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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, outubro 22, 2013
segunda-feira, outubro 21, 2013
Dilma sobre leilão do pré-sal: ‘É bem diferente de privatização’
Na noite desta segunda-feira (21), a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento sobre o leilão da do Campo de Libra, o primeiro da camada de pré-sal no sistema de partilha. Ela afirmou que 85% da renda gerada pelo campo ficará com a União ou com a Petrobras. Para as empresas parceiras, restará o lucro compatível com o risco que correm.
Leia tambémGoverno não cogita mudar modelo de partilha, diz MantegaPetrobras, Total, Shell e duas empresas chinesas explorarão a maior reserva de petróleo do Brasil
O consórcio formado por Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC fez a única proposta oferecendo 41,65% do excedente de óleo extraído do campo e acabou levando o leilão. Para conseguir vencer a disputa, era necessário ofecerer a maior fatia de óleo para a União. “Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no Campo de Libra vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. Isso é bem diferente de privatização”, disse a presidente.
Segundo Dilma, “as empresas privadas parceiras também serão beneficiadas, pois, ao produzir essa riqueza, vão obter lucros significativos, compatíveis com o risco assumido e com os investimentos que estarão realizando no país. Não podia ser diferente”.
E justificou os lucros das empresas no país: “O Brasil é – e continuará sendo – um país aberto ao investimento, nacional ou estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania. Por tudo isso, o leilão de Libra representa um marco na história do Brasil. Estamos transformando o pré-sal num passarporte futuro para uma sociedade mais justa e com melhor distribuição de renda".
A presidente aproveitou para elogiar o regime de partilha criado pelo Congresso Nacional: “Com ele estamos garantindo um equilíbrio justo entre os interesses do Estado brasileiro e os lucros da Petrobras e das empresas parceiras. Trata-se de uma parceria onde todos sairão ganhando”.
Dilma aproveitou para explicar como serão direcionados os lucros do Campo de Libra. Segundo a presidente, o local será responsável por 67% da produção de óleo do Brasil (1,4 milhão de barris). E o Estado receberá mais de R$ 1 trilhão: R$ 270 bilhões em royalties, R$ 736 bilhões pelo excedente de óleo sob o regime de partilha e R$ 15 bilhões como bônus de assinatura.
Rousseff ressaltou que o recurso dos royalties e metade da participação especial (R$ 736 bilhões) serão investidos na educação e na saúde. “A batida do martelo do leilão de Libra, hoje, foi também a batida na porta de um grande futuro que se abre para nós, para nossos filhos e para nossos netos”, afirma. E para finalizar, Dilma garante que a construção das plataformas vão gerar ‘milhões’ de empregos no Brasil.
*Yahoo
A pregação de violência no Facebook
Do blog Viomundo:
Postado na página da OCC, Organização de Combate à Corrupção, no Facebook.
Denunciado, entre muitos outros, pelo Victor Javier Ventura, Gerson Carneiroe Vagner Santos, que lembraram a rapidez do Facebook para remover outros conteúdos considerados ofensivos.
Post removido posteriormente, segundo o Gerson Carneiro, que registrou:
Postado na página da OCC, Organização de Combate à Corrupção, no Facebook.
Denunciado, entre muitos outros, pelo Victor Javier Ventura, Gerson Carneiroe Vagner Santos, que lembraram a rapidez do Facebook para remover outros conteúdos considerados ofensivos.
Post removido posteriormente, segundo o Gerson Carneiro, que registrou:
Dilma cobra providências para acelerar reforma agrária
Ameaçada de encerrar o ano com o pior desempenho na área desde a redemocratização, presidente cobra 100 novos decretos
Roldão Arruda
Após atravessar mais de dez meses sem
desapropriar um único imóvel rural para a reforma agrária, a presidente
Dilma Rousseff resolveu mudar. Na semana passada, disse a um grupo de
representantes de movimentos sociais que estava cobrando providências do
ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. E que o ministro,
sentado ao seu lado, havia prometido encaminhar a ela um conjunto de 100
novos decretos de desapropriação de terras até o final de dezembro.
Ainda não se sabe como o ministro vai
obter resultados tão rapidamente, após tantos meses de inércia. Mas, se
forem mesmo assinados pela presidente, os decretos prometidos
acrescentarão cerca de 200 mil hectares às áreas de assentamentos rurais
no País, segundo estimativas do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra).
A iniciativa pode ajudar a conter as
críticas que a presidente vem recebendo de movimentos de sem-terra,
indígenas, quilombolas e ambientalistas. Seus representantes afirmam que
Dilma ignora os movimentos sociais, ao mesmo tempo que se aproxima cada
vez mais da bancada dos ruralistas no Congresso. O coro foi engrossado
dias atrás com a oficialização da entrada de Marina Silva no jogo
eleitoral de 2014, ao lado do governador Eduardo Campos, do PSB. A
ex-senadora entrou em cena afirmando que o atual governo retrocedeu em
questões ambientais.
No Incra, funcionários descontentes com o
rumo da reforma agrária de Dilma afirmam que os novos decretos só serão
assinados com o abandono do discurso sobre a qualidade dos
assentamentos. Desde o início do ano, ao justificar a demora na criação
de assentamentos, representantes do governo diziam que a presidente
estava exigindo boas condições para o seu desenvolvimento. Em fevereiro,
o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, disse
até que Dilma não criaria novas favelas rurais.
Marco. Dez dias antes
da cobrança de Dilma ao ministro, o Estado havia divulgado que, com os
resultados obtidos até aqui, ela deve entrar para a história com um
registro pouco agradável para um político petista: a de presidente que menos desapropriou terras para a reforma desde o início da redemocratização, em 1985. Pode perder até para Fernando Collor de Mello.
A reportagem saiu no dia 7. Uma semana
depois, no dia 14, o ministério do Desenvolvimento Agrário baixou uma
portaria destinada a facilitar os processos de desapropriação. Passados
mais três dias, a presidente e o ministro anunciaram os decretos que vão
sair do forno em menos de dois meses.
"Eu quero informar a vocês que o
ministro Pepe Vargas e seu ministério assumiram comigo o compromisso de
ter 100 decretos de desapropriação até dezembro", disse Dilma. No
embalo, ela retomou a questão da qualidade dos assentamentos criados em
seu governo, diferenciando-os dos que foram realizados pelos seus
antecessores: "No nosso País já se assentou famílias em lugares onde
elas não tinham como se sustentar. Nós sabemos disso. O ministro
(Vargas) está fazendo um grande esforço para melhorar a qualidade do
decreto. Essa é uma questão que não só eu apoio, mas é uma questão que
eu exijo, porque nós não temos o direito de colocar pessoas famílias em
um lugar onde não têm de onde tirar renda."
Na avaliação de agrônomos do Incra
envolvidos com os processos de desapropriação de terras, porém, o
decreto assinado pelo ministro no dia 14 reduz drasticamente as
exigências dos processos para a criação de assentamentos.
"Ele flexibiliza outro decreto assinado
em fevereiro, que exigia estudos mais rigorosos e normas internas para a
criação de novos assentamentos", diz Ricardo Pereira, presidente do
Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários. "O problema é que não
foram editadas normas para levar adiante os processos, o que acabou
emperrando a obtenção de terras e a reforma." Guerra está convencido de
que o governo deixou de lado a qualificação: "Fez isso para se livrar de
imagem de decreto zero". O presidente do Incra, Carlos Guedes, nega
qualquer retrocesso. "A portaria assinada não mudou nada nas exigências.
Apenas tratou de ritos", afirma.
Sobre o cumprimento da meta prometida a
Dilma, diz que não haverá problemas para alcançá-la. "Na verdade temos
quase 130 áreas em condições de serem desapropriadas. Falamos em 100
porque isso permite uma margem interessante para se chegar à meta. Em
todas elas já temos informações sobre o cumprimento social da área, o
custo do assentamento das famílias e a viabilização econômica do
projeto, com a geração de rendas famílias." A expectativa agora é de que
as primeiras desapropriações aconteçam daqui a quinze dias.
*Nassif
domingo, outubro 20, 2013
Viva o leilão. Lula
retomou a Petrobras do FHC!
E, por que bancar Libra sozinha, se a
Petrobras não tem essa grana e será a única operadora e responsável por
pelo menos 30% do serviço ?
Como se sabe, o Príncipe da Privataria abriu uma brecha no monopólio estatal da Petrobras.
Como se sabe, o Príncipe da Privataria criou a Petrobrax com a ideia de fatiá-la para vender mais fácil, como o PRI vai fazer agora com a PEMEX mexicana.
O Príncipe foi pioneiro no entreguismo latino-americano…
A brecha foi contornada pela competência da Petrobras.
E pelo Nunca Dantes.
(Com a ajuda providencial do Sergio Gabrielli, então presidente da empresa.)
Quando a Petrobras descobriu o pré-sal, Lula criou os mecanismos legais para retomar a Petrobras dos privateiros.
A começar pela troca do regime de concessão pelo regime de partilha na exploração do pré-sal: o Tesouro e o consórcio produtor dividem a produção e o risco e o Tesouro cobra impostos e royalties (agora, para financiar a Educação e a Saúde).
FHC concedeu, entregou a rapadura e só não entregou mais porque não teve tempo – e porque a Petrobras, mesmo com o buraco no monopólio, foi lá e, com competência, manteve a hegemonia na exploração.
(O Aécio lançou sua candidatura a Presidente com a revogação do sistema de partilha; o Cerra prometeu o pré-sal à Chevron; aguarda-se para breve o Dudu Campriles e a Tucarina também prometerem o pré-sal à Chevron. É inevitável, já que a retomada da Petrobras talvez seja a mais profunda das obras do Nunca Dantes.)
Os protestos contra o leilão são feitos fora de hora e fora de senso.
Fora de hora, bem entendido.
Porque numa democracia a bronca é livre e se pode protestar quando bem se entender.
Porém, os protestos teriam sido mais úteis se tivessem sido feitos quando o Congresso Nacional discutiu exaustivamente a retomada da Petrobras dos privateiros.
Lembram quando o Álvaro Dias quase monta uma CPI só para desmoralizar a Petrobras com os argumentos fornecidos do Globo Overseas ?
O Catão dos Pinhais é um incansável leitor do PiG (*).
(Clique aqui para ler “Leilão de Libra afoga a SECOM”)
É de elementar aritmética que a Petrobras sozinha não pode bancar Libra.
É muita grana.
E, por que bancar Libra sozinha, se ela será a única operadora e responsável por pelo menos 30% do serviço ?
E se o dinheiro do pré-sal fará com que o Orçamento do Ministério da Educação seja 10% do PIB !!!
(Hoje, é de R$ 90 bi e cresce significativamente no Governo Lulilma.)
Como essa modestas reflexões, o Conversa Afiada recomenda a leitura de trecho da seção de Celso Ming, no Estadão, um dos poucos, talvez único comentarista de inclinação neoliberal que mereça ser lido nesta selva predadora que é o colonismo (**) neolibelês (***) do PiG (*); trecho de entrevista do Ministro Mantega ao Estadão; e o Tijolaço em que o Fernando Brito saúda uma reportagem do Globo, por incrível que pareça.
Talvez porque a sangrenta oposição do Globo à Petrobras se tenha revelado um tiro no pé – a Globo Overseas tem sede em paraíso fiscal e num paraíso na Terra, o Rio, que será o centro do sistema cardio-respiratório do pré -sal.
Seus lances, senhores
É o primeiro do pré-sal, no regime de partilha. Será realizado nesta segunda-feira, no Rio, e envolverá jazida … , equivalente à metade das reservas comprovadas do País, de 15,3 bilhões de barris. Dos 11 interessados, 9 fizeram os depósitos previstos no edital, incluída aí a Petrobras que, obrigatoriamente, participará com pelo menos 30% e será a única operadora. O bônus de assinatura está fixado em R$ 15 bilhões, o equivalente a 60% da arrecadação do Imposto de Renda em 2012. Leva o leilão o consórcio que oferecer ao Tesouro o maior volume de petróleo a ser produzido, estabelecido aí o mínimo de 41,65%. Com exceção da Shell, nenhuma das megaempresas do setor se inscreveram.
O investimento pode elevar-se a R$ 500 bilhões, como avalia a consultoria IHS citada sexta-feira pelo jornal Valor Econômico. No seu nível máximo, Libra sozinha poderá trazer do subsolo 1,4 milhão de barris por dia, mais da metade da atual produção.
“Libra não terá dinheiro do tesouro”
Mas, com as dificuldades de caixa, a Petrobras terá condições de pagar pelo menos R$ 4,5 bilhões pelo bônus de assinatura do contrato? Isso se ela não superar os 30% de participação mínima, o que vai exigir ainda mais recursos…
Claro que terá condições. A Petrobras tem caixa para isso, eu sei porque sou o presidente do conselho de administração da empresa. O caixa da Petrobras tem várias dezenas de bilhões de reais. Não vou dizer quanto porque isso é confidencial. Mas posso dizer que o caixa da Petrobras é semelhante ao de empresas do seu porte e magnitude. Ela tem caixa, e quando falta ela faz captações externas, para complementar as necessidades. Neste ano ela deve investir ao todo R$ 97 bilhões, e no primeiro semestre captou US$ 11 bilhões.
O leilão de Libra é muito criticado pela esquerda, porque ele representa a entrega do petróleo para multinacionais, e pela direita, que o considera estatizante, diante da participação obrigatória da Petrobras. Como o sr. Vê?
O leilão de Libra não é estatizante. Ele será fruto de uma parceria entre o setor publico e o privado, porque a Petrobras não tem o monopólio como tinha no passado. Ela tem 30%, pode ter até um pouco mais, e deverá se juntar a grupos privados para a exploração desse poço maravilhoso que é um dos mais rentáveis do mundo. Para nós é importante não só pelo bônus, mas porque ele vai provocar um volume de investimentos inéditos, US$ 180 bilhões em 35 anos. Nos primeiros 10 anos, R$ 80 bilhões. Vai causar um grande estímulo para a economia. Vai ter que construir navios, barcos… O Brasil vai ser um grande produtor. Tem um grande potencial que vai ser aproveitado pelos brasileiros.
Pré -sal vai geral 87 milhões de empregos
Paulo Henrique Amorim
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