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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 18, 2013

Lula recebe o Prêmio Interamérica 2013



Nesta quinta-feira (17), o Congresso das Américas sobre Educação Internacional (CAEI), no México, concedeu o Prêmio Interamérica 2013 ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Paulo Speller, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação e ex-reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, representou o ex-presidente na cerimônia

Lula enviou um vídeo de agradecimento e declarou: “recebo essa distinção com muita emoção, porque ela reconhece os grandes avanços que o Brasil experimentou na educação na última década. Um conjunto de conquistas e realizações promovidas em meu governo e no da presidenta Dilma Rousseff permitiu que começássemos a reverter umas das mais terríveis marcas da injustiça social: a exclusão dos mais pobres da escola e da dificuldade do conhecimento e da formação”.

Durante a mensagem Lula lembrou algumas conquistas de seu governo, foram 14 novas universidades e mais de 120 extensões, 290 novas escolas técnicas e o Programa Universidade Para Todos, o Prouni, que facilitou o acesso de mais de um milhão e trezentos mil brasileiros e brasileiras ao ensino superior. E além disso, milhões desses estudantes se beneficiaram da expansão do crédito estudantil, com o FIES, que é hoje o maior programa de financiamento estudantil do mundo.

A trajetória de Lula foi reconhecida em numerosas ocasiões no âmbito internacional. Entre outros, Lula recebeu o Prêmio para a Paz 2008 da Unesco; Estadista Global 2010 do Fórum Mundial de Davos; Homem do Ano 2009, Le Monde; Personalidade do Ano 2009, El País; Prêmio Indira Gandhi para Paz, Desarmamento e Desenvolvimento, 2010; World Food Prize, 2011; Prêmio Norte-Sul; Doutorado Honoris Causa, outorgado por universidades brasileiras, o Grupo Coimbra (Portugal) e o Institut d’études politiques de Paris.

O Prêmio Interamérica CAEI foi concebido para destacar e reconhecer a grandes personalidades das Américas que têm mostrado seu respaldo ao Ensino Superior, apoiado – neste campo – atividades de cooperação internacional a nível interamericano e favorecido, com suas contribuições, o desenvolvimento de laços culturais entre as diferentes nações das Américas. Matéria no site do Instituto Lula   

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