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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 22, 2010

A 2ª Maior Empresa de PETRÓLEO DO MUNDO

De Candeias a Tupi, e não vamos parar

A primeira sonda chega a Candeias, desmontada, em carros de boi. Lá, Vargas faz o gesto histórico, que Lula repetiu no século 21
Quarta -feira  próxima  entra em operação comercial  Tupi, o primeiro poço do pré-sal a produzir, e produzir 100 mil barris de petróleo para o nosso país.
Só daqui a seis meses, em abril de 2011, vão se completar 70 anos do início da exploração comercial de petróleo no Brasil. Mesmo o primeiro registro confirmado tendo sido em Lobato, na Bahia, o achado era antieconômico. A mesma sonda Oilwell usada lá foi  desmontada e levada em carros de boi, pela falta de  estradas, até Candeias, então um  longínquo arraial de Salvador. A sonda furou, furou e , ao atingir 1150 metros, jorrou….água.
Muita gente quis parar a perfuração, mas os geólogos teimaram. Eram daqueles a quem a imprensa chamava de “burros” e “fanáticos” por acreditarem que havia petróleo no Brasil, quando os maiores sabichões da indústria petrolífera diziam: “no, no, Brazil no teim petroleum“.
E os “teimosos” furaram mais, mais, mais 700 metros, até que saíram de lá dez – é isso mesmo, dez – abençoados barris de petróleo num dia. Começava ali marcaram o início de uma caminhada industrial, tecnológica e política que levaria este país à autossuficiência, com seus atuais 2 milhões de barris diários.
Entre estes  dois milhões, ao menos até 2006 – a última informação que consegui – ainda estavam, todo dia, heróicos sete barris  saídos de lá, do velho poço C-1, de Candeias.
Estes setenta anos de história, infelizmente, não ensinaram a todos o quanto é importante que um país controle suas riquezas e, entre elas, as fontes de energia, como é a ainda mais valiosa delas, o petróleo.
Porque um país que cuida do que possui e que emprega esta riqueza em favor do desenvolvimento da economia e do bem-estar de seu povo é um país livre e capaz de alcançar a felicidade.
O que não o faz, sempre será um escravo.
Mas a realidade, se não ensina a todos, ensina a muitos. As fotos que ilustram este post mostram como o fio da história é caprichoso em seus meandros, mas inexorável em sua marcha.
Candeias, Tupi. Getúlio, Lula.
Diferentes, mas com o mesmo sentido: Brasil e brasileiros.
*Tijolaço

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