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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 31, 2010

Cinema Jango - Silvio Tendler

Jango - o filme

História. Bom proveito!


Jango (1984) Silvio Tendler



mais uma do comédia






Serra é uma piada


Esse Serra é uma piada, além disso é azarado.Mas não é que o cara foi visitar o IMPOSTOMETRO, criado por Aff Domingues, aquele mesmo que votou contra os trabalhadores na Constituinte de 1988, e o relógio pifou.Resta saber quando Serra e sua gangue irão visitar o PEDAGIOMETRO, criado para mostrar o quanto os brasileiros já pagaram de pedágio sob a gestão tucana.É por essa e outras palhaçadas que ninguém leva a sério essa oposição golpista, incompetente e corrupta.
*terrordonordeste

CADÊ O SONEGÔMETRO
*Chebola

Empresa Lixo Expurgada






Justiça impede a Gráfica Plural, do Grupo Folha, envolvida em vazamento de provas do ENEM, de participar de licitação

Gráfica Plural é novamente excluída de licitação do Enem


Agência Brasil.

O TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região excluiu novamente a Gráfica Plural do processo licitatório de impressão das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010. A empresa tinha sido desclassificada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) por não cumprir os requisitos de segurança exigidos no edital, mas recorreu da decisão e ganhou na Justiça o direito de permanecer na disputa.

A AGU(Advocacia-Geral da União), conseguiu reverter a decisão, excluindo novamente a Plural da licitação. A empresa, que tinha apresentado o menor preço no pregão eletrônico, foi a responsável pela impressão do Enem em 2009. E foi na gráfica da empresa que ocorreu o roubo das provas às vésperas do exame do ano passado, que acabou cancelado.

O lance apresentado pela Plural no pregão eletrônico foi de R$ 65 milhões. A segunda colocada, VMI Artes Gráficas, deu lance de R$ 70 milhões, mas também foi considerada inabilitada. A RR Donnelley Moore ofereceu R$ 71 milhões e é a primeira da lista considerada apta. A última também foi a gráfica que assumiu a impressão do Enem em 2009, depois do vazamento das provas.

O argumento dos procuradores foi o de que a gráfica não apresentou a documentação necessária para comprovar a experiência anterior em exames como o Enem. Desta forma não poderia assegurar que um novo vazamento de dados não seria possível. Para o tribunal, os documentos entregues pela Plural não cumprem as regras do edital.

O edital de licitação para contratação do serviço de impressão do Enem 2010 traz mais de 50 pré-requisitos relacionados à segurança. Entre eles, manter um vigilante a cada 100 metros, câmeras com monitoramento em tempo real de cada funcionário e sensor infravermelho para detectar a presença de pessoas no parque gráfico. O acesso do pessoal autorizado será feito por um leitor biométrico e os funcionários terão que usar uniforme especial sem bolsos ou compartimentos que permitam ocultar objetos.

SONHO QUE SE SONHA JUNTO TRANSFORMA-SE EM REALIDADE:DILMA 2010!




"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem diga nem todas, só as de verão.
Mas no fundo isso não tem muita importância.
O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano,
dormindo ou acordado."


TRECHO DA PEÇA SONHOS DE UMA NOITE DE VERÃO, SHAKESPEARE

*MiguelGrazziotin

Fidel Castro não tem dúvidas: Bin Laden é um agente pago pela CIA







Fidel Castro não tem dúvidas: Bin Laden é um agente pago pela CIA
Ex-presidente cubano diz que documentos na WikiLeaks provam ligação.
O ex-presidente cubano Fidel Castro disse que o líder da Al-Qaeda, Bin Laden, é um agente pago pela CIA que sempre aparecia para assustar o mundo quando o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, precisava.
«Sempre que Bush precisava espalhar o medo e fazer um grande discurso, Osama aparecia e ameaçava as pessoas com uma história sobre o que iria fazer», disse Fidel, após um encontro com o escritor lituano Daniel Estulin, famoso por elaborar teorias da conspiração sobre grupos que querem dominar o mundo. «O apoio de Osama nunca faltou a Bush, na realidade, ele era um subordinado», acrescentou.
Fidel disse que documentos recentemente postados no site WikiLeaks «efectivamente provaram que ele era um agente da CIA», mas Fidel não detalhou as acusações.
Os comentários do ex-presidente cubano foram publicados hoje no jornal Granma, do Partido Comunista.
Durante o encontro, Estulin disse a Fidel que a voz verdadeira de Osama foi ouvida pela última vez no final de 2001, não muito depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro. Segundo ele, a pessoa que fez os alertas sobre ataques terroristas depois daquela data, se passando por Osama Bin Laden, era um «mau actor».
*comtextolivre

O Rio de Janeiro mais Lindo.

Lula promete levar UPPs para outros estados

O presidente Lula esteve ontem em dose tripla no Rio de Janeiro.


A visita começou no morro Santa Marta, onde o presidente lançou o projeto Rio Top Tour, resultado de um convênio entre o Ministério do Turismo e a Secretaria de Estadual de Turismo e Lazer do Rio de Janeiro.

O objetivo é aproveitar o potencial turístico do local, com uma bela vista, através da inclusão dos próprios moradores.

O programa prevê a instalação de sinalização bilingue e incluir a comunidade no roteiro turístico do Rio de Janeiro.

Os moradores já estão sendo treinados e capacitados para trabalhar como guias na comunidade, que já recebeu celebridades americanas, como os cantores Michael Jackson e Beyoncé.

Uma série de eventos culturais já estão programados para começarem a partir de Outubro no Santa Marta, como um festival de jazz, desfiles de moda e festival de funk e grafite.

Ainda no evento, Lula também anunciou o lançamento de um programa de microcrédito para incentivar que os moradores abram pequenos negócios.

Antes de sair do Morro Santa Marta, o presidente ainda brincou dizendo que ainda voltaria um dia à comunidade para tomar uma cerveja com feijoada.

UPP


O Santa Marta foi a primeira comunidade do Rio de Janeiro que teve Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada, livrando os moradores do domínio do tráfico.

Para Lula, a tentativa da UPP de socializar os policiais na comunidade é um exemplo que deve ser seguido.

– Nós não queremos mais o policial que entra na comunidade dando tiro para todos os lados – disse o presidente. – Queremos uma polícia que esteja ao lado da comunidade.

Segundo Lula, o objetivo das UPPs não é acabar com as favelas, mas sim acabar com o termo "favela" e reintegrar o local à cidade.

– Antes, falar em favela era romântico, dava samba, mas hoje o sinônimo de favela é violência – lembrou Lula. – Esse projeto devolve as comunidades à cidade. Elas voltam a fazer parte da cidade.

O presidente garantiu que o modelo das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) será levado para outros estados.

UPA 24 horas em Nova Iguaçu

O presidente Lula inaugurou a oitava UPA na Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu, a segunda da cidade.

– Há dois anos inauguramos a primeira UPA de Nova Iguaçu. A Baixada já tem oito Até o fim do ano 500 estarão funcionando ou em construção no país – garantiu Lula. – A UPA é uma demonstração de respeito ao povo brasileiro.

Segundo Lula, até o fim de 2013, mil unidades funcionarão no Brasil. Além da UPA, na Estrada de Adrianópolis, ele inaugurou um serviço de ressonância magnética móvel. Transportada por um caminhão que percorrerá diversas regiões do estado, a máquina fica em Nova Iguaçu até dia 30 de setembro.

– Esse equipamento é o primeiro da América Latina e vai atender cerca de 750 pacientes enquanto estiver aqui na Baixada –, afirmou Sérgio Cortes, secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil. (Com informações do Jornal do Brasil).

Dilma sempre Brilhante.

Entrevista da Dilma ao Jornal da Globo, na íntegra


Parte 1


Parte 2

Entrevista da Dilma ao Jornal da globo

A entrevista de Dilma Rousseff (PT) ao Jornal da globo

A ex-ministra arrasou. Marcou excelente presença, e mais importante de tudo, convenceu até quem não gosta dela, com respostas precisas e certeiras, desmontando perguntas maliciosas.

Dilma deu uma aula de economia ao responder aos urubólogos da Globo, que ficam procurando pêlo em ovo, querendo inventar crises que não existem.

Ela também repetiu o desmentido a uma mentira publicada na imprensa. Não haverá nenhum ajuste fiscal e sim continuação da política de aumentar investimentos, porque a realidade é outra: a relação dívida/PIB está simplesmente em queda.

A globo, não vai dar nem para editar algum "pior momento", porque não teve.

*amigosdopresidenteLula


A ANTIPATIA NUTRIDA POR WILLIAM WAACK À DILMA ROUSSEFF REVELOU-SE PATENTE.AGUARDO,COM ANSIEDADE,SEU COMPORTAMENTO COM SERRA.ESTOU DE OLHO !

ELE ESMEROU-SE NAS PERGUNTAS/AFIRMAÇÕES MOSTRANDO QUE DILMA E O PT NÃO PRESTAM. QUANTO AS RESPOSTAS ELE NÃO SE INTERESSOU , NÃO ERA ESSE SEU OBJETIVO.
WILLIAM WAACK , LEIA A BLOGOSFERA. EXISTEM INÚMERAS PERGUNTAS PARA SERRA. ATUALIZE-SE.
VOCÊ CHAMOU A PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF DE ECONOMISTA , APROVEITE E PERGUNTE SE SERRA É ECONOMISTA ,ONDE SE FORMOU E SE É REGISTRADO NO CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA DE SEU ESTADO.
DUVIDO QUE VOCÊ PERGUNTE.

A neutralidade da internet em risco






A neutralidade da internet em risco

O acordo entre a Verizon e a Google para um uso da Internet a duas velocidades pode significar o fim da rede como é atualmente. Para Josh Silver, da Free Press, a Google junta-se às fileiras das más empresas que fazem tudo para lucrar às custas do consumidor.

Por Redação
[30 de agosto de 2010 - 11h49]
Os gigantes das telecomunicações (nos Estados Unidos) e da internet, Verizon e Google, parecem ter chegado a um acordo para impor um sistema por níveis para ter acesso à rede. O negócio permitiria que a Verizon cobrasse por um acesso mais rápido aos conteúdos online em aparelhos de internet móvel, o que representa uma violação do conceito de neutralidade que significa um acesso igual a todos os serviços. O acordo surge de reuniões a portas fechadas entre a Comissão Federal de Comunicações (FCC) e as gigantes das telecomunicações para a criação de novas regulamentações.

Juan Gonzalez: Hoje começamos com notícias acerca do acordo entre as gigantes da internet e das telecomunicações, Google e Verizon, que muitos receiam que possa acabar com a internet como a conhecemos. Foi noticiado que as duas empreas teriam chegado a um acordo para impor um sistema nivelado de acesso à internet, o que permitiria à Verizon cobrar por um acesso mais rápido aos conteúdos através dos aparelhos portatéis. Isto representa uma violação da neutralidade da net – um acesso igual a todos os conteúdos.

Ambas as empresas negaram que estariam a chegar a tal acordo que levaria a uma “internet de duas categorias.” Em declarações, tanto a Google como a Verizon, reiteraram o compromisso de uma Internet aberta.

Amy Goodman: Entretanto, a FCC cancelou as reuniões à porta fechada com as duas gigantes para a criação de novas regulamentações e prometeu procurar mais opiniões. O presidente da FCC, Julius Genachowski, disse: “Qualquer resultado, qualquer acordo que não preserve a liberdade e abertura da internet para consumidores e empreendedores será inaceitável.”

Para entender melhor esta questão, é nosso convidado, a partir de Chicopee, Massachusetts, a presença de Josh Silver, o diretor-executivo da Free Press, (freepress.net), uma organização para a reforma dos media nacionais.

Bem-vindo ao Democracy Now!, Josh.

JOSH SILVER: Obrigado.

AMY GOODMAN: Quais são as suas principais preocupações e quais são as últimas novidades acerca do eventual acordo?

JOSH SILVER: Bom, antes de responder a essa questão, queria voltar a esta ideia de neutralidade da internet sobre a qual muitos norte-americanos, espectadores e ouvintes do vosso programa, provavelmente pensarão: “isto é para aficionados (geeks).” A razão pela qual a neutralidade importa – tem sido a lei desde que a internet foi criada há quarenta anos – é o fato de este princípio declarar que qualquer conteúdo está disponível a qualquer velocidade, seja a ABC News a enviá-lo ou o Democracy Now!, seja ainda o vídeo do casamento do vosso primo. E o cerne da questão é compreender que à medida que a velocidade da internet aumenta, iremos ver os média todos – televisão, rádio, serviços telefónicos, tecnologias emergentes – a serem acessíveis através da net. Qualquer sítio poderá tornar-se uma rede de televisão ou de rádio. É uma mudança das regras do jogo que alarga o acesso e a distribuição dos conteúdos. Então, quando há alterações de políticas, como o acordo Google-Verizon que iremos abordar hoje, temos um efeito profundo sobre se esta oportunidade revolucionária será aproveitada ou deitada ao lixo.

Agora, com este negócio entre a Google e a Verizon, damos um passo atrás. Primeiro, os EUA estão colocados atrás de outros países no que diz respeito à velocidade e acesso à internet. Passamos de quarto para 22º nos último dez anos, devido a políticas falhas, o mesmo tipo de políticas que nos levou à crise financeira, o mesmo tipo de políticas que nos levou ao derrame do Golfo do México, uma espécie de "dizer governamental": “Força, indústria. Façam aquilo que quiserem.” E adivinhem? Os consumidores ficaram com a parte má do negócio.

Em abril deste ano, aconteceu uma coisa espantosa. Devido às medidas da FCC da era Bush, a actual FCC ficou desprovida de toda a autoridade para regular não apenas a internet mas também todos os seus fornecedores – uma distinção importante. Já não podem dizer: “Verizon, AT&T, isso não é justo. Não podem escalonar os preços. Não podem bloquear indiscriminadamente os conteúdos.” E isto surge nos bastidores de um presidente – Barack Obama – que, durante a campanha disse: “Eu sou um firme defensor da neutralidade da internet,” e depois designou como presidente da FCC, que ainda mantém o cargo, Julius Genachowski, que, como disse, admitiu ser um apoiador da neutralidade. Mas tudo começou a ficar muito estranho.

Durante os últimos meses, o presidente Genachowski chamou os líderes da indústria ao seu gabinete, sem grupos de interesse público, e declarou: “Não vou mexer uma palha para reaver a autoridade da minha agência, mesmo sendo uma coisa fácil de fazer. Em vez disso, vou pedir aos agentes do ramo para chegar a um acordo e criar um compromisso com o qual todos possamos viver. Não vou preocupar-me assim tanto com os grupos de interesse público.” Pelo menos foi o que deu a entender.

Estamos assim num limbo, onde o presidente da FCC não faz nada. Ele não luta pela autoridade da sua agência, que é necessária para proteger a neutralidade da rede, trazer concorrência e fazer baixar os preços, e proporcionar banda larga universal para cada americano. E temos a Google e a Verizon que, no meio disto tudo, anunciaram esta semana um acordo surpreendente – havia rumores acerca do mesmo, mas ninguém pensou que fosse acontecer tão cedo – um acordo que essencialmente diz o seguinte: “Ok, não haverá problema se bloquearmos ou abrandarmos alguns conteúdos no espaço wireless. E nas ligações fixas às casas e às empresas, poderemos arranjar qualquer coisa como `serviços administrados`, os quais permitem discriminar os conteúdos conforme a nossa vontade.” E parte do mais extraordinário, a Google, que nos últimos cinco anos, durante esta épica batalha pela neutralidade, colocou-se do lado dos grupos de interesse público e de outras companhias como a Skype, a Amazon e eBay, entre outras, para apoiar a neutralidade e os consumidores.

JUAN GONZALEZ: Josh, quero interrompê-le por um instante. Antes de irmos ao acordo Google-Verizon, queria recuar um bocadinho e falar sobre o problema da neutralidade, como referiu. O argumento das empresas de telecomunicações tem sido – e também as empresas de cabo – “Ei, estes são os nossos cabos. Por que razão não se deve cobrar mais àqueles que enchem a rede e que a usam mais?

JOSH SILVER: Bem, eis o problema, Juan. Nos EUA, temos um mercado incrivelmente não competitivo. Como resultado, pagamos – o consumidor americano paga – muito mais dinheiro por serviços bem mais lentos que em países como a Dinamarca, o Japão, a França ou a Inglaterra. Portanto, o que temos é um mercado sem concorrência, com dois ou três fornecedores de 97 ou 98% do mercado nacional. Assim os consumidores não têm escolhas. Se, digamos, que o seu servidor Verizon está bloqueando ou abrandando o tráfego, e você não gosta, não tem escolha. Este é o problema número um. Número dois, perder a neutralidade permitirá a estas empresas priorizar algum tráfego – por exemplo, vídeo – e `despriorizar` outro. Desta forma, a internet tornar-se-ia como a televisão por cabo, na qual a Verizon, a AT&T, a Comcast e a Time Warner decidem o que é rápido, quanto custa e quem é lento. Surgem então exactamente o mesmo problema que com o cabo, falta de acesso e distribuição para pessoas comuns.

JUAN GONZALEZ: Acha que poderá ter havido alguma ingenuidade ou erros por parte dos defensores dos consumidores nesta aliança que tem existido desde há vários anos com empresas como as Google e eBays deste mundo; que havia uma sensação de que eles iriam agir corretamente no que diz respeito à neutralidade? O preço que aceitaram foi aparentemente oferecido pela Verizon e agora estão dispostos a abandonar aqueles grupos e avançar para um acordo com as empresas de telecomunicações?

JOSH SILVER: Penso que não. Na altura foi com certeza uma decisão táctica esperta. Recorda, tínhamos um candidato presidencial Obama que dizia literalmente, “Eu não vou pôr em causa a neutralidade da internet.” São palavras fortes. De repente, temos estas poderosas figuras da indústria a dizerem o mesmo e concordarem com a política que o interesse público queria. Todos pensaram que, quando o Julius Genachowski assumiu a presidência da FCC, depressa aprovaria uma norma e resolver o assunto, concretizando as promessas do presidente. É um testemunho do lóbi massivo por parte das empresas de telefone e cabo que aconteceu e que explica o porquê deste presidente da comissão não fazer nada, o que não deixa de ser surpreendente. Todos julgámos que não haveria problema algum nos dias de hoje. Ninguém esperava o caso judicial que em Abril retirou autoridade à agência. Agora muitos não referem o facto de que seria muito fácil para o presidente Genachowski – ele tem os votos – afastar aquilo que se chama a reclassificação da autoridade da agência, ele poderia restabelecê-la e o assunto estaria resolvido.

E o mais alarmante, Juan, é o facto de estarmos a assistir ao mesmo tipo de regulamentação e medidas que vimos antes da crise financeira, e o mesmo tipo de supervisão que vimos no derrame petrolífero. É o mesmo, dinheiro na política que controla os corredores de Washington. Em algum momento teremos de parar, porque se não conseguimos lidar com este problema e com o do financiamento das campanhas, se não conseguimos assegurar qualidade no jornalismo e acesso à informação, não temos democracia. Não funcionará. E essas são as duas questões da nossa democracia. Felizmente, há sempre algo que se pode fazer, no problema da internet em particular. Pode ir a savetheinternet.com. Pode agir e juntar-se a milhões de pessoas que percebem o que está a acontecer e estão a envolver-se.

JUAN GONZALEZ: E a maioria democrata no Congresso? Há alguma esperança de que intervenha, corrija o que se passa e imponha limites a estes acordos?

JOSH SILVER: A razão pela qual o Congresso não pode agir é a mesma pela qual a lei dos cuidados de saúde está cheia de lacunas. A indústria das telecomunicações está em segundo lugar, sendo apenas batida pela indústria farmacêutica, em gastos públicos. Eles controlam Washington, e isso é bem sabido na cidade. O fato é que houve apenas um voto republicano contra a FCC ter poderes sobre os fornecedores de internet. E tivemos 74 democratas dizendo não a estes mesmo poderes. São pessoas que estão agindo conforme o que as empresas mandam. Então, se deixamos isto ao Congresso, poderemos estar certos de que, a haver legislação, também esta estará cheia de lacunas e os consumidores pagarão por isso.

AMY GOODMAN: Finalmente, a Google está negando tudo isto. Dizem: “não tivemos conversações nenhumas com a Verizon acerca de pagamentos para transporte de tráfego da Google. Permanecemos comprometidos como sempre para manter uma internet aberta.” A sua resposta, Josh Silver?

JOSH SILVER: São negativas falsas, mas esperadas. É de notar que são também muito opacas. São declarações curtas e mensagens no Twitter. O que a Google está realmente dizendo é: “Não queremos vender cigarros a meninos de 9 anos, mas queremos ter a possibilidade de vender cigarros a meninos 9 anos caso decidamos nesse sentido.” Esta é a analogia que podemos usar.

AMY GOODMAN: E o slogan da Google: “Não faças mal”?

JOSH SILVER: Penso que está acabado. A era da Google que não fazia mal terminou com este acordo. Agora, há a possibilidade de ele mudarem os termos do acordo que tem ainda de ser anunciado, mas se forem avante com isto, a Google juntar-se-á às fileiras das más empresas que fazem tudo para lucrar à custa do consumidor.

AMY GOODMAN: Josh Silver, presidente e director-executivo da Free Press (freepress.net) queremos agradecer-lhe por teres estado connosco.

Traduzido de Democracy Now. Veja o vídeo desta entrevista (em inglês).
*RevistaFórum

Evo Morales defende sanções a Israel por armas nucleares




Evo Morales defende sanções a Israel por armas nucleares


O presidente da Bolívia, Evo Morales, exigiu nesta segunda-feira (30) da Organização das Nações Unidas (ONU) que imponha sanções a Israel, já que o país é portador de dezenas de armas nucleares, em vez de castigar o Irã.

[30 de agosto de 2010 - 20h25]
Em uma cerimônia no Palácio Queimado, onde representantes governamentais de Teerã anunciaram a concessão ao país de um crédito de 200 milhões de euros (cerca de 240 milhões de dólares), Morales afirmou que nenhuma convenção do organismo mundial se atreve a questionar Tel Aviv e sua política de ingerência.

Disse ainda que, segundo informações de meios internacionais, Israel possui entre 60 e 200 bombas nucleares, mas não as declaram de maneira oficial.

Terroristas

"Há países que se organizam e se preparam para se defender e são pacifistas; mas há outros que se armam para invadir com o pretexto da luta contra o narcotráfico ou o terrorismo e são mais terroristas", remarcou Morales.

O presidente explicou que a atual Constituição Política do Estado, vigente desde fevereiro de 2009, estabelece que a Bolívia jamais invadirá nenhum país, mas também assinala o direito a se defender de alguma ação interna ou externa.

A respeito da urgência de promover políticas de paz, Morales recordou os acordos da Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática, celebrada em Cochabamba em abril passado, e o compromisso de defender o planeta e o meio ambiente, danificados pelas guerras.

Paz e justiça social


Nesse sentido, assinalou que para que haja paz no mundo é necessário assegurar justiça social, um objetivo cardeal para preservar a humanidade.

Morales também agradeceu a cooperação incondicional dos enviados especiais do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, ao mesmo tempo em que anunciou a viagem a Teerã de uma comissão interministerial no final de setembro e sua próxima visita à nação persa, que ainda não tem data definida.

Por sua vez, a delegação iraniana informou que os principais convênios a serem assinados por Morales e Ahmadinejad estão relacionados com o fomento das indústrias de leite e têxtil.

A transferência de tecnologia, participação na industrialização de minerais como o lítio e a colaboração em geologia, também fazem parte das tratativas bilaterais.



* Do Vermelho.Org / Foto Flickr: Alain
*RevistaFórum