Roma ET, no seu retorno ao país, farah declarações favoráveis”.

A evidência fica clara em outro documento do SNI, também parte do acervo do Arquivo Nacional. A carta da CNBB, endereçada ao general Ernesto Geisel em 24 de setembro de 1975, pedia esclarecimentos sobre o paradeiro de presos políticos. Preocupada em obter esclarecimentos “alviçareiros ou trágicos, mas definitivos” sobre casos de militantes desaparecidos, a entidade dizia ao então ditador: “Permanece, no entanto, um determinado número de desaparecimentos para os quais ainda não se obteve informações satisfatórias. (...) Até esta data, no entanto, os esclarecimentos não foram satisfatórios. Isto é motivo de desespero para as famílias dos desaparecidos e de angústia para nós pastores”. O então presidente da CNBB, Aloísio Lorscheider, termina a carta com uma súplica: “Gostaríamos de receber melhores esclarecimentos, bem como qualquer retificação, sobre imprecisão dos dados ou fatos aí contidos”.

Diante da pressão, os militares usavam dom Eugênio – arcebispo primaz do Brasil desde 1968 – como uma espécie de garoto de recados, de acordo com o documento do I Exército do Rio de Janeiro ao SNI, de 1976. À época da prisão de jornalistas ligados ao PCB, como Oscar Maurício de Lima Azêdo e Luiz Paulo Machado, foram coletados depoimentos de outros profissionais de imprensa, como Fichel Davit Chargel e Ancelmo Gois, por meio dos quais seriam reveladas operações do PCB no Rio. Com tais informações nas mãos, os militares pressionaram o fotógrafo Luiz Paulo Machado para que redigisse uma carta de repúdio ao comunismo, a fim de demonstrar arrependimento pela militância. A existência da carta de próprio punho, ressalta o documento oficial, era para ser mantida sob “alta compartimentação” (sigilo).

Apesar da carta escrita na madrugada de 13 para 14 de março, os militares queriam mais. Pediram, como relata o documento da Operação Grande-Rio – que visava “buscar intimidar ou desencorajar livre manifestação subversiva VG especialmente por meio de prisões de subversivos selecionadas por suas atuações destacadas” –, que dom Eugênio conversasse com a mulher do fotógrafo, Elaine Cintra Machado, para sugerir procurar o comandante do I Exército e obter informações sobre o detido. Era de extrema importância, no entanto, que o arcebispo deixasse transparecer o mínimo sobre a relação próxima que tinha com os militares. “Dom Eugênio Salles, por solicitação do CMT do I EX, fazendo transparecer ser iniciativa sua, aconselhou a Elaine que procurasse o CMT do I EX, dando a crer, também que soh o Exército poderia cooperar com ela.”

O objetivo seria pressioná-la, a fim de conseguir “o apoio ET a cooperação de Elaine”, como sugere o relatório sobre os procedimentos a serem tomados com a militante denunciada pelo marido como “responsável pelo movimento financeiro do PCB, no RJ”. A intenção era “desencadear de imediato uma ação psicológica sobre a esposa de Luiz Paulo Machado, Elaine Cintra Machado, com base na “carta-repúdio”.

Fotógrafo que trabalhou na revista Placar, pela qual fez a clássica foto de Pelé com uma mancha de suor em formato de coração, depois da partida contra o México, em 1970, no Maracanã, e no jornal O Globo, Luiz Paulo Machado vinha sendo monitorado pelo regime, assim como dezenas de jornalistas ligados ao PCB. No fim da década de 1960 e início dos anos 1970, estudou marxismo e leninismo em Moscou, na escola de formação da Liga Leninista da Juventude, o Komsomol, onde fez amigos de militância a quem depois ofereceu refúgio na casa de seu pai, o comandante Paulo Santana Machado, no Rio.

Machado foi solto mais tarde por falta de provas, por intervenção do então presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Prudente de Moraes Neto. Procurado por CartaCapital, Machado explicou que prefere não falar sobre esse período de sua vida.

Discurso. Líder ecumênico metodista e coordenador do Grupo de Trabalho da Comissão Nacional da Verdade que investiga o papel das igrejas durante a ditadura, Anivaldo Padilha reconhece que a figura de dom Eugênio é controversa: além de ter atuado a mando dos militares, chegou a negar ajuda a militantes, inclusive os católicos. “Dos pronunciamentos dele, não me lembro de nenhum explicitamente apoiando a ditadura, mas lembro de muitos outros criticando setores de oposição, especialmente a esquerda.”

Da mesma visão compartilha dom Angélico, bispo auxiliar do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo cuja trajetória foi marcada pela proteção aos militantes e que, inclusive, mais de uma vez esteve com o então ministro-chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, para lhe entregar listas com nomes de desaparecidos. “Do que conheço a respeito da atuação do cardeal dom Eugênio, a não ser em casos isolados, ele realmente não se confrontou com a ditadura”, avalia.

Não são poucos os casos nos quais dom Eugênio foi chamado a ajudar e a fazer frente ao regime militar e não deu ouvidos. Um dos mais famosos é o da estilista Zuzu Angel, cujo filho Stuart foi torturado e morto pelo Serviço de Inteligência da Aeronáutica. Ao procurar dom Eugênio, bateu com a cara na porta. Sua filha, a colunista social Hildegard Angel, em mais de uma ocasião disse que o cardeal “fechou os olhos às maldades cometidas durante a ditadura, fechando seus ouvidos e os portões do Sumaré aos familiares dos jovens ditos ‘subversivos’ que lá iam levar suas súplicas, como fez com minha mãe”.

A omissão, o silêncio e a compra das versões dadas pelos militares para acobertar torturas e mortes nas prisões por dom Eugênio acabavam sendo respaldados pela mídia, com quem o cardeal mantinha ótimas relações – vale lembrar que ele escrevia artigos para O Globo e Jornal do Brasil com certa regularidade.

Em audiência da CNV no Rio, ex-presos políticos destacaram a postura ambígua de certos setores da Igreja durante o regime militar. Atuante no movimento social da Igreja Católica, a pernambucana Maria Aída Bezerra procurou o então arcebispo do Rio para ajudar a amiga Letícia Cotrim, que estava detida. “A conversa não foi boa. Não deu certo. Ele não acreditava que a comunidade cristã dele estava sendo perseguida e não quis intervir. Ele nos considerava subversivos e era contra cristãos de esquerda”, declarou em seu depoimento na sessão do dia 17 de setembro.

A proximidade com a ditadura passava também por uma forte amizade com Antonio Carlos Magalhães, governador da Bahia e pessoa de muita influência durante o regime. Uma amizade que chegava ao ponto de os dois serem vistos, mais de uma vez, tomando banho de mar juntos.

O cardeal, naturalmente, tem seus defensores, que negam as acusações e dizem que dom Eugênio prestou ajuda a militantes refugiados de países do Cone Sul. A ajuda tinha como base uma parceria com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que fornecia a verba a ser administrada pela Cáritas. Além do aluguel pago aos militantes, a Igreja Metodista oferecia no Colégio Bennett, na zona sul do Rio, um espaço de aulas para os filhos dos refugiados, enquanto esperavam pelo asilo político. Mas o asilo a refugiados, explica o bispo emérito da Igreja Presbiteriana, Paulo Ayres, deu-se mais por uma questão política do que ideológica. “Ele foi procurado pelo Alto-Comissariado da ONU para que o Brasil servisse como uma passagem para eles. Esse apoio aos militantes foi institucional”, lembra Ayres. “Não há dúvida de que dom Eugênio esteve muito mais próximo do governo militar do que dos católicos favoráveis à resistência.”

Assessor de imprensa de dom Eugênio por mais de 40 anos, Adionel Carlos da Cunha discorda. “Desconheço completamente qualquer ação do dom Eugênio nesse sentido (de colaboração com os militares). Pelo contrário, a ação dele foi de conseguir salvar mais de 5 mil militantes”, conta.

Trajetória. Um dos nomes cogitados para suceder ao papa João Paulo I, em 1978, o arcebispo nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, em 8 de novembro de 1920, foi próximo do Vaticano como nenhum outro cardeal brasileiro. Ao longo de seus quase 60 anos de episcopado e mais de 40 de cardinalato, nomeou 22 bispos e 215 padres. Sempre foi um ferrenho opositor à Teologia da Libertação.

Para dom Angélico, a posição de dom Eugênio era clara: “Não era uma postura dúbia. Basta analisar historicamente”, disse, ao lembrar que a ditadura foi construída pelas “classes conservadoras, os grandes interesses econômicos e o apoio da CIA”. “Vivíamos em meio à polarização indevida entre o mundo livre e o mundo comunista. E muitos na Igreja temiam essa onda comunista.”

Marsílea Gombata
No CartaCapital
*comtextolivre

sexta-feira, outubro 18, 2013

Lula recebe o Prêmio Interamérica 2013



Nesta quinta-feira (17), o Congresso das Américas sobre Educação Internacional (CAEI), no México, concedeu o Prêmio Interamérica 2013 ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Paulo Speller, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação e ex-reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, representou o ex-presidente na cerimônia

Lula enviou um vídeo de agradecimento e declarou: “recebo essa distinção com muita emoção, porque ela reconhece os grandes avanços que o Brasil experimentou na educação na última década. Um conjunto de conquistas e realizações promovidas em meu governo e no da presidenta Dilma Rousseff permitiu que começássemos a reverter umas das mais terríveis marcas da injustiça social: a exclusão dos mais pobres da escola e da dificuldade do conhecimento e da formação”.

Durante a mensagem Lula lembrou algumas conquistas de seu governo, foram 14 novas universidades e mais de 120 extensões, 290 novas escolas técnicas e o Programa Universidade Para Todos, o Prouni, que facilitou o acesso de mais de um milhão e trezentos mil brasileiros e brasileiras ao ensino superior. E além disso, milhões desses estudantes se beneficiaram da expansão do crédito estudantil, com o FIES, que é hoje o maior programa de financiamento estudantil do mundo.

A trajetória de Lula foi reconhecida em numerosas ocasiões no âmbito internacional. Entre outros, Lula recebeu o Prêmio para a Paz 2008 da Unesco; Estadista Global 2010 do Fórum Mundial de Davos; Homem do Ano 2009, Le Monde; Personalidade do Ano 2009, El País; Prêmio Indira Gandhi para Paz, Desarmamento e Desenvolvimento, 2010; World Food Prize, 2011; Prêmio Norte-Sul; Doutorado Honoris Causa, outorgado por universidades brasileiras, o Grupo Coimbra (Portugal) e o Institut d’études politiques de Paris.

O Prêmio Interamérica CAEI foi concebido para destacar e reconhecer a grandes personalidades das Américas que têm mostrado seu respaldo ao Ensino Superior, apoiado – neste campo – atividades de cooperação internacional a nível interamericano e favorecido, com suas contribuições, o desenvolvimento de laços culturais entre as diferentes nações das Américas. Matéria no site do Instituto Lula   

China vai “desamericanizar” o mundo

China vai “desamericanizar”
o mundo

China passou a trocar dólar por ouro

Singela homenagem do Bessinha ao mais americano dos brasileiros

O Conversa Afiada reproduz afiado artigo do professor Luiz Felipe Alencastro no UOL:

O “shutdown” americano e os avanços da China



O impasse no Congresso sobre o orçamento americano e a interrupção das atividades não essenciais da administração federal (“shutdown”), inquieta o mundo inteiro. De fato, o “shutdown” junta-se à incerteza sobre a autorização do Congresso ao aumento do teto da dívida pública que deve ocorrer até a proxima quinta-feira (17). Caso contrário, o governo dos Estados Unidos estará técnicamente numa situação de calote.

Diante da crise, Christine Lagarde, diretora do FMI, declarou numa entrevista à rede americana NBC que o fracasso das negociações no Congresso poderá gerar “perturbações maciças no mundo inteiro”, com o risco de uma nova recessão nos Estados Unidos.

No outro quadrante do planeta, a China também lançou advertências. Num comunicado difundido pela agência oficial Xinhua, e publicado no jornal Global Times, afiliado ao cotidiano People’s Daily, órgão oficial do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, o governo de Beijing atacou as turbulências geradas pelo conflito entre o Congresso e a Casa Branca.

Num recado curto e grosso o comunicado chinês sentencia: “Talvez tenha chegado a hora deste mundo confuso começar a pensar num mundo desamericanizado”. Num tom duro, o comunicado continua: “Em vez de honrar seus deveres como uma potência de liderança responsável, …Washington abusa de seu status de superpotência e introduz mais caos no mundo, transferindo os riscos financeiros para o exterior, fomentando tensões regionais … e deslanchando guerra indesejadas sob a cobertura de mentiras vergonhosas”.

A imprensa americana e européia registrou a agressividade do discurso oficial chinês. No entanto, outra notícia relativa às manobras financeiras da China passou meio despercebida. Segundo o blog Zero Hedge, especializado nos assuntos financeiros americanos e mundiais, a China tem realizado compras elevadas de ouro nos últimos anos.

Subindo cerca de 100 toneladas por mês, o estoque de ouro da China passou da sexta posição mundial em 2009, para a segunda posição, situando-se apenas abaixo do total do estoque de ouro dos Estados Unidos. Há dois anos, citando fontes diplomáticas vazadas no Wikileaks, o mesmo blog observava que o aumento dos estoques de ouro na China alimentava a estratégia chinesa de tornar sua moeda nacional, o renminbi, a nova moeda de reserva internacional.

Em outras palavras, a China não está somente questionando a liderança mundial americana. Ela está se dotando de todos os instrumentos – diplomáticos, econômicos, financeiros, tecnológicos e militares – para desafiar os Estados Unidos no momento que julgar oportuno.



Clique aqui para ler “China quer substituir o dólar”

*PHA

quinta-feira, outubro 17, 2013

Jornal Nacional' omite prêmio importante do Bolsa Família

Vai rindo...
Quanto mais manipula, mais despenca a audiência...

O principal telejornal da TV Globo está demonstrando um parcialismo político e antipopular cada vez mais despudorado. Na edição de terça-feira (15), não mostrou a principal notícia sobre mais um êxito de uma política pública que combate um dos problemas históricos do Brasil, a pobreza. O Programa Bolsa Família ganhou um prêmio internacional comparável a vencer uma Copa do Mundo na erradicação da pobreza.

Marcelo Neri e Tereza Campello anunciam prêmio
recebido pelo Bolsa Família. Globo foi,
mas não noticiou
Sérgio Amaral-MDS
O prêmio foi concedido pela principal instituição que promove a seguridade social no mundo e atua em 157 países, a Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA). É uma premiação rara, pois é concedida somente de três em três anos. Segundo a ISSA, o Bolsa Família é uma experiência pioneira na redução da pobreza e modelo para demais países. Tanto a notícia é relevante que ela foi – como tinha de ser – destaque em outras redes de televisão. Jornalismo básico.

O expurgo da notícia pelo principal telejornal do país não chega a ser surpresa para quem acompanha a linha editorial das organizações Globo. Em sintonia com setores da oposição tucana que desdenha do programa social, o jornal O Globo já publicou diversos artigos e editoriais contrários ao Bolsa Família.

Nos telejornais, em geral, o programa só merece espaço no noticiário quando ocorre algum problema, como na recente onda de boatos mentirosos sobre o seu fim, que levou a uma corrida dos beneficiários para fazerem saques antecipados. Na TV há mais sobriedade nas críticas do que no jornal impresso, mas não faltam casos de dar voz excessiva aos críticos, enquanto censura opiniões favoráveis e premiações importantes como esta.

Mas os problemas de parcialidade do Jornal Nacional não ficaram só aí na edição daquela terça-feira. O telejornal também não divulgou a pesquisa eleitoral do Vox Populi que não foi muito favorável aos candidatos de oposição, o que seria mais do agrado dos donos da emissora. A sondagem mostrou que a oposição como um todo encolheu com a exclusão de uma das candidaturas, ou de Marina Silva (PSB) ou de Eduardo Campos (PSB) que, agora, no mesmo partido não poderão concorrer simultaneamente.

Para complicar a situação da oposição, quando Marina Silva é testada como candidata no lugar de Eduardo Campos, ela fica em segundo lugar, na frente de Aécio Neves (PSDB), com números semelhantes aos que já tinha antes. As intenções de votos que eram para Campos parecem migrar para Dilma em maior quantidade, em vez de ir para Marina. No cenário em que Campos é candidato no lugar de Marina, as intenções de votos dela são diluídas entre os outros candidatos, e Campos continua em um desconfortável terceiro lugar com cerca de metade das intenções de votos de Aécio Neves. Esse resultado pode aumentar desavenças dentro do PSB. A ilusão de que Aécio e Campos subiram alguns pontos a estatística explica: com apenas três candidatos para dividir o bolo de intenções de votos, a fatia de cada um fica maior do que se houvessem quatro.

Ah! Como se não bastasse ainda teve mais um capítulo da novela requentada das investigações sobre o PCC, parecendo querendo diluir a pauta das propinas pagas pela Sie mens e Alstom a autoridades dos governos tucanos de São Paulo. Aliás o noticiário policial dominou a pauta.

Mas teve até uma matéria sobre propina paga na Suíça para um diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Uau! Finalmente uma notícia desfavorável ao governo tucano paulista? Ledo engano. A reportagem termina poupando o PSDB e o governador Geraldo Alckmin, encerrando com o apresentador William Bonner lendo uma nota oficial do PSDB sobre o assunto, em vez do tradicional "procuramos ouvir o governador Geraldo Alckmin, mas sua assessoria disse que ele não se manifestaria".

No Blog da Helena
*comtextolivre

Nesta sexta (18): ativistas chamam “roda de fumo por outra política de drogas” em frente à local de conferência

 

SEXTA FEIRA, 18/10, 19H. Uninove Barra Funda.
Venha participar com o BEC – Bloco da Esquerda Canábica e a Mobilização da Sociedade civil na Conf. de drogas de SP da ‘Roda de Fumo por uma outra política de drogas para São Paulo’ em frente à V COMPAD (Conferência Municipal de Políticas de Atenção às Drogas) na Uninove – Barra funda.
Traga seu fumo e vamos escrachar a hipocrisia da atual política de drogas que criminaliza o usuário e ceifa milhares de vidas de jovens pobres das periferias na insana “guerra as drogas”.
Atenção! Tragam apenas drogas lícitas!!! 

*ColetivoDAR

Em apenas um mês, o Mais Médicos já dobrou o número de atendimentos médicos realizados em municípios pobres do interior da Bahia.



Em apenas um mês, o Mais Médicos já dobrou o número de atendimentos médicos realizados em municípios pobres do interior da Bahia. A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Esta semana, o relatório sobre o programa do governo federal foi aprovado na Câmara dos Deputados, permitindo que o Ministério da Saúde entregue o registro especial para os profissionais do exterior inscritos. Os médicos da segunda etapa do projeto já começaram o curso de formação e, logo mais, também estarão ampliando o número de atendimentos nas localidades que mais precisam.