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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 23, 2010

Brasil o País que mais cresce no mundo


“O Brasil lidera o crescimento mundial”
Em entrevista exclusiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
diz que o Brasil serve de exemplo até para os Estados Unidos
Por Octávio Costa e Adriana Nicacio
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“A economia mundial vai crescer graças aos emergentes”
ISTOÉ – O Brasil é exceção no mundo em crise?
Guido Mantega – A América Latina é destaque na economia mundial, com o Brasil irradiando o crescimento para a Argentina, o Uruguai e outros países. Nós estamos importando de nossos vizinhos e estamos estimulando essas economias. Éramos o patinho feio. Ficávamos atrás dos emergentes, porque éramos o país da promessa. No semestre, nós crescemos 8,9%, a segunda maior evolução entre os países do G-20, atrás apenas da China. A economia mundial vai crescer 4,5% graças aos países emergentes chamados dinâmicos.
ISTOÉ – O Nobel Paul Krugman insiste para que os EUA tomem medidas de estímulo ao crescimento, como o Brasil. Há espaço para isso?
Mantega
– Eu acho. Numa reunião do FMI, há duas semanas, eu falei para o Ben Bernanke, do FED, e o Timothy Geithner (secretário do Tesouro) que só a política monetária expansionista não resolve, porque a economia americana está apática. Não adianta colocar crédito. Se não há mercado, o empresário não toma o crédito. Eles baixam a taxa de juros, que está quase zero, o crédito fica empoçado e os investidores vêm para o Brasil. Lá eles ganham 0,36% por ano. Aqui, no mínimo, 10,75%. Os EUA têm que estimular a demanda como nós fizemos no Brasil.

ISTOÉ
– Qual é a receita de crescimento do Brasil?
Mantega – O papel do Estado é muito importante. Temos que baratear o custo do financiamento. Nós fizemos várias leis, como a do crédito consignado, que facilita o acesso para o trabalhador. A alienação fiduciária também é importante, pois sem ela não haveria financiamento de automóvel. Aperfeiçoamos o setor de construção e estamos mantendo a isenção do IPI para material de construção, sem falar na política de desoneração do investimento, do consumo e da cesta básica. Aumentamos o investimento em infraestrutura. Foi fundamental a expansão do mercado interno. Crescemos com geração de emprego e investimos em agricultura familiar. O País era insignificante e hoje figura entre os líderes do crescimento mundial.
ISTOÉ – Qual foi o papel do mercado interno no crescimento?
Mantega – Sem dúvida, o Brasil é um dos poucos países onde há ascensão dos mais pobres. Criamos um mercado consumidor forte, com redução das classes mais baixas e aumento das classes C, B e A. É uma política que diminui o conflito social, porque o governo não está tirando do rico e dando para o pobre. Dá melhores condições para todas as classes. Em 2003, as classes A e B eram formadas por 13 milhões de pessoas. Em 2010, o total de brasileiros nessa faixa de renda pulou para 31 milhões. Nesse mesmo período, a população da classe C subiu de 66 milhões para 104 milhões. É impressionante. Mais de 50 milhões de pessoas subiram de classe social.
ISTOÉ – Como se explica a ascensão social?
Mantega
– Colocamos o equivalente a uma França inteira em novos patamares de consumo. O que não conseguiríamos só com programas sociais nem com transferência de renda. Vocês sabem o que são 50 milhões de pessoas? A ordem é assim. Vem em primeiro lugar a criação de empregos. O Brasil já é, por exemplo, o segundo maior mercado da Nestlé. E começa a ser o segundo maior, o terceiro maior para uma série de empresas estrangeiras. A pesquisa do comércio varejista de agosto mostra um crescimento no mês de 2%. Se anualizarmos, haverá um crescimento de 24% no varejo. São números maiores do que os da China.

Tupi deve ter mais óleo do que o previsto

Em entrevista ao ‘Estado’, presidente da Petrobrás diz que estimativas de que o poço tem de 5 bilhões a 8 bilhões de barris são ‘conservadoras’

O executivo lembrou, porém, que o volume de reservas provadas de um campo pode variar no tempo, de acordo com o volume de informações que a empresa tem sobre o reservatório. Nesse sentido, afirmou, a projeção de 5 a 8 bilhões de barris é “conservadora”, ao tomar por base um fator de recuperação de petróleo entre 20% e 25% – o que significa que a Petrobrás acha possível extrair até 1/4 de todo o petróleo existente na jazida.
Isso quer dizer que o reservatório de Tupi tem até 32 bilhões de barris de petróleo, dos quais no máximo 8 bilhões são recuperáveis, segundo a estimativa atual. “Nós estamos com 25% de fator de recuperação neste momento e esse é um índice conservador. Certamente poderemos crescer o índice, porque o petróleo está lá”, afirmou Gabrielli.

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A pujança fez com que o Brasil passasse a ser cobiçado por investidores estrangeiros. A recente crise financeira global inverteu uma histórica equação no tabuleiro econômico mundial. Acredite: para uma corporação multinacional, tem sido mais fácil ganhar dinheiro no Brasil do que nos países de origem.

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30%
é quanto deve crescer o mercado aéreo brasileiro em 2010,
marca não repetida por nenhum outro país

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“A General Motors vai investir R$ 2 bilhões no Brasil em 2011”
Jaime Ardila, presidente da GM para a América do Sul

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R$ 100 BILHÕES
é quanto o brasileiro vai gastar no Natal de 2010, Para atender à demanda,
shoppings como o Pátio Higienópolis antecipam decoração e promoções


*LuisFavre






sexta-feira, outubro 22, 2010

Clóvis de Barros aula de Marxismo

Nesta aula, o professor Clóvis de Barros filho aborda os temas de trabalho e ideologia em Marx, além dos conceitos de alienação e fetichismo, comentando trechos dos Manuscritos de 1844. Aborda também a religião em Marx e a idéia de trabalho em outros autores, como Locke e Adam Smith.
http://www.espacoetica.com.br/videos/330-video-aula-etica-marx-e-marxismo-ii
 

Irmã de Aécio o protegeu

 Leandro: irmã contratou Amaury para proteger Aécio de Serra




    Irmão e irmã adoram o #Serrojas

    A revista Carta Capital que chega hoje às bancas publica reportagem de Leandro Fortes que reafirma: Amaury Ribeiro Jr. escreveu o livro “Os porões da privataria” para proteger Aécio Neves de #Serrojas.

    Leandro conversou várias vezes com Amaury.

    Conversou com policiais federais.

    E conversou com jornalistas mineiros.

    Leandro conta que quem está no centro do livro do Amaury é o jornalista Josemar Gimenez, diretor de redação do jornal O Estado de Minas e do Correio Braziliense.

    Leandro trata das relações incestuosas de Aécio Neves com o Estado de Minas.

    E mais: que a irmã de Aécio, Andréa Neves, foi quem tratou com Gimenez a elaboração do livro do Amaury.

    Isso tudo passou a se chamar de “Operação Caribe”.

    Por falar em Caribe, leia aqui o prefácio do livro, que o Amaury autorizou o Conversa Afiada a publicar.

    Ou seja, Serra e Aécio estão unidos por uma bolinha de papel e por um rolo de fita adesiva.

    Isso dá traumatismo craniano.

    É melhor ir fazer uma tomografia computadorizada.


    Paulo Henrique Amorim

    http://www2.tijolaco.com/wp-content/uploads/2010/10/Capa_CartaCapital.jpg

    Amaury disse que filha e genro
    de Serra lavaram dinheiro com Ricardo Sérgio



      Amaury diz que Verônica Serra lavava dinheiro com Ricardo Sérgio

      Segundo o depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, reproduzido pelo Estadão e aqui também publicado, Amaury Ribeiro Júnior:

      1- Diz que era empregado do jornal O Estado de Minas.

      2- Começou a trabalhar no livro em dezembro de 2007, quando um grupo de inteligência, liderado pelo deputado Marcelo Itagiba tentava levantar dados pessoais de Aécio Neves;

      3- Amaury decidiu apurar a motivação deste movimento, que era feito em beneficio de José Serra;

      4- Amaury levantou todos os dados referentes ao processo de lavagem de dinheiro, realizados durante a privatização do Governo Serra / FHC;

      5- Amaury envolve Ricardo Sérgio de Oliveira, Gregório Marin Preciado e Carlos Jereissatti;

      6- Amaury localizou operações de lavagem de dinheiro da filha de José Serra e de seu genro, processadas num escritório off shore de Ricardo Sérgio de Oliveira;

      Bye-bye Serra forever !

      Clique aqui para conferir o depoimento do jornalista.

      Não há divisão no Brasil senão entre elite e povo






      Quero começar meus comentários sobre a pesquisa Datafolha  com alguns trechos de outra matéria publicada na edição de hoje do jornal.
      Durou muito pouco o entusiasmo do mercado financeiro com a possibilidade de uma virada no segundo turno da eleição presidencial.O acirramento da disputa levou muitos investidores a refazer suas apostas na semana passada para considerar a possibilidade de uma vitória do tucano José Serra, mas novas pesquisas fizeram esse otimismo desaparecer.(…)
      Serra não apresentou um plano de governo e tem feito promessas que podem causar estrago nas contas públicas, como a de aumentar o valor do salário mínimo para R$ 600 no dia da posse, mas ninguém se assusta com isso.
      “O mercado não leva em conta as promessas”, disse Tony Volpon, um analista da corretora Nomura Securities em Nova York. “O histórico de Serra aponta para uma política fiscal mais austera.”

      Essa gente, que opera milhões ou bilhões de dólares, de boba não tem nada. Não teme que a vitória de Lula e Dilma lhes vá fazer deixar de ter os lucros imensos que tem no mercado financeiro. Mas tem a certeza de que, com Serra, estes lucros de imensos passariam a gigantescos.
      As elites brasileiras – em boa parte compostas pelos que recolhem as migalhas da espoliação internacional das riquezas brasileiras – são assim. Não lhes basta ter muito.
      Querem tudo.
      Infelizmente, em torno dele, parte da classe média se alinha. Influenciada pelos meios de comunicação, pelos preconceitos, pelo elitismo, pela herança escravocrata que ainda assombra este país e os faz ver nossos irmãos negros, nordestinos, os pobres de todas as etnias e cores na pele  como subumanos, criminosos em potencial, como ameaças a serem detidas à força de grades e polícia.
      Felizmente, esta parte é cada vez menor.
      Precisam, por isso, apelar para os mais torpes expedientes para tentar vencer as eleições. Seu comitê de campanha são os impérios de comunicação. Suas propostas são qualquer uma que possa iludir as pessoas simples. Depois, vitoriosos, elas valerão tanto quando um simples papel velho.
      A pesquisa Datafolha só serve para demonstrar este corte social que eles não podem esconder. Serra tem menos no Nordeste porque aquelas parcelas da elite e o contingente de classe média que consegue arrastar consigo ali são menores. E tem mais em regiões do país em que, por estarem mais desenvolvida – à custa da pobreza de outras – a elite brasileira ali consegue “encaixar” melhor o seu ódio ao povão.
      Ódio, além de desumano, tolo, como estes oito anos provaram. Viveram melhor, não deixaram de ganhar – ao contrário, ganharam mais – nunca correram riscos, não houve confrontos ou expropriações, muito menos qualquer perseguição religiosa, como as que tentam inventar, com objetivos eleitorais.
      Mas esta elite é má, mesquinha e irracional. Não suportou ver o povo deixar de estar ajoelhado, não suportou ver o Brasil levantar a cabeça.
      Não suportam a ideia de que o nosso povão não seja escravo, porque não se conformam em deixarem de serem feitores.
      Olhem para essa pesquisa, meus caros leitores. Olhem e descubram o quanto é grave o dever que se coloca diante de nós. É o povão, aquele sem internet, sem informação quem definirá a vitória. O nosso papel é ampliá-la, dando a mão para quem se ilude e tirando do preconceito e da manipulação aqueles que podem, com uma conversa, um esforço, um telefonema, um argumento lúcido.
      Porque o Brasil precisa de todos. E pode ser de todos. E só sendo de todos poderá ser o melhor brasil para cada um.
      *Tijolaço

      A 2ª Maior Empresa de PETRÓLEO DO MUNDO

      De Candeias a Tupi, e não vamos parar

      A primeira sonda chega a Candeias, desmontada, em carros de boi. Lá, Vargas faz o gesto histórico, que Lula repetiu no século 21
      Quarta -feira  próxima  entra em operação comercial  Tupi, o primeiro poço do pré-sal a produzir, e produzir 100 mil barris de petróleo para o nosso país.
      Só daqui a seis meses, em abril de 2011, vão se completar 70 anos do início da exploração comercial de petróleo no Brasil. Mesmo o primeiro registro confirmado tendo sido em Lobato, na Bahia, o achado era antieconômico. A mesma sonda Oilwell usada lá foi  desmontada e levada em carros de boi, pela falta de  estradas, até Candeias, então um  longínquo arraial de Salvador. A sonda furou, furou e , ao atingir 1150 metros, jorrou….água.
      Muita gente quis parar a perfuração, mas os geólogos teimaram. Eram daqueles a quem a imprensa chamava de “burros” e “fanáticos” por acreditarem que havia petróleo no Brasil, quando os maiores sabichões da indústria petrolífera diziam: “no, no, Brazil no teim petroleum“.
      E os “teimosos” furaram mais, mais, mais 700 metros, até que saíram de lá dez – é isso mesmo, dez – abençoados barris de petróleo num dia. Começava ali marcaram o início de uma caminhada industrial, tecnológica e política que levaria este país à autossuficiência, com seus atuais 2 milhões de barris diários.
      Entre estes  dois milhões, ao menos até 2006 – a última informação que consegui – ainda estavam, todo dia, heróicos sete barris  saídos de lá, do velho poço C-1, de Candeias.
      Estes setenta anos de história, infelizmente, não ensinaram a todos o quanto é importante que um país controle suas riquezas e, entre elas, as fontes de energia, como é a ainda mais valiosa delas, o petróleo.
      Porque um país que cuida do que possui e que emprega esta riqueza em favor do desenvolvimento da economia e do bem-estar de seu povo é um país livre e capaz de alcançar a felicidade.
      O que não o faz, sempre será um escravo.
      Mas a realidade, se não ensina a todos, ensina a muitos. As fotos que ilustram este post mostram como o fio da história é caprichoso em seus meandros, mas inexorável em sua marcha.
      Candeias, Tupi. Getúlio, Lula.
      Diferentes, mas com o mesmo sentido: Brasil e brasileiros.
      *Tijolaço

      Convite

      A mais imunda campanha no período pós-redemocratização

      https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmaUJ7JEuvkZZuWZjU3CjG3GxqYEdE07pFN-pTFb9RFy6AmKB3joJ-0IsmVI7Mh6JuOGRyJ1_fspMtmXBD2WFEC2bAZ-j3vYuOnMldzG1K_fyWcVfPYA73wJTIrxuegEj4-Og3gK8RY7Y/s1600/z%C3%A9bolinha.jpg





      José Dirceu no Patria Latina

      Episódios de baixaria mostram como age José Serra...
      Depois das filhas do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto - uma contratada no gabinete de governador de José Serra e a outra num escritório de advocacia que tem entre seus clientes empreiteiras que trabalham com a DERSA - temos nessa questão dos panfletos (veja nota acima) mais uma prova de como agem o tucanato e o presidenciável da oposiçã, José Serra (PSDB-DEM-PPS). Paulo Preto é acusado de sumir com R$ 4 milhões da campanha eleitoral dos tucanos.
      Agora, é descobrir quanto custa a impressão de 20 milhões de panfletos, como ia ser paga e quem pagaria. Apesar do responsável pela encomenda Kelmon Luís de Souza, da Diocese de Guarulhos (SP), afirmar que seria por "doações pesadas de quatro ou cinco fiéis", o mais provável é que isto fosse pago pelo Caixa Dois da campanha de José Serra.
      A propósito da apreensão dos panfletos, os bispos da Regional Sul 1 da CNBB - São Paulo (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgaram nota na qual antecipam que não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos. "A Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de suas declarações e notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos", diz a nota da CNBB divulgada em Indaiatuba (SP) e assinada pelo bispo de Santo André (SP) dom Nelson Westrupp.
      Regional da CNBB exime-se de responsabilidade
      A nota da Regional 1 - CNBB foi divulgada após reunião de 50 bispos que a integram, por duas horas, no sábado, quando concluíram que a entidade cometeu um erro em texto divulgado em agosto (já retirado do site da regional) sobre a eleição, quando fez referências ao PT e a nossa candidata, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).
      "O erro foi a apresentação de siglas partidárias. Isso não poderia ter acontecido", explicou o bispo de Limeira, d. Vilson Dias de Oliveira.
      Eu espero que as investigações policiais descubram por que o panfleto com calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB? Quem realmente pagou a impressão? Onde seriam distribuídos os panfletos? Onde estão os outros milhões de folhetos, se foi apreendido um milhão e a encomenda foi para imprimir 20 milhões?
      Independente das conclusões, vivemos, assim, mais um capítulo da guerra suja travada nessa que já é a mais imunda campanha presidencial, desde a redemocratização do Brasil em 1985.

      usa SS erra

      "Serra representa Brasil submisso aos interesses dos EUA"


      Em entrevista à Carta Maior, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirma que o processo eleitoral brasileiro está infectado por uma intensa campanha terrorista e uma guerra psicológica promovido pela direita e por grupos de extrema-direita, como TFP, Opus Dei e núcleos nazistas do Sul do país. Para Moniz Bandeira, projeto representado por José Serra é o "do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros".
      CM: Qual a sua avaliação sobre o processo eleitoral brasileiro e sobre a disputa que ocorre agora no segundo turno? Como o sr. caracterizaria os dois projetos em disputa?

      Moniz Bandeira: O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros.

      Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.

      CM: Falando sobre política externa, o sr. poderia detalhar um pouco mais o que, na sua visão, as duas candidaturas representam?

      MB: A mudança dos rumos da política externa, como José Serra e seus mentores diplomáticos pretendem, teria profundas implicações para a estratégia de defesa e segurança nacional. Ela significaria o fim do programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, a suspensão definitiva da construção do submarino nuclear e a paralisação do desenvolvimento de tecnologias sensíveis, ora em curso mediante cooperação com a França e a Alemanha, países que se dispuseram a transferir know-how para o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos. Essa mudança de rumos, defendida pelos mentores de José Serra em política externa, levaria o Brasil a aceitar a tese de que o conceito de soberania nacional desaparece num mundo globalizado e, com isto, permitir a formação de Estados supostamente indígenas, em regiões da Amazônia, como querem muitas 100 ONGs que lá atuam.

      CM: E na América Latina? O Brasil aparece hoje como um fator estimulador e fortalecedor de um processo de integração ainda em curso. Que tipo de ameaça, uma eventual vitória de José Serra representaria para esse processo?

      MB: José Serra já se declarou, desde a campanha de 2002, contra o Mercosul, como união aduaneira, e sua transformação em uma área de livre comércio, compatível com o projeto da ALCA, que os Estados Unidos tratavam de impor aos países da América do Sul e que o Brasil, apoiado pela Argentina, obstaculizou. Se a ALCA houvesse sido implantada, a situação do Brasil seria desastrosa, como conseqüência da profunda crise econômica e financeira dos Estados Unidos, como aconteceu com o México.

      José Serra também criou recentemente problemas, fazendo declarações ofensivas à Argentina, Bolívia e Venezuela, países com os quais o Brasil tem necessariamente de manter muitos boas relações, goste ou não goste de seus governantes. Trata-se do interesse nacional e não de idiossincrasia política.

      CM: Na sua avaliação, quais foram as mudanças mais significativas da política externa brasileira, que devem ser preservadas?

      MB: O governo do presidente Lula, tendo o embaixador Celso Amorim como chanceler, considerado pela revista Foreign Policy, dos Estados Unidos, como o melhor do mundo, na atualidade, alargou as fronteiras diplomáticas do Brasil. Seus resultados são visíveis em números: sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, as exportações do Brasil cresceram apenas 14 bilhões, subindo de 47 bilhões de dólares em 1995 para 61 bilhões em 2002. No governo do presidente Lula, as exportações brasileiras saltaram de 73 bilhões de dólares, em 2003, para 145 bilhões em 2010: dobraram. Aumentaram 72 bilhões , cinco vezes mais, do que no governo de Fernando Henrique Cardoso.

      Essas cifras evidenciam o êxito da política externa brasileira, abrindo e diversificando os mercados no exterior. Mas há outro fato que vale ressaltar, para mostrar a projeção internacional que o Brasil. Em dezembro de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, as reservas brasileiras eram de apenas 38 bilhões de dólares... Sob o governo Lula, as reservas brasileiras saltaram de 49 bilhões de dólares, em 2003, para 280 bilhões de dólares em outubro de 2010. Aumentaram sete vezes mais do que no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tais números representam uma enorme redução da vulnerabilidade do Brasil.

      É bom recordar que, logo após o presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurar seu segundo mandato, em apenas seis dias, entre 6 e 12 de janeiro de 1999, o Brasil perdeu mais de 2 bilhões de dólares para os especuladores e investidores, que intensificaram o câmbio de reais por dólares, aproveitando ainda a taxa elevada, e suas reservas caíram mais de 4,8 bilhões bilhões, em apenas dois dias, ou seja, de 13 para 14 de janeiro.

      Os capitais, em torno de 500 milhões de dólares por dia, continuaram a fugir ante o medo de que o governo congelasse as contas bancárias e decretasse a moratória. E os bancos estrangeiros cortaram 1/3 dos US$ 60 bilhões em linhas de crédito interbancário a curto prazo, que haviam fornecido ao Brasil desde agosto de 1998. A fim de não mais perder reservas, com a intensa fuga de capitais, não restou ao governo de Fernando Henrique Cardoso alternativa senão abandonar as desvalorizações controladas do real e deixá-lo flutuar, com a implantação do câmbio livre.

      CM: O sr. poderia apontar uma diferença que considera fundamental entre os governos Lula e FHC?

      MB: Comparar os dois governo ocuparia muito espaço na entrevista. Porém apenas um fato mostra a diferença: o chanceler Celso Amorim esteve nos Estados Unidos inúmeras vezes e nunca tirou os sapatos, ao chegar no aeroporto, para ser vistoriado pelos policiais do serviço de controle. O professor Celso Lafer, chanceler no governo de Fernando Henrique Cardoso, submeteu-se a esse vexame, humilhando-se, degradando sua função de ministro de Estados e o próprio país, o Brasil, que representava. E é este homem que ataca a política exterior do presidente Lula e é um mentores de José Serra, cujo governo, aliás, seria muito pior do que o de Fernando Henrique Cardoso.

      Primeiro lugar nas paradas: Bolinha de papel



      *CelsoJardim