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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 16, 2010

MANCHETES CONEXAS DESTA 5º FEIRA, 16/10

 

Lula fecha governo com 80% de aprovação e bate novo recordeCriação de emprego chega a 2,54 milhões no ano e supera meta


LASTRO PARA DILMA EXPANDIR O PIB

Governo corta impostos de títulos financeiros destinados à captar recursos para investimentos de longo prazo em infraestrutura e ampliação de capacidade produtiva. Meta é captar R$ 70 bi por ano e elevar fatia total de investimento no país (FBCF), dos atuais 19% para 23%, viabilizando taxas de crescimento elevadas, sem  gargalo inflacionário de oferta. (Agências; 16-12)


O AJUSTE DA BOLHA ESPECULATIVA:
ARROCHO MUNDIAL SOBRE OS SALÁRIOS
Crise econômica e colapso das finanças desreguladas reduziu à metade o crescimento dos salários no mundo.Entre as exceções estão países emergentes, como o Brasil, onde os trabalhadores acumularam ganhos reais ao longo do governo Lula (Carta Maior com OIT/ Valor; 16-12)

 EUROPA ARDE, RANGE E RUGE
DE VOLTA ÀS GRANDES MOBILIZAÇÕES?
Greve contra arrocho salarial paralisa a Grécia nesta 4º feira;
14/12: protesto  contra Berlusconi reúne 100 mil em Roma (Folha)
9/12: no protesto mais violento desde os anos 90, estudantes atacam o carro do Príncipe Charles, em Londres (UOL)
 28/11: protesto contra arrocho  reúne 100 mil na Irlanda(Estadão)
10/11: protesto  contra anuidades estudantis reúne 50 mil em Londres (Reuters e agências)
ATTAC pede manifestações em toda Europa, neste sábado, 18/12,contra a destruição do Estado do Bem-Estar Social (Leia matérias nesta pág)
(Carta Maior;Quinta-feira; 16/12/2010)
 
Grécia paralisada pela oitava greve geral
 
ATTAC fala em greve geral na Europa
“Denunciamos que esta crise especulativa está sendo utilizada para acabar com o Estado de Bem Estar Social na Espanha e no conjunto da Europa”, destaca a Resolução da Conferência Territorial da ATTAC – Espanha que sugere uma greve geral europeia, no dia 18 de dezembro, para combater a crise econômica. "A saída da crise passa pela cobrança dos que a causaram, estabelecendo um imposto sobre as transações financeiras na Europa, aumentando os investimentos públicos com mais impostos diretos e acabando com a fraude fiscal e os paraísos fiscais", defende a ATTAC.
*cartamaior 

Marconi Perillo na rota de José Roberto Arruda




Qual será o próximo governador a seguir os passos de José Roberto Arruda (DEMos/DF)?

Seria Alckmin (PSDB/SP) quando o escândalo da ALSTOM for esclarecido?

Entre os governadores eleitos, sobe a cotação de Marconi Perillo entre os governadores que muito provavelmente terão dificuldades em chegar ao fim do mandato.

Dono de extensa folha corrida de processos em curso, já tem contra si as seguintes denúncias do Procurador Geral da República:

- Formação de quadrilha
- Peculato
- Caixa Dois
- Uso da máquina pública
- Utilização de notas frias
- Laranjas para fraudar a eleição de 2006Perillo deu um xilique no senado quando descobriu que contas clandestinas de "ilustres" goianos em paraísos fiscais estavam sendo rastreadas, Marconi é alvo de mais duas representações do Ministério Público Eleitoral de Goiás.

O candidato é responsabilizado por ser beneficiário do uso de bens públicos para campanha eleitoral.

A primeira representação refere-se à prefeita de Valparaíso de Goiás, Leda Borges de Moura. No dia 30 de agosto de 2010, em evento de “comemoração de quatro anos de existência da Lei Maria da Penha” promovido por pela Prefeitura, ela utilizou-se de bens e serviços de servidor público da prefeitura para fazer campanha eleitoral em favor dos candidatos Marconi Perillo, Carlos Alberto Leréia e professora Sônia Chaves (todos incluídos na representação da PRE/GO).

A segunda representação trata-se de conduta praticada pelo prefeito de Itumbiara José Gomes.

O político atuou ativamente nas eleições de 2010 como apoiador de Marconi Perillo ao cargo de governador do Estado de Goiás, ao mesmo tempo em que apoiava as candidaturas ao senado de Demóstenes Torres e Lúcia Vânia, bem como Jovair Arantes para deputado federal e Álvaro Guimarães para deputado estadual.

No dia 1º de outubro (menos de 48h das eleições), durante a inauguração da Escola Pública Municipal de Tempo Integral Juca Andrade, do Município de Itumbiara (GO), manteve estacionado um veículo com adesivos plotados de Marconi Perillo e Jovair Arantes na frente do palco do evento, funcionando como "outdoor" ambulante. (Do PRE/GO).

Leia também:

- Governo flagra tucano e uso de laranjas na partilha de emendas

- Marconi Perillo (PSDB) é investigado no STF por ter recebido R$ 2 mi de propina

- MP aciona Marconi Perillo para devolver R$ 11 milhões aos cofres públicos

- MP investiga rombo de primo do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), em contratos na Saúde da gestão José Serra (PSDB)

*osamigosdopresidenteLula

Maria Inês Nassif: Corte da OEA fez o que o STF deixou de fazer

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16/12/2010
por Maria Inês Nassif, em Valor Econômico
Fatalmente isso iria acontecer: a Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 militantes do PCdoB, durante a repressão à Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974. A decisão da Corte faz o que o Supremo Tribunal Federal (STF) não fez, em abril, quando teve oportunidade: reconheceu que os crimes dos agentes de Estado não são políticos, mas contra a humanidade.
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionava a anistia a representantes do Estado acusados de torturar e matar opositores políticos durante o regime militar (1964-1985), foi derrubada, no final de abril, por sete votos a dois.
Prevaleceu a opinião do relator da matéria, ministro Eros Grau, de que não cabia ao Judiciário rever um “acordo político” que teria resultado no perdão para “crimes políticos” e “conexos”. Os fatos históricos não convalidam a tese de “acordo político”, e sequer a de “crime político”.
Da mesma forma, é possível contestar os argumentos do presidente do Supremo, Cezar Peluso, que falou em “generosidade”, no “princípio da igualdade” e da “legitimidade” das partes que fizeram o suposto acordo. O princípio da igualdade é altamente duvidoso: a própria OAB apresentou ao STF o caso de 495 integrantes da FAB que não foram beneficiados pela anistia. Da “legitimidade” mais ainda, pois quem impôs a lei foi o último governo militar, que tinha o poder das armas e uma bancada governista manietada. Aliás, aprovou a lei com os votos de uma maioria obtida artificialmente nas urnas, graças a mudanças na legislação eleitoral e partidária impostas seguidamente pelo regime, à medida em que a oposição ameaçava sua hegemonia no Legislativo.
Com sua decisão, o STF legitimou a anistia à tortura, considerada crime hediondo pela Constituição de 1988 – portanto imprescritível e inafiançável – , mesmo sabendo que os familiares dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia demandavam a condenação do país por esses crimes na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Anteriormente, a Corte havia anulado as auto-anistias dos regimes autoritários do Peru, da Argentina e do Chile. Era inevitável que fizesse o mesmo com o Brasil, na primeira ação relativa à ditadura militar no país julgada no âmbito da OEA. O risco de que uma decisão dessas do STF resultasse num constrangimento diplomático era evidente. O Brasil, afinal, é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos.
Judiciário faz parte do Estado que deve cumprir Convenção
O presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, disse ontem que a decisão da Corte não obriga o Supremo a rever o seu julgamento. Se não havia a intenção do Estado de cumprir um acordo internacional — e o Judiciário faz parte do Estado –, não existiriam razões para que assinasse a Convenção. Peluso jogou a responsabilidade para outras instâncias: nada impede ao Executivo indenizar ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos, como tem feito; também é possível resgatar o passado. De resto, a decisão da Corte é só “sinalização”. Não interfere na decisão do STF.
O resgate histórico desse período negro, que é a bandeira de instituições comprometidas com os direitos humanos e familiares de mortos e desaparecidos do regime militar, não é uma questão pessoal. Essa reivindicação tem sido tratada como uma vingança dos opositores da ditadura, contrária à “generosidade” expressa por uma lei de anistia ampla. Não foi por falta de generosidade que países vizinhos abandonaram leis que anistiavam agentes de Estado que torturaram e mataram. Foi pela convicção –  expressa pela Corte Interamericana — de que a democracia no continente apenas se consolidará se houver um acerto com o passado. É preciso, no mínimo, consolidar a cultura de que o passado não é um exemplo a ser seguido.
O aparelho policial e militar foi altamente prejudicado pela presença de agentes que se acostumaram a viver à sombra e acima da lei. Quando se fala em abuso policial e do poder das milícias nas favelas do Rio, por exemplo, ninguém se lembra que a origem dessa autonomia policial diante das leis e perante o resto da sociedade remonta ao período em que o aparelho de repressão tinha licença para sequestrar, matar e torturar sem se obrigar sequer a um registro policial. E que a manutenção da tortura como instrumento de investigação policial existe, atinge barbaramente os setores mais vulneráveis da população e continua não sendo punido. A anistia a agentes do Estado tem se estendido, sem parcimônia, até os dias de hoje.
*Viomundo

Perfil de Dilma foi notícia mais lida do ano em site de jornal britânico

Dilma foi sucesso do ano
em jornal britânico


 

Forte e poderosa: dois dos adjetivos usados pelo Independent para qualificar Dilma

Saiu na BBC Brasil:



DA BBC BRASIL


Um perfil de Dilma Rousseff publicado antes do primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras foi a notícia mais lida do ano no site do jornal britânico “The Independent”, segundo uma lista publicada nesta quinta-feira pelo próprio site.


A reportagem, publicada no dia 26 de setembro, previa a eleição de Dilma já no primeiro turno, uma semana depois, e dizia que ela se transformaria com isso na “mulher mais poderosa do mundo”.


“A mulher mais poderosa do mundo vai começar a despontar no próximo fim de semana”, iniciava o texto, intitulado “Ex-guerrilheira Dilma Rousseff pronta para ser a mulher mais poderosa do mundo”.


Apesar do favoritismo indicado pelas pesquisas de opinião uma semana antes da eleição, Dilma acabou não tendo votos suficientes para vencer a disputa no primeiro turno e foi obrigada a disputar o segundo turno com o ex-governador de São Paulo José Serra.


FORTE E PODEROSA


A reportagem do Independent, porém, dava sua vitória já no dia 3 de outubro como quase certa. “Forte e poderosa aos 63 anos, esta ex-líder da resistência a uma ditadura militar apoiada pelo Ocidente (que a torturou) está se preparando para tomar seu lugar como presidente do Brasil”, dizia o texto.


“Como chefe de Estado, a presidente Dilma Rousseff deixaria para trás Angela Merkel, a chanceler (premiê) da Alemanha, e Hillary Clinton, a secretária de Estado dos Estados Unidos: seu enorme país de 200 milhões de habitantes está se esbaldando em sua nova riqueza petrolífera. A taxa de crescimento do Brasil, que rivaliza com a da China, é uma que a Europa e Washington podem apenas invejar”, afirmava a reportagem.


No início de novembro, já depois do segundo turno vencido por Dilma, a presidente eleita foi classificada pela revista americana Forbes como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo.


A lista da Forbes traz duas mulheres à frente de Dilma –Merkel, na 6ª posição, e a líder do partido majoritário indiano, Sonia Gandhi, na 9ª. Hillary Clinton era listada como a 20ª pessoa mais poderosa do mundo.


A relação das notícias mais lidas no ano no site do Independent coloca o perfil da futura presidente do Brasil à frente de notícias como a publicação da autobiografia do escritor Mark Twain um século após sua morte (2ª mais lida) e sobre uma pesquisa que poderia levar à cura do resfriado comum (3ª).



Clique aqui para ler a matéria original, em inglês.

*PHA

As maracutaias televisivas

Quem é o dono da Rede Record


 

Com a mesma isenção e imparcialidade com que há 10 anos a Tribuna da Imprensa acompanha a tramitação da Ação Declaratória de Inexistência de Ato Jurídico, que herdeiros dos antigos acionistas da ex-Rádio Televisão Paulista S/A movem contra a família Marinho, seguimos também o lento caminhar da Ação Civil Pública proposta pela Procuradoria da República em São Paulo contra a Rede Record de Televisão, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e o bispo empresário Edir Macedo, com julgamento previsto para o dia 12 de janeiro de 2011.
No caso da TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo), restou a triste conclusão de que o negócio foi consumado com documentos anacrônicos, falsos, ilegais, porém validados por conta da prescrição do tempo: ou seja, Roberto Marinho se apossou de 48% do capital social inicial de 673 acionistas minoritários por apenas Cr$ 14.285,00 e pelos outros 52% despendeu apenas 35 dólares, já que Victor Costa Junior, a quem pagou CR$ 3.750.000.000,00 nunca foi acionista daquela emissora. Esse processo ainda depende de julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Informa-se que o advogado que cuida desse processo principal acaba de ser contratado para propor, via ação popular, a cassação da concessão da ex-Rádio TV Paulista por conta dos vícios que pontuaram a transferência da outorga para seus atuais controladores e sobretudo porque o processo administrativo existente na Administração Federal não contém documento algum que justifique tal controle.
Ciente e de acordo
Quanto à compra da TV Record por Edir Macedo, o Ministério Público Federal avalia que ela foi ilegal e é inconstitucional. A venda (que o empresário Silvio Santos fez a Edir Macedo e à sua esposa) da TV Record de São Paulo, hoje a segunda maior rede de televisão do país e com faturamento anual batendo na casa dos 3 bilhões de reais, não teve prévia aprovação das autoridades federais e pode ter sido produto de simulação.
Segundo consta dos autos, o bispo Edir Macedo usou dezenas de milhões de reais da igreja que dirige para concretizar a aquisição. Esses vultosos recursos (doações de milhões de evangélicos) teriam sido "emprestados" pela IURD para que o bispo Edir Macedo pudesse comprar a poderosa rede de TV, e na qual o mesmo bispo-empresário já investiu várias centenas de milhões de reais. A Rede de Televisão e Rádio Record, sem dívida alguma, é hoje avaliada em cerca de 3 bilhões de dólares e, ao que se comenta, teria liquidez maior do que a da emissora líder em audiência.
A Procuradoria da República questiona a compra da emissora porque Edir Macedo, como cidadão, em 1990 comprovadamente não teria bens e recursos para participar dessa vultosa transação e que, por isso, estaria implementando uma aquisição ilegal, dissimulada. A verdadeira compradora da empresa de comunicação seria a pessoa jurídica denominada Igreja Universal do Reino de Deus, o que fere flagrantemente a Constituição Federal.
Nos autos do processo, que tem cerca de 2.500 páginas, e cuja relatora, a desembargadora Salette Nascimento, foi substituída pelo juiz convocado José Eduardo Leonel Junior, indaga-se como foi possível o bispo Edir Macedo, sem patrimônio algum, sem renda mensal (já que sabidamente trabalha por amor ao próximo e a Deus), da noite para o dia ter se transformado no segundo maior proprietário de rede de televisão do país, com o ciente e o de acordo do Ministério das Comunicações, que tem a obrigação de fiscalizar esse importante setor de prestação de serviço público de radiodifusão de som e de imagem?
Os réus
No caso da TV Record, é de se lamentar que um processo dessa importância tivesse permanecido por mais de 10 anos, no TRF-3ª. Região, sem solução alguma e, por certo, em "prejuízo" dos novos donos da Rede Record de Televisão, que permaneceram tão longo período sob constrangimento judicial. É uma preocupação a mais para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encarar e resolver.
Nesse processo são réus também Ester Eunice Bezerra, esposa de Edir Macedo, o senador Marcelo Crivella, Sylvia Crivella, TV Record de Rio Preto S/A, TV Record de Franca S/A e Rádio Record S/A (Canal 7 de São Paulo) e outros.
Carlos Newton
*comtextolivre

Abaixo-assinado contra o aumento nos salários do presidente da República, ministros e parlamentares

Abaixo-assinado contra o aumento nos salários do presidente da República, ministros e parlamentares

Para: Presidente da República Federativa do Brasil; Congresso Nacional do Brasil; Supremo Tribunal Federal; Câmara dos Deputados; Senado Federal
A Câmara aprovou na tarde desta quarta-feira (15/12/2010) o projeto de decreto legislativo, de autoria da Mesa Diretora da Casa, que equipara os salários de presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, senadores e deputados aos vencimentos recebidos atualmente pelos ministros do Supremo Tribunal Federal: R$ 26.723,13. A matéria foi aprovada simbolicamente. O texto foi imediatamente remetido ao Senado, que votou e o aprovou. Por se tratar de decreto legislativo, o projeto precisa apenas ser aprovado nas duas Casas do Congresso, e não há necessidade da sanção do presidente da República.
Os novos salários entram em vigor a partir de 1º de fevereiro. O impacto financeiro nos dois poderes - Legislativo e Executivo - ainda estão sendo calculados. Mas só na Câmara estima-se que o aumento nos subsídios dos deputados (na ativa e aposentados) será de cerca de R$ 130 milhões.
Atualmente, deputados e senadores têm subsídios de R$ 16,7 mil. Presidente e vice recebem salário mensal de R$ 11,4 mil e ministros de Estado, R$ 10,7 mil. Os reajustes variam de 62% a 140%.
Há ainda o efeito cascata da medida nas assembleias legislativas nos estados, já que a Constituição estabelece que os deputados estaduais devem ter subsídios equivalentes a 95% dos recebidos por deputados federais. Para aumentar os seus salários, os deputados estaduais também terão que aprovar projetos nas respectivas assembleias.
Esse projeto amplia o abismo entre o Parlamento e a sociedade. É advocacia em causa própria. O percentual de 62% para os parlamentares e mais de 130% para presidente e ministros, diante da realidade brasileira, é evidentemente demasia.
Vamos mostrar a indignação do povo brasileiro quanto ao autoritarismo evidente na manipulação do orçamento e dos recursos provenientes de arrecadação de impostos e cofres públicos.
Clique aqui, participe e assine!
 
*comtextolivre

Metro em pane de novo, parece rota de privatização


http://img4.orkut.com/images/milieu/1284708437/1285168378834/13393431/of/Z1v3e1ij.jpg?ver=1285168382

Estações da linha-1 Azul do Metrô
de São Paulo voltam a funcionar

Jabaquara, Conceição e São Judas ficaram fechadas por mais de duas horas
Do R7, com Agência Record
Nilton Cardin/AENilton Cardin/AE
Problema em equipamento do Metrô fechou três estações da linha 1-Azul na manhã desta quinta-feira (16)

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As três estações da linha-1 Azul (Jabaquara-Tucuruvi) do Metrô de São Paulo que estavam fechadas desde as 6h40 desta quinta-feira (16) foram reabertas por volta das 9h. Segundo a assessoria da empresa, as estações Jabaquara, Conceição e São Judas ficaram paradas por mais de duas horas.  O fechamento causou transtornos aos usuários. Os passageiros que estavam nessas estações tiveram que deixar as plataformas e tiveram suas passagens devolvidas.
O Metrô informou que acionou o sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) e solicitou a interrupção da integração das linhas de ônibus nas estações no período em que elas ficaram paradas. O plano foi suspenso, segundo a SPTrans, às 9h27, após a retomada de funcionamentio das estações paralisadas.

Ainda segundo a assessoria do Metrô, o problema ocorreu devido a uma falha no equipamento de via na estação São Judas. Segundo a empresa, nenhum trem foi danificado.
*r7




Rumos do vazamento da Satiagraha para a Globo





O ínclito delegado Protógenes será diplomado nesta sexta

Saiu no Blog do Nassif:

Rumos do vazamento da Satiagraha para a Globo


Por Stanley Burburinho


Nassif, essa notícia é de 2 anos atrás. Coloquei no Twitter porque alguém perguntou se o Protógenes será diplomado e foi informado que sim e será na sexta às 10h na ALESP.


Mostraram um texto dizendo que o caso dele e do Mazloum iria para o STF porque o Protógenes é acusado no texto de ter vazado a Satiagraha para a Globo. Peguei esse texto que foi publicado há dois anos pelo o Globo para mostrar a tal pessoa que foi outra pessoa que vazou a Satiagraha para a TV Globo, inclusive o tal delegado Pellegrini confessou na entrevista.


Satiagraha: Arquivos bloqueados travam investigação da PF – O Globo


Satiagraha: Arquivos bloqueados travam investigação da PF


SÃO PAULO e BRASÍLIA – Parte estratégica do material apreendido do Opportunity e do banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha , está sendo considerada “indevassável” pelas autoridades que atuam no caso. Reportagem de Soraya Aggege publicada nesta sexta-feira no GLOBO mostra que o acesso aos discos rígidos e documentos apreendidos nos computadores do banqueiro sob suspeita de conterem operações ilegais depende de senhas, que estão todas criptografadas. Cada senha teria cerca de um bilhão de combinações possíveis, já avisaram os peritos que atuam na PF. ( Conheça os personagens da Operação )


Mesmo assim, sem parte importante das possíveis provas, o primeiro relatório da Satiagraha desenvolvido após o afastamento do delegado Protógenes Queiroz, e que deverá embasar processo por lavagem de dinheiro, crime financeiro e outros supostos delitos do banqueiro, já foi concluído pelo delegado Ricardo Saadi. ( No que vai resultar o inquérito da Satiagraha? )


O documento, de 249 páginas e cinco anexos, não contradiz os relatórios produzidos por Protógenes, apesar dos argumentos da própria PF, que conduz outro inquérito para investigar vazamento de informações e até a produção de provas ilegais na Satiagraha.


- Não houve “refazimento” do trabalho do delegado Protógenes em nenhum momento. Foi feito um aprofundamento do relatório anterior. Já mandamos inclusive avisar isso ao ministro (Tarso Genro, da Justiça) – disse ao GLOBO uma das autoridades que atuam no caso.


O procurador da República Rodrigo De Grandis recebeu o relatório na sexta-feira passada. O GLOBO apurou que já há indícios para a denúncia de lavagem de dinheiro (pena de três a 10 anos de detenção, caso Dantas seja condenado), mas a falta de acesso aos discos rígidos ainda fragiliza a denúncia por crimes financeiros (três a 12 anos de prisão) e formação de quadrilha (um a três anos de detenção). Por isso, o MPF poderá apresentar as denúncias separadamente, mas ainda não definiu sua estratégia final no processo.


( Leia mais: Se condenado, Daniel Dantas pode receber pena leve ou moderada )


Leia a matéria completa na edição desta sexta-feira do GLOBO


Tarso diz que relatório foi “desapaixonado”


Mais cedo, porém, Tarso não só confirmou que o relatório fora refeito como o elogiou publicamente. Segundo o ministro, o relatório refeito entregue ao Ministério Público é “desapaixonado” e “sem espetaculosidade” . Realizada em julho pela PF, a Operação Satiagraha levou à prisão Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, todos já liberados por determinação da Justiça.


- A única coisa que posso dizer é que é um relatório desapaixonado, tecnicamente bem feito, sem qualquer postura persecutória, todas as provas organizadas dentro da lei. É um relatório que foi feito sem espetaculosidade e que agora o Poder Judiciário e o Ministério Público vão avaliar.


(Leia mais: GSI afirma que vai acompanhar investigação da PF sobre vazamento na Satiagraha)


Procurador levanta novas suspeitas sobre vazamento da Satiagraha


Em manifestação de memorial sobre o caso enviada ao juiz Aliz Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal, o procurador de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, Roberto Dassié Diana, apontou o delegado da PF Carlos Eduardo Pellegrini Magro como o suspeito de vazamento de informações à imprensa durante a deflagração da Satiagraha. Dassiê isentou o delegado Protógenes Queiroz do crime de quebra de sigilo funcional.


Ele também lançou dúvidas sobre a isenção do delegado da PF Amaro Ferreira, que investiga o caso e que acusa Protógenes de ser o vazador. O GLOBO teve acesso ao documento enviado pelo procurador, no qual ele reafirma a validade das provas colhidas por Queiroz e diz que a participação da Abin é legal.


“Há algo de muito estranho nisso tudo e deve ser completamente esclarecido”, diz o procurador no documento. Segundo Dassiê Diana, embora a PF continue se recusando a entregar ao MPF a degravação de uma longa reunião da PF – em agosto, quando Queiroz reclamou que não teve apoio nem recursos para a operação Satiagraha e teria sido pressionado a sair do caso – os trechos do documento obtido pelo GLOBO permitem observar que o vazamento de imagens da operação para a “TV Globo” partiu de Pellegrini:


“Peço desculpas por ser o delegado mais velho e (…) não ter tido a capacidade de ter segurado a informação e vazado a informação pra imprensa”, teria afirmado Pellegrini Magro na reunião com os demais delegados, segundo citou o procurador no documento. “De qualquer forma, a existência do áudio dessa reunião indica como atual suspeito o delegado Carlos Eduardo Pellegrini Magro, o qual estava ciente da operação dias antes (…)”, alega Diana.


Os delegados foram procurados pelo GLOBO, mas, de novo não se manifestaram sobre o caso. 

*conversaafiada

A esquerda brasileira deve se preparar para uma luta titânica nos próximos meses e anos vindouros.





 A calmaria atual, só perturbada pelas conjecturas em torno do novo governo, é só a bonança que antecede a tempestade.
Flávio Aguiar
Quando José Serra decidiu não enfrentar Lula diretamente na eleição de 2010, ele traçou o destino de sua campanha. Esta só poderia se dar pela desqualificação da candidata da situação, Dilma Roussef. De si mesmo, Serra não podia mostrar muita coisa, pois não queria exibir o anti-Lula que, na verdade, era. Das duas, ambas só poderia, portanto, ou se afirmar esvaziando Dilma, ou preenchendo o perfil desta de coisas negativas.
Esvaziar Dilma, embora tentado, mostrou-se difícil. As insinuações de que ela seria um “poste”, de que seria apenas uma “sombra” do presidente Lula, etc., esbarraram no crescimento pessoal da candidata que foi ganhando, ainda que de forma lenta, gradual, e não muito segura, cada vez mais personalidade e luz própria na disputa.
Restou, portanto, como mais tentador e promissor, o caminho do ataque cada vez mais indiscriminado contra tudo e contra todos que pudessem ajudar Dilma, inclusive, ela própria. Desse caminho pedregoso escolhido por Serra e seu marketing, saíram “achados” como os de acusar Evo Morales de subserviência, senão cumplicidade, com o narcotráfico, e as pesadas pedradas (essas sim não eram bolinhas de papel) do aborto, da corrupção em seu gabinete, etc.
Serra teve ajuda nisso: a mídia sempre-alerta se encarregou de começar a caça a algo no passado de Dilma que lhe sujasse as mãos, de sangue, ou de dinheiro subtraído a bancos, ou de outras fontes, durante a ditadura militar. Isso também não deu em nada. Nem mesmo os papéis revelados pelo Wikileaks, onde antigo embaixador dos EUA levanta suspeitas sobre a participação de Dilma no “planejamento de assaltos a banco” e ao famoso “cofre do Ademar” chegam a levantar qualquer acusação digna de ser levada a sério.
Por outro lado, a “candidata terceira-via”, Marina da Silva, e a CNBB, adotaram a política de maior inspiração em Pôncio Pilatos do que no Cristo, lavando vergonhosamente as mãos diante da enxurrada de acusações e assacações que começaram a se avolumar, uma, na esperança de captar votos que de Dilma emigrassem por questões religiosas, outra no propósito de manter cativo seu rebanho em sua histórica disputa com o Estado secular, coisa que no Brasil remonta ao século XIX.
Foi este conjunto de fatores, com raiz na escolha do candidato Serra quanto ao estilo de sua campanha, que escancarou a porta para a participação cada vez mais intensa da extrema direita na campanha eleitoral, com um espaço que antes era mais restrito. Essa participação se deu em três frentes: a dos viúvos da ditadura, a da Opus Dei concentrada entre bispos da CNBB/São Paulo, e a daqueles que se sentem ameaçados em seus privilégios por verem pobres ou ex-pobres comprando/passeando em shopping-centers ou viajando de avião.
Isso deu à campanha de 2010 o tom odioso, vulgar baixo que ela teve, da direita para a esquerda, não o contrário. Além das filipetas derramadas a partir dos púlpitos religiosos que estavam em conluio com esse verdadeiro pacto demoníaco de extrema-direita, esta descobriu de imediato a internet como veículo de difamação. Enquanto isso, boa parte da nossa esquerda titubeava no partidor, como costuma fazer quanto às comunicações. O que salvou um pouco do espaço foi a comunidade dos que chamo blogueiramente de “os irregulares de Baker Street”, lembrando os jovens de rua que ajudavam o famoso detetive de Conan Doyle em suas investigações.
A questão é que essa direita, desperta de sua letargia, veio para ficar, e vai entrar no espaço político sempre que estiver disposta a desqualificá’-lo, como tentou fazer em 2010. Bom, deve-se reconhecer que, como os adeptos do Tea Party em relação ao Partido Republicano tradicional, eles podem tanto ajudar como atrapalhar seus aliados, por não terem, no fundo, compromisso com eles nem com o seu espaço político. Mas certamente estarão, sempre que puderem, envenenando o espaço político geral com a sanha de seus preconceitos. Com relação a Dilma, estarão naquela palavra de ordem antigamente lançada contra Juscelino: não deve se candidatar; se candidata, etc. até o se empossada, não deve governar.
Assim sendo, a esquerda deve se preparar para uma luta titânica nos próximos meses e anos vindouros. A calmaria atual, só perturbada pelas conjeturas em torno do novo governo, é só a bonança que antecede a tempestade. O arco contra Dilma reuniu uma frente que vai dos liberais do The Economist e do Financial Times, passando pelo Papa e pelos reacionários de Wall Street, até os porões ainda vivos da ditadura.
Souberam mobilizar as frentes comunicativas ao seu dispor, coisa em que a esquerda claudica tradicionalmente. Estão vivos: esse é o perigo que nos aguarda. Mas sabemos que a vida é um combate, etc. Vamos a ele, assim como viemos até aqui.
Às leitoras e aos leitores que nos acompanharam até aqui em 2010, desejamos um Feliz Natal e um Ano Novo recheado do bom combate. Até o ano.
Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.